MALDITO MEDO

«A Direção-Geral da Saúde vai avançar com a vacinação preventiva contra a varíola dos macacos. Mais vale tarde do que nunca. Uso este exemplo para escrever sobre algo que me inquieta há vários anos: o culto português do silêncio».

MORTALIDADE: ÚLTIMAS MARTELADAS?

O relatório da DGS sobre a mortalidade não há maneira de ser divulgado publicamente, mesmo depois da estatística europeia ter registado que Portugal regista um excesso de mortes em relação à media da União Europeia.

PROÍBIDO FICAR DOENTE EM AGOSTO

«Avisar que agosto é um mês mau para ficar doente, dar mergulhos em praias fluviais e péssimo para doenças sexualmente transmissíveis é ilustrativo do desnorte político».

DGS COM "CARGA" DE FORA

«Vamos libertar os portugueses da carga dos boletins diários da Covid». Eis a última declaração de Graça Freitas, que certamente não foi feita à revelia  do "especialista" de Belém. Com tanta promessa de alívio de "carga" – quem diria? – pode ser que os verdadeiros dados sobre a Covid passem a chegar a todos os cientistas em tempo útil.

MARCELO COM AS ORELHAS A ARDER

A DGS e a Comissão Técnica de Vacinação fizeram questão de reafirmar, durante a conferência de imprensa, a prudência de só agora ter sido tomada a decisão de vacinação universal dos jovens dos 12 aos 15 anos. As palavras medidas  de Graça Freitas e Luís Graça têm uma leitura objectiva e simples: as descabeladas pressões presidenciais foram imprudentes e aventureiras.

P. S. Ficou por saber se os pais têm de assinar um termo de responsabilidade antes da vacinação dos seus filhos menores.

GRAÇA FREITAS CONTINUA

 DGS anuncia que os jovens dos 12 aos 15 anos podem começar a ser vacinados.

INDEPENDÊNCIA AMEAÇADA

Com Graça Freitas na mira de Marcelo, hoje vale a pena recordar: Joana Marques Vidal não cedeu no caso de Tancos (2018); e Vítor Caldeira criticou as novas regras da contratação pública (2020). O resultado é conhecido: PGR e Tribunal de Contas mudaram de liderança.

MARCELO A ESBRACEJAR E A PERDIGOTAR

O crescendo da fúria presidencial diz tudo sobre a confusão instalada na vacinação dos mais jovens. E, é caso para temer – se a DGS não autorizar rapidamente a vacinação das crianças dos 12 aos 15, nem a 3ª dose for autorizada amanhã ou depois de amanhã –, o risco de assistir a uma comunicação ao país de Marcelo Rebelo de Sousa, ameaçando Graça Freitas com uma força militar, obviamente liderada pelo vice-almirante.

P. S. António Costa ainda não deve ter parado de rir.

"ESPECIALISTA" NOVAMENTE AO ATAQUE

Depois de Tancos, Marcelo Rebelo de Sousa convenceu-se que pode tudo, desde sujeitar o Direito à política, até dobrar a Constituição à sua vontade. E, já se esperava, a ciência vai pelo mesmo caminho, de momento e sem princípio nem fim. Mas, agora, novos limites foram ultrapassados, quando o presidente até elogia a Madeira e pede paciência aos Açores e ao continente, simplesmente porque as autoridades nacionais de Saúde não vergam ao "especialista" do Natal de 2020 e da Champions de 2021 que colocaram o país no patamar de pior do mundo e que custaram milhares de internamentos e mortes.

COVID: QUANDO A CIÊNCIA NÃO CEDE

Graça Freitas, directora-geral de Saúde, sentiu necessidade de esclarecer o país, desmentindo o presidente. António Costa ainda deve estar a rebolar a rir...

COVID: A GRANDE SURPRESA

Depois das pressões políticas às claras: DGS recomenda a vacinação das crianças dos 12 aos 15 anos com comorbilidades. 

P. S. O presidente está no Brasil. Costa faz-de-conta que se submete à ciência. E Graça Freitas está a salvo.

COVID: CONTINUA A VALER TUDO OFICIALMENTE

«Governo deu Portugal como líder da vacinação com dados errados. Dados partilhados todos os dias pelo Ministério da Saúde e divulgados em portal do SNS são diferentes dos publicados pela task-force e incluem dias com mais de 200 mil inoculações - que nunca aconteceram. Serviços do Ministério não confirmam se os seus números são oficiais. Uma semana depois, dados corretos da DGS e task-force colocaram Portugal (oficialmente) como o n.º 1 da vacinação no mundo».

FALAR DE MAIS SOBRE AS VACINAS E FALAR DE MENOS SOBRE A TRANSPARÊNCIA

A incontinência verbal de governantes e demais autoridades, sobre o "parece que" em relação às vacinas, é uma ameaça à saúde pública.

LIMITAR PERGUNTAS TORNOU-SE MODA

«É o exercício da liberdade de imprensa que possibilita o escrutínio das palavras e dos atos dos titulares do poder, e contribui para a formação de uma opinião pública esclarecida e atuante. Um pensamento livre necessita da liberdade de informação, exige o acesso a factos credíveis e a opiniões sustentadas».

"NOTÍCIAS" QUE FAZEM RIR

Os testes e os rastreios que não têm sido feitos, e já lá vai quase um ano de pandemia, são agora atirados para a órbita da responsabilidade da DGS. E, por isso mesmo, onze meses passados, a notícia é que o governo vai mudar e até faz pressão. Quando é para branquear a responsabilidade do Executivo, e até do presidente, o desfaçatez não tem limites.

P. S. Depois das declarações de Rui Rio, à saída de Belém, António Costa ainda tem a tentação de substituir a propaganda de Marta Temido pelas conferências de imprensa do líder do maior partido da oposição parlamentar.

PR E PM: A DUPLA EM SILÊNCIO

 

VACINA DA GRIPE JÁ ERA

«DGS alerta que vacina da gripe não chegará para todos devido à elevada procura».

PANDEMIA DE COSTAS LARGAS

«Não é antipatriótico, como sugeriu uma enervada Graça Freitas, alertar para falhas e deficiências. A pandemia não pode ter as costas tão largas ao ponto de dar abrigo à indiferença e à incompetência».

GRAÇA FREITAS A DAR UMA DE MARCELO

É rábula do costume, tão medíocre quanto farsola: «Não é patriótico criticar dados da DGS».

REGRESSO À ESCOLA E DGS EM LUME BRANDO

Graça Freitas, além de culpas próprias, é o alvo perfeito para aliviar o presidente, o primeiro-ministro e o governo por todos os erros cometidos na prevenção e contenção da pandemia. Depois do caos no SNS e das mortes nos lares de idosos, o regresso à escola vai ser mais uma prova de fogo. É que tentar ir ao fundo das questões, identificar os estrangulamentos de décadas e promover soluções estruturais não cabem neste regime...