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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

sexta-feira, agosto 27, 2010

Chegar às pessoas antes de eleições

Em tempos de preparação das máquinas partidárias para as eleições antecipadas (antes ou depois de 9 de Setembro), aqui ficam umas dicas sobre as campanhas eleitorais e a Internet, que decobri no Último Reduto, sobretudo à especial atenção de Pedro Passos Coelho, Paulo Portas e Jerónimo de Sousa. José Sócrates e Francisco Louçã já o perceberam há muito tempo.

Wikileaks: problema interno ou externo?

A divulgação de documentos confidencias norte-americanos não apresenta apenas um problema (mais ou menos controlado) para a Administração de Barack Obama. Revelação a revelação, documento a documento, a ameaça está a transformar-se num enorme problema para os aliados dos norte-americanos. Wikileaks. Repitam comigo: Wikileaks.

quinta-feira, agosto 26, 2010

Caiu a máscara

Finalmente, José Sócrates deixou cair a máscara. Através de um deputado para todo o serviço, ficámos a saber que o PS está a preparar-se para eleições antecipadas. O primeiro-ministro lidera o partido de uma forma tão previsível que já tinha deixado o alerta anteriormente, tão evidente que começa a ser generalizado o consenso para a realização de eleições antecipadas.

Lá como cá?

Acedi ao Diplomattizando, que não conhecia, através do Portugal dos Pequeninos. O post citado por João Gonçalves chamou a minha atenção pelo facto de retratar um fenómeno cada vez mais comum a nível global: o uso pelo poder político das instituições do Estado para fins meramente instrumentais, ou seja para fins que servem os titulares do poder Executivo. Mais importante do que condenar na opinião pública os suspeitos por este inqualificável abuso do poder, é saber se existem mecanismos, em Portugal, que permitam aos cidadãos ter a percepção que estão ao abrigo deste tipo de meliantes sem escrúpulos, sejam eles de esquerda, de direita ou simples oportunistas sem carácter.

Regresso ao velho padrão

O foguetório sobre o crescimento económico, que na realidade é a estagnação, deixava antecipar a divulgação de mais más notícias. E aí estão elas: O crescimento do risco do incumprimento da dívida portuguesa é o segundo maior do mundo.
P.S. A passagem do primeiro-ministro por Aveiro merecia mais. Merecia uma palavra de confiança nas entidades judiciárias (JIC, MP e PJ) da comarca do Baixo Vouga que fizeram um trabalho notável no processo Face Oculta, entre outros, como por exemplo o processo Taguspark.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Combate ao maniqueísmo oportunista

Francisco Lopes é o candidato oficial do PCP para a presidência da República. É uma prova de vida dos comunistas. Nem é um ataque a Manuel Alegre, nem tão pouco um favor a Aníbal Cavaco Silva. Reduzir o voto dos portugueses a um princípio maniqueísta, que divide a política entre a esquerda e a direita, é um erro que tem custado demasiado ao desenvolvimento do país. Aliás, esta falsa dicotomia explica a reeleição de José Sócrates em 2009. O resultado está à vista. Não, o argumento não serve para pretender apagar os resultados das legislativas. Apenas serve para compreender melhor por que razão os portugueses, pelo menos os de boa-fé, engoliram o engodo das falsas promessas. PREC nunca mais.

«Um País de opereta»

António Ribeiro Ferreira in Correio da Manhã

terça-feira, agosto 24, 2010

A política mais divertida do mundo

Defensor Moura, um dos candidatos já anunciados, em entrevista ao JN, defende que Aníbal Cavaco Silva deveria chamar os partidos para promover um entendimento que permitisse a viabilização do Orçamento de Estado para 2011. Em caso de insucesso, então deveria dissolver a Assembleia da República. Até aqui tudo bem.
A bizarria divertida da política portuguesa é que o mainstream tem outra perspectiva e insiste, insiste, insiste em clamar por um acordo entre PS e PSD, ignorando outras soluções alternativas.
Por que será que até os socialistas insistem tanto em ignorar as soluções naturais de um entendimento à esquerda (PCP, Bloco e PEV) ou até de um entendimento à direita (CDS/PP), obviamente em nome do interesse nacional?
A resposta é simples: aparentemente, ninguém quer uma solução. O primeiro-ministro acha que a única hipótese de manter o poder é ir já a eleições. E a oposição continua a vislumbrar uma nesga de oportunidade para apiar José Sócrates do poder.

