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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

sexta-feira, abril 30, 2010

Debate nivelado por cima

Há governantes que continuam a sorrir, apesar da actual situação. Ainda que admita, em tese, que cada um deles deu o seu melhor, não favoreceu o amigalhaço para garantir um tacho futuro, não desperdiçou criminosamente o dinheiro público, será que conseguem conviver pacificamente com o sofrimento provocado por uma governação marcada por erros colossais de previsão e opções desastrosas? Ou será que o rigor só "ataca" depois da vitória nas eleições?
Esta dúvida vem a propósito das viagens de Inês Medeiros. Será que a deputada socialista consegue viajar, tranquilamente, para Paris, no momento em que aqueles que a convidaram se preparam para cortar ainda mais nos subsídios de desemprego? A questão ultrapassa qualquer tipo de raciocínio moralista. Noutros tempos, porventura de vacas mais gordas, houve outro tipo de exemplos, como recorda Joana Amaral Dias. De facto, a política não tem que ser sempre nivelada por baixo, muito baixo. Felizmente, também pode ser nivelada por cima.

A crise da crise

O protagonismo de Fernando Teixeira dos Santos vai acabar mal. Por esta, ou por qualquer outra razão, designadamente a de não querer ficar para a história como o "coveiro" do país, é cada vez mais previsível o divórcio entre o ainda primeiro-ministro e o ainda ministro de Estado e das Finanças. Alguém vai ficar mal na fotografia, com ou sem Pedro Passos Cooelho, obviamente.

O poder dos caça-níqueis

Quando todos esperavam um maior escrutínio nas benesses que o Estado concede aos bancos, às grandes empresas e aos mega negócios, eis que a fúria controladora de José Sócrates se virou para as vítimas da governação: os desempregados. Surpreendente? Não. Paulo Portas já tinha avançado para aqueles que recebem o rendimento mínimo. Só falta Pedro Passos Coelho atirar-se aos doentes e pensionistas.

quinta-feira, abril 29, 2010

Não salvem a espécie

Os últimos dias têm corrido a um ritmo vertiginoso. Portugal transformou-se numa trágico-comédia interpretada por estrelas e figurantes rascas. Da tentativa frustrada de convencer a malta que "estamos a ser atacados" à farsa da "união nacional", só faltava mesmo o coro da corte do costume a pedir ainda mais rigor para os que mais sofrem com a crise. Tem valido tudo para tentar desviar as atenções do essencial: a responsabilidade política de José Sócrates. E será que um "coelho", tirado de uma qualquer cartola, por bondade, simpatia, solidariedade, cinismo, calculismo, oportunismo ou pavor de ter de assumir o poder, é suficiente para mitigar a evidência? Agora, compreende-se melhor por que razão Manuela Ferreira Leite teve tanta maré, vento e energia negativa à sua volta. Será isto sentido de Estado?
P.S. Cavaco Silva já garantiu a passadeira vermelha. Vai ser penoso assistir ao ensanduichar de Manuel Alegre.

E viva o livro que resiste

Feira do Livro 2010 - 29 de Abril a 16 de Maio

136 inscrições de editoras e livreiros;
249 credenciais de representação;
57 representados da Tenda dos Pequenos Editores;
Biblioteca do Brasil;
Câmara Municipal de Lisboa;
236 pavilhões;
1 pavilhão especial do Brasil;
4 tendas + 1 quiosque + 1 autocarro (biblioteca itinerante) da CML;
5 tendas que compõem o pavilhão dos Pequenos Editores;
2 auditórios (Auditório APEL e Espaço EDP);
3 restaurantes (um junto ao Marquês e dois no outro extremo da Feira);
1 palco central e 4 palcos “secundários” em cada uma das Praças (Verde, Amarela, Azul e Laranja.

terça-feira, abril 27, 2010

A coligação para o desastre

O anúncio de um acordo de princípio ou até de um governo de coligação entre o PS e o PSD, após o encontro entre José Sócrates e Pedro Passos Coelho, não eliminaria o principal problema do país: a falta de credibilidade de José Sócrates e da governação. Diluir essa irresponsabilidade política, numa espécie de farsa de salvação nacional, seria o passo em direcção ao abismo.

