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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

sexta-feira, março 25, 2011

O Estado (infantil) a que chegámos

Angela Merkel permitiu-se fazer declarações, à saída do Conselho Europeu, num tom bem germânico, exigindo sinais públicos em como Portugal vai cumprir os seus compromissos no âmbito do Pacto de Estabilidade e Crescimento. É caso para dizer que a chanceler alemã porventura ainda julga que José Sócrates mantém a plenitude dos poderes de primeiro-ministro e, infelizmente, é mais uma prova do Estado a que chegámos.

Os factos

Adeus, José, vai-te embora e não voltes

Diário da República: leitura obrigatória

Com o governo limitado a funções de gestão, e tendo em conta a experiência passada, o Diário da República passa a ser leitura obrigatória a partir de hoje. Mais vale prevenir do que remediar.

Humildade e verdade

Finais Felizes

«Mesmo com o melhor esquema de controlo e manipulação dos media montado por um Governo, Sócrates teve de demitir-se. O crime não compensa! Disse ele na sua última campanha: "Gosto de finais felizes!" Eu também!».

A Retórica dos Fugitivos

quinta-feira, março 24, 2011

Queda do governo: e para quem tinha dúvidas

As declarações que se seguiram à confirmação do pedido de demissão do primeiro-ministro, nomeadamente as de hoje, na sequência de um eventual aumento do IVA, como notícia o Correio da Manhã, são a prova cabal do desespero, a roçar o ódio, daqueles que julgavam que podiam tornar o país refém da chantagem política intolerável.

A triste metáfora

Portugal continua depois da demissão de Sócrates

O dia nasceu lindo. E não há sinais de tumultos, nem tão pouco de manifestações de desespero pela queda do governo liderado por José Sócrates.

quarta-feira, março 23, 2011

O melhor de Sócrates - A verdade

Primeiro-ministro ausente

O debate sobre o PEC4, talvez um dos mais importantes para o futuro do país, continua a decorrer sem a presença do primeiro-ministro, porventura demasiado ocupado a começar a arrumar os papéis.
P.S. Ou será um recado para António Costa?

Debate do PEC4

Transmissão pode ser seguida através do link do Público.

Manuela Ferreira Leite no dia do PEC4

A ex-líder do PSD vai fazer uma intervenção de fundo no dia em que o Parlamento discute o PEC4. É mais um gesto de seriedade política de Pedro Passos Coelho. Porventura, até não tinha de o fazer, pois é preciso não esquecer que só não foi eleito Deputado porque a anterior direcção assim o entendeu. Mas de caça às bruxas não reza a história, pois não?

O melhor de Sócrates - O esforço

Queda do governo: iminente

Hoje, pode ser um dia grande para Portugal. O dia em que começa a clarificação essencial para resolver os problemas do país. O dia em que Portugal começa a libertar-se do pior primeiro-ministro desde o 25 de Abril.
P.S. Os "senadores" da República, in extremis, manifestaram a sua angústia e preocupação por causa da iminente queda do governo. É caso para perguntar por onde andaram nos últimos anos?

terça-feira, março 22, 2011

O melhor de Sócrates - O futuro

Depois da ameaça e da chantagem

Os últimos dez dias revelaram até que ponto uma determinada forma de governar está liquidada. A ameaça da crise política não pegou. Nem tão pouco pegou a chantagem da estabilidade ou o caos. A partir de agora, será que só resta aos socialistas o discurso do medo? Haja um mínimo de bom senso. Os socialistas têm de ajudar o primeiro-ministro a terminar o seu mandato com uma réstia de dignidade.

Dez pontos de análise sobre as presentes circunstâncias

José Adelino Maltez, in Sobre o tempo que passa.

Se vale tudo na governação

O ataque à comitiva benfiquista, em plena autoestrada, é um sinal perigoso dos tempos, uma manifestação de selvageria que não encontra limites, nem na polícia, nem na justiça, nem no civismo. A agressividade latente no desporto não é mais do que o espelho da sociedade portuguesa. Afinal, para os energúmenos do costume, se vale tudo na governação, por que razão não pode valer tudo no desporto?

