PAPA LEÃO XIV E O SILÊNCIO DA IGREJA PORTUGUESA

Papa Leão XIV voltou a apelar a um cessar-fogo nas regiões em guerra, pedindo negociações de paz.

P. S. A cúpula da Igreja portuguesa continua a manter um estranho silêncio: a última declaração formal, por exemplo sobre Gaza, registada no site oficial da Conferência Episcopal, data de 4 Dezembro de 2024.

SEM JOVENS E CIDADANIA NÃO HÁ FUTURO

Jovens de todo o Mundo, sobretudo universitários, desfilam e protestam contra o genocídio em Gaza. Por cá é a miséria silenciosa e ordeira, nem meso aqueles mais activistas se fazem ouvir em nome da solidariedade com as vítimas civis inocentes.

P. S. Se estiveram à espera do apoio dos Media ou da Igreja bem podem continuar a esperar calados e sentados.

IGREJA PORTUGUESA SEM GAZA

O silêncio ensurdecedor da Igreja portuguesa, mesmo depois das intervenções cristalinas e corajosas do Papa Leão XIV, tem beneficiado e facilitado a cumplicidade da política externa portuguesa com o genocídio em Gaza.

P. S. Afinal, não foi só com António Costa, os bispos portugueses continuam ao lado seja de quem for que esteja no poder, seja qual for o caminho seguido por mais desumano e politicamente indecente que possa parecer a qualquer católico. Algumas declarações avulsas não são suficientes.

IGREJA À DIREITA

 A eleição de Leão XIV antecipa a viragem à direita em termos mundiais.

VATICANO: OLH'Ó FUMO

É preto, ontem, espera-se que seja branco, hoje. O tom dos Media no momento da eleição de mais um Papa, com ou sem os Prada encarnados, continua a ser semelhante a qualquer novela de rock star. Só falta Hollywood walk of fame.

CONCLAVE: BANALIDADES À SOLTA

Felizmente, os conclaves no Vaticano são espaços no tempo. Desde a chaminé às cortinas, as banalidades estão novamente à solta, apesar de tanto e tanto para informar em véspera de eleições.

P. S. Um papa português. Só falta o fado, porque futebol está garantido com o derby.

MAL MENOR ABENÇOADO PELO PAPA

«A resignação, o silenciamento, a censura e a perseguição nunca podem substituir a palavra livre e o escrutínio democrático, pois matar a cidadania é tão perigoso como todo o arsenal nuclear do planeta».

PINTO DA COSTA E O CARDEAL

O anúncio de D. Américo Aguiar como o primeiro candidato do Conselho Superior da recandidatura de Jorge Nuno Pinto da Costa não surpreende nem os anjinhos, porque é mais do que um desafio aos católicos, é também um jogo com todas as dúvidas acumuladas sobre o futebol e sobre a forma como o Futebol Clube do Porto tem sido gerido nas últimas quatro décadas, é em última análise um teste à justiça.

P. S. Quem se segue: Augusto Santos Silva e Marcelo Rebelo de Sousa?

IGREJA MAIS ATENTA ÀS QUESTÕES SOCIAIS

O patriarca de Lisboa foi duríssimo em relação à governação de António Costa, na comunicação ao país e na Missa de Natal, quiçá deixando mais claro o motivo da ausência de Marcelo Rebelo de Sousa na Sé de Lisboa.

P. S. Faltaram palavras sobre os abusos e o esclarecimento que tarda sobre as indemnizações financeiras.

NOVO PATRIARCA, NOVA OPORTUNIDADE

D. Rui Valério, o novo Patriarca de Lisboa, marcou a diferença com o seu antecessor, dando sinais de esperança numa nova atitude da Igreja, mas já perdeu duas oportunidades públicas para assumir, finalmente, as reparações às vítimas dos abusos.

JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE: A FACTURA À LA PS

A verba gasta na Jornada Mundial da Juventude começa agora a ser parcialmente conhecida: «Dos 75 milhões de euros previstos em investimento público, o portal Base mostra como foram gastos 41,2 milhões. A maioria por ajuste direto. Dos 251 contratos, dos quais só 18, correspondentes a 7%, foram adjudicados por concurso público. Ou seja, 93% foram por ajuste direto».

P. S: Marcelo Rebelo de Sousa continua a encobrir a realidade.

O ESTADO NÃO É LAICO. O ESTADO É NEUTRO

«A Constituição não garante a liberdade da laicidade e muito menos do laicismo; porque não é preciso, uma vez que essa liberdade é a liberdade religiosa, e esta sim garante e promove».

CARDEAL NÃO CHEGA A PATRIARCA DE LISBOA

Rui Valério é nomeado patriarca de Lisboa.

P. S. Falhou o poderoso lobbie pela ascensão de D. Américo Aguiar a Patriarca de Lisboa.

UM PAPA MAIS CATÓLICO DO QUE SE JULGA

«Ser católico não é ser intransigente com os que pensam de forma diferente, ou ser sectário, antes pelo contrário: é ser universalista e integrar todos e cada um».

O QUE FICA DA JORNADA?

«O empoderamento conferido aos jovens crentes pelas mensagens do Papa Francisco pode ser que leve a maior exigência de respostas, de transparência e de explicação das ações e omissões do funcionamento geral da sociedade portuguesa, da União Europeia e do Mundo».

JMJ: À ESPERA DAS CONTAS

Vai haver «contas ao cêntimo» relativamente à Jornada Mundial da Juventude, ou seja nada a que Igreja não estivesse obrigada. Qual príncipe de outros tempos, com arroz malandrinho à espera, D. Américo Aguiar afirmou ainda que depois cada um pode criticar ou apoiar. Terá esquecido que também ainda há a Lei?

FRANCISCO: A IGREJA NO SÉCULO XXI

«É o fim do carregar a cruz, a culpa e a resignação. Acabou o discurso bafiento de todo o tipo de abusos, dos sexuais à violência doméstica, entre outros. O carácter extraordinário desta mensagem simples e justa entusiasmou os jovens e muitos outros que querem uma Igreja mais próxima, e distante de uma hierarquia balofa, reaccionária e corrupta».

JMJ: E DEPOIS DA PARTIDA DO PAPA FRANCISCO?

A mensagem revolucionária do Papa Francisco nos últimos cinco dias, que marcará o futuro do cristianismo e dos próprios edifício e hierarquia da Igreja, e que merece a reflexão e o debate, tem pela frente a realidade que está de volta, em que voltam a emergir, à frente dos nossos olhos, os desafios tão gigantescos quanto necessitados de uma intervenção urgente.

SANTA ALIANÇA ENTRE A IGREJA E O DINHEIRO

A Jornada Mundial da Juventude não pode apenas ficar na memória por uma mera santa aliança entre a Igreja portuguesa, o poder institucional e político e o encaixe financeiro, à boleia do Papa Francisco.

P. S. O triste espectáculo de Marcelo Rebelo de Sousa a enfatizar o folclore, o efémero e a dimensão da Jornada Mundial da Juventude contrasta com a prudência e recato de António Costa, em silêncio até à melhor oportunidade para exibir o encaixe de mais 1% do PIB.

O SILÊNCIO DOS INOCENTES

«Francisco, líder máximo de uma instituição perpetuada por rituais, códigos e cânones, sabe bem da importância do simbólico e da necessidade de atos redentores».