Da arrogância à subserviência

As declarações de José Sócrates e de Fernando Teixeira dos Santos metem dó. O mais grave é que ambos parecem surpreendidos com a evolução dos acontecimentos, o que traduz desde logo a irresponsabilidade da actual governação. O nervosismo patente nas últimas declarações são um mau prenúncio. E não podendo calar, despedir ou comprar as agências de rating, só nos resta temer mais más notícias. Ao menos, podiam poupar-nos o espectáculo da transformação da arrogância em subserviência.
P.S. Quem acredita na recuperação de um país quando o próprio primeiro-ministro está a ser investigado por mentir aos seus concidadãos?

Medina Carreira em alta


Por várias vezes, nas mais diferentes circunstâncias, alertei para as teses de Medina Carreira. O discurso directo, lúcido e duro teve sempre o mérito de alertar para a realidade. Também por diversas vezes, tentei contrariar quem do alto da sua arrogância e ignorância, quicá, interesse pessoal, se atreveu a rotulá-lo como o "chato", o "tontinho", simplesmente por o ex-ministro das Finanças assumir uma linha de pensamento contrária ao mainstream socrático. A realidade económica e financeira está à vista. Só falta mesmo alguém vir dizer que Medina Carreira é grego e muito agressivo.

P.S. José Gomes Ferreira e Mário Crespo apostaram em dar tempo de antena a Medina Carreira. E ganharam a aposta.

Título do dia

«Se "o país sabia", Sócrates poderia saber, mas só informalmente».

Negócios em aceleração

As notícias sobre negócios de Estado e/ou com o Estado são tão frequentes que a notícia do Sol, assinada por Luís Rosa, quase passou despercebida. A investigação sobre o autódromo do Algarve é mais uma confirmação do actual modelo de investimento e desenvolvimento. Os "corredores" são os do costume. Os pagantes também.

Face Oculta: a um passo da verdade

A audição do procurador Marques Vidal é cada vez mais incontornável para o bom desenvolvimento dos trabalhos da comissão de inquérito parlamentar ao negócio PT/TVI. Aliás, o exemplo que este procurador tem dado, a par de outros magistrados da comarca do Baixo Vouga (Aveiro), merece visibilidade pelo silêncio e serenidade que demonstraram ao longo de todo o processo de investigação. A Justiça bem preciso deste tipo de exemplos.

segunda-feira, abril 26, 2010

O "verniz" da propaganda estalou

Quem pudesse ter dúvidas, sobre a gravidade da situação económica e financeira, ficou esclarecido com o primeiro-ministro mais agressivo de sempre a fazer queixinhas públicas da agressividade da oposição.

sábado, abril 24, 2010

A verdade de Mário Soares

Mário Soares defende que um primeiro-ministro não deve estar à disposição de uma qualquer comissão de inquérito parlamentar. É uma declaração típica de quem se sente a cima da lei e, porventura, habilitado a transmitir esse estatuto de divindade num regime republicano. Aliás, ao nível da transparência da democracia que ajudaram a construir.

Pacotinho anti-corrupção

Vera Jardim falhou, como já era previsível. Com este PS, não é possível desenhar uma estratégia de combate à corrupção. Como já todos perceberam, ao longo dos últimos cinco anos, esta prioridade ficou na gaveta, como outras propostas muito concretas e definidas que poderiam ter evitado o actual espectáculo de degradação da vida pública.

Comissão de inquérito PT/TVI: táctica da cadeira vazia

A pressão no sentido de desvalorizar as comissões de inquérito parlamentares está a aumentar ao mesmo ritmo do nervosismo dos deputados do PS, quicá, do "chefe". A estratégia de desespero ficou consagrada com a ameaça dos socialistas de disistirem do apuramento da verdade na comissão de inquérito PT/TVI.

quinta-feira, abril 22, 2010

Relação para a posteridade

O acórdão que absolveu o empresário Domingos Névoa é um dos mais extraordinários dos últimos tempos. Esperemos pela publicitação da douta decisão para conhecer na íntegra a fundamentação e, sobretudo, nunca mais esquecer os nomes dos seus autores.

A primeira banhada no governo?

Os relatos atestam que o governo levou uma tareia da bancada parlamentar do PSD. Aparentemente, só Viera da Silva é que ainda não percebeu por que razão lhe deram a pasta da Economia...

Chá e scones?

Será que o problema na Justiça vai ao sítio com reuniões... reuniões...e mais reuniões?
O que falta é trabalho... trabalho... e mais trabalho. E, já agora, transparência e mais respeito pelos cidadãos.