Egito - os militares e a democracia

«Dois anos e meio depois do início da 'Primavera Árabe', consumava-se no Egito a reversão do processo de transição democrática, com o regresso dos militares ao poder pela mão do general Abdel Fattah el-Sisi».

A paz podre

«A crua verdade orçamental virá com as chuvas de outono, talvez adiadas para depois das eleições locais».

A morte de Borges

«Como Borges insistiu e a triste realidade comprovou, o Estado não é um bom gestor».

A imprudência

«A entrada da Turquia na União Europeia teria de facto acarretado para esta uma situação ainda mais crítica do que aquela que se vive».

RTP: Manuela Moura Guedes e o contraditório

Jornalista regressa... ao entretenimento no canal público.

As férias do Tribunal Constitucional

«Com férias, turnos imaginários para urgências, processos sumários para assuntos seríssimos, se faz justiça. E se descredibiliza um pilar do poder soberano do Estado: a Justiça».

"I Have a Dream": 50 anos depois

O pântano dos swaps

«[Heitor] Agrochão agiu por sua conta, ou seguiu ordens? E, neste caso, de quem? Qual a data precisa da destruição? A ordem foi oral ou existe, como é suposto, um ofício? Por que razão só foram destruídos os papéis de seis relatórios e não dos oito que a IGF elaborou?».

Servir o Estado

«Assunção Esteves, ao preferir receber a pensão em vez do salário correspondente ao cargo, revela um entendimento muito próprio do que significa servir o Estado».

Futuro hipotecado

«Através das swaps, constatamos que algumas dezenas de gestores públicos, através de atos que só podem ser considerados como venais ou incompetentes, amarraram os portugueses a uma dívida potencialmente infinita. Sem controlo político nem supervisão técnica. Portugal terá de escolher entre voltar a ser um Estado ou aceitar ser um ativo tóxico da banca especulativa instalada na praça de Londres».

A indústria dos sonhos

«A doutrina obsessiva do sonho é um deus ciumento. Gera pessoas ansiosas, não satisfeitas; exigentes, não humildes; egoístas, não agradecidas».

Jacques Vergès, os "bons" e os "maus"

«Klaus Barbie, Milosevic e os outros mereciam defesa».

António Borges: o elogio

A melhor memória do economista e académico é dizer que nunca foi membro de governo.

Deus guarde os nossos políticos!

«E ainda há quem tenha coragem de dizer mal do Político. Que blasfémia!».

A jogatana de casino

«Todos fizeram: Guterres, Barroso, Santana, Sócrates e Passos. Nem todos terão feito mal mas, conhecidos hoje alguns dos resultados, sobretudo de 2008 para cá, percebe-se que nesse mundo esotérico dos swaps cabe tudo».

Chaga social

«Tem de ser introduzida no currículo escolar uma disciplina de cidadania que promova o respeito».

O risco constitucional

«Não é outro o sentido da retórica estafada do minimalismo constitucional que a direita sempre usa nestas ocasiões. Os argumentos do sobredimensionamento da Constituição e da sua sobrecarga ideológica são uma espécie de espelho: a direita quer alegadamente uma constituição pequena e sem ideologia».

Jogging

«O mundo da justiça penal vive esmagado por reformas de governos sucessivos cuja especialidade é proclamá-las contraditoriamente em anulação recíproca».

O festim

«A 'reforma do Estado' não abrange, era o que faltava!, a ética e a vergonha. Os governantes que saltam para as empresas públicas, destas para governantes. O Estado é deles. Receberam-no de Deus, dos mercados e da troika. Não do voto».

O antiterrorismo como instrumento de repressão das liberdades

«Não há adjetivos suficientemente maus para caracterizar o aproveitamento pelas autoridades inglesas (em conivência com as americanas) da legislação anterrorista (uma lei do inconfundível Tony Blair...) para abafar o escândalo da espionagem da NSA americana e para perseguir aqueles que revelaram esse mesmo escândalo...».

Portugal a arder

«A brutal vaga de incêndios florestais nos últimos dias demonstra que Portugal ainda não aprendeu a lidar com o inferno que se repete, ano após ano, sem tréguas nem descanso».

