E agora?

«A União Europeia foi capaz de criar leis, burocracias e regulamentos, mas nunca conseguiu criar um sentimento de pertença entre os seus cidadãos».

Alterações ao CPP

«Entram em vigor esta semana as alterações ao Código de Processo Penal aprovadas recentemente pela Assembleia da República».

Portugal no labirinto

«Com a economia exaurida e sem meios (dinheiro) para se reerguer, o País vê-se cada vez mais encurralado no labirinto para onde a troika e o Governo o lançaram».

Cabeleireiro suspenso

«Manuela Ferreira Leite é a mulher que fica na história por perder as eleições em que tinha razão».

PM: versão provocatória?

Pedro Passos Coelho voltou a falar na universidade (ISCSP). E tinha, mais uma vez, uma manifestação de protesto dos estudantes. O espectáculo foi o mesmo de sempre. Palavras de ordem, gritos, insultos e um primeiro-ministro rodeado de seguranças a entrar num auditório para falar à porta fechada. Será que alguém está a tentar que aconteça uma desgraça?

Os pobres pagam a crise

«O recente relatório da Caritas Europa "The Impact of the European Crisis" (www.caritas-europa.org/code/en/publications.asp) constitui um estudo bastante completo do efeito preliminar da crise e austeridade nos mais pobres».

Há Educação contra os Professores?

«Que país existe depois de tudo isto? Um país de campos de golfe, concertos de Verão, ministros equivalente, nomeações de coleguinhas da senhora ministra, liberais de aviário, escondidos em gabinetes, sorvendo subsídios em nome de um empreendedorismo medido em semestres».

A pobreza

«Mais importante do que renunciar à limusine é usar o carro utilitário com inteiro desapego». 

“Fortaleza Europa”, com trompete

«Dois euros não pagam, para além da alegria da música, mais uma evidência de que a “fortaleza Europa”, realmente, não existe. Não existe a não ser no facto de ser eu quem tem os euros, e o homem do trompete o copo de plástico na mão».

Guerra civil

«O que será necessário para que o governo reconheça que a sua vitória é de Pirro? Uma debandada geral do país? Revolta popular violenta? Suicídio coletivo?»

Falta de juízo

«É, no mínimo, incompreensível que os 13 juízes do TC, incluindo o presidente e a vice-presidente, não sejam capazes de decidir em tempo útil - ou seja, antes de terminar a sétima avaliação da troika - sobre um assunto que é de evidente interesse nacional».

Paes Antunes na AdC: só pode ser brincadeira

A escolha de Luís Pais Antunes para liderar a Autoridade da Concorrência (AdC) é mais um exemplo de que o Governo de Pedro Passos Coelho perdeu qualquer réstia de vergonha política, confirmando que entrou em roda livre.

Papa Francisco e o jornalismo de vacuidades

A cobertura noticiosa sobre a eleição do Papa Francisco deveria fazer soar todas as campainhas de alarme nas redacções. Salvo raras excepções, que ainda continuam a fazer a diferença, a estratégia de encher páginas e espaços de rádio e televisão, num simulacro de mais uma cacha ou da notícia em cima do acontecimento, resultou num imenso ruído de vacuidades que ultrapassou todos os limites.

Questão de português

«Numa análise aos pedidos de aclaração requeridos pela defesa de Isaltino Morais, confesso que mudei de opinião. O problema não é da Justiça, mas do Ministério da Educação».

Os demónios

«Pôr em alternativa nacionalismo e federalismo é um truque. Porque tanto alimenta os demónios da guerra um nacionalismo de portas fechadas como um federalismo que, sob a capa da "supervisão económica e orçamental", amarra os povos a uma austeridade sem fim. Um e outro alimentam-se da mesma espiral de empobrecimento e criam um monstro social pronto a explodir em violência bruta».

Radicalidades!...

