Nós, os Europeus!

«O que um Europeu quer é poder viver numa terra em que no mesmo dia pode decidir, livremente, se entra numa Igreja Católica, Ortodoxa ou Protestante, numa Mesquita ou num tempo judaico. Se é de esquerda, ou de direita. Se é monárquico ou republicano. Se é religioso ou ateu».

Armadilhados

«Uma democracia que deixe o espaço público entregue a estes grupos resvala para a guerra civil».

O que semeamos

«Cada um de nós, à sua escala, é responsável pelo que semeia. Falta ternura no Mundo».

Terrorismo contra o futuro

«O ISIS tem nos Estados sunitas ricos em petróleo a sua principal fonte de financiamento. Quem se poderá admirar que tenham o atrevimento de querer boicotar uma cimeira que defende um futuro cada vez mais livre desse combustível, tão danoso para o equilíbrio climático global? Quem controla a agenda, controla o futuro».

O nosso dinheiro

«Sim, no quadro da lei, o dinheiro é de facto das pessoas, dos pensionistas e dos funcionários públicos, de quem paga impostos e contribuições. O nosso problema é que esse dinheiro é pouco e as dívidas do País são muitas».

Fundação Berardo

«Um dos elementos mais estranhos do programa de Governo do PS, negociado com o PCP e o Bloco de Esquerda, está no proclamado objectivo de manter a colecção Berardo em Portugal».

Uma vítima

«As eleições que Costa perdeu foram apenas a primeira volta das eleições que ele espera ganhar».

As secretas e a nova maioria de esquerda

Muito se tem falado sobre economia e finanças, em detrimento de outros temas tão importantes como, por exemplo, a justiça e a segurança. Vai ser muito interessante assistir ao que se vai passar nos próximos tempos em relação aos serviços de informações. E para quem não tem muita memória basta recuar a Fevereiro de 2015:  «Secretas: silêncio que a coisa passa».

Vai de golpe?

À luz do debate aceso que está em curso, um turista acidental, que chegue ao nosso país, poderá ser tentado a apanhar o primeiro avião de regresso a casa por temer que, a qualquer momento, possam ser iniciados movimentos militares para restabelecer a ordem democrática.

Novo Mundo

«A direita tem de fazer o luto e aceitar a nova normalidade, à espera de melhores dias».

Os cenários de Cavaco

«O Presidente da República tinha os cenários todos estudados mas necessitou de fazer um discurso ‘preventivo’ contra a aliança de PS, PCP e BE. Acabou por regar o fogo com gasolina. Sabia muito bem o que fazer mas necessitou de um segundo apelo – mais cordato mas quase penoso – sobre as linhas vermelhas que o próximo governo não pode ultrapassar em matéria de compromissos internacionais e financeiros». 

E agora, Senhor Presidente?

«De facto - e de direito! - a larga margem de apreciação dos resultados eleitorais de que o Presidente gozava anteriormente - sobretudo, neste quadro parlamentar em que nenhuma força política obteve a maioria absoluta - fica agora condicionada pela interpretação feita pelos próprios representantes eleitos, do sentido do mandato que receberam».

Governo de esquerdas: solução comum na Europa e totalmente legítima!

«Não resta outra opção ao PR senão indigitar o Dr. António Costa como primeiro-ministro de um governo do PS apoiado no Parlamento pelo BE e pelo PCP/PEV».

Quadratura de Costa

«Desta tensão entre as expectativas e a realidade das contas vai depender o futuro do novo executivo». 

O Governo foice

«Este entendimento à Esquerda só será verdadeiramente histórico se, no fim da linha (um orçamento ou uma legislatura, logo veremos), Costa, Catarina e Jerónimo provarem que é possível devolver dinheiro e esperança aos cidadãos mantendo as contas em ordem e honrando os compromissos externos».

A luta continua...

E a vidinha também.

