CEGUEIRA COLECTIVA À ESQUERDA

O país real merecia mais atenção dos Media, sobretudo em tempos de escolhas importantes para o futuro.

IPSE DIXIT. BOA SEMANA (25/2023)

«A angústia apoderou-se das famílias 

que já deixaram de conseguir pagar 

a prestação da hipoteca de suas casas. 

Para muitos, o valor mensal duplicou».

Paulo Morais

18/06/23

«A geração mais bem preparada para partir».

David Pontes

15/06/23

«O PS quer proteger 

o ministro João Galamba, 

o primeiro-ministro, 

não as 'secretas'».

André Ventura

14/06/23

«Uma mentira dita muitas vezes 

não passa a ser verdade».

David Neeleman 

14/06/23

«Clowns belong in the circus 

– but unless we take politics seriously 

there will be more like Boris Johnson».

John Kampfner

13/06/23

«Fosse a indignação de António Costa 

com o estado da educação 

proporcional à sua indignação com cartazes 

e passaria, de uma vez por todas, 

das promessas à ação, 

dos slogans de algibeira às medidas 

que a comunidade escolar há muito reclama».

Mariana Leitão

13/06/23

«Tema do porco

sempre foi usado

na política».

Joana Amaral Dias

12/06/23

E O ANTÓNIO JOSÉ SEGURO?

«As últimas cenas, com mentiras a granel, pancadaria, destruição, ameaças, sequestros e o SIS ao serviço do governo são apenas sintomas. Marcelo já devia ter convocado o Conselho de Estado. No mínimo. A não ser que considere este gangsterismo o regular funcionamento das instituições».

VIGIADO E PUNIDO

«A partir de março de 2020, Portugal passou a a viver à margem da Constituição (CRP). (...) Tudo isso – segundo o próprio Tribunal Constitucional – foi ilegal. Agora pretendem adulterar a CRP para que na próxima crise sanitária (que já está a ser agendada), sejam decretadas prisões e devassas da vida privada sem engulho».

IPSE DIXIT. BOA SEMANA!

«Nosso compromisso mais urgente 

é acabar com a fome outra vez. 

Não podemos aceitar como normal 

que milhões de homens, mulheres e crianças neste país 

não tenham o que comer».

Lula da Silva

[António Costa] «Decidiu há muito

adiar o que é importante e crucial,

o que é difícil,

o que implica não agradar a todos ao mesmo tempo,

e o que não está na moda».

António Barreto

«O Sr. Primeiro-Ministro ri-se, 

tem tido atitudes inaceitáveis nos últimos tempos, 

o senhor está descontrolado 

e alguém tem que lho dizer».

Rui Rocha

«José Sócrates que lançou a moda dos cheques, 

desde logo a do cheque-dentista. 

E até a do cheque-bebé, 

um nado-morto prometido em 2009, 

mas que nunca chegou a ver a luz do dia. 

Isto muito antes dos seus famosos cheques-boi (...) 

e dos seus célebres cheques em branco.

Joana Amaral Dias

JOANA AMARAL DIAS REVOLTADA

É mais um caso terrível, como tantos outros que não chegam ao conhecimento público.

Raspadinha

«Não basta tudo o que se passou na banca portuguesa nos últimos dez anos? Até hoje (e a fatura ainda não fechou) foram 15 mil milhões oferecidos às instituições bancárias, ou seja, sacados aos trabalhadores e pequenos empresários, sob a capa da austeridade. Não aprenderam nada? Não chegou? Enfim, o ano não podia acabar sem esta negra ironia de agora, já não apenas o Estado, mas mesmo uma obra de beneficência tirar aos pobres para dar aos bancos. Feliz Natal».

Banalíssimas

«O início da história da Raríssimas tem essa espessura da exceção, do único: uma mulher de origens modestas, que perde a sua criança com problemas de saúde graves, consegue transformar a escara numa missão maior pelos filhos dos outros e superar a sua condição social. Valente. Já o que acontece depois transforma a excelência num lixo ordinário, num déjà vu rafeiro: a dita senhora, traça atraída pela luz, rodeia-se de políticos babosos. Assim que a crisálida advém borboleta, eles parasitam-na também. Embebeda-se no vórtex do poder, deslumbra-se, quer ser doutora, vestir estilista, sapatito da marca, viajar, conhecer o Papa, postar a selfie. Quer reverências e salamaleques, respeitinho muito lindo, o seu império crescente, o herdeiro da parada. Quer esquecer o seu passado. Vómito».