«Portugal está hoje com uma intensidade sem paralelo desde 1974, tão atordoado como desvitalizado, e segue rebocado numa crise que ninguém parece capaz de enfrentar».

O prefácio

«Numa Europa em crise e em que os entendimentos e as solidariedades são cada vez mais difíceis de estruturar, Portugal pode estar à entrada de um beco sem saída e é contra essa perspectiva que o Presidente tem de se afirmar e de agir. Esse deve ser o critério decisivo para se apreciar o seu desempenho».

O Conclave da Troika

«A troca de mimos na última semana entre Paul Krugman e Olli Rehn, com referências a baratas e comissários europeus, ratos e heróis de contos de terror, eleva as metáforas do debate económico para um patamar bem revelador de como a Europa anda de cabeça perdida».

Conselho Europeu - Acordai!

«Portugal precisa de que o Conselho Europeu amanhã acorde, tire consequências da catástrofe económica, social e política que a sua política austericida criou na Europa, antes que maiores tragédias se abatam sobre o nosso continente».

Vaticano dos segredos

«Com estes conclaves, a Igreja ultrapassará rapidamente a sua crise de audiências, porque está montado um reality show e peras».

Resgatar o resgate

«No final do ano passado, 80% dos cidadãos da União Europeia não confiavam nos partidos políticos e só 33% confiava na União Europeia».

Fartura de faturas

«O que realmente convenceria os portugueses a pagarem regularmente os seus impostos, sem quererem sequer fugir, seria um argumento de que este governo jamais disporá: o de que os políticos andam a gastar bem e a distribuir equitativamente o dinheiro dos nossos impostos».

Papa em Belém

«Cavaco tem uma visão papista da Presidência».

Relativamente mínimo...

«Embora Passos Coelho tenha descartado a redução do SMN, ficou claro que encara com bons olhos a ideia em si, o que é preocupante. Nada garante que o SMN venha a escapar no futuro aos cortes que hoje ameaçam sobretudo os salários médios, cada vez mais perto de se tornarem mínimos…».

A crise terrível

«O gesto profético de Bento XVI dá a oportunidade à Igreja, não de repensar tudo, como dizem os estranhos, mas de serenamente retomar a função que lhe compete».

Palavras à beira do caos

«Lado a lado, dois pares. Um par de jovens, cheios do licor dos 20 anos do poema de Apollinaire, cheios de memória e ávidos de a preencher. E um par de velhos, ele ausente, ela agradecendo, a todos, repetidas vezes, e falando constantemente para ele».

Portugal é assim: nem a lavandaria nos salva

«Actualmente, novos e velhos, de barriga vazia e olhos bem mais abertos, estão cada vez menos disponíveis para suportar "cantando e rindo" o buraco para onde foram atirados, ao mesmo tempo que assistem ao enriquecimento descarado, e até criminoso, de uma clique que gravita à volta do Estado».

Fim da linha

«Já percebemos que o Governo e a troica preparam-se, de novo, para cortar ainda mais nos direitos e remunerações dos portugueses».

Belém assombrado

«Um dos problemas deste PR é que poucas vezes fala e, quando o faz, nada diz».

Justiça adiada

«Um dos testemunhos mais aguardados é o da ex-ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite conhecedora dos pormenores do caso. Mas parece que a ex-governante está renitente em falar».

O caso que envergonha

«O caso Isaltino de Morais transformou-se na "besta negra" da justiça portuguesa».

Gerações unidas

«O endeusamento da 'flexibilidade' como suposto mandamento supremo da modernidade próspera é o embuste que encobre um programa: precarizar todas as vidas e deixá-las ao sabor da seleção feita pela lei do mais forte».

As políticas sociais para os mais desfavorecidos

«Um dirigente pode, como sucedeu com Chavez, levar um país à ruína, torná-lo num dos mais inseguros do mundo, fomentar o ódio… mas desde que diga umas coisas alegadamente de esquerda torna-se um amigo dos pobres».