Cuidado com o que desejas

«O PR não deve bloquear o caminho de António Costa, para não acentuar a instabilidade e o alarme que diz querer evitar no país. Mas o futuro PM vai para São Bento apoiado em dois compromissos à sua esquerda que mais parecem listas de compras, em que não aparece uma única vez o nome da coisa que interessa e faz doer: "política europeia"».

A responsabilidade de Centeno

«Claro que não é saudável que os mercados se sobreponham à política, tirando sentido à democracia. Esse é um problema que exige o enquadramento político internacional da globalização, algo que – a concretizar-se – levará o seu tempo. Para já, na situação portuguesa não ligar aos mercados pode trazer um segundo resgate, ou seja, uma nova e mais dura austeridade para as pessoas».

As esquerdas e os mercados

É preciso muita ingenuidade: ainda há quem acredita que há uma relação directa entre os acontecimentos políticos e funcionamento dos mercados financeiros. Ora, o sucesso dos mercados financeiros está na capacidade de antecipação em relação aos factos. Há quem lhe chame desconto...

A crise política e a verdade dos media

«Durante muitos anos, os media criticaram – e muito justamente – o pendor formalista de muitas decisões da justiça portuguesa. A justiça ouviu, aprendeu e procurou emendar-se. Talvez fosse tempo de os media – especialmente a televisão – se auto -analisarem e, para não dizer mais, corrigirem os vícios formalistas de uma retórica que já muito se assemelha a pura e simples propaganda».

Golpistas da esquerda: e que tal irem juntinhos a novas eleições?

«E aí, assim, juntinhos de facto, sem mentiras e golpes, podem ganhar legitimidade para levarem o país à quarta bancarrota em 41 anos de democracia. Se Cavaco os deixar governar e o próximo Presidente assobiar para o lado e não convocar eleições, não se admirem do que vos poderá acontecer quando vier um novo resgate e o povo voltar a sofrer o que sofreu nestes últimos anos. Estes crimes raramente ficam sem castigo».

Felizmente há luar

«É a esperança que renasce. Respeitá-la, fazê-la crescer e alimentar uma sociedade capaz de se mobilizar, de exigir e confrontar, é o maior dos desafios».

Não, isto não é a revolução de Outubro. Tenham calma

«Se isto vai ser fácil? Não vai. Nada é fácil numa Europa capturada pelo “there is no alternative”, um refrão comungado por socialistas e liberais europeus. Mas a perestroika de Jerónimo de Sousa, a mudança de paradigma no Bloco e a ousadia de António Costa vão permitir mudar qualquer coisa em Portugal. E esse qualquer coisa é, só por si, histórico».

Abaixo o sistema, viva o regime!

«O problema deste Governo à esquerda em Portugal não está naquilo que não vai ser - porque sabemos que não vai ser nada contrário àquilo que a Europa e os credores permitirão que sejamos. Temos, portanto, um Governo deste regime. A questão é outra: sem vitória, sem glória, sem autoridade, sem verdadeiramente ter um Conselho de Ministros, o problema é não haver ideia alguma sobre o próximo Governo irá ser».

António Costa: silêncio penoso

Não me recordo, em nenhuma circunstância, do líder do maior partido da oposição da oposição parlamentar entrar calado e continuar mudo no debate do programa do governo.

Juro que não

«O dr. Cavaco irá dar posse a uma balbúrdia, por definição instável e incoerente, e ainda por cima bastante mais curta do que ele pensa. No meio desta catástrofe só me espanta o dr. António Costa: não o achava estúpido, juro que não».

Um plano

«Eis, portanto, o plano de Costa: salvar-se agora com o apoio do BE e do PCP a ver se o dispensa no futuro. Pelo menos o do PCP, pois isto está com ar de que muita coisa bonita ainda vai acontecer adiante entre o PS e o BE. Se o plano funciona ou não, isso é outra história».

