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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

quinta-feira, maio 05, 2011

Novo truque aguardado a qualquer momento

Depois da conferência de imprensa da Troika, que arrasou esta espécie de governação/propaganda, é aguardado a qualquer momento mais um novo truque. Não é de excluir que seja do tipo canalha, surdo, pela calada dos bastidores da Administração, com um qualquer boy do costume a tentar prestar mais um frete. Afinal, a verdade vem sempre à tona. E estamos a pagar o tardio pedido de ajuda externa. É que a coisa já não vai lá com paleio, com mais ou menos declaração, nem que seja com teleponto.

Inalam e engolem

quarta-feira, maio 04, 2011

Acordo com a Troika: Acabou a festa

Aí estão os primeiros detalhes do acordo que o governo celebrou com a Troika. Vai ser duro, muito duro, para os pobres, para os trabalhadores com mais de 35 anos e para toda a classe média. Hoje, acabou a festa, definitivamente. Acabou a historiazinha saloia e medíocre da tentativa de passar as responsabilidades para a oposição. Já não há mais truque que tape a evidência. Este país vale o que valeu a governação de José Sócrates: uma mão cheia de ilusões, de mentiras e de aventureirismos.

P.S.  Ao anunciar o que não estava contemplado no acordo com a Troika, ontem, José Sócrates até pode ter conseguido iludir algumas pessoas, divertir a corte do costume que vive à custa do Estado e alimentar a esperança de uma vitória eleitoral. Mas, hoje, 24 horas depois, o silêncio governamental é estrondosamente ruidoso.

Carta aberta a Pedro Passos Coelho

Repetir 2009?

O ministro Silva Pereira recebeu os partidos que recusaram falat com a Troika. Eis um bom momento da governação, cumprindo a promessa de informar os partidos das negociações (?) com os representantes de quem tem possibilidades para emprestar dinheiro ao país.
Agora, só falta mesmo dizer a todos os partidos qual é a verdadeira situação das contas públicas. É que a execução orçamental não acaba em 5 de Junho. E já não temos por cá Vítor Constâncio. Ou seja, as medidas que podem ter que ser tomadas depois das eleições legislativas antecipadas fazem toda a diferença. Afinal, já basta o que aconteceu em 2009, não é?

Boa notícia: Ditadores africanos congelados

As autoridades suiças anunciaram que congelaram as fortunas de ditadores africanos, entre os quais estão Mubarak, Kadhafi e Ben Ali. Só na Suiça, os três tinham valores superiores a 600 milhões de euros.

O PS tem opinião sobre o acordo com o FMI?

Até ao momento, o PS não teve uma palavra sobre o acordo com a troika. Será que foi consultado? Será que tem opinião? Ou será que nem tem direito a opinião porque basta a palavra do chefe?

Dramatização falhada

A vitimização deixou de fazer sentido. E continua, a haver boas razões para responsabilizar o governo pelo actual Estado a que o país chegou. Esta é a primeira conclusão após a divulgação do acordo com a Troika, apesar de não serem conhecidos os seus contornos precisos. Ou seja, a estratégia dramatização de José Sócrates não resultou. Afinal, o cataclismo anunciado, na sequência da crise política que resultou na sua demissão, parece estar afastado. Aliás, a queda do governo contribuiu para uma clarificação das contas públicas e, muito importante, permitiu dar a palavra aos eleitores.

terça-feira, maio 03, 2011

Até tu, Joana Amaral Dias?

Uma das principais mensagens que estão a passar diz muito da propaganda governamental que, pasme-se, até consegue colher junto de quem tem mantido uma intervenção pública credível, como Joana Amaral Dias. A tese é simples (e falsa): seja qual for a escolha do eleitorado para governar Portugal nos próximos quatro anos, a política já está decidida pelo FMI. Ou seja, de uma forma subliminar, tenta-se assim diminuir o valor da alternância, a capacidade de mudança e a possibilidade de corrigir os erros dos últimos seis anos. Só falta mesmo dizer que não vale a pena votar, nem no seu próprio partido (Bloco de Esquerda). Afinal, já está tudo decidido, não é?

O grau zero da propaganda política

O tema das inaugurações à beira das eleições voltou à ribalta, através da TSF. E muito oportunamente. Todos sabem (pelo menos os que querem saber) quanto tem custado ao país, em derrapagens financeiras, a aceleração de obras para serem inauguradas em tempo pré-eleitoral. Aliás, o mais cómico, neste ambiente surrealista, é assistir às inaugurações de José Sócrates, exibindo um enorme sorriso de auto-satisfacção, enquanto o resto do governo e afins, na calada dos corredores do poder, andam de mão esticada para caçar uns trocos a mais ao FMI.

P.S. Falar em «sobriedade do governo» nas inaugurações é de um descaramento intolerável, sobretudo quando tiradas deste calibre ficam sem enquadramento jornalistico, como por exemplo: o primeiro-ministro demitiu-se. Aliás, nem é preciso ter muita memória. Bastaria recordar os milhões, repito, os milhões de euros gastos em inaugurações de vias rodoviárias (PPP's), com banquetes para mais de 100 pessoas, entre outras mordomias.

P.P.S. A propósito, vai haver cerimónia pública, com pompa e circunstância, da assinatura do acordo com o FMI?

