PROFESSORES DE GENTE LIVRE

«Hoje sou livre porque tive professores que me ensinaram a questionar, a duvidar, a olhar para o mundo com sentido crítico. É disso que o poder tem medo, de gente livre e de gente que ensina os outros a serem livres».

QUANDO O ADEUS É UMA FORMA DE LUTA

«Nenhum Sistema de Saúde no mundo resiste à mobilização geral dos enfermeiros, muito menos o nosso, preso por arames e amarrado ao altruísmo e à dedicação de uma classe cada vez mais triste e desmotivada».

A DEMOCRACIA É UMA CHATICE

«O desrespeito por elementares regras democráticas está a fazer escola e esse é um perigo real, o da normalização dos gestos que atentam contra a ética republicana».

MALDITO MEDO

«A Direção-Geral da Saúde vai avançar com a vacinação preventiva contra a varíola dos macacos. Mais vale tarde do que nunca. Uso este exemplo para escrever sobre algo que me inquieta há vários anos: o culto português do silêncio».

CAIU O ESCUDO DE COSTA

«Na hora do adeus, o primeiro-ministro não parece com pressa para substituir a mulher que o protegeu da sua própria incompetência e calculismo político».

PSD: ENTRE A VERDADE E O BRANQUEAMENTO

Não há tecnicidade nem complexidade que valham: Ana Rita Cavaco colocou o dedo na ferida que explica a demissão de Marta Temido e mais uma morte de uma grávida em Portugal. 

P. S. Miguel Pinto Luz, do ponto de vista político, só não fez xeque-mate a António Costa porque o PSD insiste em branquear Marcelo Rebelo de Sousa no apoio obsceno ao governo, sobretudo quando está em causa a vida dos portugueses. Enquanto assim for não admira que os portugueses não levem a sério o PSD.

A SÉRGIO O QUE É DE SÉRGIO

«Num momento em que o Governo decidiu lançar uma campanha contra a Ordem dos Enfermeiros, Sérgio Figueiredo esteve na primeira linha, ao permitir que uma reportagem fosse para o ar sem direito a contraditório, atentando contra o meu bom nome e da instituição que dirijo. Sérgio Figueiredo está a ser julgado por isso».

MARCELO SOBRE BRASAS

A denúncia pública dos problemas levada a cabo pelas ordens profissionais, iniciada por Ana Rita Cavaco, está a incomodar tanto o poder que o presidente branqueador já reagiu, proferindo um parecer (grátis!), alegando que a escusa de responsabilidade não tem validade jurídica. Vale o que vale, vindo de quem nem a Constituição respeita e cumpre.

A SAÚDE FAZ DE CONTA

«Falta coragem e visão. É preciso olhar para o problema dos recursos humanos na Saúde como um todo, dar autonomia real aos hospitais e não este faz de conta que decidem. Os médicos estão mal pagos? Sim, mas não são os únicos. Os enfermeiros vivem no limiar da indignidade salarial e dos assistentes operacionais nem se fala. Ao fingir que acredita que é por aqui que resolve o problema, o Governo aceita entrar uma realidade paralela de faz de conta».

IPSE DIXIT. BOA SEMANA!

A história não se reescreve.

Óscar Gaspar

Quero escrever sobre a tristeza profunda

que, neste País, é coisa de rico.

Ana Rita Cavaco

A TAP ainda dá prejuízo, 

não pode aumentar os custos laborais.

Pedro Nuno Santos

TOCAM AS SIRENES

«Perante este cenário, o Governo entende que voltar ao uso de máscaras e aos testes gratuitos seria um recuo. Errado. Está na hora de tentar travar esta onda para não haver necessidade de voltar a cancelar cirurgias, por exemplo».

UM GOVERNO PARA O PS

«Na Saúde, a recondução de Marta Temido é uma oportunidade perdida para mudar de rumo. Os tempos que aí vêm pediam uma ministra mais dialogante, com capacidade reformista para mudar, por exemplo, o modelo de financiamento do Serviço Nacional de Saúde. Costa escolheu mais do mesmo, sinalizado de forma clara – para quem ainda tinha dúvidas-, de que não pretende colocar a Saúde entre as suas prioridades políticas».

HÁ SEMPRE A RUA

«O Governo tem duas hipóteses: ou mete a cabeça na areia, ou vem, de uma vez por todas, ouvir e valorizar os enfermeiros. Já ninguém aceita o jogo do faz de conta. Passaram seis anos, com dois anos de pandemia pelo meio. (...) Uma coisa é certa, se se voltar a esconder nos gabinetes pode ser obrigado a perceber que há sempre a rua».

PERIGO ABSOLUTO

«Acabou-se o tempo do faz de conta. Perante uma governação apoiada por uma maioria absoluta, o PS não pode continuar a fazer de conta que quer fazer, reformar e valorizar os serviços públicos. Chegou o tempo do tudo ou nada. Este PS quer, ou não, reformar o Serviço Nacional de Saúde, dignificar os seus profissionais e garantir que milhões de portugueses não continuam excluídos do acesso a cuidados básicos? Este PS quer, ou não, reconhecer o profissionalismo e o esforço dos enfermeiros? Tenho sérias dúvidas. Há, na agenda socialista, outras prioridades».

O CHOQUE

«Um doente enrolou-se num cobertor e fugiu dos serviço de urgência dos Hospitais da Universidade de Coimbra. O país acordou em choque. A imagem arrepia, mas é uma metáfora dos dias que vivemos na Saúde».

PANDEMIA DA DESUMANIDADE

«Enquanto na Europa há já quem tenha garantida a quarta dose da vacina, há zonas do planeta onde ainda não chegou a primeira. A forma como o dito primeiro mundo está a gerir esta pandemia diz muito sobre as suas próprias limitações».

OPORTUNIDADE PERDIDA

«Governo não foi capaz de fazer as reformas necessárias para colocar a Saúde no centro do debate político. Quem o fez foi a pandemia. À força, os responsáveis políticos correram atrás do prejuízo, e uma vez ultrapassado o lado mais negro da tempestade, graças aos profissionais de saúde, voltámos aos velhos tempos».

NESTE NÃO, SÓ NO PRÓXIMO ORÇAMENTO DE ESTADO

«Estou muito mais descansada: Vem aí o CEO para o Serviço Nacional de Saúde e os médicos vão ter a oportunidade de se decidir pela dedicação plena. Parece que o Governo descobriu, finalmente, como reabilitar um SNS preso por arames. Ironia pura. Numa altura em que deveríamos estar a discutir o reforço considerável do orçamento para a Saúde e a valorização dos recursos humanos, andamos a propagandear medidas para agradar a grupos específicos».

ORDENS PARA CALAR

«O que incomoda os adversários das Ordens Profissionais é a sua independência e liberdade. O facto de não dependermos do erário público e não nos prestarmos ao beija-mão, faz crescer a angústia de um certo poder».

DOIS MUNDOS, UMA VACINA

«Passou um ano e meio. Lamento desiludir os mais otimistas: não está tudo bem».