O próximo governo do Mississipi

«O acordo das esquerdas, liderado por António Costa, concentra-se no imediato, em vez de exigir aos aliados ocasionais uma lealdade inabalável no mais importante: uma estratégia nacional de renovação europeia que mobilize o país e suscite apoios nos nossos parceiros, sem desafiar inimigos que não estamos ainda em condições de combater. Um governo forjado num compromisso que cala o essencial para a sua perenidade nas lutas que se avizinham arrisca-se a uma existência efémera».

Assim se vê a força de António Costa

O PCP falou. E Jerónimo de Sousa não podia ser mais claro: estabilidade, sim, mas logo se vê o que vai acontecer em relação a cada decisão, medida e orçamento. António Costa, derrotado em 4 de Outubro, não tem força para mais. E, para salvar a pele, já começou a engolir em seco. 

Palavra de Jerónimo

«O PCP não dá o cheque em branco que Costa queria e vai ficar com um pé de cada lado. Um dentro da solução a capitalizar tudo o que seja para dar ao povo, outro de fora para levantar o sobrolho de cada vez que o PS tenha um desvio social-democrata».

António Costa: quando os truques correm mal

«Assis antecipa para sexta-feira o encontro da corrente alternativa a Costa»

Acordo histórico à esquerda e as caras fechadas

Estamos a viver um momento especial? Histórico para as esquerdas? É possível que sim, mas as caras fechadas dos líderes do PS, BE e PCP não podiam ser mais contraditórias com o clima artificial de euforia que foi fabricado nos últimos 30 dias.

Passos Perdidos

«O que se passa nestes dias é absurdo. Ninguém conhece nem se interessa pelo programa de Governo que vai ser discutido na próxima semana e há uma enorme excitação em torno do acordo para um Governo do qual não existe a certeza se chegará a ser empossado».

Governar sem ganhar

«Se Costa vier a governar, isso será democraticamente legítimo, mas o clima de contestação vai ter pasto para arder».

Passos da cruz

«Sem o amparo da troika e perdida a maioria parlamentar, aquilo que a coligação de Direita necessitava, absolutamente, era de um PS resignado e compassivo, de uma "oposição séria e responsável", surda, muda e impotente. Quantas almas caridosas responderão a este lancinante apelo? Irrelevante, como veremos!».

Cavaco nunca gostou de dúvidas nem de incertezas...

«Parece-me uma união quase impossível e cada vez mais se adivinha um governo de gestão até ao dia em que possa haver novas eleições...».

Dar vista aos cegos

«O Papa Francisco anda alegadamente a fazer uma grande revolução na Igreja. Mas, quando os jornalistas lhe perguntam se ele acha que ela o seguirá nas suas ideias, ele responde sempre: "Eu é que sigo a Igreja." Esta resposta mostra a drástica dissonância que impede esses jornalistas de sequer começar a entender a realidade. O Papa segue a Igreja, como a Igreja segue Cristo. Nestes assuntos nunca esteve em causa mais nada».

O negócio da moção

«Os tempos podem ter mudado, mas o PCP nem tanto».

Providência cautelar à Cofina é «confissão de impotência»

«A prisão preventiva é para investigar, o que não pode ser é para não investigar».

Só Cavaco Silva pode travar os golpistas Cocó, Ranheta e Facadas

«Como se vê, a procissão ainda não saiu do adro e a esquerda golpista ainda vai penar muito para chegar ao pote. O Cocó, a Ranheta e o Facadas, que desprezam o voto e os sacrifícios dos portugueses, vão ter em Belém o último resistente à formação de um governo golpista que ia atirar de novo o país para a bancarrota».

A próxima golpada

«António Costa transformou um dos maiores fracassos da política portuguesa numa vitória: é como se D. Sebastião, depois de perder em Alcácer-Quibir, tivesse reaparecido como sultão de Marrocos».

Acordo à esquerda

Nos últimos 30 dias, diariamente, um ou outro protagonista da maioria de esquerda aritmética que domina o parlamento anuncia que existe um acordo entre PS, BE e PCP, embora ninguém saiba o que contem. Bom sinal? Mau sinal? Prenúncio de um acordo faz-de-conta para chegar ao poder? Para já, só me ocorre o adágio: Pernas para que te quero... 

