O NEGÓCIO SERVE A TODOS OS PARTIDOS

Os partidos que agitam a bandeira da alternativa à tradicional alternância foram engolidos pelo sistema em alta velocidade. Num país com uma ferrovia digna do século XIX é o salto de mais de 4,5 mil milhões de euros para o TGV a contento das clientelas, comissionistas e elites. E de todos os partidos, num negócio em que todos votaram favoravelmente, incluindo a Iniciativa Liberal, com o Chega a disfarçar com a abstenção. 

O RETRATO DO REGIME

António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro são protagonistas nas últimas notícias de investigações criminais. Eis o quadro actual da República, que deveria colocar os cidadãos a reflectir sobre a necessidade de uma profunda mudança em Portugal, obviamente sem qualquer prejuízo da presunção de inocência.

IL TESTA SISTEMA ELEITORAL

Rui Rocha não quer trilhar o caminho do CDS/PP, cujo abraço do urso do PSD o atirou para a irrelevância política e partidária. É uma prova de força, em coerência com o distanciamento da Iniciativa Liberal relativamente aos partidos tradicionais, que pode determinar se haverá coligação pré-eleitoral à direita.

O PADRÃO DE MARCELO

«Contra factos, não há argumentos: com Marcelo Rebelo de Sousa em Belém, o resultado está à vista, o desastre consumado. Será que o “filme” ainda pode acabar a contento de todos?».

PRIORIDADE AO DIA-A-DIA DOS PORTUGUESES

 A intervenção de Luís Montenegro, no 41º congresso do PSD, deu prioridade à qualidade de vida, ao dia-a-dia dos portugueses, marcando uma ruptura com o "milagre" económico estatístico que tem como base o sacrifício de velhos e novos, da classe média e dos mais pobres.

P. S. Face à governação de António Costa, que contou com a cumplicidade de Marcelo Rebelo de Sousa (até ao passado dia 7), a apresentação de uma alternativa, entre outras que ainda possam surgir, é um passo para a mobilização da mudança. 

PCP: FORA DE UMA NOVA GERINGONÇA

Uma geringonça2, designadamente com o PCP, só pode estar fora do horizonte de qualquer democrata, socialista ou não, enquanto os comunistas recusarem obstinadamente a condenação de Vladimir Putin pela invasão da Ucrânia. 

P. S. Nos próximos quatro meses, José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos têm o dever de o afirmar, letra por letra, obviamente antes das eleições para a liderança do PS. É que Luís Montenegro já o deixou cristalino em relação ao Chega.

PACTO COM DIABO

O tempo em política é providencial, é como o algodão que não engana. Passada a cumplicidade entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, ao longo dos últimos 8 anos, o que agora mais importa é saber se André Ventura já "vendeu" a aprovação de um governo do PSD e IL, mesmo ficando de fora, sabe Deus em que condições. 

P. S. No jardim à beira mar plantado, com mais ou menos bola dentro do buraco, a factura chegará, mais tarde ou mais cedo, sobretudo para quem mentiu, manipulou e ainda almeja continuar a condicionar na sombra. O que mudou desde as eleições legislativas de 30 de janeiro de 2022?

O "NÃO" AO CHEGA ATÉ À PRÓXIMA CAMBALHOTA

A entusiasmada ratificação da cambalhota de Miguel Albuquerque deixa o líder do PSD numa posição frágil. O "não" ao Chega, que é mesmo "não", promete agora Luís Montenegro, não afasta outras possíveis cambalhotas, em futuros actos eleitorais, repetindo em Lisboa o que aconteceu na Madeira, para chegar ao poder.

GOVERNO A FUGIR DE BAIXAR IMPOSTOS

As propostas de alívio fiscal do PSD, do Chega, do Bloco de Esquerda e do PAN esbarraram na maioria absoluta do PS. A novidade é que nenhum membro do Governo marcou presença no Parlamento. É António Costa cada vez mais distante da realidade, com a habitual falta de respeito institucional pelo Parlamento e em estado de isolamento político.

CHEGA À FRENTE

O partido de André Ventura, consequente com a sua estratégia, apresenta uma moção de censura ao governo liderado por António Costa. Por sua vez, a Iniciativa Liberal, também em coerência política, e apesar de toda a distância marcada em relação ao Chega, anunciou que vai votar favoravelmente. Por último, o PSD, numa atitude politicamente arrogante, que contraria as críticas ao XXIII governo, também já anunciou a abstenção.

O DILEMA NA MADEIRA

O melhor retrato do bloqueio político no país é bem sintetizado pela perspectiva das próximas eleições na Madeira: a alternativa ao partido (PSD) de uma maioria regional com laivos autoritários é o partido (PS) de uma maioria de um governo da República comprovadamente à deriva.

P. S. Ficámos a saber que a Madeira é pelo menos 50% Portugal, em termos de investimento público, a levar a sério o último discurso de António Costa, enquanto secretário-geral do PS.

MONTENEGRO A SAIR DA CASCA

O discurso do líder do PSD, no encerramento da Universidade de Verão do partido, surpreendeu pela frontalidade e clareza: «Estes oito anos, valeram a pena? Qual a evolução de Portugal? Os salários subiram? Não. Os problemas sociais estão ultrapassados? Não. Os jovens têm esperança? Não. Os serviços públicos estão a funcionar melhor? Não».

P. S. De sublinhar que a SIC N, a exemplo do que tem feito com o primeiro-ministro, deu ampla cobertura do discurso em directo. 