Escolas da treta

«Acabem lá com a pirosice das "universidades de verão", só a designação deve causar urticária aos verdadeiros reitores, além de serem a prova viva de como os partidos estão afastados das realidades que verdadeiramente preocupam os eleitores».

O cabo das Tormentas

«Em toda a OCDE existem 26 milhões de jovens NEET (que não têm emprego nem nenhuma atividade de educação ou formação)».

Portugal é assim: o país em constante risco

«O enorme pântano em que o país está transformado há várias décadas está a dar lugar a um imenso deserto, onde escasseiam as novas ideias, os novos protagonistas, a confiança, a transparência, a competência, o serviço de missão e, sobretudo, a esperança num futuro melhor».

Loucuras da estação

«A silly season é constatar que Miguel Relvas foi segunda-feira almoçar ao ‘Passos’ no Ancão, mas não esteve sexta-feira a ouvir Passos Coelho no Pontal».

Bradley Manning e a 'grande' democracia

O soldado norte-americano foi condenado a 35 anos de prisão. É o preço que Bradley Manning terá de pagar por ter ajudado o mundo a conhecer as monstruosidades e as mentiras norte-americanas nas guerras do Iraque e do Afeganistão. George W. Bush e Barack Obama ficarão na História lado a lado.

Ganhar dinheiro fácil

Mais uma privatização que provocou uma demissão... na Grécia.

Cairo Novo...

«A realpolitik e os encantos do ouro negro marcam o cadastro das democracias ocidentais na relação com o mundo árabe. Durante décadas foram toleradas as arbitrariedades de ditadores laicos como Ben Ali, Mubarak e até Khadafi bem como as excentricidades ditas culturais dos monarcas feudais sauditas ou do Golfo (proibição de condução pelas mulheres, ou escravidão de imigrantes…)».

A festa de Lurdes

«Pelos menos duas dezenas de escolas ainda estão em obras – e os alunos têm aulas em contentores cujo aluguer já vai em 11 milhões de euros. Três anos depois, apesar das promessas de rigor, ainda há foguetes no ar».

Matai-vos uns aos outros

«As carnificinas no mundo árabe vão prosseguir por muito tempo».

Para as urtigas com a lusofonia!

«Um mito para português ver, deixando escoar milhões de euros do Orçamento do Estado sob a capa simbólica do Quinto Império ou a ignorância proverbial do português eleitor».

On the road

«Portugal já é um país muito moderno, onde, mesmo não havendo uma mítica estrada 66, se pode ser muito feliz pela estrada fora».

Os democratas do Big Brother

Enquanto o mundo contesta o PRISM, por exemplo o The Guardian foi obrigado a destruir informação, em Portugal o debate continua limitado, como demonstra a complexidade da mediocridade de Teresa Caeiro.

Agarrados

«A Lei de limitação de mandatos nas autarquias é claríssima: quem tenha exercido o cargo de presidente de câmara ou junta durante três mandatos consecutivos não poderá candidatar-se a um novo mandato».

Seguro: a paciência começa a esgotar

Cada vez mais nas mãos dos homens do passado, António José Seguro começa a dar sinais de esgotamento. A lenga-lenga da diminuição do IVA para o sector da restauração começa a ser demais. É caso para perguntar, por exemplo, por que razão o líder do maior partido da oposição não fala do sector da cultura? E, já agora, por que razão o PS se calou em relação ao desastroso mandato de Paulo Macedo à frente da Saúde?

O dilema egípcio

«A crise egípcia recoloca o velho dilema entre a violência e a resistência política».

Sporting na liderança

Há muito tempo que o campeonato não começava tão bem: Sporting em primeiro lugar, o Porto a ganhar com a ajuda do árbitro e o Benfica a perder.

Interregno Eleitoral

«A campanha eleitoral para as autárquicas deixa a crise a aboborar. Mas as dificuldades não amolecem».

Cameron passa das marcas

O parlamento britânico exige explicações sobre a detenção de David Miranda.

"Swap" democrático

«Nada é mais triste numa democracia do que uma oposição que não se respeita a si mesma».

O Pontal

«Por mais dolorosa que seja a Via Sacra, os Povos sabem sempre quando é um governante que a oficia».

Oliver Stone sobre Obama

«Obama Is A Snake And We Need To Turn On Him».