A amarra orçamental

«O que evita males maiores é a injeção do BCE, que mantém os juros baixos e já comprou quase 9 mil milhões da nossa dívida. Em outubro, adquiriu 1184 milhões de euros. Mas esta atitude do BCE tem uma contrapartida: exige o cumprimento do Tratado Orçamental, que nenhum governo nacional pode quebrar impunemente».

Jogo de crianças

«Coincidem os partidos de António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa naquilo que ficou por fazer na anterior legislatura? Na reforma da função pública, nas medidas para conter a despesa do Estado, nas medidas para desburocratizar o País, no incentivo às pequenas e médias empresas? Quando pensam em dinheiro, que não existe, a que estão dispostos para ir buscá-lo? Ou cospem para o lado porque o metal é vil»? 

Não é para quem quer, é para quem pode

«O que temos, não só aqui, mas um pouco por todo o Mundo, são grandes corporações com um incomparável poder político, e cuja estratégia de acumulação de riqueza passa, em larga medida, por explorar buracos legais gentilmente concedidos pelos estados. E o Mundo assiste, porque isto da fuga ao Fisco não é para quem quer, é para quem pode».

As três Turquias

«O sucesso eleitoral do medo e da inerente estratégia de colisão nacional num país tão dividido, pode torná--lo ingerível, incendiado e irrecuperável».

Dinheiro pago pela PT aos accionistas da Oi na mira dos investigadores

«Há inquéritos em curso confirmados pelos ministérios públicos de ambos os países relacionados com a abrangência dos contactos que se estabeleceram entre os círculos próximos do ex-Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e os do ex-primeiro-ministro José Sócrates.  

Um clima de guerra civil

«Vivemos uma mutação política radical que vem do tempo de Sócrates, sobretudo a partir do momento em que perdeu a maioria absoluta e lançou a sua guerra contra tudo e contra todos».

Esquerda e o poder

«É agora, os sinais são mistos: o BE parece tão ansioso quanto o PS para lá chegar, aparecendo assim como uma espécie de CDS do PS, pragmático e pronto a viabilizar soluções de governo. O PCP é que não parece tão à-vontade. Já todos percebemos que o BE não se importaria de ser o PS no lugar do PS, o grande partido de esquerda num regime como o nosso. Demorou a lá chegar; por causa disso, desfez-se de algumas das suas melhores promessas; mas parece que, enfim, chegou». 

Fasquia de morte

«Uma coisa é certa: euforias à parte, se há coisa que o PS não pode aceitar é uma relativização das metas do défice, que tanto o PCP como o BE têm feito. Essa é a fasquia da morte coletiva que nenhum pode aceitar».

Novo PREC ou PPPC?

«A hemorragia económica e demográfica do país exige uma mudança, prudente e profunda, simultaneamente nacional e europeia, que a direita não quis operar. Costa poderia tentar pressionar essa mudança a partir da trincheira da oposição, como sugere Francisco Assis. Preferiu arriscar uma aliança inédita, insólita e incerta à sua esquerda. Por egoísmo patriótico, espero estar errado quanto às probabilidades de sucesso desta aventura, que já passou a fase de não-retorno».

Crise: a berraria que por aí vai

À direita e à esquerda, os nervos estão à flor da pele, como se o país estivesse à beira do fim. Sosseguem os mais agitados: Portugal tem séculos de história e já aguentou muito mais do que aquilo que aí vem. E, afinal, é coisa só para uns meses...

Palavras para quê?

«O CDS e o PSD devem ouvir e calar; e sair daquela mascarada dignamente e sem comentário de espécie alguma. A esquerda que fique por lá num comício íntimo a repetir o que já disse em toda a parte. O país que os veja bem sem interrupção e que tire as suas conclusões. Sem ruído, como quem assiste a um espectáculo para sua edificação».

