METSOLA DE VACANZA

Roberta Metsola, numa espécie de viagem turística a Portugal, não escapou às habituais banalidades, à excepção do certeiro recado aos deputados do PCP,. Certamente, mais útil, e até menos politicamente cínico, teria sido afirmar que a Europa a 27 está empenhada numa política que permita aos mais jovens não terem como única alternativa a escolha dos extremos.

P. S. Também foi pena a presidente do Parlamento Europeu não ter escolhido esta oportunidade para a actualização do balanço sobre as mudanças prometidas na sequência dos escândalos Eva Kaili e Catar, designadamente a investigação interna, uma reforma do acesso dos grupos de pressão (lóbis) às instalações parlamentares e a proteção de denunciantes de atos criminosos.

NORMALIZAR A PONTAPÉ

«A bem-sucedida operação de marketing global em que se transformou o Mundial de Futebol no Catar parece ser apenas a confirmação de uma estratégia de normalização cultural das monarquias absolutistas árabes, que estão a usar o mais popular desporto do planeta como arma de sedução. Os ingleses deram-lhe o pomposo nome de "sportswashing". Ou seja, lavar a imagem do regime à conta do desporto».

ÓRGÃOS DE SOBERANIA ESCONDEM DESPESAS

A decisão dos três órgãos de soberania de tudo fazer para esconder quanto custou a vertigem do Mundial do Catar – são só as viagens?– é um verdadeiro teste aos cidadãos e à Justiça!

O PODER DO DINHEIRO

«O Catargate deixa bem evidente o poder do dinheiro. Eva Kaili, a eurodeputada grega, defendia, sem corar, aos microfones do hemiciclo de Estrasburgo a bondade de políticas em prol dos direitos humanos levadas a cabo no Catar. Estava a ser, pelos vistos, muito bem paga. Resta saber se o Catargate é apenas a ponta do icebergue».

ESTRELAS PERDERAM O BRILHO

«Amir Nasr-Azadani, o jogador de futebol da selecção iraniana, que ousou defender os direitos das mulheres, foi condenado à morte. Mesmo no último dia, na final, o silêncio foi de chumbo».

AMIR NASR-AZADANI E O OURO

Lionel Messi, depois de vestir um traje real bordado a ouro do Catar, ergueu a taça da Copa do Mundo, de 5 quilos de ouro, mas ainda não teve tempo para levantar a voz para defender Amir Nasr-Azadani, o jogador de futebol da selecção iraniana, condenado à morte.

À BEIRA DO "CRIME PERFEITO"

A vitória da selecção francesa pode ser a consagração do "crime perfeito" na manipulação e atribuição do Mundial do Catar.

P. S. Ainda assarapantados com o voto tardio e sem-vergonha na Assembleia da República, o prometido jornalismo da RTP no Catar... Nem vê-lo! Felizmente, na estação pública, nem tudo é "paixão", tipo fake, como comprova a investigação sobre os serviços públicos. Afinal, onde anda o secretário de Estado Mário Campolargo e, já agora, a PJ?

EVA KAILI: CATAR MAIS PERTO

«A casa da socialista grega Eva Kaili, vice-presidente do Parlamento Europeu, foi alvo de buscas, que acabaram com a sua detenção».

DEIXEM O RONALDO EM PAZ

Com a interminável "novela" em curso sobre Cristiano Ronaldo, na véspera de mais mais um jogo decisivo, curiosamente ainda ninguém sabe quem foi o responsável pela "finta" de comunicação após a substituição de Cristiano Ronaldo no jogo entre Portugal e a Coreia do Sul, que, aliás, enganou Marcelo e o resto do Mundo.

P. S. Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, também foi apanhado de surpresa?

COSTA APARECEU

No Hospital de Santa Maria? No Hospital Garcia de Horta? No Hospital Fernando Fonseca? No Hospital do Divino Espírito Santo? Não, a caminho do Catar, enquanto os cidadãos em agonia também viajam, de borla, em rede, mas de hospital em hospital até terem os necessários cuidados de saúde.

