RIO IMPARÁVEL

Rui Rio deu um grande passo. E revelou ao país que há uma alternativa ao amanhã/mais do mesmo, contrapondo uma estratégia de futuro/mudança.

"NOTÍCIAS" ANTES DO DEBATE

Não faltam "notícias" nas 48 horas que antecedem o debate entre António Costa e Rui Rio. Se não, vejamos: o SNS está a fazer o que nunca fez; o presidente, no último minuto, tenta o branqueamento da governação com a discussão da regionalização; e, pasme-se, uma sondagem com 600 inquiridos faz o resto. O nervosismo à esquerda começa a ser por demais evidente. Até ao dia 30 de Janeiro, só falta mesmo oferecer uns cruzeiros no Douro, obviamente benzidos e abençoados.

NO DIA DO DEBATE COSTA VERSUS RIO

O debate entre António Costa e Rui Rio concentra todas as atenções mediáticas ao mesmo tempo que os portugueses são mantidos à margem do custo da factura da pandemia, que começará a ser paga depois de 30 de Janeiro, e do risco de uma guerra na Europa, como advertiu Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO. Entretanto, com mais ou menos slogan, a comunicação social continua a distrair o povo com o que sentem os jovens e menos jovens nas filas para as vacinas e testes, sem esquecer os beijinhos do presidente.

DE BORIS A COSTA: UMA AVENTURA

A última intervenção de Boris Johnson no Parlamento quase faz esquecer as mentirolas e os truques políticos de António Costa. O PM inglês não deve aguentar. E o português passa?

ELEIÇÕES ANTECIPADAS: CAIU A MÁSCARA

Catarina Martins arrasou António Costa com o SNS. E deixou a nu os truques orçamentais, com verbas anunciadas aos sete ventos que acabam por não ser executadas. O exemplo dos cuidadores informais calou fundo. E não deixou ninguém indiferente.

A PRIVAÇÃO DO DIREITO DE VOTO DOS CIDADÃOS

«Em lugar de pedir pareceres, que depois decidirá se homologará ou não, o Governo deveria estar neste momento concentrado em criar a estrutura necessária para assegurar o direito de voto em condições de segurança a todos os cidadãos que o pretendam exercer. É isso o que se espera de qualquer Governo».

ALTERNATIVA A CONSOLIDAR

O debate entre Rui Rio e João Cotrim Figueiredo deve ter deixado António Costa à beira de um ataque de nervos. O líder do PSD a entrar pelo eleitorado socialista adentro; e o líder da Iniciativa Liberal a revelar uma direita que está mais preocupada com o bolso do que com os costumes dos portugueses.

P. S. O dia 21 de Janeiro ainda pode fazer a diferença

DEBATES, INSTANTANEIDADE E REDES SOCIAIS

«A mediação jornalística, indispensável, continua a perder terreno. E quanto mais instantânea, mais subserviente e mais parcial for a cobertura noticiosa, mais vingam os canais alternativos».

RIO DE FEIÇÃO

A apresentação do programa do PSD confirmou o bom momento político de Rui Rio. Tudo está a correr de feição ao líder do PSD que transpira credibilidade, serenidade e confiança. Não admira que algumas movimentações de bastidores no seio do PS demorem a vir à tona.

COVID, ELEIÇÕES E O RESTO

A cerca de três semanas das eleições, o debate político tem sido abafado por incontáveis e intermináveis directos sobre filas para a vacinação e os testes. A cobertura noticiosa da crise Covid, quase dois anos depois do primeiro caso em Portugal, continua a revelar uma informação medíocre, cuja receita é a mistura de histeria, de medo, de manipulação e da opinião de um punhado de avençados.

VOTAR EM ISOLAMENTO? EM BREVE...

«A questão não é o que pode o Governo fazer para garantir que quem esteja isolado na data das próximas legislativas possa exercer o direito de voto. A questão é porque é que não foi feito nada até hoje para o garantir».