E depois da irresponsabilidade

Está a ser penoso assistir a alguns dos principais elementos do governo a assumirem o papel que deveria pertencer, por direito e decoro democráticos, aos socialistas que ainda apoiam o Executivo, pelo menos em público. Diariamente, as vozes que se levantam em defesa do governo são as dos próprios membros do governo, evidenciando o embaraço e o vazio galopantes no seio do PS. É preciso mais alguma prova de que o governo em funções já não governa, nem tem condições para governar?

segunda-feira, março 21, 2011

Censos 2011 sem senso

A questão 32 do Censos 2011 pode deitar por terra todo um trabalho essencial. Será que as centenas de milhar de trabalhadores a recibo verde estão disponíveis para «assinalar a opção Trabalhador por conta de outrem?». De facto, não há nada pior para um levantamento estatístico do que a existência de dúvidas sobre a sua credibilidade.

José Sócrates: uma nega total e inédita

Todos os partidos da oposição, da esquerda à direita, recusaram qualquer entendimento com o primeiro-ministro, José Sócrates. Nas actuais circunstâncias, é de assinalar que é uma proeza de monta na história da Democracia. E diz tudo, ou quase tudo, sobre a governação socialista dos últimos seis anos.
P.S. Luís Amado só não deu o golpe mortal no governo a que pertence porque não tem qualquer tipo de peso político ou representatividade no seio do Partido Socialista. Mas lá que lhe fica bem o papel de Henrique Chaves dos socialistas lá isso fica, com todo o mérito.
P.P.S. O desespero governamental é tal que Jorge Lacão falou ao país.

J.P. toma lá

A crise não é para todos.

Governo sem credibilidade

A ronda do primeiro-ministro com os partidos com assento parlamentar não deu resultados, evidenciando o impasse. Se houvesse credibilidade e verdadeira vontade de ultrapassar a crise, o governo já teria prometido a apresentação de um novo PEC no caso de chumbo no Parlamento, conforme disse, e muito bem, Francisco Louçã.

domingo, março 20, 2011

Líbia: o limite dos ditadores

O ataque à Líbia, sob a égide da ONU, inaugurou uma nova era nas relações internacionais.
Os ditadores de todo o mundo podem roubar, percorrer as passadeiras vermelhas das grandes conferências internacionais e até podem fazer negócios com os países democráticos do Ocidente, mas a partir da agora não podem matar os seus povos à força das armas.
O progresso é assinalável. No entanto, fica por saber até quando podem matar os seus povos à fome, como revelam os genocídios cada vez menos mediáticos e esquecidos.

Paulo Portas: É agora ou nunca

O líder do CDS/PP é um político confiante. O discurso de encerramento do 24º congresso é a prova cabal de que o partido está com o seu líder. Só falta o país. E como sublinhou, e com lucidez, é agora ou nunca.

CDS/PP: A oportunidade de Paulo Portas

Paulo Portas sabe que a oposição firme ao governo socialista está a começar a dar dividendos. E está a agarrar a oportunidade histórica para alcançar o estatuto de partido ao nível do PS e do PSD. O 24º congresso do CDS/PP não poderia estar a correr melhor. Só falta o discurso de encerramento para fechar o encontro com chave de ouro.

sábado, março 19, 2011

Venda de armas para a Líbia

No último debate quinzenal, Francisco Louçã denunciou que Portugal vendeu armas para armar o ditador e sanguinário Muammar Kadhafi, invocando um artigo do The Guardian.
O primeiro-ministro negou, com uma resposta que, aliás, já foi desmentida.
Será que num país democrático é possível que as dúvidas fiquem assim a pairar no limbo? Não há uma investigação que vá até ao fundo da questão? Afinal, são só contratos de reparação de aviões ou mais qualquer coisa em trânsito?

