Miguel Relvas passa à clandestinidade? (II)

Convidar o ministro mais contestado de Portugal para falar sobre jornalismo ainda por cima numa universidade só podia acabar mal. E acabou mesmo! 

P. S. Enquanto o país assiste aos maiores enxovalhos aos membros do Governo, o presidente da República distribui umas medalhinhas...

Miguel Relvas a cantar

Acordar com imagens de Miguel Relvas a cantar desafinado o "Grândola, Vila Morena" é de mais para os ouvidos de qualquer cidadão.

Um num milhão e meio

«Daniel Rodrigues, de 25 anos, é uma triste e óbvia situação de desperdício das capacidades de um jovem num país que precisa como de pão para a boca de gente capaz, criativa e produtiva. Devia fazer corar de vergonha o Governo e os que assinaram com as troikas o memorando que nos agride todos os dias, porque o caso de Daniel Rodrigues é o de um desempregado entre um milhão e meio de outros desempregados em Portugal. É um dos 40% de jovens com menos de 25 anos que estão desempregados no nosso país».

Investigação e autonomia

«O governo espanhol quer esse controlo: quer mudar a lei para que seja o Ministério Público a investigar, mas quer mantê-lo na sua dependência. Cá, há muito que alguns anseiam por esse sistema».

A corda partida

«Sobre a questão da confiança, estamos conversados… Quanto à questão da corda, apetece dizer: 'Acorda, que a corda já se partiu!'».

A pátria derramada

«Essa geração da mala de cartão vê agora filhos e netos voltarem a partir».

Sem fôlego

«Embora na Reserva Ecológica Nacional, que já ocupava 63% do território, fosse proibido construir, produzir, trabalhar, fumar, queimar, defecar e múltiplas outras coisas, imensa gente ia para lá respirar com impunidade. Enquanto os fiscais lutavam com unhas e dentes para preservar cada centímetro quadrado dessa reserva, bloqueando heroicamente investimentos de mil milhões de euros só no último ano, a violação do ar por hálitos anárquicos prosseguia descontrolada».

Falar claro, alto e sem medo

«Ou são os jovens a definir o que será o Portugal de amanhã, depois da troika, ou então terão de aceitar o país definido por quem já não merece o mínimo de confiança».

Leve um, pague dois

«Quanto mais o Estado se demite das suas funções, mais procura controlar a vida dos cidadãos. Para gastar menos, proíbe cada vez mais».

Reformas à lista

«A vinculação dos partidos aos programas que defenderam perante os eleitores em campanha eleitoral é um elemento fundamental para a efetivação da responsabilidade política e a prestação de contas, tornando-se, por isso mesmo, condição da transparência da ação governativa».

O povo não pode amochar

«No seio das forças sociais, económicas e políticas democráticas e genuinamente patrióticas, não pode haver amoches ou taticismos que travem a urgência de uma nova política e de um novo governo».

Entre a GALP e o café de bairro

É comovente assistir às reportagens televisivas sobre os cidadãos, as facturas com número de contribuinte e as ameaças do fisco. Por que será que todos se concentram nos pequeninos empresários da restauração e, por exemplo, não colocam uma câmara numa qualquer estação de combustíveis da GALP? 

O crime compensa

«João Semedo, líder do BE, afirmou que a melhor forma de assaltar um banco é entrar para a administração do mesmo».

O mínimo

«A irracionalidade e a injustiça vão, pois, de mão dada na política atual. E uma política que naturaliza as falcatruas máximas e desdenha da dignidade mínima é uma política que precisa de ser refundada. De alto a baixo».

Viver entroikado – como “aquilo” em vários sítios pode ajudar Gaspar e salvar os fiscais do Viegas

«Venho sugerir a reactivação de uma lei de Salazar que, devidamente adaptada aos dias de hoje, não só protegeria os dignos funcionários do Estado, como se poderia revelar uma importante fonte de receitas».

Citação da semana

«Declaro que renuncio ao ministério de bispo de Roma, sucessor de S. Pedro».

Bento XVI

Cuidado com a Saúde!

«Apostar em cuidados de excelência sairá sempre mais barato, afirmou Donald Berwick, na Fundação Gulbenkian».

Ele anda entre nós

«E tudo fica mais difícil quando o Estado sabe que não gera riqueza para dar aos ci-dadãos em dificuldade aquilo que lhes prometeu».

Fantasmas da tragédia

«E o pior é que nos próximos meses, a situação vai piorar».

Francisco José Viegas: estás perdoado

O ex-secretário de Estado da Cultura, o velho Francisco que grande parte dos jornalistas conheceu e continua a conhecer, está de volta. 

Num texto intitulado "No Estado, o absurdo não paga imposto?", o autor e jornalista deixou o aviso: «quer apenas avisar Paulo Núncio, actual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, que se algum agente da Autoridade Tributária e Aduaneira o tentar fiscalizar pelo eventual pedido de factura à saída de um estabelecimento de restauração, o vai mandar tomar no cu». 

E eu acrescento, esperando que chegue ao conhecimento de Vítor Gaspar e de Pedro Passos Coelho: sem maladas de dinheiro vivo!