Passos Coelho e Relvas

O primeiro-ministro ao lado do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, no último debate quinzenal, traduz a imagem de como está para breve o fim de um ciclo que prometeu tanta esperança.

Sebastião no ocaso épico

«Cabe à autoridade descobrir se a subida é concertada. A prova é difícil, mas o fogo de vista de ontem garante um ocaso épico a Sebastião e à entidade que dirige».

Um beco sem saída?

«A ideia que fica do impressionante magma de cartazes, slogans e cantares das manifestações de sábado passado é que há algo bem no miolo desta crise que, como se está a ver, não vai lá com as respostas que se lhe têm dado».

Investigar Angola

«Se os conflitos políticos e económicos de Angola são atirados, por via da Banca, para o nosso quintal, então a Justiça portuguesa não pode fechar os olhos».

Grândola e Grillo

«É urgente uma ampla coligação de esperança que nos salve a tempo da aparição do Grillo lusitano».

A prodigiosa «Belita»

«Os portugueses que ponham os olhos na cachopa e tratem bem os nosso irmãos angolanos. Com o nosso país em plano inclinado, pode ser que a Isabelinha um dia acorde bem disposta e compre o nosso Portugalzinho à beira mar plantado».

Marginais de sábado

«Passos Coelho prometeu que nos iria resgatar deste atoleiro, mas apenas tem mantido o status quo, tornando-se assim co-responsável por uma das piores fases da vida da história do país».

Classe política na mira

A constituição do Movimento dos Reformados Indignados é a prova que a Democracia funciona. E que os cidadãos reagem ao sistema partidário que tem ocupado o caldeirão do poder, sem um pingo de vergonha em relação às promessas eleitorais. Para já, o movimento avança com objectivos de cidadania. Amanhã,  um novo partido político?

O furacão Isaltino

«Isaltino Morais é, há muito, um furacão destrutivo sobre a imagem e a credibilidade que restam à justiça».

A aberração

«Está em implementação o Sistema Integrado de Informação Criminal, aprovado pelos "partidos do poder" com o indisfarçável propósito de controlar politicamente a investigação criminal».

Pare, escute e olhe

«Ao Governo que o lançou no desassossego, o país também não dará sossego».

A crise italiana

«O italiano usou a arma do voto para atacar o próprio sistema político e não apenas meras opções que se poderiam configurar no seu seio. Esta arma é moral e politicamente superior a outras armas, mas não deixa de testemunhar algum apodrecimento do sistema, um profundo desencanto de muitos cidadãos, o agastamento com a classe política e a quebra da esperança».

O recurso vital

«Perante este sinistro cocktail de forças, apenas um ingrediente conseguirá evitar o pior. Trata-se de compaixão, amizade e diálogo, de partilha, solidariedade e benignidade, de paciência, compreensão e perdão».

Não basta um novo Papa

«Nos limites da escolha de um novo Papa, seria desejável ver alguém eleito disposto a fazer uma reforma do governo da Igreja Católica».

Alargamento que não é

«Da opinião, nascem políticas, das políticas opções e das opções maioritárias governos».

Carne de cavalo

«O legislador transformou-se num criativo chefe, que serve leis em extensos, variados e fumegantes menus de degustação. E quase sempre cozinhados al dente. É verdade que, uma vez ou outra, as coisas correm menos bem, e há falhas».

Novo DCIAP?

«A Senhora PGR parece de facto apostada em que nada fique como dantes no MP».

A construção das manifestações pela TV

«Tal como aconteceu nas manifes de professores contra Sócrates ou na de 15 de Setembro, as de ontem foram muito amplificadas antes de ocorrerem pelos media, em especial pelas TV. E, em quase quatro horas de directo, foram muito empoladas por RTPi, TVI 24 e em especial SIC, que é o maior partido da oposição em Portugal, parecendo quase todos os repórteres membros da multidão e não mensageiros independentes».

