JUSTIÇA E GELO

Magistrados e advogados passaram a alvos, agora na versão de ameaças à liberdade de opinião e até independência como revelam os acontecimentos desencadeados pelo juiz Rui Fonseca e Castro, advogado Manuel Magalhães e Silva e procuradores Maria João Antunes e Augusto Arala Chaves.

P. S. Francisca van Dunem não pode desconhecer que gelo, em cima de advogados, juízes e procuradores, queima.

NAÇÃO BENFIQUISTA

«É provavelmente má ideia ter advogados no ativo como membros dos conselhos que têm poderes de disciplina sobre procuradores e juízes. Não se trata de questionar a honorabilidade pessoal dos membros desses conselhos. Trata-se de desenhar a instituição para minorar os riscos de conflitos de interesses. É útil que haja gente externa às magistraturas nestes órgãos de governo. Têm é de ser verdadeiramente independentes, e isso é complicado quando são advogados que lidam profissionalmente com as pessoas que estão a avaliar. Precisamos de frieza para fazer essas reformas. Caso contrário, continuaremos amarrados aos vícios dos conflitos de interesses, da promiscuidade e da hipocrisia. Já basta o que basta».

MAGALHÃES E SILVA: PROVOCAÇÃO A ROSÁRIO TEIXEIRA?

João Paulo Batalha, no Twitter: «Não entra na cabeça de ninguém (na minha, pelo menos) que o advogado de LFV tenha poderes disciplinares, diretos ou indiretos, sobre o procurador que o investiga, enquanto membro do Conselho Superior do Ministério Público. Às tantas, foi para isso que LFV o contratou!».

P. S. Composição do Conselho Superior do Ministério Público.

Celeridade

«Se houvesse um relógio de ponto na sala de audiências e a pontualidade valesse, obrigatoriamente, 50% nas classificações dos juízes, tenhamos por certo que, porventura, algumas vezes, com substituto legal do MP ou do defensor, por não estarem a tempo, os julgamentos começariam, seguramente, à hora marcada. Com Justiça mais célere!».

Tudo igual?

«Diferente na nossa sociedade é que tudo isto pode ser escrito sem que nada de grave aconteça ao seu autor. Mais, também por tudo isso, vale a pena parafrasear Camus - na democracia há mais coisas a admirar do que a desprezar».

Delação - II

«A fazer fé em Paula Teixeira da Cruz, que diz falar em nome do PSD, e em Rui Cardoso, excelente magistrado e homem de bem, afinal não se trata de importar modelos, do Brasil ou dos Estados Unidos, mas de aperfeiçoar os mecanismos de suspensão provisória do processo e de isenção de pena já existentes para várias espécies criminais - terrorismo, tráfico de estupefacientes, corrupção. Espero para ver».

As penas

«Tempos houve em que bancos eram coutadas, geridas a bel-prazer de famílias; e o Estado, poiso de uma classe dirigente, cuja integridade, ou falta dela, passava ao largo do escrutínio público. A democracia trouxe a convicção de que Estado e dinheiro em bancos são a nossa vida. E, portanto, a severidade dos tribunais não é filha da tabloidização da Justiça, mas de uma exigência social a que os juízes dão voz».

As claques

«Enquanto abordarmos a realidade como membros das claques da Luz, de Alvalade ou dos Dragões, por mais vídeo árbitro que nos deem, nunca iremos ser juízes lúcidos para a entrevista Flash da Sport TV… Ora o exercício responsável da cidadania precisa de quem, no espaço público, nos ajude a compreender o sentido da realidade, e não desta continuada confrontação de chefes de claque, que faz da vida pública o day after de um qualquer Porto-Benfica».

E agora?

«Seria chegada a hora de avaliar os prós e os contras de continuarmos na UE e no Euro, porventura para concluirmos que uma e outro valem a pena. O que não pode é proceder-se à avaliação em clima de "ai que catástrofe que aí vem", ou a apodar de compagnons de route do PC todos os que achem que não devemos continuar na UE. Oxalá seja desta». 

Corrupção

«Marcelo pode transformar o combate à corrupção em projeto nacional».

Justiceiros

«Abaixo a cultura do “está-se mesmo a ver”. Precisa-se é de provas».

Maiorias

«Convinha que BE e PCP aprendessem com Passos Coelho».

Interrogações

«Pode a Justiça continuar a dar de si este espetáculo indecoroso? Não terão o modelo de MP e o modelo de juízes e sua governação de ser revistos sem tabus?».

Sempre soundbites?!

«Os temas da governação, um por dia, hora e meia, com líderes e equipes a suceder-se, permitiriam saber ao que íamos. Mas não, que o espetáculo tem de continuar…».

O referendo

«A campanha do sim mostra que a UE quer mesmo apear o Syriza».

A caminho das legislativas (corrupção)

A rever com interesse e atenção na TVI24.

A poção alemã

«Costa: ou é capaz de fazer o inventário de A a Z do deve e haver do Governo Sócrates e calar Governo e socratistas; e, no mesmo passo, definir estratégia de equilíbrio/crescimento para o curto, médio e longo prazo, ou arriscamo-nos a ter quatro anos de Marcelo&Passos».

Apelo à transparência

«Vão ter de nos explicar que incompetência ou que interesses não revelados leva a que a realidade vá sendo apresentada de modo obscuro, como se os números, em vez de servirem para gerir e para nos informar, servissem, afinal, para nos enganar».

Segredo de polichinelo

«Por mais perplexidades que os factos divulgados suscitem, nem Sócrates, nem o Procurador Rosário Teixeira, nem Você, leitor, nem eu, se formos arguidos, merecemos ser tratados assim».

Só empurrado

«Por mais esclarecimentos que vá prestando, o que fica claro é que o PM praticou evasão fiscal à segurança social e que os pagamentos agora efetuados, legalmente obrigatórios, ou não, só a confirmam».