A reforma do Estado

«Aquilo a que o Governo chama ‘Reforma do Estado’ exprime-se apenas num corte na massa salarial da Função Pública para responder às exigências da troika».

Até onde Portugal resiste?

«Portugal Democrático pode não resistir por muito mais tempo. A sociedade portuguesa tem recursos e capacidades para o defender, mas o tempo escasseia para as forças de Esquerda e os democratas encetarem caminhos alternativos e propostas de governação».

Portugal cata-vento

«A experiência dos portugueses acostumou-os à desilusão. Há um ano, na mesma festa, Passos Coelho anunciou a retoma económica e logo a seguir veio a tempestade da TSU. Preparemo-nos para nova borrasca».

Mas será preciso avisar?

«Recordo que o sistemas de pensões está à beira da falência e que a dívida vai nos 123,7% do PIB».

Treta no ar e polémica no espaço

Não sei se é hilariante ou deprimente. Se calhar é muito mais do que a silly season.

Não medra morre

«O caricato é que o discurso interno típico de ‘capatazes’ é de exigência de resultados».

Obama por outro PRISM

«A Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos quebrou as regras de privacidade e as leis de espionagem milhares de vezes nos últimos anos, diz uma auditoria interna e outros documentos secretos revelados pelo jornal Washington Post».

"Darfur sem Fim"

«Do Darfur, deixo um pequeno relato do Pe. Feliz da Costa Martins, Missionário Comboniano em Nyala».

Os esgotos das praias do Algarve: incompetência e irresponsabilidade

«A situação mais gravosa vive-se em Armação de Pera. Para conseguir abandeira azul, as autoridades decidiram manter fechada a barra da ribeira de Alcantarilha, para onde são drenadas as águas da estação de tratamento de esgotos e que desagua na praia».

Poder local, poder pessoal...

«O Presidente 'de' Câmara ou 'de' Junta é um instrumento de governo próprio da comunidade que o 'mandatou'. E mais não compete à lei do que assegurar a 'liberdade de escolha' aos membros desta comunidade e de impor requisitos elementares de 'isenção e independência' para o exercício deste cargo. Nem se augura que o Tribunal Constitucional vá deliberar em sentido diverso».

O heli dos mosquitos

«No Algarve, não se lembraram de melhor coisa para combater a praga de mosquitos do que meter um helicóptero Kamov a sobrevoar a zona das lagoas para os matar».

Agosto: um mês especial

Todos os anos, a Silly Season ataca os meios de comunicação social, fomentando a ideia que nada de 'importante' se passa durante o mês de Agosto. A quase limitação do ciclo informativo aos faits divers tem na origem a ideia instalada que as notícias ainda mais light, se possível com uma dose reforçada de humor e de intriga, ainda vendem mais do que a facada e a socialite. A história contraria esta versão, pois Agosto foi sempre um dos meses predilectos para todo o tipo de jogadas e negociatas económicas, financeiras e políticas.

Zona Merkel

«Se a Alemanha regressar à disciplina, como é provável, lá se apaga outra vez a luz ao fundo do túnel».

Portimão Urbis: Uma auditoria para depois das eleições

«As conclusões sobre a dimensão do buraco financeiro da Portimão Urbis serão conhecidas bem depois das eleições e da tomada de posse do novo executivo. Assim vai o escrutínio e a transparência em Portimão, o concelho português com maior dívida per capita».

Um tonto agosto

«Trapalhadas legislativas estão a descredibilizar os deputados, que, aos olhos do cidadão comum, ou são incompetentes no seu trabalho, ou então, o que será mais grave, só produzem as leis que convêm ao partido e às suas clientelas».

Bansky: o artista de rua

O artista britânico, autor de obras maravilhosas, continua a surpreender o mercado da arte.
"Flower girl" é simplesmente incrível:

A prova das ondas

«Será que Seguro ainda aparece para uma sardinhada e dois dedos de conversa?».

Milagres de verão

«Os tempos que aí vêm aconselham tudo menos os delírios que acompanham as proclamações balofas de retoma, fim da recessão, etc.».

Ninguém se entende

«O Parlamento atribuiu aos tribunais a clarificação da lei que limita os mandatos autárquicos».

