Impeachment: Brasil faz história

Brasil em directo

Finalmente, os Sócrates Papers

«Também irrita a bazófia do ‘Expresso’ (e do seu programa da SIC N) e da TVI. Quase falam mais de si mesmos e da investigação do que das informações. Apresentam como grande novidade o que já era conhecido. Ignoraram durante anos o trabalho de outros media, como o ‘Sol’ e o ‘CM’, sobre o "caso Sócrates" para agora elevarem ao sétimo céu "a confirmação que faltava", como escreve o ‘Expresso’».

Amigos de Peniche

«O problema do amigo de Costa, dos amigos de Passos, dos Sérgios Monteiros e Antónios Borges deste mundo até aos Lacerdas da vida, é que todos são apresentados como amigos de infância com quem o Estado pode contar cegamente quando, na verdade, não passam de amigos da onça que dão ganhos aos privados e, invariavelmente, prejuízos aos cofres públicos. Transparência, prestação de contas, escrutínio e rigor, nem vê-los». 

Dinheiro do caso Sócrates veio do saco azul do GES

«Hélder Bataglia: “Transferências foram feitas a partir da Espírito Santo Enterprises”. Pagamentos de 12,5 milhões de euros viajaram por offshores. Ricardo Salgado omitiu sociedades offshore ao fisco».

A geringonça sem fim

«Sempre que vierem à baila os interesses de grandes empresas, preparemo-nos para a sintonia entre os dois grandes blocos e a completa nulidade da ação dos reguladores. Só isso justifica que continuemos a pagar a gasolina ao preço que pagamos, independentemente de quanto custa o petróleo. Só isso nos faz estar amarrados a um vergonhoso processo como o da TDT. Só isso serve para explicar porque é que, sendo mais cerca de 80% da energia elétrica que consumimos obtida a partir de água, continuemos a pagar dos preços mais altos da Europa, como se ainda comprássemos petróleo ou gás».

UMA CASA EM CHAMAS

«Pobre Costa: é o ministro das bofetadas que se foi; é um secretário de Estado que bateu com a porta; é o ministro da Defesa que trata os oficiais como se fossem mancebos de caserna. E, agora, até o ministro das Finanças terá mentido sobre a venda do Banif ao Santander. Isto, claro, se esquecermos o ‘amigo’ de Costa que dava uma ‘ajuda informal’ (Costa já devia saber que ‘amigos que dão ajudas’ são espécies a evitar)».

Rua Lacerda Machado, melhor amigo do primeiro-ministro

«Peço-lhe, caro leitor, que se ponha no lugar de um estrangeiro. Abriu o jornal e leu que, em Portugal, um ministro ameaça cronistas de pancada, o melhor amigo do primeiro-ministro negoceia oficiosamente em nome do Estado, se inauguram praças em homenagem a Hugo Chavez e um partido de extrema-esquerda quer alterar o nome do Cartão de Cidadão para Cartão de Cidadania porque o termo "não respeita a igualdade de género". Não sei se é para rir ou para chorar».

Costa apertado

O primeiro-ministro, António Costa, está ser zurzido por todos os lado por causa do seu amigo, Diogo Lacerda Machado. Depois de António Galamba, do PS, o tom sobe à esquerda: «PCP exige 'todos os esclarecimentos' sobre contratação de Lacerda Machado» e «BE rejeita ideia de 'consultores sombra' e quer saber mandato de Lacerda Machado». Conclusão: é só fumaça ou vai estoirar antes do Pacto de Estabilidade?

Força Galamba

«Dirigente do PS critica escolha de Lacerda Machado».

P. S. António Costa ainda não percebeu que os tempos mudaram. E que gerir a coisa pública como se fosse a sua casa tem um preço. Até no PS... Resta saber se pelas boas e legítimas razões.

Alerta nos juros

«Em oposição aos aforradores alemães, estão os endividados portugueses. O dinheiro barato aliviou as contas de mais de um milhão de famílias com credito à habitação, provocou algum dinamismo no mercado imobiliário, mas ainda não disparou o investimento económico».

