PEDRO GUERRA

Quantas histórias, sem medo, com nervos de aço, quantas gargalhadas, SLB à parte. 

COMUNICAÇÃO, JORNALISMO E MEDIA: FIM DA IMPUNIDADE

O empresário, ex-assessor e ex-jornalista, Luís Bernardo, está a ser alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária, por suspeitas de corrupção.

P. S. Vai ser interessante esperar pela transcrição das escutas do processo, em que nem câmaras municipais nem o Tribunal Constitucional escapam.

MEDIA, ESCUTAS E APRENDIZES DE FEITICEIROS

O jornalismo instantâneo precisa cada vez mais de transcrever as escutas, tim-tim por tim-tim, porque tem cada vez menos credibilidade e audiência. Mais um erro que coloca os jornalistas ao alcance da fraude intelectual que os atira para a origem da violação do segredo de justiça.

P. S. Os aprendizes de feiticeiros que já conhecem o desfecho final da parte da Operação Influencer que toca a António Costa é que as sabem fazer.

JORNALISMO LIVRE DE MÃO ESTICADA

Os bastidores estão há muitos anos cheios de histórias e relatos em que accionistas, administradores e directores telefonam aos amigos para arranjarem publicidade para pagar as suas mordomias e os salários dos próprios jornalistas. Nem vale a pena falar do reverso da medalha, o que se vê e o que continua abafado. Grandes empresas, governantes e políticos lá aparecem no pacote para "salvar" a liberdade de imprensa. A quem serve este jornalismo livre de mão esticada? 

P. S. José Sócrates, Proença de Carvalho e demais "notáveis" dos Media já manifestaram solidariedade aos jornalistas do Global Media?

CLASSE MÉDIA, INSTITUIÇÕES E TUTTI FRUTTI

Depois de arrasar a classe média, António Costa assegura: «É quando a classe média se sente abandonada que há terreno fértil para extrema-direita se tornar uma ameaça». Ainda esmagados com tanta desfaçatez política, apanhámos com Marcelo Rebelo de Sousa a afirmar que «é mais fácil mudar de instituições do que as instituições mudarem de povo», sem se rir, sem precisar se a máxima se aplica a Belém, depois de arrasar o Estado de Direito com os affaires angolanos e lançar o país na instabilidade permanente, apenas para fazer prova de uma autoridade que comprovadamente não tem.

P. S. É caso para dizer que a novela das escutas "Tutti Frutti", uma nova espécie de jornalismo de investigação, não pode surpreender ninguém, designadamente em tempos em que o SIS se transformou orgulhosamente numa polícia secreta.

E ASSIM VAI O JORNALISMO... EM OFF

«Metade dos jornalistas considera que jornalistas são agentes de desinformação».

GLU, GLU, GLU, O BLOCO ENGOLIU O PERU

«Há uma esquerda, que já foi pilar da governação, e uma outra esquerda, que faz parte da governação, que é cúmplice de ditadores, de autocratas e/ou de corruptos (riscar o que não se aplicar). Pior: há uma comunicação social, que no lugar de ser o quarto poder insiste em actuar como a quinta coluna, que compactua com os megafones revolucionários e que adormece ante a sua hipocrisia».

COSTA APARECEU

No Hospital de Santa Maria? No Hospital Garcia de Horta? No Hospital Fernando Fonseca? No Hospital do Divino Espírito Santo? Não, a caminho do Catar, enquanto os cidadãos em agonia também viajam, de borla, em rede, mas de hospital em hospital até terem os necessários cuidados de saúde.

P. S. Uma jornalista pergunta ao primeiro-ministro, tal e qual como a um cidadão na rua, o «onze ou um resultado». Só faltou perguntar como se sente. Está resolvido! Noutros tempos ficaria a cortar telexes por uns bons tempos. Hoje, tem pela frente uma carreira.

ERA UMA VEZ UMA BOA IDEIA

O fanatismo e a cegueira ideológica matam. E no jornalismo são sempre fatais para a credibilidade dos argumentos e dos autores, como sublinha, entre outros, Vítor Rainho: «40 mil polícias não podem ser confundidos com 600».

RELAÇÕES PROMÍSCUAS NUM PAÍS A ARDER

«O jornalismo é um serviço público demasiado importante para ser liderado por quem não é livre ou deixou de ser. E esta é uma lição que não se encaixa apenas em Sérgio Figueiredo. Há muitos comissários políticos espalhados pelas redações».

PONHA-SE NO LUGAR DO JORNALISTA

«É preocupante verificar que esta subserviência ao poder, esta promiscuidade gritante, é olimpicamente ignorada pelas cada vez mais escassas pessoas que ainda têm no consumo destas campanhas evangelizadoras disfarçadas de notícias a definição do que é estar bem informado. Mas mais descarado do que isto é o facto de os próprios se considerarem genuinamente modelos de isenção, ao contrário de outras vozes que são evidentes propagandistas e devem ser, assim, silenciadas».

