O "NÃO" AO CHEGA ATÉ À PRÓXIMA CAMBALHOTA

A entusiasmada ratificação da cambalhota de Miguel Albuquerque deixa o líder do PSD numa posição frágil. O "não" ao Chega, que é mesmo "não", promete agora Luís Montenegro, não afasta outras possíveis cambalhotas, em futuros actos eleitorais, repetindo em Lisboa o que aconteceu na Madeira, para chegar ao poder.

MADEIRA COM MAIS VENTURA

O Chega volta a ser a estrela de mais um acto eleitoral, atingindo 8,88% na região da Madeira. É mais um aviso para quem, à esquerda e à direita, não hesita em usar o vale tudo, com mais sondagem menos sondagem, seja católica ou não, para derrubar André Ventura.

GOVERNO A FUGIR DE BAIXAR IMPOSTOS

As propostas de alívio fiscal do PSD, do Chega, do Bloco de Esquerda e do PAN esbarraram na maioria absoluta do PS. A novidade é que nenhum membro do Governo marcou presença no Parlamento. É António Costa cada vez mais distante da realidade, com a habitual falta de respeito institucional pelo Parlamento e em estado de isolamento político.

CHEGA À FRENTE

O partido de André Ventura, consequente com a sua estratégia, apresenta uma moção de censura ao governo liderado por António Costa. Por sua vez, a Iniciativa Liberal, também em coerência política, e apesar de toda a distância marcada em relação ao Chega, anunciou que vai votar favoravelmente. Por último, o PSD, numa atitude politicamente arrogante, que contraria as críticas ao XXIII governo, também já anunciou a abstenção.

PÂNICO NO SEIO DO PODER

Muito se tem falado e escrito sobre as investigações que levaram às buscas a casa de Rui Rio e a várias sedes do PSD, mas poucos saberão o que realmente se está a passar. Tal e qual como em relação à dimensão e ramificações dos escândalos da corrupção no sector da Defesa e da fraude na Altice em tempos de governação absoluta do PS. Por ora, folclore à parte, desnecessário e merecedor de reparos, apenas uma única certeza: quando a justiça dá prova de funcionar e a age provoca o pânico no seio do poder, aliás atestado pelos "cândidos" pedidos de esclarecimentos ao Ministério Público.

P. S. As reacções de André Ventura e Rui Rocha são sinais de mudança.

VENTURA E MARCELO: A MESMA LUTA

O namoro entre André Ventura e Marcelo Rebelo de Sousa está a avançar a bom ritmo. A última partilha de convicções é a auditoria à Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional, inicialmente avançada pelo Chega.

P. S. A transparência nos negócios da Defesa tem um limite: investiguem-se todas as aquisições, mas as  vendas ficam de fora. Pois, claro!

SECRETAS: INSINDICÁVEIS

Qualquer que seja a actuação das secretas, PS e PSD garantem o encobrimento e a total impunidade. Foi assim em 2006, é assim em 2013. Tal e qual como no tempo da PIDE. 

P. S. Luís Montenegro é mais do mesmo no PSD. Depois da voz grossa, as ameaças, de seguida as piruetas, e finalmente a marcha atrás. Propalar estar de acordo com as iniciativas do Chega e da Iniciativa Liberal, sabendo que a maioria absoluta compressora vai inviabilizar a constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, faz lembrar as confrangedoras ameaças presidenciais de dissolução. A caminho da irrelevância do CDS/PP? Só falta mais uma sondagem dos 500 para a ratificação.

CALE-SE!

Cale-se, cale-se! É assim que Sérgio Sousa Pinto se dirige ao politicamente moribundo, mas sempre sorridente, Marcelo Rebelo de Sousa, uma atitude que espelha a descredibilização, a irrelevância e a degradação da autoridade da instituição presidencial. O deputado do PS não precisa de fazer o mesmo em relação a Luís Montenegro, que já escolheu calar-se em relação aos casos de abandalhamento das instituições, depois de umas tantas ameaças e tiradas inflamadas para português ver. É caso para perguntar: a ordem veio das secretas, do MP, da PJ ou de Pedro Santana Lopes?

P. S. Enquanto António Costa, André Ventura e Rui Rocha ainda devem estar a rebolar de tanto rir, o Partido Social Democrata não faz nada, fica pelo cobarde politicamente correcto, à espera de perder por dois ou três pontos as próximas europeias?

PSD TAMBÉM RECEBEU TELEFONEMAS DO SIS PELA CALADA DA NOITE?

Joaquim Miranda Sarmento, na Assembleia da República, deu o dito pelo não dito sobre o voto dos social democratas em relação às propostas do Chega e da Iniciativa Liberal para a constituição da CPI das secretas. Nada que surpreenda depois das declarações de Luís Montenegro. Certo é que as 15 perguntinhas para António Costa já seguiram, com resposta em 30 dias ou depois logo se vê. E das duas uma: ou o PSD recebeu telefonemas nocturnos do SIS, à última da hora, ou então, afinal, continua a fazer parte do Bloco Central do regabofe, com mais ou menos acção digna de polícia secreta, que tem liquidado o Estado de Direito.