Há lodo nos tribunais

PS: alternativa em movimento

A crise política é muito mais do que uma questão do governo. José Sócrates passou a ser parte do problema a nível institucional e partidário, como comprovam as declarações de Manuel Maria Carrilho e Medeiros Ferreira. A solução para o país sair do impasse passa pelo debate e por alternativas, eleitoriais ou outras, pelo que chegou a hora dos militantes socialistas darem o seu contributo para a clarificação... enquanto é tempo.

sexta-feira, março 18, 2011

Pedro Passos Coelho: O que vai mudar?

O líder do PSD tem de começar a falar sobre o seu projecto para o país. E para sustentar a diferença em relação à governação socialista, deveria começar por manifestar claramente a sua posição sobre a corrupção e até sobre a promiscuidade entre a política e os negócios.
O que vai mudar se chegar à liderança do governo?
O artigo do Público, "Deputados com ligações ao sector onde legislam", até pode ficar sem resposta das lideranças parlamentares do PS e do PSD, mas o candidato a primeiro-ministro de Portugal não pode ficar em silêncio, a não ser que não tenha nada de novo para trazer para a política portuguesa.

Manter o pote a todo o custo

A sucessão vertiginosa de entrevistas e de declarações dos principais ministros não deixam quaisquer dúvidas: os socialistas estão aterrados com a possibilidade de serem apeados do poder. E para quem tinha dúvidas, o debate quinzenal está a deixar tudo ainda mais claro.

Salvar a pele

O amigo Costa

Um dos mais ferverosos apoiantes de José Sócrates saiu a terreiro para desancar politicamente o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, no preciso momento em que o primeiro-ministro não tem poupado elogios à execução orçamental.
É caso para dizer que os truques e as piruetas estão a contaminar os socialistas. E mais: a solidariedade de António Costa com José Sócrates, que tem sido uma constante desde 2005, certamente fará parte do debate na hora da sucessão no PS.

quinta-feira, março 17, 2011

PM: truques passam a piruetas

Começa a ser impossível acompanhar o ritmo de truques do primeiro-ministro. Depois do truque do PEC 4, prometido em Bruxelas, à socapa e à revelia de todos, o ritmo vertiginoso de piruetas tem sido alucinante. Da necessidade de votação no Parlamento à ameaça de demissão em caso de chumbo, passamos à negociação total e à possibilidade de apenas haver uma discussão parlamentar.
Cada dia que passa, o primeiro-ministro conforta a decisão de Pedro Passos Coelho de acabar com esta triste farsa que deixa o país ainda mais à rasca.
P.S. À excepção de Mário Soares, o silêncio dos militantes socialistas é indigno da história do PS.

Fukushima: Não obrigado

Depois de Three Mile Island e de Chernobil, Fukushima é mais um alerta para os enormes riscos da energia nuclear. Felizmente, Portugal não seguiu o caminho do nuclear, uma das muito poucas medidas positivas da governação socialista.

À espera do presidente ou de eleições

A crise política desencadeada pelo governo está a gerar uma resposta extraordinária da parte dos portugueses. Não há sinais de qualquer tipo de agitação, muito pelo contrário, a aceitação em relação a uma eventual intervenção presidencial ou alternância estão a ser recebidos com toda a naturalidade. Aliás, quanto mais o governo insiste em tentar disfarçar o truque que conduziu o país ao impassse, mais evidente fica a necessidade e/ou a vontade de uma efectiva mudança.

quarta-feira, março 16, 2011

Queda do governo: começou a contagem decrescente

A ligeira descida da taxa de juros depois do Conselho Europeu já lá vai. E a credibilidade também, como atesta mais um corte da Moody's no rating da dívida portuguesa. O preço do dinheiro do novo leilão, que se realiza hoje, já deverá reflectir o esticar da corda do primeiro-ministro, que ameaçou, 0ntem, com a demissão do governo no caso do PEC ser chumbado no Parlamento.

terça-feira, março 15, 2011

A pior noite de Cavaco Silva

A entrevista do primeiro-ministro a Ana Lourenço, na SIC, é a prova que o governo não tem quaisquer condições para continuar em funções.
Qualquer que seja o prisma da análise, o resultado é desastroso do ponto de vista interno e externo.
O desnorte, a dissimulação e o delírio políticos foram tais que o presidente da República não pode deixar passar nem mais um dia sem uma intervenção que ponha cobro à actual situação.

