ONDE ANDA A IGREJA PORTUGUESA?

No momento em que crentes e não crentes vivem momentos de aflição, o silêncio da hierarquia da Igreja portuguesa é chocante. Falta a Palavra, apoios, acção e mobilização para acudir os mais necessitados.

P. S. O silêncio e a inacção continuam...

COVID2019: CORRER ATRÁS DO PREJUÍZO

Começa a ser agoniante: não aprendemos com os erros! Depois de tudo o que já aconteceu, por causa de hesitações e de medidas tardias, o arranque dos testes nos lares de idosos, à medida de 300 por dia, é um hino à hipocrisia que vai custar muitas vidas. Será que também vamos aguardar pelo desastre nas prisões para testar e libertar presos?

P. S. Manuel Soares, presidente da ASJP, rejeita a libertação de presos por crimes de homicídio ou predadores sexuais. É caso para dizer que o branqueamento de capitais e a corrupção continuam a valer pouco...

HABILIDOSOS E DEMAIS TROPELIAS

Há duas semanas, Marcelo colocou Costa entre a espada e a parede no momento de declarar o Estado de Emergência. Agora, Costa dá a renovação como certa, esvaziando a decisão de Marcelo. É assim: continuamos a perder tempo com os habilidosos no poder que se entretêm com tropelias políticas. 

UMA REPUGNÂNCIA ATRÁS DA OUTRA

«Se este é o momento de manter o emprego, de financiar a economia e de conceder moratórias aos pagamentos de bens essenciais, então este não pode ser o momento para o BPI entregar 117 milhões aos espanhóis do Caixabank, para a Navigator entregar 100 milhões à Semapa, da família Queiroz Pereira, ou para a EDP Renováveis pagar 70 milhões à EDP que, por sua vez, os entregará à China Three Gorges e à Blackrock, que é "só" o maior fundo privado do Mundo».

SOBRE AS PREVISÕES DO COVID-19

«Os modelos em que se baseiam as previsões portuguesas não são, no entanto, revelados. Talvez essa falta de transparência seja menos crítica no Portugal de hoje do que no Reino Unido de 12 de Março dado as medidas intensas de distanciamento e isolamento social estarem exemplarmente em curso desde 16 de Março, mas impede a comunidade científica de participar no desenvolvimento de modelos mais finos e mais ajustados ao contexto português».

TOSTÕES BASTAM

Impressiona a forma como estão a ser tratados os números da COVID2019 veiculados pela China e Rússia.  No primeiro caso, acredita-se; no segundo, duvida-se. O que fazem uns tostões... E assim vai a informação...

TESTEMUNHO: EU TIVE COVID-19 E JÁ SAÍ DO HOSPITAL

«Foi a febre que me levou a um hospital privado no sábado, dia 21, depois de na véspera e perante as minhas insistências, a linha SNS 24 me aconselhar a ida ao centro de saúde. Fui, conduzindo o meu carro, na expetativa de uma consulta rápida que identificasse outra causa para a febre, uma vez que os vários médicos com quem falei eram da opinião de que não seria coronavírus. Tive uma má experiência no hospital que escolhi: esperei 14 horas numa sala minúscula de isolamento, perante um quadro de pessoal manifestamente impreparado, que me evitava. Senti-me como um cão. Não menos do que isso. Mas, foi aí que soube, primeiro, que tinha feito pneumonia (que deveria ter por causa o Covid-19) e, depois, já perto da meia noite, a confirmação de que estava, mesmo, infetado. Foi-me sugerido que àquela hora pedisse à minha mulher que me transferisse, de carro, entre hospitais, com uma criança em casa. No meio da dificuldade tive de resistir a tal ideia peregrina e insistir numa ambulância, que apareceu».

COVID 2019: NÚMEROS E ESTATÍSTICAS

Com o evoluir da pandemia, os números da Direcção-Geral de Saúde não resistem ao poder local: «estatísticas sem consistência científica ou fiabilidade, emitidas diariamente pela DGS e cujas variações demonstram a sua falta de credibilidade».

