As rifas do fisco e a governação rasca

«Chegámos ao cume da governação rasca. Saiu-nos na rifa mesmo sem dar o NIF. É preciso ter azar». 

Um país, dois sistemas (acerca do PS e da justiça)

«Como é possível que o secretário-geral do PS lance como grande ideia para a reforma da justiça portuguesa um regime de privilégio?».

Política surrealista?

Num momento em que estamos cada vez mais obrigados a tomar decisões fundamentais para garantir o futuro a curto e médio prazo, a agenda mediática tem sido marcada por duas notícias surrealistas: a decisão de o primeiro-ministro ter contratado os serviços de uma empresa privada para cobrir as necessidades da residência oficial em termos de atendimento telefónico e o anúncio do líder do maior partido da oposição em criar uma justiça especial para os investidores estrangeiros. É caso para perguntar se está alguma coisa importante para acontecer...

Miró e o poder

«As colecções de arte são demonstrações de poder. O Estado português não tem nenhum».

O 'isco' do fisco

«Depois do perdão fiscal, o Governo recorre a um novo expediente, ‘importado’ da América Latina, para combater a fraude e evasão fiscais: a rifa…».

Erro inicial no Meco

«A tragédia do Meco tem vindo a destapar a iniquidade das praxes mas também uma das coisas mais absurdas da lei de organização da investigação criminal».

A fraude dos "rankings"

«Se é assim, porque se insiste tanto na ordenação, até no rigoroso meio académico? Por razões emotivas. Um campeão é sempre apaixonante. É mais excitante dizer-se que foi 5.º do que indicar a nota. Por isso mudamos tantos ratings em rankings. Não basta ter cinco estrelas; é preciso ser o hotel melhor da cidade. É significativo que a entidade que emite o ranking das universidades não seja uma academia, mas um jornal, o Financial Times. O assunto é emoção, mais que informação».

Portugal na lama: só falta Obiang

«Os portugueses precisam de saber quem são e o que representam os novos detentores particulares e institucionais de posições-chave na economia e nas finanças de Portugal, bem como os riscos que decorrem dos processos de transição nalguns países exportadores de capital para Portugal».

A crise da Justiça

«Às execuções e aos tribunais de comércio falta a aplicação de princípios elementares de gestão».

O PSD e o saneamento político de Nuno Santos

«É um insulto à inteligência que o PSD exija agora no parlamento saber quanto pagou a RTP a Nuno Santos quando foi o governo do PSD-CDS que o saneou politicamente da direcção de Informação da RTP».

Derby com 1 Xanax

Receita para os benfiquistas: um comprimido antes de deitar... e, amanhã, tudo parecerá um pouco melhor depois do Benfica-Sporting 2014.

Faz que luta

«Pode o estado português fingir ser transparente, mas já não engana as instituições internacionais, como a Comissão Europeia, que veio denunciar a falta duma estratégia de combate à corrupção».

Lotarias

«Entre o carro ou um abate nos impostos, eu nem hesitaria».

Brincar aos carrinhos

«Poupadinhos, pobrezinhos mas lavadinhos e com a cidadania reduzida à raspadinha do fisco».

O início das manobras

«O despedimento do diretor do diário madrileno El Mundo põe em evidência um princípio: um jornal só pode ser independente se a sua situação financeira for sã».

As boas notícias e a má-fé

«É triste constatar o mal-estar que as boas notícias causam a muita gente. Estas pessoas, os monarcas da indignação, ficam incomodadas com o advento de boas notícias para os portugueses. É o costume, portanto: o ódio sectário é mais forte do que o patriotismo».

Heróis do mar, pobre povo

«Na costa e na floresta ou se previne antes ou as catástrofes deixam-nos sem hipótese de defesa. Não são acidentes naturais. É péssimo planeamento. O pior cego é o que não quer ver».

O deputado que leva uma hora a fazer uma pergunta

«Caros eleitores, já sabem, se virem Jorge Lacão um dia na rua, mudem de passeio imediatamente ou finjam que estão a correr para o autocarro. Já viram se ele vos pergunta pelas horas ou como é que se vai para Campo de Ourique? Lá se vai uma hora do vosso dia».

