ANGOLA, PORTUGAL E O INTERESSE NACIONAL

Carlos Costa já prestou um enorme serviço público: obrigar ao escrutínio das relações entre Angola e Portugal. É que o interesse nacional não é o mesmo que o interesse de António Costa e de Marcelo Rebelo de Sousa, nem é à prova de escrutínio das autoridades e dos cidadãos.

P. S. António Costa acusa Carlos Costa de «montar uma operação política de ataque ao seu carácter, ofensa da honra e honorabilidade». Faz lembrar José Sócrates, antes e depois de ter sido detido a 24 de Novembro de 2014.

BANCOS E EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÕES MANDAM

Duas notícias são reveladoras de como António Costa vergou em relação aos Bancos e às empresas de telecomunicações: «Crédito à habitação com taxa variável é três vezes superior à média europeia»; «Empresas de serviços móveis e televisão fogem do pagamento de multas milionárias. Autoridade das comunicações aplicou quase 32 milhões de euros em coimas desde 2012, mas só recebeu 265 mil euros de forma voluntária».

CARTEL DA BANCA MAIS APERTADO

O falseamento das condições de concorrência no mercado por mais de uma dezena de Bancos (Caixa Geral de Depósitos, BCP, BES, BPI, Santander, Montepio e BBVA, entre outros), que ficou conhecido como o "Cartel da banca", já está nas mãos dos juízes do Tribunal de Justiça da União Europeia.

COSTA VERGA AOS INTERESSES DA BANCA

As novas medidas de apoio ao crédito à habitação são uma desilusão. Mais uma vez, Portugal fica aquém dos outros países da União Europeia Quando o governo fica aquém ou falha, nos dias seguintes temos mais propaganda: António Costa afasta cenário de crise financeira. Já era assim com Sócrates.

O CALDO DO COSTUME

«Na apresentação do Orçamento do Estado para 2023 cresce o alarido sobre um documento da maior importância que, anualmente, vai sendo retalhado à medida das “contas certas” de António Costa.

GOVERNO QUE ELEGEMOS E MERECEMOS

O Estado que paga despreocupadamente os roubos financeiros e empresariais de milhares e milhares de milhões de euros não tem tostões para pagar o que prometeu e deve ao agricultor Luís Dias, mais uma vez em greve de fome. Chocados? É o mesmo Estado que deixa os cidadãos morrer por falta de assistência hospitalar, regateia as pensões e condena os sem-abrigo a morrer numa qualquer viela escura. Ao mesmo tempo, este Estado apresenta despudoradamente megaprojectos tão faraónicos quanto duvidosos que tresandam a alta corrupção. 

FOSUN: EM ALERTA

A notícia da Bloomberg começou assim: «Autoridades chinesas alertam para risco da Fosun». E depois de uma espécie de desmentido do grupo, continua o silêncio pesado em torno de um dos maiores investidores em Portugal.

LEHMAN BROTHERS: AINDA RECORDADOS?

Hoje, 14 anos depois do pedido de falência do Lehman Brothers (à data o quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos, com cerca de 25.000 funcionários em todo o mundo), estamos melhor e mais seguros?

SCHOLZ ENTREMEADO

«Mais de 200 mil euros em numerário encontrados num cofre, pertencente a um ex-deputado do Partido Social-Democrata, ameaçam deixar Olaf Scholz em apuros».

DEVER DE DILIGÊNCIA

No país das omissões e formalidades legais, José Maria Ricciardi, à saída do tribunal, em que testemunhou no âmbito do processo BES, deu uma lição grátis: «Um administrador de um banco é obrigado a um conjunto de deveres que tem de cumprir. Não basta não cometer as coisas, quando tem conhecimento delas também tem de as dar a conhecer. Chama-se o dever de diligência».

REGABOFE NA BANCA

O aumento dos custos anuais imputados ao consumidor pelos principais serviços bancários foi, em média, de 47%. E, em relação aos cartões de débito, vulgo multibanco, atingiram os 163% de subida. Como se não bastassem os milhares de milhões de euros das aventuras dos bancários do regime. Com este poder político, o regabofe da banca não tem limites.

PORTUGAL NA FRENTE DA CAUDA

Os activos russos congelados em Portugal atingiram o extraordinário valor de €242,00 (duzentos e quarenta e dois euros). Surpreendidos? Só quem não esteve atento ao que se passou com Angola e Venezuela, e está a passar com a China.

PUTIN E FORTUNA

A possibilidade de "congelamento" do dinheiro de Vladimir Putin (e do seu fiel Lavrov), aliás anunciada por Santos Silva (!), ainda não desencadeou o debate que está a montante da crise: como é que um KGB e governante russo conseguiu acumular uma fortuna da ordem dos milhares de milhões de dólares e como é que os bancos aceitaram este dinheiro sem indagar a sua origem?

SWIFT A MENOS E MAIS SANÇÕES E AMEAÇAS TARDIAS

Os Bancos e oligarcas russos tiveram mais de 15 dias para colocar o seu dinheiro a salvo das sanções ocidentais "nunca vistas". Joe Biden multiplica as ameaças. E Boris Johnson até faz um último aviso aos oligarcas russos instalados no Reino Unido. Dá muito que pensar!

VAI SER LINDO

«Regulador da banca europeia alerta para risco de que o dinheiro da corrupção ligada a Isabel dos Santos e associados possa continuar a ser branqueado nos bancos da União Europeia».

O CADASTRO DO CRÉDIT SUISSE

«A corrupção e a evasão fiscal são um saque às democracias e uma condenação aos países mais pobres do Mundo. Apesar de todo o esforço de legitimação, o sistema financeiro continua a ser um instrumento desse crime organizado, e para isso conta com doses iguais de hipocrisia e inação dos maiores governos ocidentais».

NÃO APRENDEMOS NADA

«A divulgação dos "Panama papers" tornou públicos os gigantescos desvios de verbas para offshores financeiros. Todos nos insurgimos contra esta pouca vergonha que permitia salvaguardar dinheiro ilícito, fomentando o crime e subtraindo aos estados milhões de euros de impostos. Hoje, passados seis anos desse sobressalto cívico, tudo continua na mesma, com a cumplicidade desses estados».

ULRICH COM PAPO DE ANJO

A divulgação do "doce" depoimento de Fernando Ulrich, a propósito da Autoridade da Concorrência ter multado o BPI, entre outros bancos, ficará nos anais da história da banca, ainda que certamente haja muito por contar, por exemplo, em relação a Angola.

NÚMERO TRÁGICO

«O Estado português injectou 29,155 mil milhões de euros na banca de 2008 a 2020. O retorno foi de 7,139 mil milhões de euros. O saldo negativo é o número trágico de 21,836 mil milhões de euros. Os números são do Tribunal de Contas, inscritos no “Parecer sobre a Conta Geral do Estado 2020” (página 217)».

BANCA PORTUGUESA SOB PRESSÃO

«Portugal, a lavadeira de luxo da cleptocracia angolana».