41 anos depois… a Censura

«A decisão da juíza, é gravíssima. Não se limita a prevenir uma situação em concreto (é para isso que servem as providências cautelares); estende a proibição a informação de toda a "Operação Marquês". Isto tem um nome: censura. Se a juíza está preocupada com o segredo de Justiça, deve deixar que os órgãos competentes da própria Justiça investiguem quem e como o está a violar. Não pode proibir jornais de cumprirem a sua função».

Os seis telemóveis de José Sócrates

«José Sócrates sempre conviveu mal com a liberdade de expressão e de informação. Enquanto foi governante, recorreu inúmeras vezes aos tribunais com processos-crime e cíveis para silenciar a informação que não lhe agradava. Apresentava pedidos de indemnização de elevado valor para intimidar os jornalistas e as empresas de comunicação social, uma vez que estas são obrigadas a contabilisticamente provisionar esses pedidos. Tanto quanto sei, sem grande sucesso final, mas com o desejado desgaste dos seus críticos».

Em Democracia quem ganha toma posse

Num país democrático quem ganha eleições tem o direito de governar. E o futuro dirá qual é a sorte do XX governo constitucional.

Não perder a cabeça

«O PSD e o PS, no governo ou na oposição, têm de colaborar na resolução do maior problema nacional de que são os principais responsáveis: como desarmar a armadilha em que se transformou a zona euro, regida por um cruel Tratado Orçamental. Portugal poderia ter integrado a UE sem se meter na zona euro. O PSD e o PS é que nos empurraram para aí. Cavaco Silva deveria lembrar-se de que é ele quem está a sorrir na triste fotografia da assinatura de Maastricht (7 de fevereiro de 1992), ao lado direito de Mitterrand. O país precisa da cooperação entre adversários. Não de inimigos suicidas».

A destruição destrutiva

«Andámos mais de quatro anos a mudar as regras que mais prejudicavam o país, a tentar aproximar-nos das melhores práticas, das que fazem o desenvolvimento. É verdade que foi por imposição da troika, mas fez-se. Agora o que se perspectiva é o regresso ao passado, uma destruição destrutiva. Por motivos puros de conquista ou manutenção do poder».

308 governos

«Não será de mais assinalar que, nestes tempos de aperto, as autarquias conseguiram baixar as suas dívidas para valores que não se registavam desde 2010, diminuindo investimento, é certo, mas também cortando em gastos e no número de trabalhadores».

'Pistoleiros'

«A expressão voltou agora à ribalta e a merecer destaque mediático, pela qualidade e circunstância do "repristinador" que, também ele, apelida de "pistoleiros" não os criminosos mas os que se atrevem a desafiar e confrontar as novas formas de "banditismo". Coisas!».

Fazer amigos

«A providência cautelar contra este jornal constitui um acto de censura prévia que envergonha qualquer democrata. Mas, quando sabemos que a defesa de Sócrates pretendia 350 mil euros por cada notícia publicada sobre a Operação Marquês, é difícil não simpatizar com os rapazes. De facto: está um homem habituado a um nível de vida parisiense, ao que consta sustentada por um amigo que leva qualquer um à loucura da inveja».

A falsa tese da marginalização política da extrema-esquerda

«A extrema-esquerda parlamentar optou deliberadamente – com uma legitimidade, de resto, inatacável – por um acantonamento político impeditivo de qualquer participação não só na esfera estrita da governação, como no horizonte mais vasto de definição das grandes prioridades nacionais. Não foi excluída: auto-excluiu-se em nome da fidelidade a um modelo de regime e de organização económica e social claramente repudiado pela maioria dos cidadãos portugueses. Tentar inverter a situação releva de despudorado cinismo político. Seria bom que alguns actuais deputados do Partido Socialista que andam por aí levianamente a proferir barbaridades olhassem com mais rigor para a história do partido que conjunturalmente representam».

Governo de S. Martinho

«O XX Governo arrisca ficar nos livros como um dos mais curtos de Portugal».

Juíza dita mordaça fora da lei ao CM

«Decisão leva juristas a falar em censura prévia».

