CAMPANHA ELEITORAL E VIOLÊNCIA

O tom de agressividade verbal está a subir a um ritmo galopante, expondo a fabricação de estratégias de medo que podem contribuir para que a situação descambe em casos de violência nunca vistos em campanhas eleitorais anteriores.

CORRUPÇÃO AFASTADA DO DEBATE

Depois de ter sido metida na gaveta, no debate entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, pasme-se, por três jornalistas de outras tantas estações de televisão, a corrupção saltou fora do debate mediático. Nem mesmo os partidos que não cabem no arco da governação conseguem furar este surpreendente abafamento relativo a um dos assuntos que mais preocupa os portugueses.

P. S. A bolha mediática continua entretida em escrutinar cenários em vez dos problemas reais e as propostas eleitorais.

MAIS UMA NOVA ESTRATÉGIA DE MEDO

Depois do falhanço da estratégia do medo, a propósito do Chega, a espécie de esquerda (ainda) no poder agora inventou uma nova intentona, a do "cerco" e da "coação das forças" das forças de segurança aos candidatos a primeiro-ministro.

P. S. Noutros tempos, os políticos não fugiam à pressa pela porta das traseiras. 

OS ARTISTAS DO SNS DESMASCARADOS

Ao fim de 8 anos da mais descarada propaganda dos governos socialistas liderados por António Costa, bem como do PS, com a cumplicidade de grande parte da comunicação social, finamente foi possível ouvir, num dos canais generalistas, em prime time, com dados oficiais, quais foram as taxas de execução dos orçamentos anunciados para o SNS (debate entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santo aos 56' 06''):

XXI GOVERNO DO PS (Bloco e Esquerda e PCP)

2016 - 55%

2017 - 43%

2018 - 47%

2019 - 49%

XXII GOVERNO DO PS  (Bloco e Esquerda e PCP)

2020 - 61% (pandemia)

2021 - 100% (pandemia)

XXIII GOVERNO DO PS (Maioria absoluta)

2022 - 43%

2023 - 45%

E DEPOIS DE TANTO MARKETING

As vulnerabilidades de Pedro Nuno Santos ficaram ainda mais acentuadas após o debate com Luís Montenegro. O líder do PS falhou o objectivo de aplainar a imagem de impreparação e de impulsividade, com a agravante do ganho em genuinidade ter ficado comprometido pela tentativa de defender o legado de António Costa, ao mesmo tempo que promete fazer o que não foi feito nos últimos 8 anos.

P. S. A falta de isenção, com a futebolização da política e as claques ao rubro, já é uma espécie de activo no meio mediático.

ALTA (IN)DEFINIÇÃO

«O desvario é universal, faltam referências, o escrutínio de instituições credíveis e até a análise e o comentário independente e idóneo».

RUI ROCHA NO PÓDIO

As prestações de Rui Rocha nos debates entre líderes partidários (frente-a-frente), entre as quais a última, foram a grande surpresa da pré-campanha eleitoral para as eleições de 10 de Março. Com ideias, o líder da Iniciativa Liberal emprestou uma nova forma de fazer e de debater em política, deixando claro um estilo e alternativa credíveis, condição essencial para combater a abstenção.

AFINAL HÁ (IN)JUSTIÇA NO SISTEMA

O debate entre André Ventura e Pedro Nuno Santos trouxe "surpreendentemente" o tema da Justiça para a ribalta. Mais uma vez, a espuma dos dias, imposta pela espectacular libertação dos arguidos da Madeira, verga os políticos. 

P. S. O líder do PS, desesperadamente agarrado ao status quo, garante que a Justiça está a funcionar. O líder do Chega contesta, mas nem uma palavra sobre a autonomia financeira para um verdadeiro combate à corrupção. À porta do poder, já foi engolido pelo sistema?

