O governo de António Costa, Mário Centeno e João Leão sabiam e aprovaram a venda ao desbarato de imóveis do Novo Banco. Nada de muito novo, como é óbvio. A notícia que interessa é outra: António Ramalho vendeu em que data? E a quem deu o crédito para poder efectuar a transacção?
Primeiro era até ao final do primeiro semestre de 2020. Depois passou para Outubro. E, agora, é no final de 2020. Entretanto, a data limite para a marcar as eleições presidenciais é Novembro. E, de rábula em rábula, como já não tem tempo para "descolar" do PS, Marcelo Rebelo de Sousa passou a defender que em tempos de crise é o governo que «fica encostado ao presidente». António Costa ainda deve estar a rebolar a rir...
Há um reflexo cada vez mais enraizado, ao jeito anglo-saxónico, que tem minado os principais debates em Portugal. Se não se consegue combater a mensagem, então vale tudo para descredibilizar o mensageiro. Ou seja, quando a "coisa" não dá jeito, não se avalia o argumento, mas sim quem faz a sua afirmação. E assim se vai criando uma cortina de fumo sobre a realidade, ao serviço de interesses ocultos e difusos.
A forma como João Galamba, membro do governo (pasme-se!), reagiu às críticas sobre a "aventura" do hidrogénio revela falta de sentido de responsabilidade política e um muito estranho nervosismo. Não admira que o visado, a qualquer momento, se descer ao mesmo nível rasca da falta de argumentos, também trate o secretário de Estado por «aldrabão e mentiroso do pior».
Começa a ser o estado da arte: quando a Graça Fonseca faz uma intervenção pública a repercussão mediática não é sobre a Cultura. É muito politicamente medíocre...