A POBREZA, AQUI E AGORA

«As associações que andam no terreno já o notavam, as estatísticas vêm comprovar essa intuição. O número de portugueses em risco de pobreza cresceu e castigou particularmente a faixa acima dos 65 anos. O fenómeno continua a atingir com especial dureza idosos, crianças e mulheres, havendo um acréscimo de 256 mil pessoas em risco. Os números reportam-se a 2021 e não refletem ainda a crise causada pela subida galopante da inflação».

QUANDO A PROPAGANDA ESBARRA NA CADEIA

Enquanto o Estado, através dos órgãos de soberania e demais instituições, enche a boca com o desenvolvimento, o crescimento do PIB, a solidariedade e a defesa dos mais pobres e desvalidos, o JN notícia: «Estado indemniza presos por falta de condições em cadeias. O Estado português vai pagar 28.500 euros de indemnização a três reclusos. Tem ainda três meses para liquidar 750 euros de custas judiciais. A decisão foi anunciada, ontem, pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) e é justificada pelas más condições das celas nas quais os presos foram colocados».

P. S. O processo foi liderado pelo advogado Rodrigo Mendes Martins.

FOSUN: EM ALERTA

A notícia da Bloomberg começou assim: «Autoridades chinesas alertam para risco da Fosun». E depois de uma espécie de desmentido do grupo, continua o silêncio pesado em torno de um dos maiores investidores em Portugal.

A ESTABILIDADE DO MATA BORRÃO

«Depois do desastre político, económico, social e, principalmente, financeiro dos seis anos de governação socialista de José Sócrates e da recuperação musculada do PSD, estamos a viver desde 2015 uma fase dita de estabilidade, agora reforçada com uma maioria absoluta, mas a questão é a de saber se Portugal precisa mais de estabilidade ou de mudança, ou de mudança em estabilidade, que é a essência dos regimes democráticos».

COSTA CONFIRMA CAMINHO

A alteração na estrutura do XXIII governo é o sinal que faltava para confirmar que António Costa já está a caminho da Europa. E o obstáculo não será o presidente, quando chegar o momento, habituado que está a dar o dito por não dito em nome do interesse nacional, vulgo a vontade de um par de empresários do regime.

LEHMAN BROTHERS: AINDA RECORDADOS?

Hoje, 14 anos depois do pedido de falência do Lehman Brothers (à data o quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos, com cerca de 25.000 funcionários em todo o mundo), estamos melhor e mais seguros?

COSTA E MARCELO: AS CONSTANTES

Ao longo de décadas de vida política os truques de António Costa e as palhaçadas de Marcelo Rebelo de Sousa sempre foram constantes numa equação (regime) de múltiplas variáveis que lá foram resolvendo. Hoje, um e outro, hoje, em funções institucionais, mantêm a mesma mestria e desfaçatez políticas. Só que, agora, os tempos são outros, mais polarizados, mais desgastantes.

MOEDAS SEM MEDO

A Câmara Municipal de Lisboa aprovou um canal de denúncias ao serviço dos lisboetas, uma medida que apenas incomoda quem beneficia das consequências da opacidade.

BON VOYAGE

Em seis anos, Marcelo Rebelo de Sousa já fez o dobro das deslocações ao estrangeiro do presidente da República mais viajado até agora, Mário Soares: 104, contra 48 do falecido chefe de Estado. 

SNS: VERGONHA 43 ANOS DEPOIS

A passagem de mais um aniversário da existência do SNS é muito mais do que uma realização, é a vergonha nacional pelo caos reinante na Saúde em que são os mais desfavorecidos que sofrem.

PEDRÓGÃO: QUANDO RESPONSÁVEIS ESCAPAM

A decisão judicial sobre os incêndios de Pedrógão não foi uma surpresa, porque faltavam arguidos no banco dos réus. Enquanto o Ministério Público continuar a ignorar as responsabilidades do poder executivo e político, a culpa vai continuar a morrer solteira. 

