DE BORODYANKA A BUDAPESTE

Os comissários do costume não desarmam. Depois de justificarem e até defenderem Vladimir Putin, desde o primeiro dia da invasão da Ucrânia, agora recordam que o PCP não está sozinho, quando se opõe a ouvir o representante das vítimas da Guerra na Europa.

P. S. Os que defenderam a União Soviética, depois de invadir Budapeste (1956) e Praga (1968), hoje defendem a Rússia, mesmo depois dos massacres de Alepo (2016) e agora de Borodyanka, Bucha, e Mariupol. Obviamente em nome da paz.

SOMOS NÓS QUE PAGAMOS A GUERRA DE PUTIN

«O catálogo de horrores obriga todos a tomar decisões difíceis. Expulsar diplomatas, como estão a fazer os governos (também o português), é anedótico. Discutir (devagarinho) o fim das importações de carvão russo é insuficiente. Quebrar a máquina de guerra de Putin só será possível quando a Europa fechar as torneiras do gás e petróleo russos (e pressionar outros parceiros a fazer o mesmo). É certo que terá custos. E que não podem ser os de sempre (os mais pobres) a pagá-los. Mas, em nome da decência e da humanidade, não valerá a pena um empobrecimento relativo e momentâneo?».

A HORA DE MONTENEGRO

Luís Montenegro confirmou a candidatura à liderança do PSD, com um bom discurso. E vai beneficiar do disciplinado e rigoroso silêncio a que se impôs desde que perdeu a corrida de 2020.

P. S. Rui Rio prestou um péssimo serviço ao PSD ao ter deixado fora das listas de deputados os seus putativos sucessores.

PIOR DO QUE URSULA

As últimas palavras de Ursula von der Leyen são demasiado grotescas para ficar calado. Talvez no próximo massacre, depois de Bucha e Mariupol, a UE avance para verdadeiras sanções, corte de importação do gás e do petróleo russos.

DEMOCRACIA A DEFINHAR

Quem se der ao trabalho de comparar as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o massacre de Bucha e, por exemplo, a morte do PSP, Fábio Guerra, para já não falar de Tancos, entre outros escândalos políticos, económicos e financeiros, fica a compreender melhor a razão pela qual a Democracia portuguesa está a definhar à vista de todos, todos os dias.

O MUNDO À ESPERA

Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente Biden, afirmou: «A Rússia tentou subjugar toda a Ucrânia e falhou. Agora tentará subjugar partes do país». Dito isto nada mais aconteceu. E o mundo fica á espera de mais massacres, para de seguida rasgar as vestes, certamente acompanhadas com lágrimas de crocodilo.

ALEMANHA: ESTRATÉGIA OU FARSA?

Olaf Scholz e a sua ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, expulsaram 40 diplomatas russos. E, no mesmo dia, continuaram a comprar gás e petróleo a Putin, permitindo-lhe financiar a agressão e a invasão da Ucrânia. Até onde vai chegar a farsa alemã?

OLHOS BEM ABERTOS

«Há uma guerra antes e depois de Bucha. Como aconteceu quando, em 1995, as tropas neerlandesas olharam para o lado enquanto as tropas sérvias cometiam o massacre de Srebrenica».

MERKEL AO 39º DIA DA GUERRA NA EUROPA

O silêncio de Angela Merkel era demasiado pesado. E, respondendo a Zelensky, afirmou manter a decisão da cimeira da NATO de 2008 em Bucareste. A negação do erro, por maior que seja o Nord Stream, é triste. Fica a certeza que a ex-chanceler não vai a Bucha, nem a Mariupol.

BUCHA E MARIUPOL

«Os europeus não vão poder ignorar a chacina, enquanto ligam o aquecimento e fazem zapping a partir do sofá. O preço a pagar é demasiado elevado para mais um patife virar de página».

IPSE DIXIT. BOA SEMANA!

Estamos a ver um país

a ser bombardeado, chacinado, 

e não fazemos nada?

Ana Gomes

É chocante a brutalidade das imagens que nos chegam de Bucha.

Condenamos veementemente estas atrocidades contra civis.

Uma barbaridade inaceitável 

que tem de ser veementemente punida pela justiça internacional.

António Costa 

(PM)

HUNGRIA E SÉRVIA: ELEIÇÕES DEPOIS DA GUERRA

Fidesz, de Viktor Orbán, e SNS (Partido do Progresso), de Aleksandar Vucic, vão a eleições, hoje. O primeiro teste eleitoral depois da Guerra na Europa.

O LEGADO DE ANTÓNIO COSTA

«Irá António Costa liderar as reformas que Portugal precisa e evitar ficar na história como o Primeiro-Ministro que fez de Portugal um dos países mais pobres e envelhecidos da Europa?».

PODER ABSOLUTO EM MARCHA

As palavras de Mariana Vieira da Silva, na primeira conferência de imprensa do Conselho de Ministros, e o chumbo dos deputados indicados pelo Chega e Iniciativa Liberal, para a vice-presidência da Assembleia da República, são um sinal claro: começou um novo período de asfixia democrática.

OS AUTARCAS QUE APAGUEM A LUZ

«Em vez de estarmos a gerir melhor os recursos do país, dotando o poder local de instrumentos de decisão mais consentâneos com o seu perfil de proximidade, estamos apenas a sacudir, dos ombros influentes da capital, responsabilidades e áreas, formando uma teia ainda mais burocrática e ineficaz. Por isso, os autarcas que apaguem a luz. Ou, no caso em apreço, que paguem a luz e outras faturas. Descentralizar de forma centralista dá nisto».

TELECOMUNICAÇÕES E PREÇOS

As imagens de quem perdeu tudo, sempre de telemóvel na mão, surpreende quem acompanha a Guerra na Europa, indiciando que os ucranianos beneficiam de preços de telecomunicações ao nível de um qualquer bem essencial. Quando é que as empresas de telecomunicações em Portugal deixam de ter protecção para poder praticar preços obscenos?

O REGIME A COMENTAR O REGIME

«O retrato de Portugal que nos surge nos painéis de comentário televisivo consegue ser ainda mais deprimente do que o país real. É obra – e não devia ser».

UCRÂNIA ATACA TERRITÓRIO RUSSO

A confirmar-se o ataque ucraniano a um depósito de combustíveis em Belgorod, na Rússia, a Guerra na Europa entrou numa nova fase perigosa, no preciso momento em que escasseia o tempo em relação ao ultimato russo de corte de fornecimento de gás a toda a Europa.

PIOR A EMENDA QUE O SONETO

Num regime democrático, em liberdade, não há reféns. A simples consulta de um dicionário (https://dicionario.priberam.org/ref%C3%A9m) podia ter evitado mais uma ligeireza, mais uma triste página presidencial.

UM DIA DEPOIS DA TOMADA DE POSSE DE MEDINA

«Portugal pela primeira vez entre os países que condicionam a liberdade de expressão».

P. S. O presidente continua num "vigilante" silêncio.