"Briefings" sem ruído

«O ministro Maduro (afinal não tanto como diziam) não está contente com os "briefings" com a comunicação social».

Prince em Portugal

O marketing tem tanta força que uma estrela norte-americana pode anunciar uma surpresa com 72 horas de antecipação.

Isabel dos Santos by Forbes

A investigação aos capitais angolanos que aterraram em Portugal, que estão no DCIAP, recebeu uma grande ajuda da parte da revista Forbes. Os magistrados judiciais, bem como governantes, políticos, banqueiros e empresários portugueses, deveriam ler com toda a atenção não só o artigo mas também a reacção de Isabel dos Santos. 

A lógica da eterna Primavera egípcia

«Os militares egípcios atacam apoiantes da Irmandade Muçulmana em vários pontos do país. A reacção dos islamitas passa por atacar alvos cristãos».

Por que falharam os briefings

«A intenção do Governo quando decidiu fazer briefings diários com a comunicação social era boa, reconheça-se isso. Mas quando se diz sobre alguma coisa que a intenção era boa, já se está perante um desastre».

Egipto: o longo caminho para a democracia

«Morsi perseguiu os intelectuais, tentou calar os artistas, controlar os agentes culturais. É também isso que pelo menos metade da população do Egipto já não tolera: a governação pela força, contra tantos que pensam diferentemente, por governantes empenhados em impor à generalidade ideias que não servem aquilo em que assenta a democracia: o respeito pela diversidade».

O filho de algo

«É o retomar de velhos e bons costumes monárquicos, que presumiam que a boa estirpe e portanto o bom nome se transmitiam pelo sangue. Menezes é o primeiro candidato a garantir um fidalgo - aglutinação de filho de algo - como apoiante. A coisa promete».

Portas

Há quem não consiga disfarçar a raiva por Paulo Portas, vice-primeiro-ministro, ter presidido ao Conselho de Ministros. Portugal continua pequenino para tanto ego à solta.

Palavras de Rosalino

«Uma coisa é a necessidade de reformas, outra é a maneira como esta gente do Governo encara os funcionários públicos».

A ténia

«É vergonhosa a negação de tratamentos a doentes com cancro ou a impossibilidade de tantos adquirirem medicamentos».

Retoma de verão

«Onde para o guião da Reforma do Estado? Ou o Governo se suicida irrevogavelmente até Outubro ou vamos a caminho do quarto ano de retrocesso».

Poiares Maduro: não chega disfarçar mais do mesmo

Poiares Maduro, o ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, está a perder o estado de graça que tem gozado desde que tomou posse no dia 13 de Abril de 2013. Apesar da pesada herança, de Sócrates e de Relvas, o professor de Florença prometia uma mudança, mas não mudou nada. A criação do Comité de Sábios até poderia ter sido uma lufada de ar fresco, mas com a composição anunciada, francamente, estamos perante uma atitude de maquillage amadora e até de mau gosto nalguns casos. Não chega, não chega disfarçar mais do mesmo.

Na morte de Urbano

«Foi um homem de firme coerência ideológica, de uma grande e desassombrada coragem, de uma informação cultural muito vasta e de uma oficina de recursos literários fora de série».

Guantanamo et Prism, perversions de l'antiterrorisme

«L'affaire Snowden n'en finit pas de réveiller le traumatisme du 11 septembre 2001. Et de démontrer l'érosion des libertés publiques qui a accompagné la politique antiterroriste, aux Etats-Unis, mais également en Europe».

O fascínio dos nossos plutocratas por angola e pelo Osório...

«A República Popular de Angola (ainda é assim que se chama?), dirigida em «regime de democracia musculada» pelo «inamovível» (?) presidente José Eduardo dos Santos, filhas, genros, não sei se netos, e uma «porrada» de generais que partilham o «saque» do país há décadas, continua a fascinar os plutocratas e tecnocratas de nacionalidade portuguesa (o capital, esse, não tem pátria!) que se entusiasmam com a chusma de «ocasiões» e «oportunidades» proporcionadas pela economia de um país africano corrupto e sob férrea ditadura. É uma vergonha!».

Até Tu, Lopo!

«Conclui-se então que a Sonangol dá para tudo».