DA GUERRA NA EUROPA A ANGOLA

Em plena Guerra na Europa, em que quase acreditamos que ainda existe a defesa da civilização e dos valores democráticos, a presença de Marcelo Rebelo de Sousa na tomada de posse de João Lourenço faz-nos despertar para a velha realidade dantesca, dentro e fora de Angola.

P. S. Os resultados eleitorais na Suécia, em que a extrema-direita venceu, são mais um aviso.

NEM MÉDICOS NEM PROFESSORES

«Os mais jovens e mais qualificados, os nossos futuros médicos e professores (tal como os engenheiros, enfermeiros ou operários especializados), continuarão a emigrar. Basta que percebam a relativa pobreza que os espera por aqui».

PRESIDENTE CONSORTE

«Marcelo Rebelo de Sousa prescinde de uma magistratura de rigor, ainda mais necessária num contexto extremamente exigente e num cenário de maioria absoluta, prestando-se a um papel que acaba por converter a Presidência no carro-vassoura (do regime?) que ampara os sucessivos erros da governação e encobre a relação cada vez mais difícil de António Costa com a verdade».

REFÉM DO ESTADO ANGOLANO?

Marcel Rebelo de Sousa não tem qualquer problema com o abandalhamento institucional e político, como o caso Manuel Vicente já havia demonstrado, entre outros, mas a confirmação da presença na tomada de posse de João Lourenço, cuja eleição fraudulenta é pública e flagrante, ultrapassa todos os limites democráticos, por mais saudosos da monarquia e do passado fascista. E a indignação justifica a questão: está refém do Estado angolano?

COSTA PISA A LINHA VERMELHA

A ligeireza com que António Costa afirmou que os funcionários públicos não terão aumentos proporcionais à inflação vai gerar uma onde de contestação difícil de suster, aliás, já instalada com a rábula das pensões. A evolução dos acontecimentos nos últimos dias revela que é cada vez mais provável que António Costa deixe de ter condições para cumprir o mandato que lhe foi conferido nas últimas legislativas.

CAIR DE PODRE

«A melhor notícia para o Ocidente é a (ainda ténue) oposição interna a Putin e que fará mudar o curso de uma guerra que tem levado a Europa a uma crise sem precedentes, mas também a um empobrecimento galopante da população russa».

COSTA EM PLANO INCLINADO

A entrevista do primeiro-ministro revelou a justificação da justificação para tentar disfarçar os truques variados em relação ao corte de pensões, agora, finalmente, assumido ao vivo, a cores e em directo, na versão de defesa da sustentabilidade da segurança social. Mas revelou ainda mais: um governante a tentar preparar caminho para aplainar a humilhação política de ter que fazer o que prometeu nunca fazer, julgando que já todos esquecemos as críticas a Pedro Passos Coelho por o ter feito.

P. S. Luís Montenegro reagiu imediatamente. É uma boa novidade em termos de oposição que traz mais verdade e transparência. O silêncio presidencial vai confirmar a regra ou vem por aí mais um branqueamento à medida?

TEMPOS DE GRANDES MUDANÇAS

«Insistir na pose de Estado, na ficção, em pactos de fachada e no adiamento de reformas com transparência e verdade é um sinal de pouca inteligência política».

IPSE DIXIT. BOA SEMANA!

«O PS tornou-se demasiado previsível 

na forma como tenta ludibriar a opinião pública. 

Comparem esta previsão de Julho 

com o que foi anunciado no parlamento esta quarta-feira [7/8/22]. 

Aproveitar a tragédia da inflação para enganar os portugueses 

é um novo nível de falta de vergonha».

Carlos Guimarães Pinto

«Tarde é melhor do que nunca 

e pouco é melhor do que nada, 

mas este plano vem demasiado tarde e é demasiado pouco»

Rui Tavares

As medidas chegam tarde

são curtas

e têm truques».

Mariana Mortágua