Governo e camionistas de acordo

O fim da paralisação dos camionistas é uma boa notícia para o país. Melhor notícia será ainda depois de conhecer os contornos da solução, esperando que não se trate de mais um truque governamental para adiar o problema de fundo: o direito dos camionistas e transportadoras a uma ajuda que lhes permita manter a actividade e garantir o escoamento dos produtos portugueses.

Portugal sem governo à beira da paralisação

O governo continua a revelar incapacidade para negociar com as transportadoras, cujo protesto está a assumir contornos gravíssimos. Com uma crise económica e financeira dramáticas, em acumulação com uma crise política, é gritante a falta liderança de um governo que já não governa, que apenas está concentrado em sobreviver politicamente.
P.S. Com tantos e tantos milhões para anunciar obras faraónicas, o ministro António Mendonça não tem uma folga para ajudar quem trabalha, quem está na primeira linha da exportação dos produtos portugueses?

Bloco Central em pânico

O último truque do primeiro-ministro, que atirou o país para uma crise política inevitável, está a gerar reacções curiosas. Até agora, ainda não foi possível perceber quem está mais precupado: a maioria dos militantes do PS que vivem à sombra do Estado ou a minoria dos militantes do PSD que nunca aceitaram a liderança de Pedro Passos Coelho?
P.S. A única certeza é que Ricardo Salgado, líder do grupo Espírito Santo, está preocupado com a possibilidade de existirem eleições antecipadas. Aparentemente, ainda não houve jantarinho, pois não?

Pontapé no traseiro

Triste Europa

segunda-feira, março 14, 2011

Salve-se o golfe

PM: Sem um pingo de vergonha democrática

A demagogia sem limites ajuda a liquidar a credibilidade que ainda resta a Portugal.

PM: Discurso oficial das 20H

Capuchinho vermelho, lobo mau ou a demagogia do costume?

À beira do abismo

Passos Coelho avança e Sócrates em silêncio

O líder do maior partido da oposição pediu uma audiência ao presidente da República. Pode ser que o primeiro-ministro quebre o silêncio pesado, cada vez mais pesado e incompreensível na actual conjuntura política.

Paulo Portas: a garantia da clarificação

Paulo Portas prestou um bom serviço ao país: o novo PEC vai ter de passar pelo Parlamento.

Está lélé da cuca

domingo, março 13, 2011

Eleições antecipadas: geração à rasca pode fazer a diferença

Depois de mais um truque do primeiro-ministro, que saiu manifestamente mal, as eleições antecipadas já são admitidas por todos — até por Marcelo Rebelo de Sousa. Não poderia ter havido melhor momento para a consolidação do movimento protagonizado pela Geração à Rasca, cuja força e capacidade de mobilização ficaram bem patentes. Com continuação garantida no Facebook: "Fórum das Gerações-12/3 e o Futuro".

Geração à Rasca: uma foto que vale 300 mil mensagens

sábado, março 12, 2011

Geração à rasca: a manifestação da dignidade

A monumental manifestação dos jovens (e menos jovens) foi uma demonstração inequívoca que o país tem futuro, não obstante este governo ou qualquer outro que venha a demonstrar a mesma incompetência e insensibilidade.
Quem esteve na rua, quem sentiu a energia positiva de uma geração que tem sido humilhada e esquecida, ficou a saber que o país está a mudar. E também ficou a saber que esta geração está melhor preparada, tem mais consciência social e, sobretudo, não está sozinha.
P.S. Todos aqueles que agitaram o espantalho da manipulação política, os riscos de instrumentalização partidária e até o fantasma da violência foram derrotados por uma demonstração de civismo exemplar.