P.S. Muitos têm sido os que revelam preocupação com o futuro do actual primeiro-ministro depois de sair do governo. EUREKA! Tony Blair decidiu fazer o seu próprio banco de investimento, obviamente destinado ao mega capital, sim ao dinheiro dos multimilionários que circula pela aldeia global, quiçá por certas offshores. Para quem tinha dúvidas sobre a 3ª via, eis um exemplo da 4ª via desta espécie de esquerda.

domingo, agosto 22, 2010

Sócrates igual a si próprio

O primeiro discurso de José Sócrates após as férias revelou o que a generalidade dos cidadãos mais temiam: a radicalização do discurso, a falta de sentido de Estado e o vazio da governação.
P.S. O homem e o líder não mudaram: O auto-elogio, a irresponsabilidade, a arrogância, a mistificação e a táctica continuam intocáveis.

sábado, agosto 21, 2010

Fernando Nobre: seis meses de consolidação

Em entrevista ao Público, o discurso sereno e clarividente do candidato à presidência da República prova que existe uma alternativa, cada vez mais consolidada, com uma visão cosmopolita da cena mundial. Seis meses depois de anunciar a candidatura, Fernando Nobre mantém fidelidade a princípios de transparência, de prestação de contas e de liberdade para falar sobre os problemas do país, designadamente sobre o caos na Justiça, assumindo uma atitude de mudança, incompatível com silêncios tacitistas e meias palavras redondas e cinzentas.

Dividir o sapo monumental

Das duas uma: ou a descoordenação tomou conta do gabinete especial do primeiro-ministro ou então é coisa de Verão. A divulgação do Boletim de Execução de Orçamental estragou a festa de Mangualde. José Sócrates vai ter discursar, hoje, com mais uma espada em cima da cabeça: em tempo de sacrifícios extraordinários, a despesa pública continua a aumentar mais do que a receita.
As duas condições exigidas por Pedro Passos Coelho para aprovar o próximo Orçamento — reduzir a despesa pública e não aumentar os impostos — são cada vez mais «entendíveis e atendíveis». Aliás, está cada vez mais claro quem é politcamente irresponsável e está a empurrar o país para eleições antecipadas na vã esperança de voltar a conseguir enganar escandalosamente o povo.
P. S. Com a crescente radicalização do discurso político, quem ajudar José Sócrates a viabilizar o Orçamento de Estado para 2011 vai ter de deglutir um sapo do tamanho do défice português. A não ser que seja divido, em partes iguais, por dois partidos, à esquerda está claro.

sexta-feira, agosto 20, 2010

Último suspiro

O discurso de José Sócrates, em Mangualde, está a gerar grande expectativa. Aparentemente, o primeiro-ministro prepara mais uma intervenção pública para desviar as atenções, elevando a crispação que está instalada entre o governo e a oposição. É uma espécie de último suspiro do líder que continua a viver fora da realidade e muito longe do povo (povo diferente daquele que chega aos comícios de autocarro). Mas é também uma oportunidade para ficar a saber se o governo pretende mesmo governar e quem é politicamente irresponsável.

O futebol e a selecção

A novela Carlos Queiroz começa a tresandar. Por mais absurdo que possa parecer, não seria mais barato e mais eficiente ter um dos muitos empresários desportivos que reinam no mundo da bola à frente da selecção portuguesa? Ou até arranjar uma forma de colocar Costinha como presidente da Federação Portuguesa de Futebol?

quinta-feira, agosto 19, 2010

Educação ou afrontamento?

O progressivo regresso de governantes e responsáveis partidários à actividade política está a ser marcado pelo ressurgimento da polémica decisão de encerramento de 701 escolas. A notícia já é tão passada que apenas conseguiu, momentaneamente, desviar as atenções em relação a outros assuntos muito mais prementes: os incêndios, a estagnação económica, a crise na Justiça (com o PGR e respectivo vice agarrados às respectivas cadeiras com todas as forças), o descontrolo na despesa pública, designadamente na Saúde, a negociação de bastidores para a aprovação do orçamento de Estado para 2011, etc.
Apesar do período a banhos, que todos esperavam ter sido suficientemente inspirador, o sinal está dado para comprovar que tudo indica que vamos continuar a ter uma governação marcada pela política de afrontamento.
Se já é unanimemente reconhecido que as eleições antecipadas são inevitáveis, só falta assumir que chega de perder tempo com quem insiste em governar sem qualquer sentido de responsabilidade. Aparentemente, o PSD já o percebeu. Resta saber se os outros partidos da oposição também já o compreenderam.
O presidente da República passou a ter motivos para olhar para a dissolução do Parlamento, cuja janela de oportunidade mais próxima encerra a 9 de Setembro, com outros olhos.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Sapo monumental à vista