RIO VAZIO

A entrevista de Rui Rio deve ter incomodado. Tal foi o nível de falta de ideias, medidas, propostas e alternativas que qualquer cidadão, do PSD ou não, espera do líder do maior partido da oposição. Isto não é uma nova forma de fazer política. É, numa palavra, vazio! 

PORQUE NÃO SOMOS CARNE PARA CANHÃO

«A COVID2019 representa um momento extraordinariamente negro, mas também poderá ser uma oportunidade luminosa para extirpar uma certa forma de fazer política e de governar».

SEF DE FORA

Choca a notícia brutal da morte de um cidadão às mãos de inspectores do SEF, num momento em que as autoridades policiais dão uma imagem urbana e civilizada, de acordo com instruções claras de uma repressão pedagógica.

DESASTRE INCALCULÁVEL

«Não há nada mais estúpido do que opor economia e saúde, porque sem economia não há saúde».

O MELHOR DE CADA UM

«Quem salva uma vida em casa ou num hospital, salva a Humanidade inteira como sabemos. Decisões e escolhas públicas não podem colocar num prato da balança uma só vida humana que seja e, no outro, um saco de moedas».

IPSE DIXIT... E BOA SEMANA

Vitor Hugo afirmava que só existiam 

duas coisas verdadeiramente grandes - o génio e a bondade. 

Michelet acrescentava que dessas duas grandezas 

só uma era verdadeiramente real - a bondade. 

Decerto estes dois homens, supremamente bons e geniais, 

entendiam por bondade aquela virtude activa que, 

pela elevação e amplitude das suas manifestações,

participa do heroísmo.

Eça Queirós

O CASO SUECO

Não, não é Boris, Bolsonaro nem Trump. É a Suécia a enfrentar o COVID2019.

HECTOR BERLIOZ. WHAT ELSE?

ROGEIRO SHOW

Leste/Oeste: informação com qualidade... em tempos de desinformação!

COVID2019: WELCOME AMERICA

A propósito da triste morte de um jovem de 17 anos, importa recordar que nos EUA, tal como em Portugal nas últimas décadas, um doente não pode escolher um hospital privado se não tiver cash ou um seguro de Saúde. A ignorância ou a má-fé é tão perigosa como qualquer pandemia...

P. S. Já agora, para quem quiser realmente saber como funciona o sistema de saúde nos States: Basta consultar a wiki!

O QUE AINDA FALTA NOS HOSPITAIS

«Desinfetante trancado em cacifos, máscaras fora do prazo, racionamento de equipamento e muito improviso. O Governo comprou mais material, mas enquanto ele não chega há muitas coisas em falta».

O QUE SOBRA E O QUE RESTA...

«Considerar que tem de se tratar da questão biológica e médica, sem atenção às condições sociais, económicas e políticas, é miopia indesculpável ou intenção eugenista inaceitável. Quem tem duas assoalhadas, sem aquecimento, para seis pessoas, não tem as menores condições para “ficar em casa” e se salvar. Quem vive em lares miseráveis está condenado. Quem não tem meio de transporte seguro não tem acesso a alimentos frescos. Quem não tem instrução não percebe as recomendações. Quem vive nos arredores ou em isolamento não consegue chegar com segurança às instituições. Quem não tem emprego não consegue comprar pão. Quem é despedido não pode tratar da saúde dos seus. Quem tem pensões mínimas fica sem capacidade de acorrer ao que é necessário. Quem vive no limite da sobrevivência não chega ao que já é mais caro e inacessível. Quem não tem meios não pode contrariar os mercados negros que proliferam. Quem não tem wireless, telefones modernos, telemóveis à altura, iPad capazes, conhecimento informático avançado e assinaturas de redes, não tem meios para ser informado devidamente. Quem vive sozinho e tem problemas de deslocação fica nas margens da sociedade. Quem tem outras doenças e insuficiências vive em pânico».