Japão: sismo obriga a debate sobre o nuclear

O sismo que assolou o Japão impressionou pelas imagens de devastação que correram o mundo. E vai obrigar a um novo debate sobre os riscos da opção nuclear e de centrais que funcionam há décadas, como a de Fukushima, que já deu origem a um alerta nuclear internacional.

O verdadeiro Sócrates

O primeiro-ministro de Portugal foi genuíno nas declarações à saída do Conselho Europeu.
É quase surrealista que José Sócrates tenha falado verdade para explicar as mentiras e as omissões ao presidente da República, ao Parlamento e aos parceiros sociais.
Este momento, politicamente patético e triste, ficará como um dos exemplos mais gritantes da governação dos últimos seis anos, em que o próprio líder político confessa que enganou os portugueses para melhor tentar convencer os líderes europeus.

P.S. A reacção de Pedro Passos Coelho foi pronta, certeira e clarificadora. O líder do maior partido da oposição não pode continuar a pactuar com este tipo de governação do vale de tudo. E para ter o apoio dos portugueses, basta-lhe demonstrar que tanto ele como os seus principais conselheiros não são feitos da mesma massa do (ainda) primeiro-ministro de Portugal.

sexta-feira, março 11, 2011

Falta igualdade entre gerações

Carlos Alexandre: guerra suja em marcha

A "guerra" suja contra o juiz Carlos Alexandre só surpreende quem não tem acompanhado os últimos anos da actualidade. Por isso, ainda tem maior relevância a manchete do jornal Público: «Juiz Carlos Alexandre acredita que já foi alvo de escutas ilegais na investigação do Freeport». Este incidente é a prova, mais uma, da existência do clima mafioso que se abateu sobre o país.

P.S. Depois de, em 2007, ao Sol, e recentemente numa entrevista à TSF, ter reafirmado que há escutais ilegais realizadas no aparelho do Estado, o procurador-geral da República vem agora espantosamente (ou não) tentar corrigir a acusação que tornou pública e notória, dizendo que não se referia aos serviços de informações. Ora, se o próprio também afirmou que não tem meios para controlar a realização de escutas ilegais, como é possível que tente excluir quem quer que seja? De facto, para um mandato tão desastroso, que contrasta com uma carreira tão longa e luminosa, só faltava mesmo mais um processo a um jornal e a jornalistas.

quarta-feira, março 09, 2011

Cavaco Silva: o presidente a falar verdade

O discurso de tomada de posse não defraudou as expectativas. É com a verdade que se enfrentam os problemas. E também é com a verdade que se critica a (des)governação.
Depois das palavras presidenciais, o primeiro-ministro só tem um caminho: ou demite-se, ou apresenta uma moção de confiança no Parlamento.

Portugal sem tempo

Boys em apuros: guia prático

«Ocorreu-me comparar este gesto [demissão voluntária do director da London School of Economics, devido aos financiamentos de Kadhafi] com o processo de reabilitação em curso do avençado Rui Pedro Soares, o administrador colocado na comissão executiva da PT para fazer de embaixador pessoal e coordenador de operações negras de José Sócrates»
Pedro Lomba, in Público

Cavaco Silva: um dia de esperança


O momento é tão grave que todos esperam uma mensagem que seja mais do que um conjunto de palavras de circunstância. O discurso de tomada de posse do presidente da República reeleito tem de ser marcante e clarificador.

terça-feira, março 08, 2011

Apita o Mendonça

Orgulhosamente sem o FMI

O discurso do secretário-geral do PS, que (ainda) é primeiro-ministro, no momento de apresentação da moção ao XVII congresso do PS, em Viseu, é um retrato fiel do desnorte dos actuais governantes. Então recorrer ao FMI significa uma «perda de dignidade»? De quem? Dos portugueses? Indignidade, para não lhe chamar atitude desesperada para manter o tacho, é adiar até ao limite o recurso ao FMI nem que isso signifique afundar ainda mais o país.