Os tribunais e o estado da República III

«A arbitrariedade lusa a fixar as indemnizações é tal que não alcanço como é que o legislador nunca retirou tal poder aos nossos juízes».

Bento XVI versus governantes impolutos e manifestações

«Neste momento, é determinante tentar encher as ruas do país, de forma a medir a indignação dos cidadãos, mas é ainda mais importante promover a consciencialização colectiva de que chegámos ao fim da linha de um sistema corrupto e iníquo».

O lixo que a justiça deixa

«O julgamento do processo da Cova da Beira é um exemplo radical do lixo que a justiça gera e deixa a boiar em águas estagnadas anos a fio. Depois da investigação que este caso teve, dificilmente poderia ocorrer outro desfecho. Basta reter uns quantos factos».

Do de e do da

«Esta semana foi uma radiografia limpinha do fosso sem fim que separa cidadãos e políticos».

Reforma na Europa

«É de novo em Itália que as diretivas da austeridade cega são derrotadas por eleições. Que tal uma refundação?».

Um novo dia

O perigoso Calimero Angolano

«Com este comportamento de perigoso Calimero, o Jornal de Angola consegue assim, mais uma vez, dar um triste sinal dos ventos que permanecem naquele grande país».

DCIAP: sem surpresa

A confirmação de Amadeu Guerra para liderar o DCIAP está em linha com a escolha de Joana Marques Vidal, actual PGR, confirmando o processo de adormecimento em curso do Ministério Público. 

A nomeação deste magistrado, tão experiente quanto discreto, é uma espécie de canção de embalar dedicada a todos aqueles que reclamam por um verdadeiro combate ao crime de colarinho branco e à alta criminalidade organizada, desde logo porque ninguém pode ter grandes expectativas em quem ainda insiste em depositar esperança no papel do Conselho de Prevenção da Corrupção.

Num país (a) sério estas coisas não ficavam por artigos de jornal

«A não recondução em cargos públicos não é castigo justo para quem defrauda milhões de cidadãos».

Entre o riso e a cólera

«O impasse político a que estes resultados conduziram traduz bem mais do que uma divisão ideológica entre os cidadãos italianos. Ele traduz sobretudo uma fadiga que parece desesperada, e que pode ser terminal, com o regime democrático». 

Paixão por austeridade

«A Europa, a zona mais criativa do globo com um modelo de desenvolvimento assente numa significativa equidade na distribuição do rendimento, está a desarticular o seu modelo social e a pôr em causa a história de sucesso que garantiu o mais longo período de prosperidade sem guerras fratricidas entre os principais países da região».

A Itália de Beppe Grillo

«A Europa sempre tremeu com a Itália».

Paulo Portas: Tenha vergonha!

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros ultrapassou os limites! 

Depois da Colômbia e afins, cujos interesses dos seus amigos têm passado e história, chegou a vez de o governante fazer uma declaração inaceitável após as notícias que circularam a propósito da eventual investigação, em Portugal, sobre procurador-geral de Angola, João Maria Sousa.

Em nome do passado, talvez não fosse má ideia recordar que o ministro deve respeito aos portugueses, à soberania portuguesa e à separação de poderes.

O número de empresas portuguesas com interesses em Angola nunca será suficiente para que um qualquer governante tenha o topete para estipular os limites da Justiça... em Portugal!

Uma cena falhada

«Se os partidos querem candidatar os seus dinossauros autárquicos a um quarto mandato vão ter de o assumir».

Insolentes e delirantes

«Com os resultados económicos e sociais catastróficos da austeridade na Europa, Paul Krugman, nobel da Economia, tem razão ao considerar que os 'defensores da austeridade' estão a parecer cada vez mais 'insolentes e delirantes'».

Dinheiros e direitos

«Não quero proibir nada mas acho muito bizarro que a DECO tenha estes dias de Olívia empresa de promoções e outros dias de Olívia associação de defesa de consumidores nomeadamente contra as promoções que prometem mundos e fundos».

