CLAREZA POLÍTICA PRECISA-SE

«Como o futuro se afigura incerto e o seu único propósito é permanecer no Governo, os socialistas pretendem, agora, deixar todas as hipóteses em aberto. Se, porventura, conseguirem vencer com maioria absoluta, todos, à sua esquerda, e á sua direita, passarão a ser descartáveis. Se carecerem do apoio de comunistas e bloquistas (e estes estiverem, de novo, disponíveis para lho conceder), sapos serão engolidos, críticas serão esquecidas, divergências de fundo serão atiradas para trás das costas. Se nada disso for conseguido, o PSD passará, rapidamente, de encarnação do demónio a parceiro aceitável».

"GERINGONÇA OU MUERTE"

Pedro Nuno Santos anda numa velocidade furiosa. Nas estradas e nos corredores da política. Mas a realidade não perdoa: Uma coisa é a teoria, outra coisa é o estado do país. Às vezes, a pressa é tanta que cega.

BLOCO E PCP: DEZ ANOS PARA APRENDER A LIÇÃO

O Bloco de Esquerda e o PCP prestaram um serviço público, ainda que tardio, ao chumbar o PEC IV de José Sócrates em 2011. Dez anos depois aprenderam a lição, colocando um ponto final na farsa política de esquerda de António Costa.

QUANDO O "COSTA DÁ" NÃO PASSA

A imprensa do "Costa dá" e a opinião engagée do lado do poder, acolitados por um presidente sem rumo e descredibilizado, já nem disfarçam. E lá vão tentando desesperadamente colar a responsabilidade do chumbo do orçamento apenas no BE e no PCP. Até ao último minuto. Dejà vu!

JERÓNIMO DE VOLTA

«Portugal não precisa de um orçamento qualquer, precisa de uma resposta aos problemas existentes que se avolumam à medida que não são enfrentados. Há condições e meios para lhes responder. Neste contexto, face ao quadro de compromissos e sinais dados, o PCP votará contra este orçamento do Estado». 

RANGEL A MARCAR COSTA

As declarações do PM sobre o leilão 5G, politicamente tardias e alarves, podem ser apenas um passo de prudência em vésperas de eleições. Resta saber se os membros do governo passam a despachar às claras nos gabinetes das grandes multinacionais das telecomunicações. Paulo Rangel não perdeu tempo e arrasou António Costa. Rui Rio continua em silêncio. E os restantes partidos ainda não deram conta do que se está a passar.

JÁ CHEIRA A CAMPANHA ELEITORAL

Com o acentuar da crise, por causa da aprovação do Orçamento do Estado 2022, não tarda nada estala o verniz ao presidente, garantindo que fica mais barato ceder ao BE e ao PCP do que as eleições antecipadas. É o primado do custo/benefício, sempre o curto prazo do pântano.

COSTA E O FIM DAS DÚVIDAS

As nove propostas de Catarina Martins (versão actualizada) já estão nas mãos do primeiro-ministro. E, não falta muito, a clarificação de todas as dúvidas: se houver crise e eleições antecipadas, então Costa fica; se, no último minuto, ceder ao BE e ao PCP, então já tem viagem marcada para um cargo europeu.

PCP: MULETA AGITADA

Na véspera da entrega do Orçamento do Estado para 2022 na Assembleia da República, Jerónimo de Sousa (muleta) agita as águas perante o presidente, o primeiro-ministro e o PS confiantes na "consciência nacional" que tem mantido Portugal na cauda da Europa..

PCP: UM PAR DE SEMANAS

A campanha eleitoral para as autárquicas fez renascer o PCP mais reivindicativo. Afinal, é um par de semanas. E depois de dia 26 de Setembro?

AVANTE A ESQUIZOFRENIA POLÍTICA

O discurso de Jerónimo de Sousa, no encerramento da Festa do Avante, deu mais uns passos nas negociações para a aprovação do orçamento para 2022. Os socialistas dizem que o PCP está no papo; os comunistas gritam que nem pensar.