Guterres à Presidência

«Portugal precisa sobretudo de um novo Presidente com duas características fundamentais: ser internamente um mediador eficaz, capaz de diminuir a excessiva, teatral e inútil conflitualidade que domina a cena político-partidária nacional, incentivando compromissos de médio/longo prazo. E ser externamente uma personalidade de indiscutível dimensão global, conhecida e respeitada, capaz de projetar Portugal e de intervir nos debates internacionais. (...) Ora, é evidente que Portugal apenas dispõe de duas personalidades com este perfil: António Guterres e Durão Barroso».

A revolução conservadora

«No centenário da I Guerra Mundial, estamos a regressar à revolução conservadora que se começou a preparar nos anos que a precederam».

A ditadura do imediato e do falsamente evidente

«A tragédia do tempo presente radica na rarefacção de políticos suficientemente corajosos”.

PGR a reboque

Tem sido corrente assistir à intervenção da Justiça quando a comunicação social dá brado deste ou daquele caso mediático. Será que as investigações e os processos mais ou menos parados só aceleram quando regressam às paginas dos jornais e aos noticiários das rádios e das televisões? Se sim, então está comprovada a opção por um determinado perfil para o/a líder do Ministério Público.

Agricultura do futuro

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A vergonha europeia

«Uma sondagem europeia diz que 90 por cento dos portugueses acreditam que em Portugal há um clima de corrupção generalizada».

Caso de censura ou guerra no PSD profundo?

De acordo com um comunicado da editora dirigida por Zita Seabra, a «Global Notícias tenta impedir a saída do livro "Os Saneamentos Políticos no Diário de Notícias", numa acção de censura inadmissível no Portugal democrático, ameaçando usar contra a Alêtheia Editores 'todos os meios judiciais e extra-judiciais disponíveis', numa tentativa abusiva de impedir o direito à liberdade de expressão em Portugal, conquistada com o 25 de Abril. Face a esta situação, a Alêtheia convoca uma conferência de imprensa para hoje, às 19 horas, nos seus escritórios na Rua do Século, 13, em Lisboa».

Resolver o "problema do big brother" que nos lesa a todos

«A NSA, por seu lado, tornou-se uma das mais terrivelmente poderosas agências governamentais em todo o mundo».

E o sindicato, não diz nada?

«Não tenho nada contra sindicatos. A menos que se trate de sindicatos que servem para muito pouco. Ou daqueles que, a coberto de "causas" embrulhadas em papel dourado, servem outros objectivos (veja-se as greves e manifs dos últimos meses).»

Desunião das esquerdas: entre as elites desavindas e as eventuais soluções

«Este é hoje o nó górdio de qualquer reforma do sistema político: trazer para o sistema de tomada de decisão ao nível dos governos os cerca de 20% dos eleitores da esquerda radical que têm estado sempre excluídos dos mesmos».

Miró e o lado positivo da polémica

A polémica sobre a venda da colecção de arte do BPN teve um único resultado positivo: nunca a cultura, neste caso a magnífica pintura de Joan Miró, tinha tido tanta atenção e divulgação em Portugal.

Retrato do artista quando adulto

«Não é preciso ser crente para ver no artista dotes demiúrgicos que aproximam os seus poderes de figurar o mundo dos poderes da divindade. E por isso, pondo ao contrário um célebre verso de Camões, acho que posso dizer: "Retrato, vós sois bem meu"...».

Muro de ilusão

«Enquanto os partidos do centro político, da esquerda à direita, se alheiam da realidade e não prepararam o futuro, os extremos e os demagogos aproveitam o desnorte».

A tortura de Sócrates

«A presença de José Sócrates na RTP lembra a desgraça. Uma verdadeira tortura para Seguro».

Libelinha by The Guardian

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Uma questão de honestidade

«Desde há meses para cá, porém, os erros de previsão passaram para os críticos do Governo».

Os homens da mala

«A corrupção em que vivem certos Estados – como a Guiné Equatorial – fez nascer uma nova classe de especialistas: advogados, embaixadores, ex-ministros e ex-banqueiros desenvolvem um lucrativo negócio de lavagem de dinheiro».

