COSTA DE DIFICULDADES

A voz popular, durante o café da manhã: Então, depois de tantos confinamentos, três doses de vacinas e testes e mais testes voltamos atrás?

PANDEMIA DO COSTUME E A ÓMICRON

E depois da pandemia da propaganda – o país mais vacinado do mundo –, eis a outra pandemia a ganhar terreno com a variante Ómicron, estragando mais uma "festa" de Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa. E ainda os levam a sério...

PANDEMIA E CRUELDADES

«Quando observamos as profundas desigualdades e injustiças com que se tratam os países e os povos na gestão da pandemia, a secundarização dos impactos das alterações climáticas e ambientais, a contínua pregação do medo como forma de submeter as pessoas, vemos o Mundo a tornar-se insustentavelmente cruel».

UM NATAL POR RESOLVER

«As crianças anteciparam a árvore e os enfeites de natal, numa alegria inocente sobre o estilhaçar das coisas e do mundo. Elas não sabem, mas a mais recente suspensão do quadro jurídico normal, as medidas restritivas em estado de calamidade, vão ainda mais longe do que o estado de emergência anterior (...). Porventura um desejo tão volátil e ingénuo, como a felicidade das crianças com as luzes de natal, ou a minha ansiedade sobre o fim dos direitos da personalidade encerrados nas pessoa-código-válido, ignorando-se a possibilidade normal de viver com vírus. As crianças continuarão inocentes, apesar desta gestão pandémica ultra-tecnológica e desumana, a ameaçar a derrocada das democracias europeias, neste natal por resolver».

OS FICHEIROS SECRETOS DA DGS

«Ao não divulgar o parecer técnico integral que sustentou a decisão de aprovar a vacinação dos meninos e das meninas, a Direção-Geral da Saúde aumentou ontem a enorme dúvida entre os pais. Entende Graça Freitas, entende Marta Temido, entende o Governo que uma "posição técnica final", divulgada ontem ao final da noite, será suficiente para esclarecer os pais. Não será, como já se percebeu. Nem para os pais, nem para os especialistas que se têm manifestado contra a decisão».

PANDEMIA DA DESUMANIDADE

«Enquanto na Europa há já quem tenha garantida a quarta dose da vacina, há zonas do planeta onde ainda não chegou a primeira. A forma como o dito primeiro mundo está a gerir esta pandemia diz muito sobre as suas próprias limitações».

O VÍRUS RI-SE DAS FRONTEIRAS

«Uma coligação de organizações não governamentais como a Oxfam e a Amnistia Internacional denunciou que 14% da população detinha 53% das vacinas e que, em cada dez pessoas dos países pobres, nove não teriam acesso à vacinação».

UM VÍRUS EUROCÊNTRICO

«Enquanto um sector da classe média prega por teletrabalho e confinamentos, as classes trabalhadoras são enviadas para transportes superlotados e as fábricas, onde não têm que apresentar testes negativos, só o lazer lhes é confinado e vigiado digitalmente; enquanto os governos da Europa, apoiados nesta classe média, fecham fronteiras (uma medida que como vimos pela expansão imparável em semanas da Delta é de uma eficácia sem precedentes na história da epidemiologia…), os países pobres, sem vacinas, sequer para grupos de risco ou pessoal de saúde, vêem-se a braços com uma crise económica que os mata ainda mais à fome».

IPSE DIXIT. BOA SEMANA!

 

Vacinação obrigatória

 não está na ordem do dia.

Marcelo Rebelo de Sousa

É PRECISO FAZER UM DESENHO?

«Foram produzidas, até ao momento, sete mil milhões de doses de vacinas contra a covid, mas apenas 4% foram parar aos braços da população mais pobre».

SALVÁMOS 2300 VIDAS

«Somos os maiores, somos uma nódoa. Estamos livres, vamos confinar. Os casos estão a baixar, os casos estão a duplicar. A vacina é decisiva. Vai ser precisa uma terceira dose. A nossa vida vai voltar ao normal. Afinal, o pesadelo não acabou...».

EM BREVE: 4ª DOSE?

Depois dos alertas, até de Gouveia e Melo, que aparentemente terá caído em desgraça, a 3ª dose da vacina já está no terreno. Em breve, com uma farmacêutica perto de si, a caminho da 4ª dose?

NOVA GERAÇÃO DESEMPOEIRADA

«Há uma nova geração desempoeirada, no lugar certo, com capacidade de fortalecer uma perspectiva mais lúcida e exigente. Num país que se sente cada vez mais confortavelmente europeu, os jovens estão mais interessados em ciência, transparência e informação credível do que na apologia e exibição dos camuflados».

PORTUGAL VISTO DE FORA

Gouveia e Melo já chegou ao The New York Times. E o contraditório também. O resultado é muito bom.

DOIS MUNDOS, UMA VACINA

«Passou um ano e meio. Lamento desiludir os mais otimistas: não está tudo bem».

ARMAS DE DESTRUIÇÃO MACIÇA

«Se negacionismo é questionar a licitude dos “certificados digitais” ou até a vacinação dos mais jovens, lamento, mas isso chama-se liberdade de expressão e debate científico».

PRESIDENTE DE TRAUMA

Na última declaração presidencial sobre a vacinação, em que quase reclama uma vitória pela adesão dos portugueses à vacinação, Marcelo Rebelo de Sousa revela que ainda não ultrapassou o trauma de ter sido eleito por apenas 2.534.745 milhões dos 9,3 milhões de inscritos no território nacional. Depois de Janeiro de 2021, em que foi registada a maior taxa de abstenção de todas as eleições presidenciais (54,55%), só lhe faltou dizer, em coerência, que temos o regime e o presidente que temos porque os portugueses não aderiram em massa ao voto.

PISAR O RISCO

«No caso dos enfermeiros, a exposição ao risco não é uma situação conjuntural. Daí não ser possível resolver com prémios pontuais, decididos ao sabor das vontades momentâneas desde ou daquele Governo. Assim sendo, que o dinheiro da bazuca europeia que vem para a Saúde sirva, entre outras coisas, para proteger os recursos humanos e dotá-los de meios para enfrentar o dia-a-dia, estas e outras pandemias».

ENTRE A ESPADA E A PAREDE... E ENTRE OS EXTREMISMOS

«Por agora vivemos numa almofada financeira e sobretudo emocional que nos ilude em relação ao nosso futuro. Já estamos presos à parede morrendo de fome lentamente. Na nossa escolha entre a espada e a parede, iremos nós ficar com o pior dos dois mundos? As infelizes e incontornáveis mortes e o cada vez mais insuportável empobrecimento das famílias? Não tenho resposta para isso, mas parece-me que infelizmente é o que irá acontecer. Veremos… Só futuro o sabe. Só o futuro tem razão».

CONFISSÕES DE UMA VACINADA

«A revelação da mais que provável impossível imunidade, num doloroso processo de sacrifício dos adolescentes para a proteção dos adultos, numa inesperada inversão dos valores tradicionais da sociedade ocidental, exigiria reflexão séria. (...) Não precisamos de nenhuma revolução de costumes perante um vírus que vai continuara circular, mas perceber que isso só significa a imposição de reconquistar o direito á vida, com as inevitáveis incertezas de sempre. Se esta crónica lhe parecer esquisita a culpa é da vacina».