ANA GOMES EM ENTREVISTA A JÚLIA PINHEIRO

«Os regimes democráticos ficam em perigo se não se cuida da Democracia».

MARIA JOSÉ MORGADO: «O ESTADO FALHOU!»

«Ando há 20 anos a dizer isto, mas a corrupção, o combate, a prevenção exigem uma abordagem holística e ponderada e não uma abordagem sensacionalista. Se Portugal é um país corrupto ou não? Não tem resposta. Se a corrupção atingiu níveis de risco elevados e atravessou sectores da actividade política, económica, pública, privada, administrativa, judicial, etc... Ao fim de 20 anos é reconhecido que o Estado falhou no seu dever de detectar, prevenir e combater a corrupção»

PEDRAS NO CAMINHO? LIVRO-ME DELAS

«Enquanto a esquerda republicana anda entretida a caçar Venturas, António Costa vai recriando o sonho totalitário de José Sócrates e nem precisa de maioria absoluta. Basta-lhe um PCP e um BE agrilhoados e um PSD internado nos cuidados intensivos»

MAL PAGOS, SIM!

«Tentar distorcer a realidade salientando o ordenado de topo da carreira de um enfermeiro, onde demoramos 100 anos a chegar, não é apenas uma injustiça, é imoral».

A CAMINHO DAS PRESIDENCIAIS 2021

A esmagadora maioria tem defendido que Belém e São Bento devem ter cores diferentes, mas as cores actuais já são só bastidores, cumplicidades e opacidades. Marcelo e Costa certamente terão direito a uma nota de rodapé por interferirem e desautorizarem a investigação criminal e ainda por estarem a atirar o país para o abismo. 

P. S. Ah, Rui Rio quase passava entre os pingos da irrelevância.

JOHNNY NASH. WHAT ELSE?

P. S. Num dos dias mais sombrios desde o 25 de Abril, consumados nos discursos do PR, na tomada de posse do presidente do Tribunal de Contas, José Tavares, e do PM, no Parlamento, a propósito da contratação pública e da corrupção, nada melhor do que uma mensagem de esperança.

E ASSIM VÃO AS NEGOCIAÇÕES PARA O OE 2021

Catarina Martins confrontou o governo, hoje, com a não concretização das contratações e investimento para o SNS aprovado no OE2020, explicando que o SNS já antes precisava destas medidas.

JÁ CHAMARAM CENTENO?

O Bloco de Esquerda, pelas posições que tem tomado em relação ao Novo Banco – a última das quais afirma não aceitar mais «truques contabilísticos do Governo” –, tem uma verdadeira prova de fogo que o coloca na primeira linha das expectativas dos cidadãos. Por sua vez, o PCP, com uma atitude hesitante, também tem uma prova de sobrevivência em relação ao Orçamento de Estado para 2021. Já chamaram Mário Centeno para mais uma solução "criativa" que só daqui a uns anos se vai perceber quanto vai custar?

PÂNTANO ESTÁ DE REGRESSO

 As notícias sobre o nome do novo presidente do Tribunal de Contas, proposto pelo governo e imediatamente confirmado pelo presidente da República, dizem tudo sobre o momento que o país atravessa: o pântano está de regresso. E veio para ficar.

E O NOVO PRESIDENTE DO TC É

«José Tavares é dado pela PJ como muito próximo do ex-secretário de Estado de José Sócrates, Paulo Campos, um dos principais suspeitos da investigação às PPP».

MAIS AMOR, MENOS IMPOSTOS

«2020 veio provar mais uma vez que não há um entendimento em relação a duas realidades que deviam ser complementares e não antagónicas. A marca ideológica tem tolhido uma discussão que devia ser inclusiva e não exclusiva. Acontece que sem empresas sãs o país não cresce. E acontece também que sem um Estado robusto haverá muita gente a ser engolida pela estatística negra do abandono social e da desigualdade».

DÚVIDA MAIS ACTUAL

Estará mais perto o desencontro entre o presidente da República e o PM ou o desacordo nas negociações à Esquerda para aprovação do Orçamento de estado para 2021?

CABEÇA PERDIDA DE ANTÓNIO COSTA

«Se Marcelo Rebelo de Sousa não vê isto, escusa de fazer grandiloquentes discursos sobre o combate à corrupção porque o saco está roto».

GOVERNOS E SECRETAS LIMITADOS

«Governos não podem ter acesso aos telemóveis dos cidadãos. Tribunal de Justiça da UE diz que os Governos só poderão contornar as regras quando em causa estiver uma "ameaça séria à segurança nacional"».

ANTÓNIO COSTA "AJUSTA CONTAS" COM O TRIBUNAL DE CONTAS

«Não são os discursos, as agendas ou os planos anticorrupção que revelam a natureza de um governo, são sim as atitudes, os exemplos e os meios colocados à disposição das instituições para cumprirem a sua função com independência e competência».

PANDEMIA DE COSTAS LARGAS

«Não é antipatriótico, como sugeriu uma enervada Graça Freitas, alertar para falhas e deficiências. A pandemia não pode ter as costas tão largas ao ponto de dar abrigo à indiferença e à incompetência».

DA ESTATÉGIA À REALIDADE

«A não recondução do presidente do Tribunal de Contas demonstra que no nosso país podem existir imensas estratégias e visões estratégicas, mas que ninguém está disposto a implementá-las, e que aqueles que chegam a acreditar nelas são rapidamente removidos».

ANA GOMES E O REGIME

Seis mensagens clarificadoras, afirmadas no dia da República:

1. «Importa, claro, a estabilidade, mas a estabilidade não equivale, não pode equivaler a um país conformado»; 

2. «Se nós desistimos de escrutinar, de pedir contas, de participar nas decisões de alocação desses fundos, então desistimos do país, porque vai haver roubalheira, como houve no passado. E é exactamente isso que nós não podemos tolerar. E por isso temos desde já de dizer ao governo que nem pense avançar, tal como está, com esta proposta para modificar o regime da contratação pública»; 

3. «Quem elegemos para PR tem de cuidar de Portugal, de todos, e em particular dos que mais precisam. É intolerável que se permita que a pobreza e a injustiça aumentem neste país à conta da crise»;

4. «As crianças e os mais velhos e vulneráveis têm de ser especialmente protegidos e apoiados»;

5.«Chegou a hora de tornar a democracia mais exigente»; 

6.«Numa República, não há coroações nem vitórias antecipadas, é o povo quem decide»;

UMA LIÇÃO DE CIDADANIA

«Pouco servirá gravar em letras de bronze dourado que «Portugal é uma República soberana baseada na dignidade da pessoa humana» (art. 1.o CRP), se depois as leis das maiorias parlamentares, e as administrações públicas dos Governos, não se iluminarem pelo meta-princípio da dignidade da pessoa humana, e pelos princípios que dela se refractam».

UMA DEMOCRACIA ASFIXIADA

«Nos últimos meses têm sido vários os exemplos do Governo de “facadinhas” na democracia. Desde a nomeação de um membro do Governo para Governador do Banco de Portugal (BdP), passando pela substituição da candidata mais qualificada para a Procuradoria Europeia, pela proposta de lei do Governo relativa à contratação pública chegando por fim à dispensa por telefone do Presidente do Tribunal de Contas (TdC), e, dá a entender que o desrespeito pelas instituições democráticas e a falta de transparência nos processos se tornaram no novo normal assinado pelo Governo».