Limitação de mandatos autárquicos

«Tenham vergonha, larguem o poder!».

Emendar a mão

«O que falta então para que todos se entendam?».

À boleia da oposição

Os consensos forçados e/ou falsos não adiantam nada, como o passado recente tem demonstrado. Em Democracia, as críticas da oposição e até o clamor dos protestos da rua podem ser instrumentos muito válidos numa negociação difícil. No início da sétima avaliação da troika, eis uma oportunidade, mais uma, para Vítor Gaspar potenciar o trabalho da oposição parlamentar.

'Grândola, vila morena'

«Um falhanço em toda a linha, em vésperas da chegada, para a sétima avaliação, da troika, à qual vamos (tarde, muito tarde) pedir mais tempo».

Ao lado do essencial

«Numa mera consulta dos jornais nos últimos dias, a grande maioria dos textos que se debruçaram sobre a decisão de resignação de Bento XVI nem sequer menciona aquele que foi, de longe, o factor mais decisivo no fenómeno que consideram: Deus».

Censura judicial

«A censura prévia não existe apenas quando se proíbe ou restringe a publicação de certas notícias já elaboradas, mas também quando se proíbe ou restringe a elaboração de notícias sobre certos factos».

Garante dos direitos

«Em Espanha, como em Portugal e por toda a Europa, as associações de magistrados sabem e saberão sempre estar na primeira linha da defesa dos direitos dos cidadãos e do Estado de Direito».

E se Vítor Gaspar falhar?

«O país voltará a render-se aos mesmos lóbis, ao velho tráfico de influências, às habituais negociatas por debaixo da mesa, aos subsídios para os amigos e clientelas, à dança de cadeiras entre o público e o privado, ao investimento público de fachada, com menos vírgula ou mais género no articulado das leis, obviamente sempre em nome do crescimento e da defesa do Estado Social, em suma, a mais do mesmo que nos atirou para o abismo».

A Península oscila

«A crise financeira sacudiu os grupos sociais instalados neste histórico apêndice da Europa e vaza para a rua vagas sucessivas de protestos dos acossados e indignados».

Zé povinho

«Foi o Estado Novo que inventou essa frase dos brandos costumes, a mais citada do salazarismo. E inventou-a na tal esperança de acalmar os ânimos até ao conformismo – onde muitos gostariam que os portugueses continuassem. Daí que, perante cânticos de uns estudantes que calaram um ministro, logo falem dos perigos para a liberdade de expressão e para a democracia».

Intendente Isaltino

«Isaltino Morais foi distinguido, em dezembro, com a condecoração maçónica de Super Intendente de Honra, pelos elevados serviços prestados à Maçonaria, numa iniciativa da Grande Loja Legal de Portugal/GLRP».

Ne me quitte pas

«O cidadão português está há tanto tempo casado com o Estado que já não sabe viver de outra maneira. O Estado é pai, mãe, companheiro, amante. Não há vida antes dele, para além dele ou sem ele».

Citação da Semana

«Portugal tem uma máquina fiscal injusta e cega que castiga tudo e todos».

José Mourinho

Idoso: A vítima

«Assinala-se hoje o dia europeu da vítima de crime. Todas as vítimas merecem apoio, mas permitam-me que saliente os idosos».

Ilusionismos

«Não é a intensidade de aplicação do memorando que gera desemprego, é o memorando em si mesmo. Não é o ritmo de aplicação do memorando que produz desespero social, é o memorando em si mesmo».

Até quando?

«Em Berlim, um ministro que plagia uma tese sai do governo em menos de 24 horas. Em Lisboa, um homem cuja vida é um perpétuo faz-de-conta, esgota a agenda política».

O sono desassossegado de Relvas

«Não falta quem diga que o pesadelo não são os números - o pesadelo é o Governo».