Notícias do Estado Social

Não tarda nada

Apesar de toda a a situação já conhecida e da troika instalada em Portugal, chamando ministros e ajudantes como se de subalternos se tratasse, o governo continua a esconder informação sobre as contas públicas. É a governação socialista em todo o esplendor, mantendo o padrão de opacidade até ao fim. E, ainda para cúmulo, quem pede a informação e denuncia a ausência de resposta ainda é criticado. Não tarda nada, José Sócrates, ou um dos afins, vai aparecer na televisão a afirmar que quem critica o governo neste momento é mau português.

P.S. Desengane-se quem julga que pode estar contra a transparência às segundas e a favor da transparência o resto da semana.

segunda-feira, maio 02, 2011

Os socialistas vão votar Portas?

Não vi a entrevista de Paulo Portas na RTP1, mas quem viu gostou. Sobretudo, os socialistas. Será que a grande surpresa das próximas eleições é a transferência de votos do PS para o CDS/PP?

Luís Amado: declaração ambígua em tempo pré-eleitoral

O ministro dos Negócios Estrangeiros felicitou as autoridades norte-americanas pela morte de Bin Laden. Não se sabe se foi durante mais um pequeno-almoço, mas é sabido que, posteriormente, fez uma declaração suficientemente ambígua para merecer toda a atenção e escrutínio: «Portugal não tem sido identificado como um alvo de prioridade desta organização, felizmente, até ao momento, mas as nossas precauções têm que ser tomadas».

A morte de Bin Laden e o terrorismo

É uma grande notícia para Barack Obama, que lhe garante um segundo mandato. Mas a morte do terrorista mais procurado do mundo é muito mais do que a reeleição de um presidente norte-americano e o fim do terrorismo. É a criação de um mártir, cuja imagem vai ser usada para continuar a alimentar a violência, enquanto não forem erradicadas as causas que sempre alimentaram os fundamentalistas, entre as quais se destacam a pobreza, a miséria e o analfabetismo.

domingo, maio 01, 2011

Entretanto, viva a união nacional!

Tem sido particularmente interessante assistir à cobertura da imprensa deste período de pré-campanha eleitoral. Escrutínio? Balanço? Síntese? Não! Aparentemente, o que continua a interessar é o escrutínio, o balanço e a síntese da actividade do maior partido da oposição. Os seis anos de governação socialista continuam a estar fora do centro das atenções mediáticas. Para os mais distraídos a coisa pode ser difícil de entender, mas a explicação pode ser bem mais simples: na imprensa ainda muitos se lembram o que acontece a quem escrutina este governo. Assim, cautelas e caldos de galinha .... Mais vale ir transmitindo as conclusões que vão sendo largadas pela troika.

O desespero e a careca à mostra

Há declarações políticas que matam. Não tanto quando são repetidas por incompetentes e oportunistas, mas quando são proferidas pelos próprios líderes. Há semanas que os socialistas (e os tais papagaios ao serviço) repetem, até à exaustão, que o PSD tem de apresentar propostas e o programa de governo (curiosamente o CDS/PP é poupado). Vale a pena reflectir sobre este compasso de espera. Será que é possível fazê-lo, com seriedade, sem saber o estado das contas públicas e/ou as receitas draconianas impostas pela Troika? Será que antes do disparate, ao serviço do poder, é assim tão difícil perceber que os tempos mudaram? É que já chegou de programas e de anúncios de medidas que nunca saíram do papel. Os tempos mudaram, mas para alguns ainda não.

Ganhar eleições com a verdade

A última carta de Eduardo Catroga ao governo será uma das peças essenciais para os historiadores no futuro. De facto, o «fartar vilanagem de Sócrates foi uma tragédia nacional (...) e as gerações mais jovens deviam pôr este governo em tribunal».Eis um momento de verdade que já faltava. Só assim o PSD pode ganhar as eleições. É preciso falar sem medo da Troika porque eles sabem muito bem o Estado a que o país chegou, como todos poderão ver muito em breve com o anúncio das medidas impostas para ir apanhar o dinheirinho. Quanto ao resto, vale o que vale, pois é mais do mesmo: falta de transparência e silêncios para esconder a actual situação. Aliás, sem qualquer surpresa: há políticos  assim, que não gostam de cartas escritas, que nem podem desmentir, nem são susceptíveis de truques.

William e kate: cobertura sem crise

A cobertura televisiva do casamento real não olhou a meios. A obscena quantidade de horas de emissão (de fraca qualidade) e os comentários saloios chegaram a ofuscar a dimensão noticiosa do acontecimento. Obviamente, não é possível ignorar tal evento, mas será que num tempo de tantos apertos é justificável tantos jornalistas e tantas horas de emissão?

Submarino, Arpão e silêncio

A entrega do segundo submarino, comprado aos alemães da Man Ferrostaal, foi rodeada de um estranho silêncio. Até o caceteiro político de serviço esteve calado. Curiosamente, o equipamento militar foi baptizado com o nome de "Arpão". Eis um nome adequado para uma pescaria de peixe graúdo. Corrupção nos submarinos, pagamento de comissões, críticas a Paulo Portas... ora, ora, isso já lá vai! A hora é de sublinhar o brilhantismo estratégico do líder do CDS/PP. Esta espécie de PS nunca enganou.