Facebook: 10 anos do melhor e do pior

Como qualquer rede social, pode ser bem ou mal utilizado. E, afinal, é tudo muito simples: Facebook é só para quem quer.

Vira o Miró e toca o mesmo

«Leilão das obras de Miró cancelado».

Vicente com um novo olhar

As fotografias de Vicente Jorge Silva, a partir de hoje, na Galeria Giefarte, na rua da Arrábida, em Lisboa.

Esta coisa a que chamam Estado

A providência cautelar apresentada pela PGR, após a audição de cinco deputados socialistas, foi rejeitada pelo Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa. Os 85 quadros sempre vão a leilão, hoje, em Londres. Para trás ficam meses de notícias sobre a intenção pública de vender a colecção de quadros de Miró comprada pela administração do BPN; também fica para trás a inacção e o aparente desconhecimento da direcção-geral do Património Cultural e do secretário de Estado da Cultura que a tutela; ou seja, o caso Miró apenas confirma o país em que vivemos, o tal que Pedro Passos Coelho não consegue mudar, porque já não manda.

O caso Miró

As campanhas promocionais e as viagens ministeriais pelo mundo fora valem pouco face à vergonha do caso Miró. O mais grave é que ninguém é responsável e o governo faz de conta.

Viver em Chaves é perigoso, mas o ministro da Saúde é fantástico

O caso de Hugo Sarmento é apenas um, mais um, sobre o SNS que a esquerda tolera e a direita ignora, com Paulo Macedo ou com qualquer outro ministro da Saúde.

Quem é que acorda a Justiça?

«Ir a tribunal dá direito a desconto no que respeita a ressarcir o Estado, visto que os condenados desviaram mais de 38 mil euros mas só têm de pagar um total de 17 mil para seguirem em liberdade nas suas vidas. Mais, ficou-se também a saber que a empresa municipal nem se deu ao trabalho de pedir indemnização pelos prejuízos sofridos».

Na idade da pedra lascada

«Desencadeado pela tragédia do Meco, o debate sobre as praxes está na ordem do dia, e já não era sem tempo».

Espanha

«Animado por números da economia, o 1.º ministro, Mariano Rajoy, teve ontem uma saída à rei Juan Carlos na Convenção do PP, em Valladolid. Dirigiu-se ao líder da oposição socialista com ‘Ou te calas ou admites o nosso mérito' Rubalcaba respondeu-lhe no Facebook: "Não mande calar os outros e explique as relações com o tesoureiro do partido que passou de homem de confiança a preso por evasão fiscal"».

Quase…

«Folgo que [António José Seguro] tenha chegado a tal conclusão. Só lhe resta perceber que um estado forte e imune a interesses ilegítemos não se atinge com “mais estado”».

Quem quer governar?

«Ninguém no PSD quer ir para lá desempenhar o mesmo papel deprimente; Seguro também não».

Memórias de lugares e música

«Philip Seymour Hoffman será sempre a figura monumental e discreta que protagoniza uma cena admirável da obra-prima de Spike Lee, A Última Hora (2002)».

Primavera

«Estiveram sempre contra medidas que podiam aliviar o sofrimento, em nome de sonhos e promessas obsoletas. Garantiam que no Inverno não se reparam tocas, o que sendo verdade, é tolice para quem é obriga-do a tapar o covil no meio do gelo. Ainda se ouvem esses oportunistas, mas o sol pálido da Primavera cala-lhes as banalidades».

António José Seguro mais perto

«A aprovação da reforma do IRC, as críticas directas aos quatro anteriores governos, do PS e do PSD, por manifesta falta de cumprimento das promessas eleitorais e a fleuma em relação à intriga partidária têm permitido a António José Seguro consolidar a sua candidatura a primeiro-ministro».

Traficantes de solo

«Os promotores imobiliários conseguem em Portugal o que mais ninguém consegue: margens de lucro de mil por cento em negócios aparentemente legais».

O amianto

«Governo tem inveja por ter sido Maria Antonieta a dizer: "Ai não têm pão? Comam brioches"».