Um presidente para quê?

«O Presidente terá de explicar em breve o que pretendia efetivamente dizer. Porque não lhe compete discutir a natureza nem a legitimidade das escolhas do povo soberano mas apenas submeter ao Parlamento uma solução de Governo estável e duradoura, que corresponda à vontade democrática expressa nos resultados eleitorais».

Portugal e o brexit

«A UE, sem o Reino Unido, é um objeto político ainda mais indecifrável e ficará mais fraca, desagregada e ingovernável. Não há como escapar ao pessimismo».

Incoerente, paroquial e falho de cultura política democrática

«Se há coisa que Costa disse taxativamente, foi que não se aliaria à direita. Por que é que esta promessa é ostensivamente ignorada?».

Sócrates, a liberdade de imprensa e os jornalistas Assistentes

A tentativa de parar a investigação do Correio da Manhã estava escrita nas estrelas, pois as revelações do matutino e da CMTV têm deixado meio mundo de boca aberta. Outra discussão é a questão dos jornalistas se constituírem como Assistentes nos processos judiciais. Ao optar por este caminho, legítimo e legal, então a observância do segredo de justiça é inevitável. Sempre defendi que os jornalistas deviam ficar do lado de fora dos processos, apostando no seu trabalho de escrutínio e no recurso às suas fontes. Só assim podem enfrentar qualquer tentativa de impor a lei da rolha.

Cavaco acabará por nomear Costa

«Como Cavaco sublinhou no discurso que uniu as hostes do PS, começou o tempo dos deputados. O que vier a acontecer é responsabilidade do Parlamento. Costa terá a obrigação de governar à esquerda sem fazer afundar o País com o gasto de milhões que a economia não gera».

Portugal para trás

«Em Portugal, quem nomeia os governos é o Presidente e não o parlamento. Este apenas os pode rejeitar».

Contratados a prazo

«O Governo com que Passos Coelho vai enfrentar no Parlamento a prometida maioria estável de Esquerda está longe de ser uma arma de afirmação maciça. Não é, sequer, o corpo feroz de combate que alguns anteviam. Dificilmente poderia sê-lo: a espada que pende sobre a cabeça da coligação de Direita está mais afiada do que a língua de Cavaco Silva. A primeira vez que o Executivo se for mostrar à Assembleia poderá, muito provavelmente, ser a última».

A ratoeira

«A situação económica nacional parece uma armadilha montada para caçar o próximo governo. Apesar disso, a atracção pelo poder é tal, que todos os partidos se atropelam para entrar na ratoeira. A insólita circunstância deve mais ao acaso do que ao planeamento, mas o resultado é iniludível».

Passos Coelho: o novo governo é uma desilusão

Até pode ser injusto, mas Pedro Passos Coelho revelou, mais uma vez, falta carisma para formar uma equipa ao nível das actuais circunstâncias.

Poderes que conheço

«Os únicos poderes ocultos que conheço nesta área são os dos políticos como ele, que contam com a cumplicidade de uns quantos juízes, procuradores, polícias e jornalistas para os tirar de apertos e subverterem por completo a ideia de que a justiça é igual». 

Luaty Beirão termina greve de fome

«Ativista angolano escreveu carta».

Luaty, reacções e o futuro de um país

«As manifestações pela liberdade dos detidos ganharam força com a greve de Luaty Beirão e relevância em Portugal pela sua dupla nacionalidade».

Uma notável lição de democracia ao golpista Costa

«O Presidente da República fez quinta-feira o melhor discurso do seu mandato de dez anos ao liquidar a fraude e o golpe que as esquerdas andaram a tramar contra o povo português».

A tempestade de Schäuble

«A crise da Europa está prestes a entrar na sua fase mais perigosa. Depois de forçar a Grécia a aceitar outro acordo de resgate do tipo "prorrogar e fingir", estão a ser definidas novas batalhas. E, com o fluxo de refugiados a expor os danos causados por perspetivas económicas divergentes e o enorme desemprego jovem na periferia da Europa, as ramificações são nefastas, como as recentes declarações de três políticos europeus - o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, o ministro da Economia francês Emmanuel Macron e o ministro das Finanças alemão Wolfgang Schäuble - deixaram claro».