P. S. Marcelo Rebelo de Sousa já nem disfarça que está completamente out. 

PSD DÁ LUZ VERDE A CPI SECRETAS

Joaquim Sarmento, líder parlamentar do PSD, anunciou que o PSD «votará a favor dos requerimentos já apresentados por Chega e IL para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito à atuação das ‘Secretas’ e pondera iniciativa própria».

GA(LA)MBA À LA PLANCHE (GRAND FINALE)

Depois de mais audições na CPI da TAP, com tantas mentiras quanto segredos por desvendar, hoje é dia dos deputados inquirirem o (ainda) ministro das Infraestrutura. Talvez seja a oportunidade, finalmente, para saber: quantas versões existem dos documentos classificados que alegadamente (ainda) estão no computador e no telefone do ex-Adjunto Frederico Pinheiro?

P. S. O surpreendente silêncio do PSD sobre a constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito ao SIRP, já defendida pelo Chega e Iniciativa Liberal, é um gigantesco passo em falso de Luís Montenegro.

NÃO FOI BONITO

«Não foi bonito ver o presidente da Assembleia da República a rir-se e a vangloriar-se, durante uma conversa com vários interlocutores, entre eles Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, do puxão de orelhas que deu ao líder do Chega no Parlamento».

CHEGA: DA MANIPULAÇÃO AO UNANIMISMO

Num Parlamento que se quer livre e plural, impressiona o rasgar de vestes que por aí vai por causa dos protestos do Chega, em tudo semelhantes a outros passados. A constatação de que ainda há deputados livres, sem medo de assumir as suas posições políticas, continua a incomodar quem está habituado há demasiado tempo à manipulação grosseira e ao unanimismo acéfalo, obediente e venerando

O ENXOVALHO

Os protestos dos deputados do Chega são legítimos e honraram a casa da Democracia. Augusto Santos Silva percebeu, finalmente, que a Assembleia da República não é sua casa, os deputados não são seus lacaios nem se deixam intimidar pela sua agenda, opinião e irritação autoritária.

P. S. Pode ser que Marcelo Rebelo de Sousa também tenha percebido, evitando repetir o enxovalho público a que sujeitou um convidado de Estado.

25 DE ABRIL: LIBERDADE SEMPRE, MEDO NUNCA

A atitude dos partidos com assento parlamentar, na sessão da Assembleia da República em que é anunciada a presença de Lula da Silva, marca o verdadeiro espírito das comemorações do 25 de Abril de 2023. Vale a pena honrar aqueles que derrubaram a ditadura há 49 anos.

P. S. Os portugueses vão estar atentos a todos deputados, em particular aos do Chega e da Iniciativa Liberal que já anunciaram cristalinamente manifestações de protesto, com liberdade, contra qualquer tipo de ditadura, sem temer aqueles que se julgam donos da Democracia, sem medo do jornalismo ao serviço do Estado.

CHEGA: PORTA ABERTA DE PAR EM PAR

«O Chega entregou uma ação popular contra os ministérios das Finanças e das Infraestruturas por “gestão dolosa” na TAP, pedindo que o dinheiro gasto em indemnizações, remunerações ou compensações indevidas seja devolvido ao erário público».

ESQUERDA CHUMBA COMISSÃO PARLAMENTAR PARA INVESTIGAR CORRUPÇÃO

A proposta de constituição da comissão parlamentar eventual às relações entre António Costa e a empresária Isabel dos Santos, denunciadas pelo ex-governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, foi chumbada pela esquerda (PS, Bloco de Esquerda, PCP e Livre). A proposta do Chega para a constituição formal de uma comissão eventual sobre a alegada «interferência política abusiva no sistema bancário» por parte do primeiro-ministro contou com voto favorável da Iniciativa Liberal e a abstenção do PSD e PAN.

P. S. O PSD ainda não interiorizou que está a lutar pela sobrevivência como partido de referência e de poder. Ou melhor, já percebeu, mas decidiu fazer um caminho semelhante ao que liquidou o CDS/PP. 

FERNANDO MEDINA JÁ MANDA

«Confiante que o Chega é suficiente para dizimar o que resta do PSD, Fernando Medina faz contas para arrebanhar os votos que restam ao atordoado Bloco e ao moribundo PCP. É o expoente da política modernaça, desde o marketing da candura e do ilusionismo à instrumentalização das instituições. Não admira que, a cada escândalo, assegure que não sabe de nada, numa cristalina formalidade que, por ora, o tem colocado a salvo».

"CENTRÃO" COM MAGIA

O PS e o PSD chumbaram a audição parlamentar de Carlos Moedas, Fernando Medina José Sá Fernandes. O requerimento apresentado pela Iniciativa Liberal contou apenas com os votos favoráveis do partido e do Chega. Os restantes partidos não se encontravam na sala no momento da votação.

DE VENTURA EM POPA E OS CÚMPLICES

O incómodo provocado por André Ventura, uma figura política cada vez mais incontornável em qualquer solução governativa futura, incomoda o sistema e os seus principais mentores, apaniguados e serviçais. Curiosamente, os mesmos que permitiram, em quase 50 anos de Democracia, por acção e/ou omissão, que opções mais radicais, como as do Chega, entre outros, apareçam como a única alternativa para os cidadãos cansados de tanta impunidade, corrupção, incompetência, desigualdade e falta de transparência.