Quem acredita no banco mau?

«O primeiro-ministro não pode assinar ao lado do seu homólogo grego um manifesto antiausteridade e, ao mesmo tempo, inquietar os portugueses com mais um cenário de assalto aos nossos bolsos para que os bancos comecem uma nova etapa. E, desse modo, financiar a economia. O passado não pode ser esquecido. A concessão de crédito sem garantias, entre outros motivos de duvidosa legalidade, conduziu a Banca ao beco onde se encontra agora».

Papéis do Panamá: um roubo monumental que dá milhões

«No meio de tanta fumaça, de tanto crime, hoje punido em todo o mundo, há crimes que vão passando pelo meio da chuva sem provocarem tanta excitação mediática. Basta lembrar a compra pela TAP de uma empresa de manutenção falida no Brasil que já custou, desde 2005, mais de 500 milhões à companhia. Uma compra em investigação há dois anos e em que já foram identificados pela PGR portuguesa seis crimes graves: administração danosa, participação económica em negócio, tráfico de influência, burla qualificada, corrupção e branqueamento. Os crimes estão identificados, os suspeitos ainda não. Mas andam todos por aí, alguns envolvidos agora na maravilhosa reconversão da privatização. E não têm offshores no Panamá».

Banco mau é péssima ideia

«A orgia de dinheiro fácil criou lucros ilusórios. Os acionistas receberam milhões em dividendos e os banqueiros acumularam chorudos prémios e reformas sumptuosas. Esse balão rebentou e o pior que podia acontecer é nacionalizar as imparidades. Os banqueiros e os acionistas que resolvam os seus problemas».

Aos papéis

«Os escândalos Luxleaks e Panama Papers puseram o Parlamento Europeu a trabalhar. Espera-se que nos próximos três anos haja propostas concretas que a Comissão e o Conselho acabem por aprovar. Para que isso aconteça, é preciso manter e aumentar a pressão pública. Lembrem-se: este é o dinheiro que falta aos nossos hospitais e escolas e que, em termos mais gerais, permitiria erradicar a fome no mundo, combater as alterações climáticas ou ajudar a preparar-nos para o impacto da mudanças tecnológicas no mercado de trabalho».

Um país normal

«Com excepção de um ou dois casos, a história da banca portuguesa parece uma narrativa dramática de falências, desonestidade e cumplicidade política. Banco português, propriedade de capitalistas e banqueiros portugueses, com maioria de accionistas portugueses e presença dominante de famílias portuguesas é sinal de desastre! Um país normal? Quase...»

BPI: novo acordo político e perigoso

O alto patrocínio do presidente da República e do primeiro-ministro ao acordo anunciado entre o CaixaBank e Isabel dos Santos é mais um passo muito perigoso. Tal e qual como foi arriscado o alinhamento de anteriores presidentes e governos à entrada de capitais angolanos em Portugal.

Panama Papers: e agora?

O que pode acontecer aos portugueses, segundo o Observador.

Programa de Estabilidade vai apertar

O Programa de Estabilidade, a apresentar em Bruxelas, é a grande prova de fogo de António Costa. E é o verdadeiro momento Zen para a maioria de esquerda na Assembleia da República.

Lusofonia económica

«As conexões lusófonas serão muito interessantes para essas elites. Para o comum dos portugueses, interessaria mais que o país se tornasse atractivo para investimento externo vindo de países que sabem fazer melhor as coisas. Andamos sempre com a Irlanda na boca, mas o seu segredo foi esse: não ter medo de americanos e ingleses. A crise de Brasil e Angola devia ser uma oportunidade para esquecermos essas fontes de dinheiro fácil».

Os palpites de Draghi

«É muito difícil dizer que é por causa delas que somos menos competitivos. A arrogância de Draghi já não é a de um credor que quer ver a fatura paga. É a de quem quer arrumar a casa dos outros».