Um texto de enorme atualidade

«Segundo Henrique Neto, o 'poder não tem pensamento e quem pensa não tem poder'. Esse é, talvez, o maior drama português do nosso tempo».

Presidente em reflexão

«Os vizinhos – ‘padrinhos’ da maior burla desde Alves dos Reis – não fazem barulho e nem se dá por eles».

Fé, trabalho e luta

«Quais as razões desta inversão de culpa nos swaps socratinos? Duas. A primeira é a política de desoneração das responsabilidades socialistas que a direita promíscua e corrupta pratica. (...) A segunda é o controlo socratino - nem é ideologicamente socialista, é da fação socratina! - dos média, inclusivé dos públicos (como a RTP)!».

O desastre educativo

«Crato submeteu-se e pactua com um Estado que deveria poupar nas parcerias público-privadas».

O mundo ao contrário

«O Ernesto [Che Guevara] deve ter dado umas valentes voltas no caixão. Ou não».

O exemplo do taxista

«O exemplo político de Jens Stoltenberg não serve a Merkel, que se prepara para se instalar novamente na chancelaria, mas talvez ajude Rui Moreira ou Fernando Seara. Senhores, guiem um táxi. Observem primeiro a figura de Zé Manuel Taxista e depois guiem. Pois se até Maria Rueff conseguiu ser popular com bigode...».

A União Europeia tem um modelo: a Letónia!

«A chamada 'alavancagem' e a abundância de recursos financeiros permitiram, de facto, criar a ilusão de que as novas regras de funcionamento do sistema, nomeadamente a desregulação laboral, asseguravam a prosperidade que a todos permitia, por via do crédito barato, aceder a bens que não estavam ao alcance dos seus rendimentos. O resultado desta política está hoje bem patente não apenas nos Estados Unidos mas em todos os países desenvolvidos, nomeadamente na Europa».

Estranho sossego

«A senhora Merkel, que voltará a ganhar se não houver nenhuma catástrofe até lá, faz de conta que não há crise. Mas o banco central alemão já avisa que Atenas precisa de novo resgate. E no dominó europeu, depois da Grécia, a vítima seguinte costuma ser Portugal».

Barack Obama: o presidente fraco

O presidente norte-americano anunciou medidas de 'transparência' para tentar salvar o programa "Prism" que Edward Snowden revelou. O "delator", como alguns órgãos de comunicação social lhe chamam, para vergonha do jornalismo, e a opinião pública mundial estão a conseguir o que o presidente Obama não conseguiu em tempo útil: começar a tentar vergar a NSA.

Parpública: de Joaquim Pais Jorge à baixa política

A novela em torno da proposta de swap apresentada por Joaquim Pais Jorge ao gabinete de José Sócrates, em 2005, parece que acabou depois de o Governo ter revelado as recomendações favoráveis do gabinete de José Sócrates e de o PSD ter exigido ao actual líder do PS uma clarificação sobre o assunto. Subitamente, parece que a polémica morreu. Ora, muito mais importante do que os swaps, do que a dança de cadeiras entre a banca e a política e até dos curiosos investimentos de Rui Machete no BPN, aliás na linha do faro para o lucro de Aníbal Cavaco Silva, é mundo da Parpública. Até hoje, e salvo erro, só vi um político a fazer perguntas sobre este misterioso universo de negócios e de estrelas: Ana Gomes. O silêncio sobre a Parpública é a verdadeira dimensão da baixa política portuguesa.

A Oprah bufa

A célebre apresentadora norte-americana, autora de programas ao nível daqueles que passam de manhã e à tarde na nossa têvê generalista, foi protagonista de uma denúncia que só não é hilariante porque tem subjacente a questão do racismo. Não tenho palavras. Fica o melhor comentário: «Se alguma coisa as lojas, hotéis e recantos de luxo desta santa Europa estão habituadas é a acolher clientes negros: Las vacaciones de la jet-set africana».

Cortinas de fumo

«Quem assinou contratos lesivos para o Estado? E que tipo de penalização se aplica a quem cometeu tais actos? Infelizmente, responder a estas perguntas implica ir ao saguão do PSD e, sobretudo, do PS socrático. Ou seja, implica ir ao saguão do regime. Ninguém se atreve a tanto».