O efeito de uma oposição responsável, leal e frontal, consubstanciada por Pedro Passos Coelho no discurso do Pontal, ainda está a surtir ondas de choque. Ao mesmo tempo que o choradinho faz o caminho da calçada, os socialistas já devem ter retomado, em ritmo acelerado, as negociações à direita e à esquerda para garantir a viabilização do orçamento para 2011. Quem será que vai engolir o sapo monumental, obviamente em nome do interesse nacional?

Recordar 2003 e 2005

Enquanto os fogos continuam a consumir o país e os portugueses, começa a ser tempo de fazer algumas comparações e recuperar algumas declarações dos socialistas nos anos 2003 e 2005. Ou será que ainda é cedo?

domingo, agosto 15, 2010

Pedro Passos Coelho clarifica

Ao estabelecer as balizas da acção política, Pedro Passos Coelho passou com distinção no exame do Pontal, dando um contributo para clarificar a situação política. Sem cartas debaixo da mesa. Compete ao governo governar, mas o PSD só viabiliza o Orçamento de Estado para 2011 em determinadas condições «entendíveis e atendíveis», ou seja não há espaço para mais aumento de impostos. Sem meias tintas, o líder do PSD deu ainda um sinal inequívoco que está preparado para ir a eleições, colocando a responsabilidade de um eventual bloqueio institucional nas mãos certas: o presidente da República.

P.S. Com palavras simples e certeiras, ficou mais claro o Estado Social a que chegámos com a governação de José Sócrates. E também ficou ainda mais claro que Fernando Pinto Monteiro não tem condições para continuar a liderar o Ministério Público.

sábado, agosto 14, 2010

Pontal 2010: o ponto de partida

A festa do Pontal pode ser o ponto de partida para Pedro Passos Coelho começar a romper com a barreira mediática governamental que continua a impedir o país de ter acesso à verdade. É imperioso denunciar, as vezes que forem precisas, que o regime vai nu. E que é tempo de arrepiar caminho com um primeiro-ministro que enche a boca com o Estado Social e que é o campeão do endividamento e do maior ataque aos direitos adquiridos desde o 25 de Abril.
Pedro Passos Coelho tem de mostrar a diferença: afirmar respeito pelas liberdades individuais, promover a igualdade de oportunidades, garantir a protecção dos mais pobres, fundamentar o papel regulador do Estado e apresentar soluções de ruptura para ultrapassar o caos instalado na Justiça. Em suma, basta falar verdade.

sexta-feira, agosto 13, 2010

País em chamas e Justiça em lume brando

Enquanto os portugueses afectados pelos incêndios denunciam a descoordenação e clamam por mais meios, o presidente da República foi à sede da Protecção Civil garantir que tudo está a correr às mil maravilhas. Não tarda nada, começa a conversa do costume, responsabilizando os meios de comunicação social por passar as imagens do país a arder e do povo em sofrimento.

P.S. Aníbal Cavaco Silva ainda teve oportunidade para fazer ironia com coisas sérias, sugerindo a leitura dos seus poderes constitucionais, num claro recado crítico a todos aqueles que têm pedido a intervenção presidencial a propósito da gravíssima crise do que resta da Justiça.
Há fogos e fogos. Uns alimentam-se com visitas de circunstância; outros são ignorados porque podem provocar queimaduras eleitorais.

P. P.S. O primeiro-ministro já não é o mesmo. Basta atentar ao facto de ter ido a reboque da visita presidencial. Embora visivelmente contrariado, e como teria muitas dificuldades em falar do combate a outros fogos, como os que decorrem na Justiça, José Sócrates optou por manifestar satisfação pela estagnação da economia portuguesa. Mais valia ter ficado a descansar.