VIVER EM PANDEMIA COM MAIS FRISSON

O PS está ao ataque em busca da maioria absoluta, enquanto o Bloco e o PCP recomeçaram a espernear publicamente. Bluff? Crise política? À cautela, enquanto não chega a chantagem da estabilidade – com os resultados que estão à vista – Marcelo Rebelo de Sousa é obrigado a rever o dia 26 de Novembro de 2015, com Aníbal Cavaco Silva e António Costa.

JERÓNIMO JÁ GOZA COM PEDRO NUNO SANTOS

O líder dos comunistas pode apoiar o governo, mas ainda não está cego, surdo e mudo, tendo de dizer o que a imprensa não diz sobre a propaganda enganosa de Pedro Nuno Santos: «Este é para aí o vigésimo anúncio da aquisição de comboios, mas por enquanto só chegou à CP material rebocado e em segunda mão. Uma pessoa mais distraída deve considerar que em Portugal existe um ritmo frenético de investimento na ferrovia, mas infelizmente não existe. Frenético só mesmo os anúncios e as promessas».

JERÓNIMO DE EQUÍLIBRIO

«No combate à covid-19, mais uma vez prevaleceu, não a necessidade de se encontrar uma relação equilibrada entre o combate eficaz ao surto epidémico e medidas que impeçam o país de continuar a caminhar no sentido da degradação da situação económico e social do país».

TEMPOS PERIGOSOS

Apelar à mordaça e à censura do Chega, como ocorreu com PCP e Bloco no passado, é muito mais do que trair a liberdade de imprensa e de opinião: é um passo para liquidar o que resta da Democracia.

RIO ACIMA, RIO ABAIXO

«Em 1997, Rui Rio bateu com a porta a Marcelo. Agora, tem pela frente a mesma muralha que o derrubou há quase 25 anos, com o primeiro-ministro a manter o poder pelo poder e o presidente que se basta com o fazer de conta e a popularidade fácil. Vai voltar a bater com a porta?».

MARCELO EM CENA

O incumprimento dos acordos em sede de OE irritaram o Bloco e o PCP. E as greves estão aí. Com a "confiança" na aprovação do OE para 2022, afirmada por Marcelo, nem ninguém ficará admirado com mais uma dose cavalar de branqueamento presidencial para tentar proteger o governo.

SEXTA ÀS 9, IMIGRAÇÃO E É SO FAZER AS CONTAS

Para compreender melhor o que se passa em Odemira, mais um programa que incomoda o governo, e ainda PCP e o Bloco de Esquerda. E dá que pensar: 1) Primeira visita de de António Costa à Índia (Janeiro/17); 2) Aprovação de nova legislação (projecto do Bloco, aprovado pelo PS e PCP) sobre imigração (Lei 102 Agosto/17); 3) Demissão de Luísa Maia Gonçalves do SEF (Outubro/17).

P. S. Para quem não consegue ver o programa através do RTP Player.

POLÍTICA DO FOLCLORE

A diabolização de André Ventura é a fórmula mágica dos arautos do branqueamento do regime. Ao mesmo tempo que a crise aumenta crescem de tom os insultos e os rótulos, uns certeiros, outros intelectual e historicamente indigentes. O Chega também "come criancinhas ao pequeno-almoço"?

SAINT-JUST, KARL POPPER E UM EXTINTOR ENTRAM NUM BAR

«Karl Popper advertiu contra os riscos da tolerância ilimitada para com a intolerância e admitiu a sua perseguição violenta, mas nunca advogou a intolerância e o totalitarismo como formas de defesa da Liberdade. O seu “paradoxo da tolerância” não acarreta a extinção necessária daqueles dois partidos [Chega e Ergue-te!] e, a mandar extingui-los, não poderia deixar de fora o PCP (veja-se o excelente artigo a este propósito de Pedro Correia). Não tenho dúvidas de que Popper gelaria ao ver uma paráfrase de A Sociedade Aberta e os seus inimigos ser usada para invocar o “Arcanjo do Terror” (...). Uma coisa é certa: com extintor ou sem extintor por perto, Saint-Just e Karl Popper nunca se sentariam à mesma mesa».