O que Relvas não percebe

«As pessoas estão fartas desta austeridade, cujo fim não vislumbram e cujos objetivos não percebem. Mas estão sobretudo fartas, fartíssimas, de políticos que não respeitam e a quem não reconhecem um pingo de credibilidade».

Karaoke Relvas

«Empurrado entre os corredores do Instituto Universitário de Lisboa com uma multidão de estudantes a gritarem-lhe ao ouvido 'Demissão! Demissão!', Miguel Relvas terá pensado o que diabo queria dizer Zeca Afonso com o verso 'em cada esquina um amigo'».

Começar de novo

«Dirigido por Daniel Sanches, primeiro, e por Cândida Almeida nos últimos 12 anos, o DCIAP foi sempre um terreno minado que paralisou procuradores, destruiu investigações, arquivou processos».

O homem do desvio

«Tradicionalmente os portugueses atribuem aos ministros das Finanças poderes quase xamânicos».

Narrativas ou narrotretas?

«O recurso à narrativa representa, pois, mais um passo, e grande, na submissão da política ao marketing. É outro fenómeno que veio dos EUA, sobretudo desde que nos anos Clinton o storytelling se tornou, pela mão dos famosos spin doctors, um auxiliar permanente da governação».

A cartada de Seguro

«Depois de arrumar os adversários internos numa prateleira cor-de-rosa, António José Seguro marcou a agenda nacional com uma carta à troika em que exige 'uma avaliação política do processo de ajustamento'».

Sós a meio da ponte

«Portugal resiste ao naufrágio com a garra da gesta dos 'orgulhosamente sós'».

O fim de um ciclo

«A saída de Cândida Almeida do DCIAP marca o fim de uma era e de uma liderança que naufragou no seu próprio voluntarismo».

O que fazer com esta tiara?

«Como toda a gente que teve uma educação católica, mesmo sem depois ter tirado dela consequências de maior no plano das convicções religiosas, também eu, ao saber da renúncia de Bento XVI, fiquei com a impressão de estar a viver um momento histórico cujas consequências principais estão ainda muito longe de poder ser abarcadas».

Grândola viral

«Como se controlam manifestações avulsas, espontâneas e desenquadradas politicamente? Não se controlam. Evitam-se. Não fechando as portas dos palácios, porque elas não serão suficientes para conter a indignação. Nem evitando os contactos com as pessoas, porque a sua voz virá sempre pelas ondas hertzianas e electrónicas».

Sai uma medalha!

«O ex-procurador-geral da República Pinto Monteiro é hoje condecorado pelo Chefe do Estado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo».

Água contaminada

«A privatização do negócio da água é uma catástrofe anunciada».

Miguel Relvas passa à clandestinidade? (II)

Convidar o ministro mais contestado de Portugal para falar sobre jornalismo ainda por cima numa universidade só podia acabar mal. E acabou mesmo! 

P. S. Enquanto o país assiste aos maiores enxovalhos aos membros do Governo, o presidente da República distribui umas medalhinhas...

Miguel Relvas a cantar

Acordar com imagens de Miguel Relvas a cantar desafinado o "Grândola, Vila Morena" é de mais para os ouvidos de qualquer cidadão.

Um num milhão e meio

«Daniel Rodrigues, de 25 anos, é uma triste e óbvia situação de desperdício das capacidades de um jovem num país que precisa como de pão para a boca de gente capaz, criativa e produtiva. Devia fazer corar de vergonha o Governo e os que assinaram com as troikas o memorando que nos agride todos os dias, porque o caso de Daniel Rodrigues é o de um desempregado entre um milhão e meio de outros desempregados em Portugal. É um dos 40% de jovens com menos de 25 anos que estão desempregados no nosso país».

Investigação e autonomia

«O governo espanhol quer esse controlo: quer mudar a lei para que seja o Ministério Público a investigar, mas quer mantê-lo na sua dependência. Cá, há muito que alguns anseiam por esse sistema».