A hora negra do regime

«Há desde já um facto a que possivelmente já não iremos conseguir escapar: a ruptura das regras de confiança política na nossa democracia».

Sócrates e os limites do escrutínio

A declaração pública de José Sócrates, em Vila Velha de Ródão, distrito de Castelo Branco, foi mais do mesmo, aliás, bastante aquém da acutilância de outros tempos. E foi inútil. Tanto para influenciar o processo judicial em que o ex-primeiro-ministro está envolvido, como para o escrutínio sobre a justiça. A generalidade da comunicação social e da classe política só parecem estar interessados, respectivamente, na discussão casuística e na manutenção/conquista do poder.

A lição de José Sócrates

«Não é admissível que um suspeito de corrupção e fraude fiscal que foi líder de um Governo estabeleça uma intencional comparação com o caso dramático de um ativista político em greve de fome, em que o único crime que lhe é imputado é o de se manifestar contra o poder instalado em Luanda». 

O poder oculto

«Sócrates tem toda a propriedade para falar em poder oculto».

Escavacar

«Essa maioria - esse arco constitucional - hoje tem por base os partidos que estão em diálogo para a construção de uma alternativa democrática de governação, mas inclui ou deve incluir também todos os democratas, mesmo os que apoiaram no passado partidos que integram a atual coligação de Direita. A plataforma de entendimento é simples: não permitir que escavaquem o nosso país e a Constituição da República, pilar da nossa democracia».

E se Passos recusar liderar um governo de gestão?

«A confusão em que o país está mergulhado tem apenas um culpado: António Costa. Na noite da derrota eleitoral assumiu que não tinha conseguido alcançar o que pretendia e que quem tinha ganho as eleições tinha sido a coligação. Se não concordava com o plano do PSD e do CDS bastava-lhe esperar que os deputados tomassem posse e nesse momento apresentaria uma moção de rejeição e trataria de apresentar uma alternativa. Costa sabe muito bem que em 40 anos de democracia nunca o segundo partido mais votado foi convidado a formar governo».

Grito abafado por tambores

«Com o desespero de quem recusa a sua irremediável derrota perante a realidade. Cavaco sempre esteve aquém do cargo presidencial, e falta-lhe tudo para a verdadeira coragem, que, como escreveu Hemingway, consiste em não perder "a elegância debaixo da pressão"».

Cavaco Silva: um triste adeus

O presidente da República despediu-se, ontem, não de todos mas de uma parte dos portugueses. Enredado na sua própria teia, Aníbal Cavaco Silva anunciou o óbvio: a indigitação de Pedro Passos Coelho; acrescentou o desnecessário: lançou combustível sobre a esquerda; e omitiu o fundamental: saber se vai obedecer à decisão da maioria dos deputados eleitos.

Medo

«Vive-se com medo do futuro incerto, medo de dizer e escrever, medo de não agradar a quem no momento manda, medo de perder o emprego, de envelhecer, medo de...viver! Algo impensável há não muito tempo atrás em que se julgava que isso eram coisas enterradas. Pior é que se vão multiplicando, por aí, criaturas que se alimentam e medram, abusando destes medos que escravizam. É aqui que a Justiça não se pode esconder e, quando convocada, deve mostrar que... "ainda há Juízes em Berlim"». 

Extinções

«O PS não gostou da decisão do Presidente da República. Que ingratidão, rapazes: ao indigitar Passos como primeiro-ministro, Cavaco Silva salvou o PS da extinção imediata. Desde logo, ao conceder mais algum tempo para que os deputados do PS que ainda não enlouqueceram possam pensar melhor sobre o futuro do partido. Um partido que António Costa tomou como refém».