MEDIA: 56 CONTRATOS SEM EXPLICAÇÃO

«Os principais grupos de media olham para o jornalismo como “galinhas de ovos de ouro” e têm estado a assinar cada vez mais contratos de prestação de serviços com autarquias e mesmo com órgãos do Governo. (...) 56 contratos susceptíveis de condicionar ou limitar a linha editorial de órgãos de comunicação social de âmbito nacional»..

JORNALISMO DE RASTOS E A MEMÓRIA DE LOUÇÃ

Em Agosto de 2020, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o «presidente não vai alinhar em crises políticas, portanto desenganem-se os que pensam que se não houver um esforço de entendimento vai haver dissolução do Parlamento».

À luz dos últimos acontecimentos, nenhum jornalista, designadamente os que acompanham o presidente, foi capaz de perguntar a razão para uma tal monumental cambalhota. Felizmente, Francisco Louçã tem memória. E a SIC Notícias tem, semanalmente, o "Momento Zen" que está disponível para quiser ver.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO: PARA QUE SERVE?

«A estas ameaças à liberdade de expressão, acrescentaria uma outra que, pessoalmente, cuido tão importante como as demais. A qualidade do nosso jornalismo. E esta vem de dentro, da própria comunicação social. Onde estão os nossos grandes jornalistas, os nossos bons repórteres, os nossos avalisados entrevistadores? Certamente que alguns existem mas, na sua maioria, o panorama não é famoso. Bastará andar na rua para se perceber que este sentimento está cada vez mais presente em muita gente, sendo que muitos reagem deixando de comprar jornais (pelo menos os não desportivos), limitando-se a espreitar algumas notícias no tv, pois este já está pago, e mesmo assim quando não se discute o jogo que vai ser ou o jogo que já foi. Eu, porém, não desisto dos nossos jornais».

MARCELO (ÀS VEZES) REPUDIA

Uma gralha numa notícia da Lusa da responsabilidade de um jornalista motivou o repúdio do presidente. Quanto à vigilância e a agressão a jornalistas só silêncio. É mais do que falta de sentido de Estado. É mais um exemplo da vacuidade presidencial. E assim vai a República.

COVID2019: A LUTA CONTINUA

Contam-se pelos dedos de uma mão, os jornalistas que pensam, investigam e escrutinam os dados oficiais publicados sobre a pandemia. A luta continua...

CLAAS RELOTIUS: AMEAÇA OU CONSEQUÊNCIA?

«The loss of credibility is dangerous at a time when democracy depends more than ever on the ability of journalists to hold power to account».

Magalhães e Silva e... Rolha

Magalhães e Silva acabou de atacar e de difamar os jornalistas na SIC Notícias, reincidindo em compará-los a vulgares receptadores quando divulgam notícias que podem conter factos que estão em segredo de justiça. A tese é velha, bafienta e... Uma espécie de Lei da Rolha. Por diversas vezes, reagi contra esta afronta, publicamente, mesmo no momento em que lamentavelmente foi debitada pelo então presidente da República, Jorge Sampaio, num célebre discurso provavelmente escrito pelo então assessor presidencial. O que diria Magalhães e Silva se os jornalistas e/ou um dos seus órgãos de representação viessem a terreiro chamar-lhe ladrão, vigarista e/ou homicida sempre que um dos seus clientes fosse condenado em tribunal pelos mesmos crimes? Depois, obviamente, de trânsito em julgado.

Dois anos e... Farsa

Vivemos dias de mais escrutínio sobre os mais fracos e os instrumentais da vidinha, enquanto aqueles que ocupam o poder e circulam nos bastidores dos Media escapam entre os pingos da chuva por força do medo e da autocensura. Que critério estranho... Que sociedade estranha... E, no dia-a-dia, também é assim na vida desta gente, de cada um destes cidadãos e dos profissionais da comunicação social?


P. S. Alguém pediu ao governo, à Universidade de Aveiro e à Aximage o contrato de adjudicação da cerimónia que vai assinalar a passagem do segundo aniversário do XXI governo constitucional?

Política e jornalismo: mais um teste

As possíveis vitórias de Fernando Medina e Rui Moreira, bem como outros casos bem mais esdrúxulos como Valentim Loureiro ou Isaltino Morais, dizem muito do que somos e da qualidade da Democracia. E deveriam fazer pensar a classe política. E os jornalistas: os que fazem notícias, os que já não fazem uma notícia há muitos anos e os que investiram na Comunicação Social. As próximas autárquicas são mais um teste ao que se tem feito, como se continua a fazer e, sobretudo, ao que se não faz. Com o início da campanha eleitoral oficial ainda há esperança na separação entre o trigo e o joio.