O DESASTRE CHAMADO MARCELO

O presidente acossado, suspeito aos olhos da opinião pública no caso do Hospital Santa Maria e envolvido em vários casos ainda não esclarecidos (caso Manuel Vicente, Tancos, demissão de António Costa, etc.) volta a assumir o papel de desestabilização, ameaçando convocar eleições antecipadas no caso do orçamento para 2025 não ser aprovado na Assembleia da República. É a precipitação do desastre, novamente, tal como ocorreu a 5 de Novembro de 2021, que resultou nas eleições antecipadas de 30 de Janeiro de 2022.

P S. Com a habitual sede de protagonismo, a repetição da descabelada ameaça presidencial, novamente em pleno processo de negociações entre os partidos com assento parlamentar, condena Portugal a caminhar para as terceiras legislativas em menos de três anos, o que bem atesta a falta de credibilidade em Belém.

MARCELO À CUNHA

Passou pelo caso BES (Bancos 2014), passou pelo caso de Manuel Vicente (Angola 2016), passou pelo caso Tancos (Forças Armadas 2017), passou pelo caso da crise política de 2021 (Orçamento 2022), passou pelo caso da crise institucional de 2024 (demissão de António Costa), só referindo os mais mediáticos. Dificilmente Marcelo Rebelo de Sousa conseguirá passar pelo caso das gémeas (SNS 2019), se o Conselheiro de Estado e líder do Chega, André Ventura, continuar a cumprir o seu dever, designadamente como deputado da Assembleia da República, goste-se ou não, venha por aí o fascismo ou qualquer outro papão enlatado à pressa e avulso.

P. S. A maioria dos partidos com assento parlamentar continua o abafamento sobre o que se está a passar na CPI das gémeas, comprovando que este Bloco Central, o mais perigoso de sempre, há muito ultrapassou as fronteiras do PSD e PS. 

COSTA COM APOIO DE MONTA

António Martins da Cruz, depois de abandonar o PSD, em 2018, porque estava «farto de pacóvios», veio agora a terreiro defender António Costa, na linha de Marcelo Rebelo de Sousa, aparentemente por causa do turismo e da "recomendável" UEFA. É um apoio de monta, que não é para admirar, sobretudo porque parte da fileira que defende recato quando estão em causa negociatas de Estado e nunca se farta de presumíveis corruptos e ladrões, como se verificou no caso Manuel Vicente. Sobrará alguma migalha?

ANA GOMES: CINCO MINUTOS SOBRE O REGABOFE

Ana Gomes dedicou cinco minutos à grande corrupção e à inacção da Justiça, no comentário semanal, na SIC Notícias. É um verdadeiro manual sobre o regabofe entre poder político, o poder económico e a justiça. A ex-candidata presidencial recordou que, no caso dos dois submarinos, que data de 2004, nada aconteceu aos corrompidos em Portugal, depois dos corruptores terem sido condenados na Alemanha. E, com fina ironia, lembrou ainda, passados 17 anos, que agora aconteceu exactamente o contrário, com a justiça portuguesa a condenar o corrompido (procurador Orlando Figueira) e a deixar escapar o corruptor (Manuel Vicente, ex-vice-presidente de Angola), bem como os seus intermediários (Daniel Proença de Carvalho, advogado), e Carlos José da Silva (banqueiro que passou da administrador do BCP para o Banco Atlântico Europa), no âmbito da "Operação Fizz".

CAUTELAS E CALDOS DE DIAMANTES...

Com o avolumar das ligações angolanas à Operação Miríade, a deslocação de Marcelo Rebelo de Sousa a Angola cai que nem diamantes, perdão, ginjas. E, à cautela, umas vacinas no bolso ainda podem calar umas bocas, não vá a vergonhosa "vicentada" registar efeitos colaterais.

OPERAÇÃO MIRÍADE MAIS PERTO DE ANGOLA

Depois da história mal contada nas Forças Armadas, que ainda está por esclarecer, os figurões começam a aparecer. E, aparentemente, alguns são angolanos. A traficância dos Comandos faz lembrar o caso vergonhoso de Manuel Vicente, em que não escaparam o presidente e o primeiro-ministro.

P. S. Francisca Van Dunem, num momento de lucidez política, anunciou a saída. Não tem condições para voltar à magistratura.

ANGOLA E PORTUGAL AOS PAPÉIS

Isabel dos Santos ameaçou divulgar documentos explosivos da Sonangol. E, imediatamente, Manuel Vicente veio a público recordar que ninguém vai sair limpo desta guerra. Resta saber se o recado é só para Angola, ou se também é para consumo em Portugal.

O LAMAÇAL ENTRE AS JUSTIÇAS ANGOLANA E PORTUGUESA

«A correspondência electrónica trocada nos anos de 2012, 2013 e 2014 entre o anterior procurador-geral da República, general João Maria de Sousa, e o advogado português Paulo Amaral Blanco, constante nos autos do processo de corrupção de Manuel Vicente, é de tal forma lamacenta que não pode deixar de ser publicamente revelada. Trata-se de um conúbio inaceitável entre os poderes político e judicial de Angola e de Portugal. Na verdade, os órgãos do Estado foram usados para fins privados da forma mais despudorada que se possa imaginar, visando, fundamentalmente, dar continuidade à pilhagem em Angola e desacreditar os que se têm batido vigorosamente contra o saque no país».

Ana Gomes e ... Augusto quê?

Ana Gomes afirmou que a transferência do processo de Manuel Vicente para Luanda «foi fabricada». O ministro dos Negócios Estrangeiros desmente. Entre a palavra e a credibilidade da eurodeputada e a do governante ainda alguém tem dúvidas?

Quem é o juiz que mandou o caso de Manuel Vicente para Angola?

«Cláudio Ximenes esteve 14 anos em Timor, onde se demitiu após um caso que envolveu uma ex-ministra. Na Relação de Lisboa, antes deste caso Manuel Vicente, livrou Bárbara Guimarães de ir a julgamento».

Transferência para Angola é "tremenda demissão" da justiça portuguesa

«Eurodeputada Ana Gomes fala em “hipocrisia” e “derrota” na decisão de remeter o processo de Manuel Vicente a Angola».

Marcelo e... O toque africano do bailete

«Manuel Vicente vai ser julgado em Angola contra a vontade do MP português».

P. S. Felizmente, conforme declarado no último debate quinzenal no Parlamento, o primeiro-ministro, António Costa, confia e acredita no MP português.

Relação de Lisboa dá razão a Angola

«Tribunal da Relação decide enviar processo de Manuel Vicente para Angola».

Vicente e a imunidade

Em Angola, em Portugal, na China, ou em qualquer outro país, um cidadão livre tem de ser obrigado a usar/utilizar/beneficiar da imunidade que o Estado lhe atribuiu contra a sua própria vontade? Francamente, não há limites?

Fizz com datas

«Operação Fizz: As principais datas do caso que envolve Manuel Vicente».

Fizz de betão

«Seis personagens do processo».

«O que vai acontecer a Manuel Vicente e outras questões da Operação Fizz».

Nove perguntas para entender o caso Manuel Vicente

«O caso que está a causar crispação entre Angola e Portugal começa esta segunda-feira a ser julgado em Lisboa. Envolve acusações de corrupção, processos arquivados e 700 mil euros».

Fizz in

É o caso judicial do ano. E vai deixar marca: «Juiz aceita denúncias de ex-procurador contra Carlos Silva e Proença».

Fizz para lá

Fizz sem gin

«Ex-procurador acusa Proença de Carvalho e iliba Manuel Vicente».