Poiares Maduro, a RTP e os independentes

Poiares Maduro tem de provar que é diferente. E, sobretudo, não cair na tentação de tentar controlar os Medias por causa de interesses partidários e eleições à vista. O ministro que veio de Florença tem obrigação de saber há uma certa esquizofrenia em relação aos governantes que não pertencem às máquinas partidárias: existe uma certa imprensa que ora os elogia por não terem coladas as nódoas do aparelhismo, ora os tenta liquidar por essa mesma razão.

Liberdade condicional para Portugal

«Nem limpa, nem à irlandesa, a saída da troika tem de ser à portuguesa e o mesmo é dizer que os cidadãos portugueses precisam de protecção».

As Esquerdas

«Se não se convencem, como podem convencer o país?»

Não há coincidências

«A crise das dívidas periféricas do euro demonstrou a fragilidade institucional da União Europeia».

Vasco Graça Moura: homenagem justa

Há personalidades assim: brilhantes e frontais.

Prudência e ousadia

«A violência física e psicológica infligida aos estudantes mais novos e vulneráveis como espetáculo público de intimidação e subjugação coletiva é ilegal, criminosa e indecente. Continuamos a aguardar a ação competente das autoridades responsáveis».

Póstumos

«Durante quanto tempo vão ser publicados romances, textos e cadernos póstumos de Saramago?».

A convergência de que precisamos

«Os equívocos combatem-se juntando vozes e forças à volta de um programa claro que mostre como resgatar a democracia e a autodeterminação e que diga que para isso é preciso pôr a renegociação da dívida no centro de tudo e revogar o pacto orçamental europeu».

Um Papa humano

«Francisco, mais do que Sumo Pontífice, prefere ser o Bispo de Roma, homem que sofre e pecador como qualquer um».

Crimes e Raptos? Solução: Chamem a TV

«A realidade cá fora e a realidade da televisão já são uma só: A televisão puxou pelo caso do Meco e acompanhou a polícia no caso da Madeira».

Seguro de vida

«Seguro quer uma ‘saída limpa’ à irlandesa. E Passos agradece».

Advogados corajosos e sem fins lucrativos

«Tempos sinistros, na verdade, mas em que houve advogados que foram capazes de assumir a defesa dos réus, denunciando as arbitrariedades e as violências, mesmo sabendo da quase inutilidade dos seus esforços. Lutavam, não tanto pela defesa da liberdade dos constituintes, já que só muito raramente a conseguiriam, mas, sobretudo, pela defesa da dignidade humana. Dignidade dos presos mas, também, de todos nós, permitindo que, hoje, ao olharmos para trás, possamos vislumbrar nesses tempos de vergonha, motivos para nos orgulharmos e festejarmos».

Pedro J. Ramírez de saída

Não é preciso referir algumas das páginas de investigação jornalística mais relevantes do periódico espanhol, como o caso GAL, por exemplo, tão conhecido do poder político e espiões portugueses. Pedro J. Ramírez, o director do "EL Mundo", foi afastado com o maior elogio que pode ser feito a um jornalista: sai por pressão do poder. O resto é como qualquer resto...

Snowden e o Nobel da Paz

Dois deputados noruegueses, Bard Vegar Solhjell e Snorre Valen, defendem que o antigo analista da NSA norte-americana contribuiu para que o mundo se tornasse um lugar mais seguro.

Despedimentos

«Alberto Weretilneck, governador da província de Rio Negro, na Argentina, despediu metade dos funcionários (170 em 340) através de vídeo no YouTube».

Corrupção eliminada

«O Presidente da República ignorou ontem o combate à corrupção e pediu que seja atacado o segredo de justiça».

A Aula Magna fechou para obras

«Sempre desvalorizei os sucessivos encontros da esquerda na Aula Magna. Não pelos promotores ou pelos presentes e muito menos pelo teor de alguns discursos ou manifestos. Mas pela simples razão de que aquelas pessoas seriam incapazes de se juntar para fazer qualquer coisa que não seja deitar um Governo abaixo».