Brincar com o fogo

«O que garante o crescimento é a confiança no futuro, é acreditar que se consegue prever as grandes linhas do futuro. Ninguém consegue ter essas certezas se tem no país um governo apoiado por partidos que são contra um dos pilares essenciais do regime, o euro. Temos estado a brincar com o fogo».

Aprender democracia

«Um entendimento também correto do que é a nossa democracia fez ontem o presidente comunicar ao país que irá deixar para a Assembleia da República a decisão final sobre a viabilização ou não do Governo de Passos Coelho. É o momento da "responsabilidade dos deputados" em toda a sua liberdade, em todo o esplendor da democracia. Resta esperar que, ao contrário do que insinuou, Cavaco Silva esteja também disponível para fazer a leitura correta daquilo que irá ser debatido e votado no Parlamento».

Portugal calado enquanto a Europa defende Luaty Beirão

Começa a ser difícil de suportar o silêncio do governo sobre Luaty Beirão e os seus companheiros. Por toda a Europa levantam-se vozes para evitar a tragédia. Por cá, o silêncio cúmplice. Até António Costa faz-de-conta...  

À Esquerda!

«As mudanças que vivemos colocaram de novo a política no centro de todos os debates e isso é um bom augúrio para a democracia».

A geração Oslo

«O reacender da violência em Israel levou muitos a apontar a abertura da terceira Intifada».

Pesada fatura

«A euforia nunca foi boa conselheira e a esquerda parece excessivamente inebriada com o perfume do poder que se adivinha».

Passos Coelho indigitado: socialistas descontentes no governo?

Os cenários estão todos em cima da mesa, enquanto Cavaco Silva não fala ao país. Mas há um que pode surpreender: a tentação de Passos Coelho, se for indigitado para formar governo, em convidar personalidades de peso da esquerda, nomeadamente da área socialista.

A fórmula de Costa

«Se Costa perder o Governo, perde o PS».

Um governo de fábula

«António Costa parece neste momento a rã que quer atravessar o rio, levando no dorso o escorpião que a morderá, pedindo este depois desculpa, porque tal corresponde à sua natureza. O país é que não devia ser sujeito a isto».

Quebra do quadro político

«Aquilo que as urnas não fizeram acaba por acontecer na secretaria. São as negociações entre o PS e os partidos à esquerda para uma solução de governo que quebram de forma irredutível a estrutura clássica da democracia portuguesa. Maioria de esquerda existiu em 22 dos 40 anos de democracia, sem que nunca um ajuste destes se tenha sequer esboçado. Desde 1975, a extrema-esquerda sempre invocou a tal maioria favorável, tentando seduzir os socialistas para arranjos. Foi a patente recusa destes que impediu a ideia de florescer. Tem de ser pois no PS que se encontra a explicação da novidade».

António Costa será sempre derrotado

«Costa não vê as consequências do que disse? Não percebe que, se a coligação teve o segundo pior resultado de sempre, o facto de o PS ter perdido ainda é mais humilhante para ele? Se a coligação teve um resultado péssimo e mesmo assim ganhou, como classificar o resultado do PS? E atenção: o PS não perdeu só com a coligação, perdeu também com o PSD, que teve maior número de deputados».

Crise: o ego dos presidentes e os truques dos políticos

«22 de Julho de 2015: Aníbal Cavaco Silva anuncia as eleições legislativas para 4 de Outubro e deixa implícita a ameaça de não dar posse a um governo minoritário;

30 de Novembro 2004: Jorge Sampaio anuncia a dissolução da Assembleia da República, deitando abaixo o governo de Pedro Santana Lopes que contava com o apoio de uma maioria absoluta na Assembleia da República.

Com um intervalo de um pouco mais de uma década, dois presidentes da República assumem decisões que minaram as fundações do edifício constitucional português. E deixaram marcas tão profundas que, inevitavelmente, mais tarde ou mais cedo, seriam usadas para legitimar qualquer tipo de truque para a manutenção ou a conquista do poder».