OS QUATRO PECADOS DA CRISE POLÍTICA DA PANDEMIA

«À medida que a pandemia progride, e se transforma também numa crise económica e social, a confiança nas instituições vai sendo colocada em causa. Polarização e confronto substituem o consenso. Como alertei então, era fundamental que o Governo agisse com transparência, clareza e coerência. O Governo tem feito o contrário».

FALAR MENOS, FALAR MELHOR

«Num mês, a maioria das infeções são contraídas em contexto familiar, as escolas não representam perigo e os restaurantes têm que fechar mais cedo porque são um potencial foco de contágio, noutro mês não há provas sobre o contexto de maior perigosidade interfamiliar, os números entre os jovens são alarmantes e os restaurantes afinal não são perigosos. Demasiadas contradições dão numa coisa: cada um ouve apenas o que lhe interessa».

FUNDAÇÕES... SEM MAIS

«Governo obrigado a divulgar transferências para as fundações».

E DEPOIS DO TABU... RÁBULA À VISTA

O anúncio da recandidatura está por um fio. Entretanto, há nova rábula institucional à vista: com um PS eunuco nas presidenciais de 2021, Marcelo Rebelo de Sousa, ainda antes de vestir a pele de recandidato a Belém, está quase a iniciar um arrufo com António Costa por causa da gestão da Covid. Tudo para sacudir a água do capote e simular um distanciamento inexistente nos últimos cinco anos. Vai ser politicamente grotesco, muito triste de assistir...

EMERGÊNCIA, MENTIRA, INCOMPETÊNCIA E ABUSO

Decisões gravíssimas estão a ser tomadas arbitrariamente, sem base na ciência e no conhecimento, à custa da banalização do estado de emergência. Sintonizados neste inimaginável desrespeito pelos portugueses, o presidente e o primeiro-ministro estão apenas a destruir a economia e a estrutura familiar e social, com a agravante de ameaçar que vai ser assim ao longo de muitos meses.

P. S. A proibição dos profissionais de saúde poderem sair do SNS é mais um abuso, uma machadada na liberdade. E, amanhã, vão ser proibidos de revelar o que se está a passar no SNS?

RESPOSTAS MÍNIMAS, CRISE MÁXIMA

«Não é inevitável sermos vencidos pela crise, deixar cair empresas que eram viáveis antes da pandemia, permitir a destruição de postos de trabalho que serão necessários daqui a meses. Essa é a proteção que precisamos para o país e que é justificada por este momento de emergência. Não queremos recauchutar chantagens nem abrir portas a fantasmas, é uma resposta corajosa que se exige em nome do futuro do país».

EMERGÊNCIA, CUMPLICIDADE E PRÉ-CATÁSTROFE

Com os portugueses tratados ora como criminosos ora como exemplares, às mãos de uma "dupla" que governa como quer, e não como deve, o estado de emergência passou num Parlamento cada vez mais cúmplice desta espécie de gestão da pandemia.

P. S. Enquanto o poder conta camas e ventiladores, Portugal assiste ao alerta desesperado de enfermeiros e médicos face à situação de pré-catástrofe.

AS MUDANÇAS TRAZIDAS PELA PANDEMIA

«A disrupção provocada pela pandemia levou a alterações estruturais, e em muitos casos acelerou outras, que tenderão a perdurar no tempo».

TANCOS MAIS PERTO DE MARCELO

«Director da PJM falava com chefe da casa militar do Presidente sobre Tancos, garante major.

Roberto Pinto da Costa diz ter acreditado que Marcelo e o ministro da Defesa estavam a par da investigação da Judiciária Militar e admite ter mentido a procuradores: “Um militar não põe em causa uma ordem”».

COVID: MENTIRA E CRIME

Os "comissários" do regime desataram em socorro de Marcelo e Costa. Afinal, dizem, fofinhamente, que outros países também têm dificuldades em identificar a origem dos casos Covid. Ora, a questão é outra: é a mentira descarada e impune para justificar a tomada decisões graves que estão a liquidar as famílias, a economia e o país. Sexta (20), se o Parlamento permitir, há mais folclore colorido com o presidente. E, sábado (21), após o Conselho de Ministros, ficaremos em casa aterrados a ver passar tanto "sabujo" criminoso e impune, mesmo à nossa frente.