QUANDO VENTURA PASSA POR CIMA DE COSTA

Ao alimentar o populismo da extrema direita, a esquerda julgou ter o poder garantido por muitos e bons anos. Os ecos do debate entre André Ventura e António Costa comprovam que o feitiço se virou contra o feiticeiro, quando o "papão" do fascismo já não pega.

RTP NO CHÃO

O que se passou no final do debate entre André Ventura e António Costa deu a dimensão do que se passa na comunicação social em Portugal. A tentativa de abafar André Ventura, que acabou por ter menos tempo para poder falar do que o líder do PS e PM, é de um mediocridade política inaudita. E faria rolar cabeças no dia seguinte em qualquer estação pública de informação digna desse nome.

P. S. João Adelino Faria esteve mal, como em anteriores circunstâncias esteve bem. Neste debate foi uma triste surpresa pessoal. E assim se faz carreira em Portugal.

COSTA DESMENTE MARCELO

O presidente disse que a pandemia acabou. O primeiro-ministro diz que não. Mais curioso: ainda que perguntado, António Costa não respondeu por que razão só agora foi pedido o parecer ao Conselho Consultivo da PGR. Entretanto, à boleia deste "extraordinário" parecer, que se julga poder estar concluído antes de dia 30 de Janeiro, alguns "trunfos" são guardados não vá ser preciso um jeitinho final. 

RUI DE SERENIDADE CATARINA

A atitude dos líderes partidários nos debates diz muito sobre as intenções de voto nos respectivos partidos, seja por maior preparação, seja por maior profissionalismo em passar a mensagem. Até agora, o que tem surpreendido é a inabalável serenidade de Rui Rio e a olímpica tranquilidade de Catarina Martins. Tradicionalmente, só assim é, em período pré-eleitoral, quando as sondagens são favoráveis. 

P. S. Se Jerónimo de Sousa continua igual a si próprio, a agitação visível de António Costa e André Ventura também dizem tudo.

VIOLANTE DISTRIBUIÇÃO DE CRÍTICAS

Teresa Violante, constitucionalista, distribuiu críticas severas por causa indefinição relativa ao voto no próximo dia 30 de Janeiro em previsível ambiente de forte infecção Covid. E, além de ter dado uma aula de Direito, acusou o presidente, o primeiro-ministro e o Parlamento de nada terem feito atempadamente para garantir a participação do todos os cidadãos a três semanas do acto eleitoral.

A DÍVIDA POLÍTICA DO PRESIDENTE

O presidente, após a reunião no Infarmed, retomando a função de porta-voz do primeiro-ministro, que se apresentou alinhado, aprumado e sorridente, não regateou elogios à evolução pandémica em Portugal. Como se não existissem constrangimentos na vacinação, filas para fazer testes e caos no SNS. O frete político de António Costa em Janeiro de 2021 continua a ser pago politicamente um ano depois. E ainda estamos a 25 dias das eleições.

A DEMOCRACIA DE 25 MINUTOS

«Os debates de 25 minutos são apenas o culminar de um processo de simplificação da vida política e de infantilização do eleitorado que, paradoxalmente, só pode tornar o regime menos livre e menos democrático»

ELEIÇÕES ANTECIPADAS: E LÁ VÃO DOIS

«Alguém acha que um primeiro-ministro, no meio desta crise pandémica, quis provocar eleições? A avaliar pela questão colocada por António Costa, no debate com Jerónimo de Sousa, esta campanha promete um novo nível de descaramento político. Só faltou acrescentar: Alguém acha que um presidente, no meio desta crise pandémica, quis provocar eleições? 

REALIDADE PARALELA

O ilusionismo político de António Costa com Rui Tavares e a complacência de Catarina Martins com André Ventura, nos dois primeiros debates para as eleições antecipadas, comprovam que ambos continuam a viver numa ilusão perigosa desde 5 de Outubro de 2015, cujo único beneficiário é o Chega.