Geração à Rasca: quem se mete com o PS...

Representantes do "Movimento Geração à Rasca" foram corridos a empurrões e pontapés depois de interromperem o discurso de José Sócrates em Viseu.
P.S. No próximo dia 12, este movimento vai promover uma manifestação, convocada a partir do Facebook. Será que vão ser corridos à bastonada?

segunda-feira, março 07, 2011

Líbia: problema sem fim à vista

Se não fosse trágico, os discursos de Muammar Kadhafi a culpar a Al Qaeda pela revolta na Líbia estariam ao nível das melhores comédias. Mas em tudo o que é risível também há algo que nos faz pensar: será que o ditador aprendeu a lidar com o problema interno com o mesmo cinismo com que as democracias ocidentais lidam com os problemas externos?

Angola: com petróleo e sem liberdade

A estratégia de antecipação (manifestação organizada pelo MPLA) desmobilizou o movimento espontâneo de contestação ao regime de José Eduardo dos Santos. Ainda assim, o arbítrio tão caro à ditadura angolana precisava de um toque final: a prisão de jornalistas.
Em tempos de mudança, que varrem os regimes sanguinários e criminosos, de ocidente a oriente, eis mais um sinal para os portugueses terem de engolir. Afinal, quem se verga em relação a ditadores tem de fazer de conta que não percebe que a arrogância do petróleo e dos diamantes não tem limites.

sábado, março 05, 2011

sexta-feira, março 04, 2011

Alternância: os barões incomodados

Rui Rio e Jorge Sampaio vieram a público fazer o que Pacheco Pereira já tinha feito com muito mais mestria: lançar um aviso para dentro do PSD, alertando para o facto de Pedro Passos Coelho estar cada vez mais perto de chegar ao poder.
O presidente da Câmara do Porto, eterno candidato à liderança do PSD (que vai liquidando politicamente aqueles que não tiveram medo de avançar), engoliu as críticas ao governo para alertar que a resolução da crise não passa pela alternância; o ex-presidente da República (o único que conseguiu demitir um governo sustentado por uma maioria parlamentar) defendeu a estabilidade de mais um qualquer pacto de regime, quiçá a formação de mais uma versão do Bloco Central.
Se é surpreendente o incómodo que a possível alternância política está a provocar, ainda mais surpreendente é a concepção política destes barões do regime que, agora, tentam descredibilizar e lançar o medo sobre as eleições democráticas.

Uma Anschluss à moda portuguesa

quinta-feira, março 03, 2011

Mais austeridade a caminho

O sinal está dado pelo mercado: a taxa de juros do dinheiro que o país tem de pedir emprestado baixou ligeiramente.
A questão que agora se tem de colocar é a seguinte: quais foram as novas medidas de austeridade que o primeiro-ministro prometeu a Angela Merkel?
Como o povo nunca sufragou estas medidas, a legitimidade política do governo para as levar por diante é mais do que questionável. Fazer de conta que a questão não se coloca, mais não é do que agravar o actual estado de pântano..

quarta-feira, março 02, 2011

E depois de Berlim: a subserviência

O encontro entre a chanceler alemã e o primeiro-ministro português ficou pelas meras palavras de circunstância. Certamente, nos próximos dias, e através da evolução das taxas de juro do dinheiro que Portugal pede emprestado, ficaremos a saber se houve alguma mudança. Para já, o essencial do encontro ficou reduzido à pergunta de Luís Ferreira Lopes, editor de Economia da SIC: a deslocação a Berlim não é um gesto de subserviência em relação á Alemanha? Sócrates respondeu: Não. E lá continuou com os estafados oito séculos de história.