A IMPORTÂNCIA DO FILTRO

«Não houve nem há nenhum esforço integrado e sustentado para ajustar o exercício de construção da cidadania às exigências dos nossos tempos (...) Quando é cada vez mais importante a capacidade de exercício da crítica, do escrutínio e da exigência, parece haver um comodismo instalado na persistência do quadro existente, sendo manifesta a degradação das literacias, da capacidade de realização de juízos críticos e das vivências democráticas».

O TESTE DO ALGODÃO CONTINUA

O melhor e mais intenso debate até ao momento, em que o grande derrotado foi o PS: Luís Montenegro apostou na descredibilização das propostas de André Ventura, mas não impediu o efeito das últimas palavras do líder do Chega: «Os dois partidos [PS e PSD] representam o mesmo sistema há 50 anos».

QUANDO A REALIDADE GANHA, OS LOBBIES PERDEM

«Os discursos ao jeito de Fidel, a treta dos papões e o marketing estafado estão a perder terreno, porque o tempo em Democracia joga a favor da transparência e contra a corrupção».

DEBATES PARA COMENTADORES

«Quem escolheu este modelo achará que o esclarecimento vem, logo a seguir, com notas e tudo, pela boca dos doutos comentadores - estão lá, como dizia um especialista em comunicação, para descodificar o discurso dos políticos, como se os portugueses tivessem orelhas de burro».

O PS E O (NÃO) CHEGA

É cada vez mais notório que a subida do Chega também está a ser feita, entre outros, à custa de quem votou PS nas últimas legislativas.

P. S. Os exemplos europeus e norte-americanos, designadamente o de Donald Trump, cada vez mais forte internamente e determinado em denunciar as hipocrisias das democracias europeias, não foram suficientes. Chamem a polícia, perdão, a polícia não, porque pode estar de baixa.

O TEMA ESQUECIDO

«Podia dar-se o caso de se tratar de um setor que funciona bem e que não tem problemas. Contudo, recordando um dos momentos mais marcantes da primeira semana de debates, quando Pedro Nuno Santos perguntou ao seu oponente “o que não funciona (em Portugal)?”, a resposta a essa pergunta poderia começar pela educação».

CHEGA A SUBIR A FASQUIA

É a forma como o regime e os seus principais actores são retratados por André Ventura. Em boa verdade é mais do que um acto de campanha eleitoral do Chega, a que uns chamam moralismo ou populismo, enquanto outros consideram que é a denúncia frontal da bandalheira institucionalizada.

P. S. O caso Intelligent Life Solutions, que resultou na absolvição de Miguel Macedo, não  condicionou o líder do Chega.

AMBIÇÃO EM TEMPO DE CAMPANHA ELEITORAL

Os discursos inflamados em campanha eleitoral, aos quais não se segue o devido escrutínio da comunicação social, são reveladores: para uns, a ambição é o novo aeroporto de Lisboa e o TGV, para não falar de outras aventuras "gasosas"; para outros é fazer com que as pensões tenham a equivalência ao salário mínimo, uma espécie de última fronteira de dignidade. Dá que pensar!

DA AUTOJUSTIFICAÇÃO ÀS MESAGENS SIMPLES E DIRECTAS

Os dois primeiros debates entre líderes partidários permitem duas conclusões: os representantes do actual poder e aliados caíram na armadilha da sistemática autojustificação; por sua vez, aqueles que representam a oposição cingiram-se a mensagens simples e directas.

CALENDÁRIO DOS DEBATES DOS LÍDERES PARTIDÁRIOS

Começam, hoje, os debates entre os líderes partidários.

MARCELO AGUENTA MAIS UM ANO?

A ligeireza presidencial tem surpreendido até os mais críticos, nunca como hoje é legítimo perguntar: Marcelo Rebelo de Sousa aguenta mais um ano em Belém?

PS/PSD: PARECE UM FILME DE TERROR

O PSD com a velha tralha madeirense às costas é tão aterrador quanto o novo PS com os "costistas" a continuar no poder e a mandar, no dia em que Sócrates apareceu a espernear.