A ratoeira

«A situação económica nacional parece uma armadilha montada para caçar o próximo governo. Apesar disso, a atracção pelo poder é tal, que todos os partidos se atropelam para entrar na ratoeira. A insólita circunstância deve mais ao acaso do que ao planeamento, mas o resultado é iniludível».

Passos Coelho: o novo governo é uma desilusão

Até pode ser injusto, mas Pedro Passos Coelho revelou, mais uma vez, falta carisma para formar uma equipa ao nível das actuais circunstâncias.

Poderes que conheço

«Os únicos poderes ocultos que conheço nesta área são os dos políticos como ele, que contam com a cumplicidade de uns quantos juízes, procuradores, polícias e jornalistas para os tirar de apertos e subverterem por completo a ideia de que a justiça é igual». 

Luaty Beirão termina greve de fome

«Ativista angolano escreveu carta».

Luaty, reacções e o futuro de um país

«As manifestações pela liberdade dos detidos ganharam força com a greve de Luaty Beirão e relevância em Portugal pela sua dupla nacionalidade».

Uma notável lição de democracia ao golpista Costa

«O Presidente da República fez quinta-feira o melhor discurso do seu mandato de dez anos ao liquidar a fraude e o golpe que as esquerdas andaram a tramar contra o povo português».

A tempestade de Schäuble

«A crise da Europa está prestes a entrar na sua fase mais perigosa. Depois de forçar a Grécia a aceitar outro acordo de resgate do tipo "prorrogar e fingir", estão a ser definidas novas batalhas. E, com o fluxo de refugiados a expor os danos causados por perspetivas económicas divergentes e o enorme desemprego jovem na periferia da Europa, as ramificações são nefastas, como as recentes declarações de três políticos europeus - o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, o ministro da Economia francês Emmanuel Macron e o ministro das Finanças alemão Wolfgang Schäuble - deixaram claro».

A hora negra do regime

«Há desde já um facto a que possivelmente já não iremos conseguir escapar: a ruptura das regras de confiança política na nossa democracia».

Sócrates e os limites do escrutínio

A declaração pública de José Sócrates, em Vila Velha de Ródão, distrito de Castelo Branco, foi mais do mesmo, aliás, bastante aquém da acutilância de outros tempos. E foi inútil. Tanto para influenciar o processo judicial em que o ex-primeiro-ministro está envolvido, como para o escrutínio sobre a justiça. A generalidade da comunicação social e da classe política só parecem estar interessados, respectivamente, na discussão casuística e na manutenção/conquista do poder.

A lição de José Sócrates

«Não é admissível que um suspeito de corrupção e fraude fiscal que foi líder de um Governo estabeleça uma intencional comparação com o caso dramático de um ativista político em greve de fome, em que o único crime que lhe é imputado é o de se manifestar contra o poder instalado em Luanda». 

O poder oculto

«Sócrates tem toda a propriedade para falar em poder oculto».

Escavacar

«Essa maioria - esse arco constitucional - hoje tem por base os partidos que estão em diálogo para a construção de uma alternativa democrática de governação, mas inclui ou deve incluir também todos os democratas, mesmo os que apoiaram no passado partidos que integram a atual coligação de Direita. A plataforma de entendimento é simples: não permitir que escavaquem o nosso país e a Constituição da República, pilar da nossa democracia».

E se Passos recusar liderar um governo de gestão?

«A confusão em que o país está mergulhado tem apenas um culpado: António Costa. Na noite da derrota eleitoral assumiu que não tinha conseguido alcançar o que pretendia e que quem tinha ganho as eleições tinha sido a coligação. Se não concordava com o plano do PSD e do CDS bastava-lhe esperar que os deputados tomassem posse e nesse momento apresentaria uma moção de rejeição e trataria de apresentar uma alternativa. Costa sabe muito bem que em 40 anos de democracia nunca o segundo partido mais votado foi convidado a formar governo».

Grito abafado por tambores

«Com o desespero de quem recusa a sua irremediável derrota perante a realidade. Cavaco sempre esteve aquém do cargo presidencial, e falta-lhe tudo para a verdadeira coragem, que, como escreveu Hemingway, consiste em não perder "a elegância debaixo da pressão"».

Cavaco Silva: um triste adeus

O presidente da República despediu-se, ontem, não de todos mas de uma parte dos portugueses. Enredado na sua própria teia, Aníbal Cavaco Silva anunciou o óbvio: a indigitação de Pedro Passos Coelho; acrescentou o desnecessário: lançou combustível sobre a esquerda; e omitiu o fundamental: saber se vai obedecer à decisão da maioria dos deputados eleitos.

Medo

«Vive-se com medo do futuro incerto, medo de dizer e escrever, medo de não agradar a quem no momento manda, medo de perder o emprego, de envelhecer, medo de...viver! Algo impensável há não muito tempo atrás em que se julgava que isso eram coisas enterradas. Pior é que se vão multiplicando, por aí, criaturas que se alimentam e medram, abusando destes medos que escravizam. É aqui que a Justiça não se pode esconder e, quando convocada, deve mostrar que... "ainda há Juízes em Berlim"». 

Extinções

«O PS não gostou da decisão do Presidente da República. Que ingratidão, rapazes: ao indigitar Passos como primeiro-ministro, Cavaco Silva salvou o PS da extinção imediata. Desde logo, ao conceder mais algum tempo para que os deputados do PS que ainda não enlouqueceram possam pensar melhor sobre o futuro do partido. Um partido que António Costa tomou como refém».

Brincar com o fogo

«O que garante o crescimento é a confiança no futuro, é acreditar que se consegue prever as grandes linhas do futuro. Ninguém consegue ter essas certezas se tem no país um governo apoiado por partidos que são contra um dos pilares essenciais do regime, o euro. Temos estado a brincar com o fogo».

Aprender democracia

«Um entendimento também correto do que é a nossa democracia fez ontem o presidente comunicar ao país que irá deixar para a Assembleia da República a decisão final sobre a viabilização ou não do Governo de Passos Coelho. É o momento da "responsabilidade dos deputados" em toda a sua liberdade, em todo o esplendor da democracia. Resta esperar que, ao contrário do que insinuou, Cavaco Silva esteja também disponível para fazer a leitura correta daquilo que irá ser debatido e votado no Parlamento».

Portugal calado enquanto a Europa defende Luaty Beirão

Começa a ser difícil de suportar o silêncio do governo sobre Luaty Beirão e os seus companheiros. Por toda a Europa levantam-se vozes para evitar a tragédia. Por cá, o silêncio cúmplice. Até António Costa faz-de-conta...