Matar a regionalização

Lá vai ele, a caminho de Berlim

O primeiro-ministro já deve estar a coligir as últimas continhas do país para mostrar à chanceler alemã, Angela Merkel. Ninguém sabe se a apresentação vai ser com teleponto ou Moleskine, com os números muito alinhadinhos. A única certeza, e bem triste, é a sensação de que o diktat alemão está sobre as nossas cabeças, por culpa da (des)governação, como sintetiza Rodrigo Moita de Deus.
P.S. Vai valer a pena assistir à performamnce à saída do gabinete de Merkel.

terça-feira, março 01, 2011

Pacheco Pereira: a declaração que faltava a Passos Coelho

O governo deve estar por um fio, a atender à entrevista de Pacheco Pereira: «As democracias têm procedimentos e não devemos interromper, traumaticamente, esses procedimentos».
O alerta está dado para dentro do PSD: Pedro Passos Coelho deve estar mais próximo do que muitos julgam de chegar ao poder.

Merkel versus Sócrates: à beira do pesadelo

O encontro entre a chanceler alemã e o primeiro-ministro português tem algo de dramático. Só falta que, à entrada ou à saída do encontro, que se realiza quarta-feira, em Berlim, às 16horas, José Sócrates se lembre de declarar aos jornalistas: sair do governo... porquê? O povo ama-me.

Desemprego: novo recorde

11,2 por cento entre Setembro e Janeiro. Não é propaganda. É obra, é obra de José Sócrates, do governo e da maioria socialista.

Rui Pedro: um caso para reflectir

13 anos para proferir uma acusação, é muito tempo. Não há propaganda que valha. A Justiça tem de merecer maior atenção da parte do governo e do legislador. E tem de haver vontade política para encontrar soluções, em sintonia com magistrados e polícias.

Khadaffy ri-se e continua a massacrar

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

A diplomacia francesa: o Grupo Marly

J.M. Correia Pinto, in Politeia

Cavaco Silva: faltam nove dias

A cada dia que passa, cresce a expectativa em relação ao discurso de tomada de posse do presidente da República reeleito.

Austeridade: "Se não têm pão, que comam brioches"

De uma penada, e ainda antes da prova de fogo na Alemanha, o primeiro-ministro e o ministro das Finanças anunciaram a possibilidade de mais medidas de austeridade. A forma politicamente despudorada como se atreveram a avançar tal hipótese, como se fosse algo normal, justifica que alguns já tenham avançado que o governo luta por uma sobrevivência impossível, esquecendo que estão a liquidar o que resta da qualidade de vida dos portugueses.

domingo, fevereiro 27, 2011

Loureiro dos Santos: no melhor pano...

O general Loureiro dos Santos saiu em defesa das Forças Armadas, após ter sido divulgado um telegrama do ex-embaixador norte-americano, dando conta da surrealista política portuguesa de Defesa e de aquisição de equipamentos militares.
Foi uma atitude formal, mas incompatível com a credibilidade de um militar que tem tido uma intervenção pública séria e respeitada.
Afinal, é possível, com seriedade e sem recurso ao insulto, contrariar os argumentos do ex-embaixador norte-americano?
É possível negar que temos mais generais — os tais sentados — do que os nossos parceiros europeus?
É possível disfarçar que algumas aquisições aparecem aos olhos dos cidadãos mais como negociatas do que opções válidas de uma política de Defesa?
Em vez de tentar esconder o sol com a peneira, não terá também chegado a hora de uma verdadeira reestruturação das Forças Armadas?

Kadhafii exilado em Portugal?

À medida que o ditador líbio fica mais isolado, o governo português mostra cada vez mais nervosismo e embaraço, o que explica a escandalosa ausência de uma única declaração oficial de clara condenação. Só faltava mesmo ter o atrevimento de oferecer ao facínora, que já se passeou por Lisboa, com direito a tenda ao lado da residência oficial do ministro da Defesa, o exílio num qualquer condomínio fechado (a sete chaves) no Algarve.