P. S. Uma jornalista pergunta ao primeiro-ministro, tal e qual como a um cidadão na rua, o «onze ou um resultado». Só faltou perguntar como se sente. Está resolvido! Noutros tempos ficaria a cortar telexes por uns bons tempos. Hoje, tem pela frente uma carreira.

MARIO FERRI NO CATAR

Mario Ferri é o homem que entrou em campo no Portugal-Uruguai, erguendo a bandeira LGBT e vestindo uma T-shirt "Salvem a Ucrânia" e "Respeito pelas mulheres iranianas". Apesar da censura da realização televisiva às ordens da FIFA, as imagens percorreram as páginas dos principais órgãos de comunicação em todo o Mundo. O pitch italiano também ficou conhecido por «pedir a libertação das crianças das favelas, em 2014, no Mundial de futebol do Brasil».

ESCAPAR A MAIS UMA TRAGÉDIA

Hoje, no Catar, rumo a Belém em 2026? Santos Silva anda em campanha à custa do dinheiro dos contribuintes.

P. S. Os elogios do ex-MNE ao Catar dizem tudo sobre o estado da diplomacia portuguesa.

RONALDO DAQUI A 50 ANOS

«Restam poucos dias para Ronaldo ainda poder erguer a voz para defender aqueles, como ele, castigados à nascença pela injustiça e pobreza. Para artistas já nos basta a “casta” que viaja sob a falácia de apoiar a selecção».

O RESPEITO DOS JAPONESES NUM MUNDIAL SUJO

«É bem verdade que durante a competição de futebol que decorre no país que ocupa o 119.º lugar no índice de liberdade de imprensa, entre 180 estados, faz falta uma limpeza espiritual, já que a sujidade se foi acumulando desde a altura (2010) em que a FIFA escolheu o Catar como sede do Mundial».

NEM NO TEMPO DA OUTRA SENHORA

A viagem de Marcelo Rebelo de Sousa ao Catar está feita. Percorreu 2.902,29 km para lá ir dizer o óbvio, o que, aliás, já podia ter dito em Odemira, mas não disse, porque nunca quis, desde 2019, perder um par de horas para cumprir uns escassos 216 Km. Tudo num brinquinho: a Federação Portuguesa de Futebol alinhadinha, os jogadores caladinhos e até uma vitória na algibeira.

QATAR INVESTMENT AUTHORITY: QUANTO VALE EM PORTUGAL?

Em 2017 era assim: «Qatar. Namoro assumido com Portugal, apesar da tensão no Golfo». Hoje, passados cinco anos, a realidade do PSG ao Sporting Clube de Braga, enfim, e tal...

À ESPERA DE MARCELO (MENOS CRAVINHO)

Ministra alemã usou braçadeira pró-diversidade no Catar

EXEMPLO PARA OS EUNUCOS DO FUTEBOL... E NÃO SÓ!

 

INICIATIVA LIBERAL: UM CASO SÉRIO

O voto contra da Iniciativa Liberal em relação a mais uma passeata presidencial, desta vez ao Catar, é a prova que ainda há espaço para quem quer fazer a diferença, desde logo estabelecendo uma demarcação clara com a "velha" direita, a dos negócios e a do saudosismo do passado.

EHSAN HAJSAFI: EXEMPLAR

Ehsan Hajsafi, capitão da selecção de futebol do Irão, fez uma intervenção exemplar, não esquecendo as vítimas da fúria fanática, religiosa e política do governo do seu país. 

 

P. S. À luz dos exemplos de Ehsan Hajsafi e de Sebastien Vettel («Somos uns privilegiados. Se tivermos o poder de inspirar pessoas com o que fazemos, se pudermos transmitir alguns dos valores importantes, isso é muito grande»), a entrevista de Cristiano Ronaldo é de uma banalidade confrangedora, apesar de legítima.