Os presos prenderam o país

A informação continua incapaz de distinguir, ou de ajudar a esclarecer, a confusão instalada entre o sagrado direito de defesa e a diversidade de instrumentos da estratégia de defesa. Só importa a declaração/entrevista e a cópia de escutas avulsas que fazem vender, deixando para segundo plano a missão de desconstruir a mensagem, de denunciar o erro e o abuso, de identificar a falsidade e a vitimização espúria.

Os Maos do futebol

«Em outubro de 2013, pela primeira vez em Portugal, um chinês de “grande poder financeiro”, Eric Mao, compra 70% do Atlético FC de Alcântara, um clube da 2ª divisão em estado de pré-falência. Prometia investimentos de milhões, o Atlético e Beijing Glory FC filhos do mesmo dono com uma parceria com a Letónia através da mesma empresa com sede em Hong Kong em contratação sucessiva de alguns jogadores de passado suspeito. Segundo a UEFA, trata-se de uma companhia com potenciais ligações a jogos combinados, mas não se sabe de nada. Devia ter sido dado o alerta máximo para os riscos do futebol português. O mesmo sucedera com o Atlético de Madrid».

A TAP foi um bom negócio?

«Resta, neste processo que o PS promete parar se for governo (logo se verá como e com que dinheiro), o prémio de consolação. Sem se saber a engenharia que está por detrás de todo o negócio, a aliança de David Neeleman com Humberto Pedrosa, dono da Barraqueiro, leva um português para os comandos da companhia. Um homem discreto, que começou a construir um império há 50 anos a partir da empresa do pai, e que ainda poderá encarnar algum tipo de patriotismo na salvaguarda dos interesses do país. É pouco, e um bocadinho nacionalista, mas é melhor do que nada».

Sangrias

«Comparar a TAP a Jorge Jesus é muito injusto para Jesus».

A Igreja com que Francisco sonha

«O que mais impressiona, digo eu, é que o que Francisco sonha, quer e faz seja considerado extraordinário, quando deveria ser pura e simplesmente o normal».

TAP: uma questão resolvida

A privatização da TAP é uma boa notícia. A má notícia, pelo menos para alguns, é o custo que os contribuintes tiveram de pagar para alimentar uma empresa gerida por boys dos partidos do arco da governação. E, já agora, podemos suspeitar que muitas e muitas comissões milionárias foram parar aos cofres dos partidos políticos e aos bolsos de gestores, políticos e afins nos últimos 15 anos?

Finalmente privatizaram a TAP

«A decisão de privatizar a TAP foi tomada em Fevereiro de 2000, por um Governo PS liderado por António Guterres. O primeiro passo para vender a companhia é dado agora, quinze anos depois, à terceira tentativa».

Como afugentar investidores estrangeiros

«Ontem defendi que António Costa tem de se distanciar das políticas do governo de José Sócrates se quiser afirmar-se como alternativa a Passos Coelho. Como não detenho o exclusivo desta ideia (há gente no PS que diz o mesmo), suspeito que não é descabida. Mas parece que António Costa continua sem perceber isso. Veja-se o que aconteceu ontem: mal o governo anunciou que o empresário da Azul, David Neeleman, vai ficar com 61% da TAP, o PS garantiu que tudo fará para voltar a controlar a empresa».

Um activo tóxico chamado José Sócrates

«As manchetes voltarão a ser sobre José Sócrates e, por muito que Costa queira, não conseguirá “despoluir”, como ele próprio disse, a campanha. A coligação PSD/CDS nem vai ter de sujar as mãos e levar o nome do antigo PM para as caravanas eleitorais. Ele próprio fará isso. E se isso custar uma derrota eleitoral ao PS, paciência. O escorpião não muda de natureza».

Teoria geral das escutas

«Se é crime a castigar a “escuta particular”, é crime sem perdão a dolosamente feita de modo ilegal por aqueles a quem sustentamos para nos defender».

Um dia triste

«A bem da justiça, espero sinceramente que os diálogos divulgados entre José Sócrates, o procurador Rosário Teixeira e o inspetor de Finanças que o assessora na investigação do Caso Marquês não sejam verdade. A ser verdade, tudo aquilo é demasiado grave e deprimente».

Saúde: o preço do fundamentalismo

Cada doente do SNS mal tratado, que não tem cunhas, ou não as quer utilizar, é um potencial abstencionista ou votante na oposição. Que Paulo Macedo seja indiferente, não é de admirar, mas que Passos Coelho e Portas não consigam enxergar o preço do fundamentalismo financeiro do ministro da Saúde, então isso merece uma forte punição eleitoral.

Medo de quê?

«É agora de bom tom dizer que as próximas eleições legislativas vão ser decididas pelo medo. Resta saber quem é nos consegue assustar mais. O governo mete-nos medo com a “bancarrota” do PS; o PS mete-nos medo com a “austeridade” do governo. De facto, talvez devêssemos ter ainda mais medo do que esta disputa dá a entender».

Governo propõe que as secretas acedam a bases de dados do Estado

«Proposta de Lei prevê dois níveis de acesso a dados. Os dirigentes superiores poderão aceder a todas as bases de dados da Administração Pública; os oficiais de informação só a dados concretos, mediante aprovação prévia de três magistrados».

Valeu a pena?

«O que mostram os sinais exteriores de riqueza flutuantes é que o Estado grego, para além de estar falido, é corrupto e ineficaz. Mostram que quanto maior a crise, maior a desigualdade. Por cada iate ou veleiro nas marinas de Atenas há centenas de atenienses desesperados por conseguir pagar o empréstimo da casa, a conta do supermercado ou os medicamentos na farmácia».

O cómício no DCIAP

«A leitura de partes dos diálogos entre o procurador Rosário Teixeira e José Sócrates, durante um interrogatório no DCIAP, é eloquente. Sócrates conseguiu a proeza de transformar um interrogatório em comício ou num mero debate eleitoral em prime time televisivo».

Costa tem de se afastar de Sócrates

«O deputado Rui Paulo Figueiredo, do PS, reconhecia esta semana ao programa "A Cor do Dinheiro" que o partido tem um problema de credibilidade: a proximidade entre PS e partidos da coligação (nas sondagens) acontece porque o eleitorado receia que o PS repita os erros do anterior governo».

Como acelerar a retoma

«Confiança no futuro. Aqui está o segredo para uma recuperação mais rápida da economia e, com ela, do emprego. Para confiar é preciso estabilidade.Não, isto não quer dizer manter sempre o mesmo partido no poder. Não, também não significa dizer que não há alternativa. Significa seguir um caminho sem guinadas, não atirar achas para fogueiras».

Condecoração de manteiga

«Gostava que o 10 de Junho fosse o dia em que o presidente da República agradecesse a todos. E não agraciasse apenas alguns. Os mesmos. Ano após ano. Apenas com nomes diferentes».

O circo de Évora

«Compreende-se que quem gosta de rolex de corda manual tenha dificuldades em aceitar a pulseira eletrónica , mas este processo nem é kafkiano, nem ilegal e Sócrates é um suspeito de crimes de delito comum. Extraordinário é o montante de dinheiro nas mãos do ex-governante».