CRISE INSTITUCIONAL: FINAL PREVISÍVEL DO 1º CAPÍTULO

A crise teve o fim do seu primeiro capítulo, em tudo previsível, pelo menos para quem conhece os protagonistas: António Costa, para salvar a pele, apostou na radicalização; Marcelo Rebelo de Sousa, para continuar a garantir mais uns tempos de sorrisos, reconfirmou a irrelevância institucional.

ALTERNATIVA

O momento é crucial. 

COSTA E MARCELO EM NOVELA DESNECESSÁRIA

António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa estão a dramatizar o que é simples e tem regras claras: não é possível continuar a assistir a uma governação de mentiras e truques que só está a adiar a perspectiva da realidade tal como ela é. A Democracia não é uma novela. 

NEUTRALIDADE DA PAZ PODRE

A influência da visita de Lula da Silva já se faz sentir em Belém. O modelo de paz podre que o presidente brasileiro propõe para Ucrânia, que beneficia o agressor russo, é agora replicado internamente: Marcelo Rebelo de Sousa, para continuar a branquear a desgovernação e a mentira, tenta antecipadamente distribuir culpas pelo governo e pelos partidos da oposição parlamentar no caso de dissolução da Assembleia da República. Sem coragem, nem autoridade política, fica apenas a ameaça, mais uma vez gratuita e patética.

PALEIO A MAIS, APOIOS ESCANDALOSAMENTE A MENOS

Enquanto António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa regressam das Caraíbas, a montanha pariu um ministro das Finanças, fragilizado e a prazo, a anunciar, com um paleio que ultrapassa o insensível auto-elogio, apoios que o Estado já tinha a obrigação de honrar com a Função Pública, mais umas migalhas obscenas e ainda a promessa que o IVA zero nos bens alimentares ainda depende de uma negociação que já devia ter sido feita há mais de um ano. Quanto à Habitação é lá para o fim do mês...

O FOSSO CADA VEZ MAIS FUNDO

«No setor automóvel, a venda de carros de luxo registou em 2022 um aumento de 22% em relação ao ano anterior. (...) Enquanto isso, ficamos a saber que a ASAE fez mais um raide pelas grandes superfícies. Em causa a escalada de preços: está a transformar a vida dos portugueses (dos desprovidos de bens para comprar Porsches e Bentleys) num exercício difícil e diário».

COSTA NA BARRACA?

António Costa já começou a sentir, de perto, a indignação com que os portugueses vivem, exibindo uma atitude imperial que resultou num incidente, felizmente, sem gravidade, mas revelador do muito mais grave que se pode passar a muito curto prazo.

P. S. Há cerca de um ano, Marcelo rebelo de Sousa passou pelo mesmo.

DESESPERADOS QUE NOS DÃO ESPERANÇA

«Vivemos numa sociedade contraditória, as grandes empresas apresentam obscenos lucros de milhões e, ainda assim, aumentam os preços sem clemência; tecnocratas, muito bem pagos, saem de empresas após terem endireitado as contas usando sempre a mesma fórmula: à custa de cortes nos salários dos outros e despedimentos. O vulcão aparentemente adormecido começa, enfim, a despertar nos desesperados que nos dão esperança».

COSTA COM POUCO, NADA OU MAIS FRAUDE

Cresce a convicção, com as tomadas de posição públicas dos mais variados protagonistas de diversos sectores e sensibilidades da sociedade civil, que as medidas anunciadas para a habitação são como os apoios de milhões e milhões, prometidos para aqui e para acolá: resultam em pouco, em nada ou em mais fraude.

P. S. Agora, sim, com a balbúrdia instalada, desde os professores ao direito à propriedade privada, e graçola do melão à parte, já não é mais possível descartar definitivamente que corre a ritmo acelerado o tempo para ter de voltar a bater à porta do FMI para mais um regate financeiro.

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OS FILHOS DA DROGA

«A abundância de substâncias disponíveis, a atual crise económica e a falta de respostas sociais formam uma tempestade perfeita, capitalizada por uma indústria cada vez mais sofisticada e tentacular. De nada adianta atirar com medidas simplistas e populistas, como criminalizar o consumo na via pública».

COSTA: BAD CHOICE!

António Costa, nos primeiros nove meses, replicou as "aventuras" da anterior maioria absoluta do PS, fazendo lembrar o pobre que julga poder fazer tudo depois de ganhar o Euromilhões.

P. S. Com um governo recheado de ministros e secretários de Estado que estão à beira de cair, mais tarde ou mais cedo, o resultado das negociações com alguns sindicatos, que estão em curso, pode aferir se já percebeu a bad choice inicial, mesmo que contando com o branqueamento brutal de Marcelo Rebelo de Sousa.

OS ESTILHAÇOS DA CRISE

«Se a investigação à TAP pode acrescentar transparência, as notícias seguintes podem ser deprimentes. E façam-se votos para que os deputados procurem apurar em que moldes decorreram as "renúncias" de mais quatro administradores desde que a TAP foi resgatada com dinheiros públicos. Também receberam indemnizações? De quanto?».

GOVERNO E PRESIDENTE A DESVIAREM AS ATENÇÕES

Em vez de ser sancionada a prepotência de António Costa, que julga tudo poder fazer, continua a consolidação da ficção que as indemnizações aos administradores das empresas públicas e os curricula dos governantes podem ser desconhecidos, isto mesmo depois da "surpresa", do brinde à Iniciativa Liberal.

P. S. Enquanto os cidadãos são mal-tratados e humilhados, diariamente, o debate agora foi desviado para a criação de um "mecanismo" de controlo dos governantes, antes de tomares posse, certamente com os devidos alçapões para ficar tudo na mesma.

CRISE POR CONTROLO REMOTO

O clima de instabilidade está firme, mais parecendo que está a ser fabricado meticulosamente, com Marcelo Rebelo de Sousa cada vez mais cansado e desnorteado institucional e politicamente.

A QUEDA

«Marcelo, que segura Costa após 12 saídas de governantes em nove meses (duas por motivos de saúde), já não tem como evitar estreitar a porta da estabilidade. Nem tudo é suportável. O aviso foi lançado. Pelo meio, há um país que observa, que sente o peso da inflação, que enfrenta a subida da prestação da casa, e que quando precisa do Estado e o Estado lhe falha não tem direito a indemnização».