COSTA DE VALE TUDO

A notícia dá conta da "disponibilidade" de António Costa para dialogar com os partidos à esquerda, mas é apenas mais um frete descarado ao líder socialista. A verdade é outra: depois da arrogância da maioria sólida, expressiva, absoluta e de fechar a porta ao Bloco de Esquerda e ao PCP, António Costa foi obrigado a um flic-flac à rectaguarda, desdizendo o que disse no início da campanha. Vale tudo quando está em causa a possibilidade de perder o poder.

E DEPOIS DA CAMPANHA ELEITORAL

«Se o próximo governo tem muito para fazer pela frente, Marcelo Rebelo de Sousa tem muitas explicações a dar ao país no dia 31 de Janeiro, depois de um silêncio mais uma vez politicamente cúmplice».

IPSE DIXIT. BOA SEMANA!

Quando a esquerda mostra vontade de convergência, 

o eleitorado de esquerda sente-se mobilizado, 

com mais vontade de ir votar.

Rui Tavares

COSTA DE FINGIMENTO

Nos últimos seis anos, António Costa conseguiu fingir politicamente que era diferente de José Sócrates, mas a campanha em curso está a revelar como são semelhantes quando estão à beira de perder o poder.

COSTA E O EQUÍVOCO

António Costa arranca para uma última semana de campanha em Portugal (e não em Angola!) que se avizinha difícil. Que o diga Ana Sá Lopes: «O construtor de pontes passou a destruidor (e está a fazer cair o PS)»

RIO DE GRAÇA

A passagem de Rui Rio pelo inefável humorista do regime (Herman, já era!) marca uma ruptura: é possível gozar à grande com as questões, em jeito de piadas que servem sempre o mesmo lado, que já estão gastas.

DEPOIS DOS DEBATES

«António Costa terminou os debates televisivos com uma folha de mentiras assinalável. Das falências do sr. David Neeleman até aos médicos alemães que lá tiveram de ir auxiliar o Hospital da Luz, confesso que tive de me afastar do ecrã alguns metros para que o nariz do candidato não me furasse os olhos».

ESCOLHAS À ESQUERDA

«O desfecho de 2021, com a não aprovação do OE, não foi assim tão surpreendente. Além disso, na política como em muitas áreas da vida em sociedade, como é o caso das relações de trabalho, a rutura não é um mal absoluto, desde logo, porque ela pode ser necessária para reformular e projetar novos compromissos entre os atores envolvidos. A convergência com tensão interna, gerida com sabedoria e determinação, trará sempre virtualidades bem dinâmicas à sociedade».

COSTA A FALAR DO QUE SABE

António Costa, em campanha, ao recordar anteriores «experiencias dolorosas», deu mais uma machadada na credibilidade das empresas de sondagens, designadamente naquelas que repetidamente apresentam estudos de opinião que são sistematicamente desmentidos pelos resultados nas urnas.

COSTA, RIO E VENTURA JUNTOS NO JN

DESESPERO ANTES DAS ELEIÇÕES

António Costa continua a apostar na campanha do medo, distribuindo papões do PSD ao Livre. 

P. S. Entretanto, o portal do voto antecipado é notícia pelas piores razões.

O PADRINHO

Não é só Rui Rio que tem feito umas brincadeiras. António Costa está a seguir-lhe os passos, quando insiste em afirmar que Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, pode prevenir qualquer abuso à maioria absoluta. E Francisco Rodrigues dos Santos foi mais longe, tendo chamado "padrinho" ao presidente de todos os branqueamentos dos erros da governação.

VOTO: SOLUÇÃO OU PROBLEMA?

Com António Costa é assim, tudo verga ao simbolismo ideológico. As regras de confinamento, uma vezes sim, outras vezes não. Podia ser mais competente e diferente no próximo dia 30? Claro! Mas se já é assim no SNS, por que razão seria diferente o dia das eleições?

À TERCEIRA SÓ QUEM É TOLO

«Foi só a 5 de janeiro passado, tarde e a más horas, que o Governo pediu parecer aos magistrados sobre a possibilidade de permitir aos cidadãos isolados (serão cerca de meio milhão de pessoas no próximo dia 30) uma exceção que lhes permitisse exercer o seu direito ao voto. Duas semanas depois, estamos na mesma. Ou não há parecer, ou está metido na gaveta. Também foi só depois da pressão pública dos autarcas que o Ministério da Administração Interna anunciou uma conferência de Imprensa, para dar conta das "regras claras" que lhe exigiram. Tão depressa marcou, como desmarcou. Fica para hoje (ou para amanhã, ou depois, tanto dá). Só faltam 13 dias para as eleições? É pouco? Calma, nós somos bons é a improvisar. Ou então apenas um pouco tolos. Segundo o provérbio».

CAMPANHA E AS LETRAS TODAS

António Costa pediu a maioria absoluta, mais uma vez. A novidade passou a ser tê-lo feito com todas as letras. Além de falso, pois já o tinha feito, impressiona a criatividade para desviar as atenções da verdadeira notícia: a cada debate, a realidade do país vem à tona, apesar de toda a propaganda.

A PANDEMIA TEM AS COSTAS LARGAS

«Os termos da equação eleitoral de 30 de janeiro são claros, continuidade ou mudança, sendo pouco relevantes as linhas vermelhas que são agora colocadas, porque, uma vez mais, as circunstâncias vão-se sobrepor aos valores e aos compromissos eleitorais para ditar as soluções de governabilidade possível».

NOVE VEZES COSTA NADA

A história correu mal a António Costa. A lisura editorial de Carlos Daniel atirou os líderes da esquerda para um certo desnorte. Catarina Martins e Rui Rio marcaram com a objectividade e a atitude de tranquilidade num debate agitado por todos. E Rui Tavares surpreendeu.

AUGE DO ESCOADOURO

«No próximo dia 30 de Janeiro, a maioria absoluta parece estar tecnicamente afastada, mas a instabilidade, a limitação das liberdades individuais, o crescimento da dívida pública e a grande corrupção exigem mais cautela nos vaticínios».

CAMPANHA EM CRUZEIRO

A simpatia com António Costa e a hostilidade com Rui Rio foram traços dominantes dos debates. A melhor síntese, em resposta a Sara Pina, partiu de João Cotrim Figueiredo: «A pergunta está muito bem colocada, mas já enferma daquilo a que eu chamo a propaganda socialista».

SALÁRIOS BAIXOS?

«Não é estar contra aumentos de salários ou diminuição da precariedade, é salientar que a causa dos salários baixos não está aí. Está nas taxas e impostos que as empresas devem suportar para sobreviver».