MARCELO: MAIS UMA NOVA BRINCADEIRA

Marcelo Rebelo de Sousa é conhecido pela bonomia e sentido de humor, mesmo com assuntos seríssimos. Na Universidade de Verão do PSD, com mais uma intervenção vulgar e medíocre, falou da Ucrânia mas fugiu – pasme-se! – aos problemas prementes do portugueses. Cada vez mais cercado pelo falhanço, já começou a tentar condicionar o seu próprio obituário político: gostaria de ser lembrado pela proximidade. Com quem? Com ucranianos? Com imigrantes tratados como lixo? Com os sem-abrigo que prometeu retirar das ruas? Com os idosos e reformados espezinhados por António Costa?

As falácias, que fazem parte do seu longo percurso político, podem continuar a merecer a nojenta cobertura apologética da comunicação social, mas não resistem ao sofrimento dos cidadãos que vão para os centros de saúde de madrugada, que correm o risco diariamente de morrer à porta das Urgências hospitalares, que esperam anos por justiça, que esbarram na escola pública paralisada, que têm medo de andar na rua, porque se sentem abandonados, enquanto assistem ao patético branqueamento que lá vai cavando a ilusão da popularidade fácil.

P. S. Cada vez mais afundado no folclore, popularucho e gratuito, não admira a cautelosa promessa que não há papéis nem um livro de memórias. Felizmente, há áudios, vídeos e a memória colectiva para comprovar a desilusão, nalguns casos a roçar a mistificação, a manipulação e a fraude políticas.

SOBRESSALTO CÍVICO

«Para lá do que é óbvio, em matéria de consolidação de uma democracia, designadamente a exigência permanente e centrada na melhoria das condições de vida das famílias, na melhoria da ‘vidinha’, seria bom que o sobressalto abrangesse outros domínios».

PS: A MENTIRA FAZ-SE MENTINDO

A reacção do PS ao discurso de Luís Montenegro na festa do Pontal teve uma novidade. O partido responsável por alguns dos maiores embustes, truques e mentiras políticas, em particular nos últimos 8 anos, veio a terreiro acusar o líder do PSD de «não estar bem informado ou de querer desinformar», a propósito do óbvio "esbulho fiscal" em curso. Será que o habitual descaramento político não chegou para acusar o líder do PSD de promover fake news?

P: S. Porfírio Silva foi o porta-voz para o serviço.

PONTAL DE ARROJO, SILÊNCIOS E TEIMOSIA

O discurso de Luís Montenegro no Pontal foi auspicioso, trouxe pelo menos uma medida  arrojada (premiar o mérito), mas mais uma vez apenas e só prometedor. A incompreensível esponja passada sobre a banca, a corrupção, a habitação, a justiça, a saúde e mais sensibilidade social na governação revela até que ponto o PSD está distante da percepção dos cidadãos. 

P. S. António Costa obteve uma vitória que tem compensado uma grande parte dos erros cometidos desde 1995: ter lutado em Bruxelas por uma política de apoio ao crescimento que evitasse a draconiana imposição de mais sacrifícios aos cidadãos. Passados 8 anos, o PSD continua sem o reconhecer, quedando-se por ficar à sombra de um presidente cada vez mais politicamente folclórico e irrelevante. 

MONTENEGRO E A CONVERSA NO PONTAL

«O líder do PSD tem cada vez menos tempo para mudar, a não ser que as suas declarações políticas sejam apenas o replicar da conversa típica de mais um convívio entre amigos, em que tudo parece simples e claro, tão fácil como numa qualquer coluna de opinião».

PÂNICO NO SEIO DO PODER

Muito se tem falado e escrito sobre as investigações que levaram às buscas a casa de Rui Rio e a várias sedes do PSD, mas poucos saberão o que realmente se está a passar. Tal e qual como em relação à dimensão e ramificações dos escândalos da corrupção no sector da Defesa e da fraude na Altice em tempos de governação absoluta do PS. Por ora, folclore à parte, desnecessário e merecedor de reparos, apenas uma única certeza: quando a justiça dá prova de funcionar e a age provoca o pânico no seio do poder, aliás atestado pelos "cândidos" pedidos de esclarecimentos ao Ministério Público.

P. S. As reacções de André Ventura e Rui Rocha são sinais de mudança.

PS E PSD: CAMPEÕES DO AUMENTO DE IMPOSTOS

«Nas últimas duas décadas e meia, Portugal esteve entre os poucos países da União Europeia (UE) que aumentou as taxas máximas do imposto sobre o rendimento, de acordo com o relatório anual da Direção-Geral de Impostos e União Aduaneira da Comissão Europeia, tendo sido mesmo, dos que aumentou mais».

DO ANÚNCIO DA (REPETIDA) TRAGÉDIA À RÁBULA DE BRUXELAS

António Costa foi a Pedrógão Grande, mais de uma semana depois da data da passagem de mais um aniversário da tragédia, afirmar olimpicamente, ao lado da actual espécie de presidente, que nos devemos preparar para uma eventual repetição de tamanho desastre. Entretanto, perante tal desfaçatez política, que contou com a cumplicidade da generalidade da opinião publicada e da comunicação social, não admira que uma certa maltosa ainda queira continuar a entreter o país com a rábula da fuga de António Costa para Bruxelas.

P. S. A oposição liderada pelo PSD começa a ser anedótica, mesmo com os portugueses indefesos face à confusão reinante no seio do SNS e das forças policiais.