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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

sexta-feira, dezembro 10, 2010

As "wiki-fugas" e o jornalismo "respeitável"

P.S. Felizmente, o Público é muito mais do que a opinião de "tailleur".

Moçambique e Portugal na corrupção

A venda de Cahora Bassa a Moçambique por 950 milhões de dólares, em Outubro de 2006, cujas negociações foram lideradas por José Sócrates e Teixeira dos Santos, ficou ainda mais clara depois da divulgação pela WikiLeaks de mais um documento secreto: «A embaixada dos Estados Unidos em Maputo acusa o Presidente da República de Moçambique Armando Guebuza de ter recebido «entre 35 a 50 milhões de dólares» em comissões no negócio da compra da Hidroeléctrica Cahora Bassa a Portugal, segundo comunicações diplomáticas secretas reveladas quinta-feira pelo site de denúncias Wikileaks».
Já agora, e para confirmar que o mercado das comissões continua em alta, basta fazer as contas para perceber que os tradicionais 3 a 5% já estão desactualizados. A acreditar na comunicação norte-americana, os valores das comissões oscilaram entre os 3,7% e 5,3%. Bate certo, não bate?

WikiLeaks no "The Guardian"

«After 12 days of WikiLeaks cables, the world looks on US with new eyes»
Ian Black, Angelique Chrisafis, Ian Traynor, Jon Boone, Declan Walsh, Tom Parfitt, Ewen MacAskill, Tom Phillips, Xan Rice, Jason Burke and John Hooper, in "The Guardian"

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Alegre enfeudamento

A melhor prova que Manuel Alegre não é um candidato da cidadania, mas sim um candidato do sistema, em que parece valer tudo para chegar ao poder, é o silêncio pesado que tem mantido sobre os "Voos da Tortura".
De tacitismo em tacitismo, com mais ou menos declaração num tom pateticamente tonitruante, a verdade é que nem o apoio do Bloco de Esquerda tem garantido o estabelecimento de uma diferença clara entre Manuel Alegre e Cavaco Silva. Aliás, ser de esquerda não é um posto vitalício, é uma atitude permanente que nem verga ao sabor de estratégias nem de ambições. Para teatrices, já basta o que basta.

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Critical Software na Justiça

Os tempos de Sócrates estão a acabar

A dor da gente não sai no jornal

sábado, dezembro 04, 2010

Camarate: a dúvida 30 anos depois

Trinta anos depois do acidente de Camarate ainda não é possível ter a certeza se o ex-primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, o ex-ministro da Defesa, Adelino Amarao da Costa, e a restante comitiva, morreram num acidente ou se foram vítimas de um atentado.
O mais chocante não é só a eternização da dúvida, mas a consciência de que a Justiça portuguesa não conseguiu levar a cabo uma investigação crucial até às últimas consequências.

A pergunta mais actual

Quanto tempo ainda vai durar o euro?
Eis uma questão que deveria começar a mobilizar o debate, designadamente entre aqueles que abraçaram cegamente a moeda única sem nunca explicar aos portugueses as consequências a médio e longo prazo. Não terá sido por acaso que os portugueses nunca aceitaram os eurocepticos. E agora, como vai ser?

A esquerda "moderna" espanhola

Não deixa de ser triste (ainda que hilariante) assistir ao que o governo da esquerda "moderna" está a fazer aos grevistas espanhóis. Para quem anda sempre com a esquerda na boca, não está nada mal. Por que será que o conflito entre o governo de José Luis Zapatero e os contraladores aéreos fazem lembrar José Sócrates?

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Submarinos por submarino, venha o Tridente

As reticências de Paulo Portas, perdão de José Ribeiro e Castro, presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, em relação ao agendamento potestativo do PCP para a audição de Luís Ama(cia)do, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros ainda em funções, são mais do mesmo bafiento que nos têm conduzido à actual situação de crise, descrédito e impasse institucional. E até revelam a hipocrisia dos responsáveis partidários que continuam sem perceber que o país está a começar a mudar.

Fernando Ulrich: o enjeitado

O líder do BPI tem surpreendido os mercados com as mais variadas afirmações públicas de grande impacte mediático. Depois de ter visto goradas as tentativas de fusão com o BES e o BCP, começa a ser necessário compreender o timing estratégico das suas declarações, designadamente aquela em que acusa. agora, directamente o poder político, leia-se José Sócrates e o governo, de ter inviabilizado a fusão entre o BPI e o BCP. Por que razão Fernando Ulrich só agora faz esta revelação tão taxativa sobre factos que remontam aos finais de 2007?

Cavaco Silva a planar

O candidato à presidência da República ainda não disse uma palavra sobre o telegrama revelado pela Wikileaks que desmente cabalmente as autoridades portuguesas. Resta saber ser o conhecimento e a autorização do governo para a passagem por território português de prisioneiros detidos ilegalmente em Guantánamo também foram partilhados com Aníbal Cavaco Silva. É uma matéria que deveria ser abordada antes de 23 de Janeiro de 2011.
Já que ninguém o questiona, nem mesmo os restantes candidatos à presidência — Manuel Alegre, Fernando Nobre e Defensor Moura — aqui fica a transcrição na íntegra da resposta incrível do primeiro-ministro, José Sócrates, a uma pergunta do deputado Francisco Louçã, na Assembleia da República, no dia 30 de Janeiro de 2008:
«Nenhum membro do Governo, este Governo, nunca foi informado ou recebeu qualquer espécie de autorização, de pedido de autorização para sobrevoo do nosso espaço aéreo, ou para aterragem nas Lajes, de aviões que se destinasse ao transporte ou à transferência de prisioneiros. Nunca aconteceu neste Governo. E não temos no Ministério dos Negócios Estrangeiros nenhum registo que possa indiciar que essa consulta existiu no passado. E quero dizer-lhe, Senhor Deputado, que o Relatório que foi recentemente divulgado, é um Relatório que não ajuda à verdade e é profundamente mistificador porque eu rejeito, refuto em absoluto a acusação infundada que é dirigida ao nosso pais, de que Portugal ajudou ou apoiou qualquer transferência de prisioneiros, alem do mais violando as normas internacionais do Direito em que nos baseamos. (...) Nenhum membro do Governo faltou à verdade sobre este caso. Consultei todos os membros do Governo, com responsabilidades neste domínio. O Governo português nunca foi consultado sobre essa possibilidade e autorizou. Nunca autorizou. Eu posso responder em nome deste Governo. Isso nunca aconteceu, termos sido consultados e termos autorizado. Esses dois actos, nunca existiram. E digo mais. No Ministério dos Negócios Estrangeiros, não há nenhum registo que nos dê ideia que no passado tal tivesse acontecido. A nossa politica externa baseia-se no Direito Internacional. Fico particularmente ofendido com um Relatório [Reprieve] que pretende colocar Portugal no centro ou na rota da infâmia. Não aceito isso. E lamento muito que outros Deputados o aceitem ou que procurem incentivar esse caminho. Isso nunca aconteceu»