Gestão Interna

«O Ministro da Administração Interna bateu o recorde que pertencia a Jerónimo de Sousa: o de dizer mais provérbios por minuto. Ontem, em 5 segundos, debitou 4, todos sobre o orçamento de estado».

Silly Season, incompetência ou a voz do dono?

A entrevista de Cândida Almeida e a proposta de swap apresentada pelo Citigroup em São Bento, em 2005, deram origem a uma série de notícias reveladoras do actual estado da imprensa. No primeiro caso, é sublinhado que Cândida Almeida (considerada como a criadora do DCIAP, o que já é extraordinário) garantiu que não foi descoberta qualquer ligação entre José Sócrates e o Freeport, sendo omitida a forma como o processo foi arquivado; em relação ao segundo, outras prestimosas notícias sublinham que José Sócrates não teve conhecimento das propostas do banco norte-americano, mesmo depois de ser público o despacho de Teixeira dos Santos e as recomendações do chefe de gabinete, Luís Patrão, e dos assessores económicos, Vítor Escária e Óscar Gaspar.

A esquerda quer Alemanha a tratar portugueses como crianças

«Repare-se, portanto, na contradição representada ao máximo por Seguro e demais socialistas: de manhã, criticam a troika; à tarde, desejam a imposição de uma troika permanente através das eurobonds. Das duas, uma: ou não sabem o que estão a dizer, ou estão a vender o que resta da soberania nacional sem qualquer tipo de consulta democrática». 

Cartão de visita

«Ministra das Finanças revelou impreparação ou ingenuidade».

Zona de Perigo

«Para a sanidade mental do incauto cidadão e sobretudo do cidadão comentador político».

O burado do BPN

«Não se ouve ninguém pedir a responsabilização das empresas que auditaram o BPN».

"Swaps" ou o lado negro da força

«Não é esta a promiscuidade a que estamos habituados. Falamos de conúbios financeiros há anos, de políticos na banca e de banqueiros na política, nos créditos de uns para as obras de outros, nos financiamentos opacos, leis de favor, benefícios fiscais, dinheiro dos contribuintes, somos catedráticos nessa inconsequente disciplina. Mas isto dos "swaps" tóxicos é outra selva. Não é negociata de paróquia, é prática implacável dos maiores bancos de investimento do mundo. É ao lado negro de um planeta fascinante e sinistro de delícias e sevícias onde se compra e vende tudo, e onde os parvos são palha para estofar sofás».

Lavabit resiste aos crimes norte-americanos

Lavabit pode ser desconhecido da generalidade dos portugueses, mas o nome do serviço de correio electrónico norte-americano correu mundo pelas melhores razões. O seu fundador, Ladar Levison, anunciou a suspensão do serviço: «Fui forçado a tomar uma decisão difícil: tornar-me cúmplice de crimes contra o povo americano ou encerrar o Lavabit e abandonar quase dez anos de trabalho árduo. (...) Queria poder partilhar convosco os acontecimentos que levaram à minha decisão. Não posso. Sinto que vocês merecem saber o que se está a passar».

Com jeitinho os swap voltam a ser fantásticos

À excepção da esquerda mais à esquerda, a generalidade dos comentários sobre os swap traduzem a velha máxima dos políticos: sim, mas. Por isso não é de estranhar, depois da confusão lançada por uma certa tendência do PS, que surja a notícia de que os «ex-assessores de Sócrates acharam os swaps 'normais'». 

Incongruências problemáticas

«A financeirização do capitalismo contemporâneo alimenta-se dessa criação engenhosa de novos "produtos" que se encarregam de alargar a toda a realidade - mesmo aquela que ainda não o é (os "futuros") ou que nunca o será (os "derivados") - o mandamento do máximo enriquecimento pela máxima especulação».

António Costa: um dia especial

O presidente da Câmara de Lisboa tem razões para estar contente com a sondagem que lhe atribuiu mais de metade dos votos nas próximas eleições autárquicas. Mas nem tudo é um mar de rosas.  A notícia sobre a "Casa da Severa" devia obrigar António Costa a descer à terra, tanto mais que a entrevista de José Sócrates ao "País", jornal moçambicano, é um aviso a ter em conta.