O triunfo dos ricos

«Como há dias dizia Marcel Gauchet, parece que a classe política europeia "renunciou a pensar o que acontece e lhe acontece. Não lêem um livro há 30 anos, tem-se a impressão de que o que hoje existe é uma direita de imbecis face a uma esquerda de idiotas"».

Pinto Monteiro no seu melhor

Fernando Pinto Monteiro surpreendeu pela positiva após a cerimónia da abertura do ano judicial. Questionado pelos jornalistas sobre diversos temas abordados pela ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, o ex-PGR afirmou: se não consegui resolver determinados problemas enquanto liderei o MP, também não é agora que vou mandar palpites sobre as mesmas matérias. Chapeau! 

A melhor mentira de sempre

Papa Francisco: novo herói da Rolling Stone

O mundo está a assistir a uma revolução na igreja de Roma. Felizmente, os católicos têm um líder próximo, sem medo de afrontar a corrupção e a actual ordem mundial caduca e ainda com disponibilidade para se aproximar de uma nova geração que, até agora, tem estado de costas voltadas em relação ás questões da Fé.

Seguro entalado

«À esquerda do PS, cada novo "movimento de união" resulta invariavelmente em nova cisão».

A festa e a fúria

«O caminho da salvação da direita portuguesa é o poder a todo o custo como forma natural de superação».

Novo reino do deve ser

«No reino do dever ser, a tragédia do Meco tinha tido uma intervenção do Ministério Público e de uma polícia de investigação criminal logo no próprio dia».

Desigualdade

«Estudo do Banco de Itália revela que 10% das famílias do país possuem 46,6% da riqueza nacional, enquanto as 10% mais pobres só somam 2,4% do património».

A cultura da crise

«Cada vez nos aproximamos mais do dia em que os que apelam ao êxodo, serão obrigados, também eles, a sair da sua "zona de conforto"».

Mais perene do que o bronze

«Prefiro pensar que o verdadeiro panteão é da ordem do imaterial: prende-se com a ideia e com a vivência de perenidade, de transmissão, para além da nossa tão precária e frágil existência, dos méritos das figuras tutelares que ajudaram a construir-nos uma identidade nacional, pelo papel político, científico ou cultural que tiveram».

FMI e os votos pios

Christine Lagarde: «Enquanto houver 20 milhões de pessoas no desemprego a crise não acaba».

O novo paradigma da ciência: a avaliação opaca

«Avaliação é processo. E quando o processo não tem qualidade, o seu resultado não o pode ter».

Solene desprezo

«É claro que os políticos nem sentem os efeitos da emigração, pois os seus familiares não precisam de emigrar».

A universidade forma escravos e opressores

«Os nossos políticos, as nossas autoridades, quase todos, também um dia aceitaram serem praxados, também um dia aprenderam, rindo alarvemente, a ser escravos ou a ser opressores».

O que está em causa

«É, pois, isto que está em causa, muito para lá de questiúnculas partidárias, de processos de intenção e de ataques de caráter e de todas as vicissitudes em que a esquerda é pródiga. Ou queremos fazer tudo para evitar os cenários acima, ou podemos marcar já a Aula Magna para irmos chorar em conjunto a partir de 2015. Não podemos dizer é que não fomos alertados a tempo».

Algumas notas quezilentas sobre “A Ciência em Crise”

«Seria bem bom que as partes em confronto, que até há um par de anos conviviam tão bem sob o mesmo tecto, se deixem de tretas e confessem que o que está em causa é quem fica por cima, quem fica por baixo e quem é atirado para fora da cama. São poucos os que me parecem interessados em mudar o que interessa: os procedimentos».

A justiça da vitória

«Ao cabo de derrapagens sucessivas, o défice das contas públicas ficou, em 2013, abaixo da meta definida pela troika».

Greves

«O presidente dos caminhos de ferro franceses (SNCF), Guillaume Pepy, vai ter o mandato renovado após conseguir o número de greves na empresa mais baixo desde 2000. Atribui a paz social ao facto de nunca negociar com sindicatos em greve».