MP: UMA MAGISTRATURA OU UM SERVIÇO DA PGR?

«Com esta alteração, sem que exista inovação legislativa, o PGR poderá mais facilmente interferir em investigações concretas, o que deixa o Ministério Público e a investigação criminal mais vulnerável a interferências externas».

COVID: ISTO NÃO PODE CONTINUAR ASSIM

O presidente o primeiro-ministro tomam decisões da maior gravidade com base em 18,6% casos Covid cuja origem é identificada.

SILÊNCIOS DOS AMANHÃS QUE CANTAM

O silêncio de o presidente e do primeiro-ministro sobre questões de Estado – por exemplo a interferência política no caso Tancos e a prisão de um cidadão português na China – é mais perigoso para a Democracia que qualquer Chega.

P. S. Em vésperas de eleições presidenciais, este tema deverá marcar a agenda até 24 de janeiro de 2021. Ou será que não interessa nada?

REUNIÃO DO INFARMED DE VOLTA

Como se não bastassem os penosos exercícios diários de "informação" de Graça Freitas e Marta Temido, hoje regressa a reunião do Infarmed. Quem serão os próximos culpados? Certamente, os transportes públicos apinhados não devem ser... Até há uma espécie de "parece" e tudo...

O INENARRÁVEL "CORDÃO DE SEGURANÇA"

Há quem defenda um "cordão de segurança" à volta do Chega. A resposta de Rui Rio na TVI, ontem, e a de Sérgio Sousa Pinto na RTP, no dia anterior, desmascararam a tentativa de desviar as atenções dos problemas da gestão da pandemia e da governação de António Costa. 

P. S. Ocupar metade do tempo de uma entrevista ao líder do maior partido da oposição com do tema Açores/Chega é uma opção editorial. Mas que parece militância e frete políticos, lá isso parece.

MAIS AUSTERIDADE?

Depois dos alertas deixados por Mário Centeno e Comissão Europeia vai ser interessante observar até que ponto a austeridade vai ser reforçada em Portugal.

TVI: CMVM CONFIRMA DECISÃO

Mário Ferreira vai ter que lançar uma OPA sobre 70% da Media Capital, uma confirmação da decisão anunciada pela CMVM em outubro passado.

PORTUGAL E OS DESIQUILÍBRIOS

«Bruxelas publicou a avaliação económica de Inverno e coloca Portugal entre nove países com desequilíbrios macroeconómicos».

OS ELEITORES PESTILENTOS DO CHEGA

«O caminho a fazer é muito mais exigente, requer mais cidadania, mais independência, mais trabalho, menos palavreado estéril (...) O essencial do caminho é exigir coerência, seriedade, rigor, transparência e democraticidade a quem governa. O essencial do caminho, no atual contexto, passa por exigir ao Governo que explique o gasto de cada cêntimo dos fundos comunitários que aí vêm. Que seja transparente nas políticas e na subsidiação dos negócios com as energias limpas. Que aprove verdadeiras medidas de combate ao desperdício de dinheiro público e não favoreça cartéis de empresas detentoras dos monopólios naturais. Que defenda a legalidade e faça com que os tribunais, as magistraturas e as polícias funcionem como o único poder dos que não têm poder nenhum».

TANCOS: CASO DE ESTADO E INTERFERÊNCIA POLÍTICA

Ao mesmo tempo que lançou fortes criticas à nova diretiva da PGR, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público disse em voz alta o que a generalidade dos cidadãos pensa em voz baixa: a porta está aberta à «interferência política na investigação criminal» E, como exemplo, cita com estrondo o que se passou no caso de Tancos.

P. S. Presidente, primeiro-ministro, PGR e ministra da Justiça vão assobiar para o lado, fazendo de conta que não leram, ouviram e viram a denúncia de quem representa os magistrados do MP.