O diabo está na conta

«As privatizações serviram para isto: continuar a fazer dos contribuintes e do Estado a vaca leiteira e retirar-lhes qualquer comando estratégico do País. Negócios, negócios, nação à parte. Geringonça, cala e come».

Estado Velho

«A religião católica parece ser "a religião da nação portuguesa", como era no tempo do Salazar. Ainda é? Ainda é salazarista?»

Quarto Escuro

«Eu vi o futuro. Eu vi o futuro e é totalmente machista. Em 2049, na nova distopia de ‘Blade Runner’, acontece o mesmo de sempre: o herói é um homem cuja fantasia familiar-erótica é chegar a casa e ter uma mulher que se liga e desliga com um simples clique».

Alimentar a besta

«Seja Sócrates condenado ou não, uma coisa já é certa: os seus governos foram os mais totalitários da nossa democracia e atraíram oligarquias e a camorra como traça à luz. Talvez se faça justiça. Menos provável é que a nata se veja ao espelho, meta a mão na consciência e não a estenda para dar de comer ao próximo animal».

Conserva familiar

«As personagens são tão vítimas como vilões numa sociedade absolutamente estratificada».

Cachorro Quente

«Wiener-Dog não é propriamente um tratado nem um elogio ao amor interespécies, mais aqui e ali parece ser essa ligação que se salva no meio de tanta misantropia». 

E agora, Angola?

«Angola é um enorme e majestático elefante ferido. Angola é uma tragédia grega, o gigante belo que tinha tudo para vencer mas que cambaleia, vulnerável e faminto. O que custa mais em Angola, o que dói mesmo a valer, é que os 20 milhões de angolanos tinham tudo para ser felizes, os mais felizes de todos. Petróleo, diamantes, gás, terra fértil. Jovens, muitos jovens, as cachoeiras, as grutas, o Mussulo e as florestas. A ginga e a dança». 

O clã ou o povo

«A grande questão que se coloca a João Lourenço, durante uma profunda crise, é se vai aceitar ser o cão de fila do clã ou se vai tentar fazer alguma coisa pelos 20 milhões de angolanos. Enfim, como é que quer ficar para a história. Se quiser figurar como um Presidente respeitado, tem de enfrentar a política oficial da corrupção de Estado, chocando com toda a elite angolana, sendo que, antes de sair, o Presidente certificou-se que continua a receber salário, a beneficiar de imunidade judicial e que se mantêm os chefes da polícia, dos serviços secretos e das Forças Armadas nos próximos oito anos. Isto é, seja qual for o caminho, a viagem vai ser árdua. E, porventura, até violenta».

Caladinhos

«Sim, Angola é frequentemente citada como uma das nações mais corruptas do mundo. Só que são precisos dois para dançar o tango. E se Angola é corrupta, Portugal é irmão. Sobretudo nesta última década, o nosso país tem servido de lavandaria, engomadoria, recreio, centro comercial, parque imobiliário e portal europeu para as grandes fortunas angolanas. Aliás, Portugal foi destacado pela sua permissividade no combate ao branqueamento de capitais e à corrupção, particularmente em relação aos angolanos, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico». 

Muamba

«Embora Angola seja uma potência económica e militar na África Austral, a comunicação social não parece preocupada. Nem sequer a portuguesa, mesmo que tenhamos relações históricas com a terra de Muxima, sendo esta imprescindível para a lusofonia e para as nossas trocas comerciais. É evidente que este desinteresse está relacionado com a dita muamba ou contrabando. Seria bom que todos - cidadãos, políticos e jornalistas - estivessem conscientes de que, em 38 anos, é a primeira vez que a presidência vai mudar de mãos, mantendo-se ou não o MPLA no poder. E, a partir daqui, nada mais será como dantes. Lembrem-se».

A última lição de Mário Soares

«Dez anos depois é ainda mais evidente que o fraco resultado que Mário Soares teve nas presidenciais de 2006 se deveu sobretudo aos podres preconceitos contra a idade».

Espelho meu

«Política americana tornou-se um esgoto a céu aberto».