JUSTIÇA: REALIDADE DO COMBATE À CORRUPÇÃO

Dois meses passados, do ambiente de pré-revolta na Justiça, eis a realidade sem o filtro da propaganda: Albano Pinto, magistrado que lidera o DCIAP, deu conta da falta de meios (peritos económicos, financeiros e informáticos). E denunciou a migalha reservada no PRR, ficando ainda mais claro o real desprezo de António Costa e de Francisca Van Dunen pelo combate à corrupção e ao crime económico financeiro.

P. S. A denúncia da realidade é a única forma de magistrados e oficiais de Justiça não serem cúmplices do branqueamento presidencial, do desmando do governo e da violação do Estado de Direito, tal como tem acontecido na Saúde (enfermeiros e médicos).

RIO PICADO

O líder do PSD está disponível, obviamente por Portugal, para disputar as directas no partido. E, picado, mais fantasma comunista e/ou maçon, de derrota em derrota eleitoral, chegou a hora dos militantes do PSD escolherem, queira ou não o presidente do PSD, com mais ou menos manobra presidencial na ameaça da data de eventuais eleições antecipadas.

DÍVIDA PÚBLICA: SOMOS OS MAIORES

«Portugal mantém terceira maior dívida pública da UE no 2.º trimestre (135,4%) - Eurostat».

P. S. Vai haver mais condecorações em Belém?YUnEXdsv6FR0aWdTMSZM5iuSI1

PROPAGANDA SEM RIGOR

Há dois dias, Luís Neves, director-nacional da PJ, no calor de uma grande apreensão de droga, garantiu a perspectiva da maior afectação de meios de sempre para combater a corrupção e a criminalidade económico-financeira. Hoje, é notícia que há apenas um milhão de euros para o DCIAP, pilar do combate à corrupção, no PRR. Organizem-se! Até para fazer propaganda tem de haver rigor.

A ÚLTIMA ESPERANÇA DE COSTA

A entrada em cena de Carlos Moedas e Paulo Rangel baralharam os planos do governo. E dificultaram a inominável propaganda através da imprensa, sobretudo depois de falharem o milagre europeu para a crise dos combustíveis e a encenação de moderação do último pacote legislativo. A vitimização do governo nas negociações do OE 2022 está cada vez mais difícil. Uma nova vaga Covid, com mais folclore e branqueamento presidenciais, é eventualmente a última esperança de António Costa.

RANGEL E RIO: O QUE OS UNE E SEPARA?

Paulo Rangel e Rui Rio em disputa pela liderança do PSD. O que os une e separa? A eleição de Rui Moreira, depois de pronunciado por um tribunal, é um bom tópico de debate, porventura desconfortável para ambos.

FOLCLORE, INTIMIDAÇÃO E PROPAGANDA

O folclore, a intimidação e a propaganda institucionais estão a fraquejar. E a estratégia de medo da dupla Marcelo/Costa já não produz efeitos. A crise adensa-se, o presidente esconde-se no silêncio depois de ter precipitado prematuramente o cenário de eleições antecipadas, o PM dá sinais de descontrolo e greves e mais greves são anunciadas diariamente.

RANGEL A MARCAR COSTA

As declarações do PM sobre o leilão 5G, politicamente tardias e alarves, podem ser apenas um passo de prudência em vésperas de eleições. Resta saber se os membros do governo passam a despachar às claras nos gabinetes das grandes multinacionais das telecomunicações. Paulo Rangel não perdeu tempo e arrasou António Costa. Rui Rio continua em silêncio. E os restantes partidos ainda não deram conta do que se está a passar.

JÁ CHEIRA A CAMPANHA ELEITORAL

Com o acentuar da crise, por causa da aprovação do Orçamento do Estado 2022, não tarda nada estala o verniz ao presidente, garantindo que fica mais barato ceder ao BE e ao PCP do que as eleições antecipadas. É o primado do custo/benefício, sempre o curto prazo do pântano.

PM ATACA REGULAÇÃO INDEPENDENTE

António Costa, tal como uma parte  do PS, sempre conviveu melhor com monopólios e cartéis do que com a regulação independente: «Quem construiu essa doutrina absolutamente extraordinária, a de que era preciso limitar os poderes dos governos para dar poderes às entidades reguladoras, deve refletir bem sobre este exemplo do leilão do 5G».

NAVALNY DISTINGUIDO PELO PARLAMENTO EUROPEU

O opositor do ditador Putin, Alexei Navalny, que cumpre uma pena de prisão desde Fevereiro passado é o vencedor do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2021.

