AMBIÇÃO EM TEMPO DE CAMPANHA ELEITORAL

Os discursos inflamados em campanha eleitoral, aos quais não se segue o devido escrutínio da comunicação social, são reveladores: para uns, a ambição é o novo aeroporto de Lisboa e o TGV, para não falar de outras aventuras "gasosas"; para outros é fazer com que as pensões tenham a equivalência ao salário mínimo, uma espécie de última fronteira de dignidade. Dá que pensar!

CAMPANHA JÁ MEXE

Os anúncios de André Ventura, no seguimento de outros dos líderes dos restantes partidos políticos, já têm um grande mérito: dar destaque que a falta dinheiro, para medidas da mais elementar justiça social, se deve ao adiar de reformas e ao medo de atacar rendas e privilégios absolutamente escandalosos. A questão não é só quanto custa, mas quanto se deixa de receber apenas para manter o status quo e o poder.

UMA TERRA DE LEITE E MEL

«Não tardarão propostas para os pensionistas, essa fatia essencial do eleitorado (para quem não sabe, são os que menos se abstêm em eleições)».

PENSÕES COM MAIS TEMPO DE ESPERA

«O aumento dos processos acumulados está a pesar no tempo de espera para o pagamento das pensões».

A TORTURA DOS NÚMEROS

«É bem sabido que é possível torturar os números para que eles nos apresentem as previsões que dão mais jeito a cada momento. Sucede que uma democracia saudável exige menos tortura e mais transparência. Dá menos votos, mas garante melhor futuro. As contas certas que verdadeiramente interessam».

O REGRESSO IMPUNE À GALHOFA

É preciso ter coragem para lermos, ouvirmos e vermos as notícias: o regresso à brincadeira com a vida dos cidadãos, e o gozo com os jornalistas é tal que até dá para o governo ver propagandeada na comunicação social a subida das pensões, porque existiu um corte, e a prometida redução do IRS, pasme-se, num horizonte temporal que ultrapassa o próprio prazo do Executivo. Na véspera do 25 de Abril é a galhofa novamente instalada.

MEDINA E COSTA EM DIRECTO E COM MUITA COR

Mais de uma hora para Fernando Medina e António Costa: mais anúncios e promessas, sem detalhes escrutináveis, que mobilizaram a RTP 3 e SIC N para a transmissão em directo, na íntegra, de mais uma missa de propaganda governamental. Para os líderes dos partidos da oposição restam alguns segundos para poderem fazer a respectiva avaliação. 

P. S. A ERC ainda existe?

PARIS EM FÚRIA (LIVE)

 Protestos estão a ultrapassar todas as expectativas.

FRANÇA EM GREVE

 A reforma de Emmanuel Macron das pensões é contestada nas ruas em França. 

PENSIONISTAS DE PRIMEIRA E DE SEGUNDA

Atrasos no processamento das pensões por parte da Segurança Social levou a que os trabalhadores que se reformaram entre Setembro e Outubro de 2022 tenham ficado sem direito ao bónus de meia pensão, paga em outubro a todos os pensionistas com prestações mensais até 5.318 euros.

PENSÕES DOS POLÍTICOS PARA DEBAIXO DO TAPETE

Ana Mendes Godinho esconde valores das pensões milionárias pagas aos políticos, contrariando parecer da Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos. Uma atitude em linha com a aldrabice das contas da Segurança Social e o branqueamento brutal e o apagamento crítico, respectivamente, de Marcelo Rebelo de Sousa e de Luís Montenegro.

VALE TUDO PARA CORTAR PENSÕES

«António Costa ultrapassou os limites, abusando da iliteracia financeira e do medo que invade cada um dos cidadãos em tempos de uma guerra que está mais perto».

A INSUSTENTABILIDADE DO BOM ALUNO COM CÁBULAS

«Olha-se em redor e o país está preso por arames, entre a sobrevivência e a indigência, sufocado pelas circunstâncias da pandemia, da guerra, da inflação e de tantos outros fatores que expõem».

ATÉ JÁ, ORÇAMENTO

Quanto mais António Costa se esforça por mostrar "contas certas" mais fica claro o monumental corte de pensões. E não falta muito para a primeira grande clarificação: o sentido de voto dos deputados do PS na aprovação do orçamento para 2023.

P. S. E tudo começou com o plano de "ajuda" às famílias num contexto de sustentabilidade da segurança social.

“ENGANADOS” DA REPÚBLICA

«No momento em que o Estado tem a obrigação de apoiar os mais pobres, as famílias e as empresas, o ilusionismo não é suficiente para desatar as mãos e os pés do governo».

COSTA EM PLANO INCLINADO

A entrevista do primeiro-ministro revelou a justificação da justificação para tentar disfarçar os truques variados em relação ao corte de pensões, agora, finalmente, assumido ao vivo, a cores e em directo, na versão de defesa da sustentabilidade da segurança social. Mas revelou ainda mais: um governante a tentar preparar caminho para aplainar a humilhação política de ter que fazer o que prometeu nunca fazer, julgando que já todos esquecemos as críticas a Pedro Passos Coelho por o ter feito.

P. S. Luís Montenegro reagiu imediatamente. É uma boa novidade em termos de oposição que traz mais verdade e transparência. O silêncio presidencial vai confirmar a regra ou vem por aí mais um branqueamento à medida?

MAIS UM TRUQUE A CORRER MAL

Não é o primeiro, e tudo leva a crer que não será último. A verdade é que o último truque de António Costa, consubstanciado na apresentação de um suposto plano de ajuda às famílias, está a correr mal, porque está a ser desmontado pela generalidade dos partidos da oposição parlamentar. O mais grave é que a tentativa de enganar os portugueses está a ficar colada ao presidente que deu cobertura política à tentativa de manipulação.

RECEITA MÁGICA

António Costa tirou da cartola a receita mágica que lhe valeu a maioria absoluta: prometer, prometer, e depois logo se vê. Quando as críticas apertam em relação ao caos no SNS, o primeiro-ministro avança com o aumento "nunca visto" das pensões para compensar o nível de inflação "já visto" em Portugal. Quanto ao saldo... Mais uma dose da magia presidencial, sempre a reboque, para distrair a malta.

TESTE ÀS REFORMAS E AOS PENSIONISTAS

«Alguns reformados da região Centro ficaram sem receber a pensão na época da Páscoa».

PENSÕES: GOTA DE ÁGUA EM RELAÇÃO AO CUSTO DA CORRUPÇÃO

A aprovação do OE para 2002 está em risco por causa de 200 milhões euros. É quanto custa o recalculo das pensões, apresentado pelo Bloco de Esquerda, que os socialistas recusam. Uma gota de água em relação aos muitos milhares de milhões de euros que os roubos da banca e a corrupção custaram ao Estado, quantas vezes pago sem pestanejar. São as "contas certas" de António Costa...