Escutas e mais escutas

A entrevista do PGR à TSF ainda continua a marcar a agenda política. A relação de Fernando Pinto Monteiro com as escutas, as legais e as ilegais, continua a ser difícil, muito difícil de compreender. Mas tudo ficou mais claro com a declaração oficial do primeiro-ministro que, a propósito das polémicas declarações do líder do MP, defendeu que os serviços de informações deviam poder fazer escutas legais...
A resposta do PSD, através de Miguel Macedo, era a única possível e aceitável.

Justiça e ambulância

A notícia sobre a ordem de retirada de uma ambulância para a viatura do ministro da justiça passar vale o que vale. Mas diz tudo da da forma com esta maioria (ainda) exerce o poder.

sábado, fevereiro 26, 2011

Expresso/Wikileaks: um serviço público

O semanário vai divulgar 722 telegramas (2500 páginas) de documentos oficiais que o WikiLeaks teve sobre Portugal. Finalmente, há um órgão de comunicação social português que decide assumir o assunto, evitando a vergonha de ficar de fora num dos momentos mais importantes da história do jornalismo.

P.S. O editorial de Ricardo Costa, director do Expresso, assume uma espécie de censura prévia do governo português por causa de eventuais questões de segurança nacional. É um caminho perigoso, mas para já merece o benefício da dúvida.

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

RTP: Uma nova era

A RTP nunca mais vai ser igual, depois da debandada de quadros para a TVI.
Os tempos da megalomania despesista acabaram. Aliás, o governo não hesitará em mudar de posição em relação ao serviço público, a partir do momento em que este deixe de ser tão decisivo como foi nos últimos cinco anos.

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

São os negócios...

Deve ser isto o “socialismo democrático” do PS.

Líbia: A vergonha sobre o governo

À medida que os confrontos e os massacres se sucedem na Líbia, com um líder facínora a mostrar a sua verdadeira face (a do atentado de Lockerbie), os governantes portugueses vergam-se a um silêncio vergonhoso. O primeiro-ministro recusa comentar o que o mundo comenta, adoptando uma atitude de arrogância política, quando chegou a hora de pedir desculpa aos portugueses por ter embarcado num branqueamento escandaloso da ditadura líbia a troca de uns trocados, e sabe Deus o que mais.
É preciso recordar que há quem tenha estado contra esta política do vale tudo, até na diplomacia (o que também não é novidade), e que não teve medo, mais uma vez, de remar contra a maré, como Ana Gomes (ver também "Portugal no Conselho de Segurança. E a Líbia").

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Plano inclinado: suspenso ou em suspensão?

É uma pena acabar com um programa com uma opinião séria, credível e livre.
A SIC Notícias e o respectivo director do canal, António José Teixeira, ficam a perder.

Execução orçamental: Afinal, era mais um truque

Todos os analistas, da esquerda à direita, ficaram estupefactos quando conheceram, em detalhe, os números da execução orçamental de Janeiro. A euforia (falsa) de José Sócrates está explicada. Aliás, conforme era previsível, sobretudo para todos aqueles que conhecem os últimos anos de governação (ou querem conhecer), a infantilidade e a irresponsabilidade são tais que já nem espantam. Mas continuam a indignar.
Os portugueses não se podem queixar dos sacrifícios que estão a fazer. Só acredita neste primeiro-ministro quem quer ou tem mesmo de acreditar.

P.S. O semanário Expresso sai mal na fotografia. Vai valer a pena esperar pela próxima edição.

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Amigos de Kadhafi calados que nem ratos

O Ministério dos Negócios Estrangeiros tem estado estranhamente silencioso. Enquanto os massacres se sucedem na Líbia, com o assassinato de centenas de civis que lutam pela liberdade, os governantes portugueses, ao contrário de outros europeus, estão calados que nem ratos. Obviamente, já ninguém espera um gesto de decência, uma palavra inequívoca de condenação. Mas nem mesmo um singelo apelo à moderação do amigo (deles) Muammar Kadafi? Será que não emprestou e/ou pagou o suficiente?