ESTADO ANGOLANO COM PLANO PARA LIQUIDAR

Plano que visa liquidar vozes incómodas para o Estado angolano, em que está incluído pelo menos um cidadão português, o jurista, professor universitário e escritor Rui Verde, não mereceu até agora qualquer reacção das autoridades portuguesas, designadamente do presidente, do primeiro-ministro e do MNE.

DAS CICLOVIAS À GOVERNAÇÃO

As ciclovias estão para Lisboa como a governação de António Costa está para o país: o que interessa é encher o olho dos cidadãos, nem que seja às três pancadas, e depois logo se vê. Está visto! Carlos Moedas já começou a ser diabolizado por querer reparar os erros de Fernando Medina.

O ESCRUTÍNIO DA ACTUAÇÃO DO MP

«Não é dado conhecimento público do estado de certas investigações, em processos que têm tido grande relevância para a opinião pública. Ainda hoje não se sabe o estado da investigação sobre o envio de informações falsas para Bruxelas relativas à nomeação do procurador europeu e muito menos se sabe do estado da investigação relativa ao acidente de tráfego com uma vítima mortal, que envolveu o carro de um ministro. Também não se sabe do estado dos processos relativos à vacinação indevida, que corresponderam a uma situação que muito perturbou a opinião pública. E, finalmente, conhece-se apenas uma acusação relativamente aos surtos nos lares, quando houve muitos mais casos com vítimas mortais, estando ainda por conhecer o desfecho do processo relativo ao surto do Lar de Reguengos, objecto de enorme polémica, e que foi causa de profundo alarme social na região, chegando ao ponto de ser encerrada a fronteira com a Espanha».

PENSÕES: GOTA DE ÁGUA EM RELAÇÃO AO CUSTO DA CORRUPÇÃO

A aprovação do OE para 2002 está em risco por causa de 200 milhões euros. É quanto custa o recalculo das pensões, apresentado pelo Bloco de Esquerda, que os socialistas recusam. Uma gota de água em relação aos muitos milhares de milhões de euros que os roubos da banca e a corrupção custaram ao Estado, quantas vezes pago sem pestanejar. São as "contas certas" de António Costa...

IVO ROSA PROVOCOU UMA QUEDA ABRUPTA NA CONFIANÇA NOS TRIBUNAIS

«Pode uma única decisão ter um efeito direto praticamente imediato na confiança que os cidadãos têm nos tribunais? A resposta é sim e há um estudo português que acaba de o demonstrar. Medido esse indicador, imediatamente antes e imediatamente depois da decisão instrutória do juiz Ivo Rosa sobre a Operação Marquês, a 9 de abril, a conclusão é a de que esse momento, muitíssimo mediatizado e acompanhado pelo portugueses, prejudicou a forma como os cidadãos olham para a Justiça e para os tribunais».

SEM-ABRIGO: E MARCELO CONTINUA A SORRIR

Marcelo Rebelo de Sousa admite, tranquilamente, sorrindo para a TV, que o plano de erradicação dos sem-abrigo está «uns anos atrasado». E, cinco meses depois do governo admitir o falhanço, lá promove mais uma acção de propaganda, porque ninguém o confronta com o folclore politicamente inconsequente.

P. S. Com este presidente até as homenagens soam a falso.

PEDRO MOURÃO E A GRAVIDADE SUFICIENTE

Em causa, o processo que foi aberto ao juiz Pedro Mourão por habitar uma casa sem licença que tinha sido arrestada pelo BPN. E um novo conceito de relativização: «O Conselho Superior de Magistratura arquivou, um ano depois, decidindo que a «conduta do magistrado, fora do exercício de funções, não exerceu gravidade suficiente para integrar infração disciplinar».

A DECISÃO DE COSTA

«António Costa pode achar que ganha sempre. Ou submete os partidos à esquerda numa negociação sem cedências ou culpá-los-á por uma crise política que ninguém deseja. A decisão é sua. Da parte do Bloco, o país sabe com o que conta. Enfrentamos as chantagens, decidimos sobre soluções concretas».

CARLOS MOEDAS: ARRANQUE ÍMPAR

Um discurso de tomada de posse notável e inspirador. Uma lição para os "barões" da velha classe política presentes e ausentes «As populações não podem ser tratadas como entes abstratos, ouvidos apenas de 4 em 4 anos (…). Será essa a minha marca. Será esse o meu grande princípio orientador: em cada dia que entrar nesta Casa. Em cada conversa que tiver com um munícipe. Em cada decisão que tomar».