O poder do preconceito

«Muito da história do filme [O Lobo de Wall Street] é verdadeira e escabrosa, mas ela própria manifesta não só a sua extravagância, mas que o sistema funcionou: menos de dez anos após iniciar operações, a Stratton Oakmont foi banida do mercado em 1996 e os quadros encarcerados. Mas nada nos liberta da certeza de tal aberração ser representativa. O espectador sai da sala convencido de ter visto um retrato fidedigno do sistema».

Auschwitz: lembrar para quê?

«Será que somos capazes de tirar algum ensinamento de tudo isto? Sinceramente, não sei. Mas sei que embora a memória seja falível, o conhecimento é indispensável».

Seguro com nova estratégia?

Tem sido hilariante assistir às reacções inflamadas (mágicas?) de uma certa parte do PS aos resultados e indicadores anunciados pelo governo, alguns dos quais merecedores dos maiores elogios da parte das entidades comunitárias e internacionais. Será obsessão? Será acidente? Ou será que António José Seguro aprendeu a lição?

Praxe: a comunidade e a sociedade às avessas

«Entrar na praxe é entrar numa comunidade: o praxado sente-se obrigado a entrar para se sentir membro dela».

Investigação jornalística em simultâneo

Quando as capas e as aberturas dos telejornais coincidem, é sempre de estranhar; quando as escolhas editoriais, sobre um acontecimento que ocorreu há semanas (15 de Dezembro passado), resultam em trabalhos de investigação que são publicados no mesmo dia e à mesma hora, então ainda é mais estranho. E merece a maior reflexão sobre quem escolhe e determina a agenda mediática.

O basbaque

«A organização do trabalho aprende-se; demora é anos a produzir frutos e a demora é inimiga dos votos».

Simbólica e imagética nacionais

«Cultivar o respeito e o afecto dos portugueses pelos símbolos da pátria é fundamental para a saúde da nação e para a nossa vida quotidiana».

A abjecção das praxes

«A evidente ausência do movimento associativo estudantil da conflitualidade dos dias de hoje e a fácil proliferação das “jotas” nessas estruturas, tanto mais eficaz quanto diminui a participação dos estudantes em qualquer actividade que não seja lúdica (numa recente eleição na Universidade do Porto para um universo de 32000 estudantes participaram 2000, em contraste com uma muito maior mobilização dos professores num processo eleitoral do mesmo tipo), acompanham a generalização da submissão à praxe. De facto, a praxe mata, às vezes o corpo, mas sempre a cabeça».

Praxes

«Nas praxes, é a cobardia das universidades que horroriza».

Já não volta ao que era

«Os dados da execução orçamental revelam uma redução do défice, mas a verdade é que este objetivo só foi alcançado pela maior pressão fiscal da história portuguesa».

Vergonha!

«As praxes corrompem! Banalizam a humilhação, ministram a aprendizagem da submissão, a velhacaria, o encobrimento, a duplicidade, o aconchego da horda, a força da tribo e a eficácia das hierarquias indiscutíveis, como chaves para o sucesso individual».

A saída limpa

«Dublin não escolheu, pois, entre um bem e um mal, mas entre dois males. O que não escolheu, isso é claro, foi recuperar a soberania. Não o podia fazer porque o ajustamento imposto pela troika trazia acoplado um apêndice imperativo: sob vigilância apertada de Bruxelas, a austeridade vai continuar a ser lei suprema, com cortes de mais de cinco mil milhões de euros nos próximos dois anos a juntar ao tanto que já foi cortado».

O défice da desigualdade

«Precisamos de crescimento económico junto com bem-estar e não de crescimento, desigualdade e mal-estar. Não está no património genético de nenhuma organização, política ou outra, dar-nos o que é melhor para nós. Só nós, dentro e fora dessas organizações, podemos decidir o bem-estar ou o mal-estar em que queremos viver. Depois cabe aos governos aplicar a nossa vontade».

Edward Snowden: comissão independente reconhece ilegalidade

Uma comissão de controlo independente considerou ilegal a recolha sistemática dos meta-dados telefónicos pela NSA, tendo concluído: "Não identificamos um único caso de ameaça contra os EUA onde o programa tenha permitido afectar concretamente o resultado de um único inquérito antiterrorista". Edward Snowden já saudou o relatório da comissão que passou a pente fino o programa secreto da NSA criado em 2001.