Deveres humanos

«Não nos restem dúvidas: se não houver espaço à dignidade e aos valores éticos e morais para tratar dos refugiados, todo o projeto europeu inexoravelmente ruirá!».

Marcelo presidente: volta Sampaio, estás perdoado!

A entrada de leão do novo presidente apanhou desprevenido os protagonistas do regime. É hilariante assistir ao esforço de alguns para captarem a fórmula mágica e a popularidade crescente de Marcelo Rebelo de Sousa. Não é difícil perceber a azia de alguns, tanto à esquerda como à direita, mas com tantos afectos não tarda a política portuguesa vai passar a ser um vale de lágrimas. Como sempre Portas já apanhou o jeito...

Extremo Oriente

«Em matéria de ‘turismo’, as minhas preocupações estão no extremo oposto: na Estação do Oriente. Todas as semanas, o espectáculo é o mesmo: compro o bilhete, aguardo na plataforma. E começa um cortejo triste e esquálido de gente doente, viciada, perigosa, ou tudo isto ao mesmo tempo, que pede ou exige dinheiro; mostra cicatrizes ou maleitas da mais diversa ordem; ou tenta impingir contrabando ou coisas piores, tudo sob o olhar inexistente de um polícia ou de um funcionário; e sem que haja qualquer intervenção da Câmara ou dos nossos serviços sociais. Marchar contra o hambúrguer? Boa sorte. Mas talvez não fosse inútil lembrar que uma das portas da capital é um estaleiro de miséria humana».

A tese da campanha política

«Estamos perante um processo recheado de indícios a que Sócrates não responde objetivamente. Pelo contrário, cai em contradições quase insanáveis. A afirmação de que é uma pessoa que passa por dificuldades, que não tem dinheiro e vive por conta da mãe, do amigo e de empréstimos é cabalmente desmentida pela forma como dispõe do dinheiro, pelo cuidado de ocultar a sua origem, recorrendo a uma linguagem codificada que só tem paralelo nos processos de tráfico de droga».

«Nós conseguimos quase um milagre com a CMTV»

Octávio Ribeiro, líder do Correio da Manhã, dá uma entrevista ao jornal i que é uma verdadeira pedrada no charco da comunicação social. Ou melhor, um ataque frontal ao silêncio pesado do Sindicato dos Jornalistas, Comissão da Carteira e ERC sobre o que se passou e está a passar à vista de todos. Sem esquecer a concorrência. Haja debate e transparência. E liberdade de informação.

Nova “imagem”, mesmos conteúdos

«A RTP mudou separadores, estúdio da informação e slogan, mas os conteúdos são os mesmos e cada vez mais século XX».

Afectos e afectados

«No fundo, PC e Bloco entenderam o que António Costa ainda finge que não entende: com Marcelo em Belém, há uma concorrência desleal na praça. E perigosa: só um imbecil acredita que Marcelo suportará qualquer governo, independentemente do custo para o País – e, sobretudo, para o próprio».

Um dia perfeito

«A História será escrita pelas circunstâncias, mas também, em partes substanciais, por aquele que é, usando a citação de Torga no discurso presidencial, "a própria inquietação encarnada"».

Lula à beira da prisão preventiva

O MP brasileiro pediu a prisão preventiva de Lula da Silva. Para saber mais só mesmo através da imprensa brasileira e internacional.

Obama: uma lista reveladora

O jornal The New York Times fez um trabalho simples, mas notável. A conclusão só surpreende quem anda distraído. E por cá? Qual seria o resultado?

E quando os "afectos" chocarem com a realidade?

«Marcelo chegou finalmente, e com afectos à mistura, a um dos lugares que ambicionava na vida. Só que os afectos geram expectativas. Estará à altura delas? Não sei. E quem acha que sim pode estar enganado. Vejamos: é sempre bom começar com o contador a zero. Mas os escolhos estão à esquina. E não são mais pequenos do que aqueles em que Cavaco embateu».

Que Presidência teremos?

«Segundo o semanário “Expresso”, Marcelo Rebelo de Sousa já recebeu o secretário-geral dos Serviços de Informação da República (SIRP), Júlio Pereira, e resta saber agora o que fará como Presidente da República: 

Atuará no sentido da transparência do sistema político e dos atos da governação, contribuindo para limpar os serviços secretos da República da influência de todas as instituições secretas, contribuindo para a nomeação de dirigentes com provas dadas de honradez, independência e convicções democráticas;

Ou

Fará de conta que não se passa nada, que não se sabe de nada e com os mesmos dirigentes, ou com outros semelhantes, permitirá que ao secretismo natural dos serviços de informação da democracia portuguesa se some, como até aqui, o secretismo dos interesses políticos e económicos que estão a destruir a nação portuguesa».

Geração Y. E agora?

«Os jovens que ganham cada vez pior e são cada vez mais precários vão, todavia, trabalhar mais anos, descontando solidariamente para uma geração que, à luz destas premissas, parece estar sossegadamente sentada em cima de um monte de ouro».

Marcelo à Papa e a Constituição

«Marcelo pode jurar sobre a Constituição o seu cumprimento, mas poucos tão bem como ele sabem o quanto o nosso texto maior precisa de uma profunda e histórica revisão».

Dignidade de cadáver

«A realidade angustiante serve de joguete retórico a quem pretende acrescentar mais um troféu à vitrine das questões fracturantes».

CMTV: em directo da Praça do Município

Um momento único na forma do mais alto representante do Estado iniciar o seu mandato. E a mudança também pode ser feita por um serviço público prestado por uma estação de televisão privada. A CMTV percebeu a aposta do presidente. E também apostou, sendo a única estação de televisão a transmitir, em directo, todo o magnífico concerto, na praça do Município, em Lisboa, cheio de crianças e alegria. 

Marcelo Rebelo de Sousa: uma espécie de Soares em Belém?

Imaginar que Marcelo Rebelo de Sousa e Mário Soares podem desempenhar as mesmas funções de forma idêntica só pode ocorrer a quem não tem memória política, não conhece um e outro ou então já começou a tentar balizar a acção do presidente da República e a condicionar a opinião pública. Just in case de uma crise mais do que anunciada? 

Marcelo Rebelo de Sousa: temos Presidente

Excelente discurso, num belo português, com referências políticas e literárias oportunas e subtis.

A defesa de Lula

«Lula da Silva foi detido por suspeitas de corrupção. Considerou humilhante a detenção e lançou de imediato a tese da cabala política. Lá, como cá, a cabala é sempre a melhor linha de defesa para quem não quer explicar coisa nenhuma».

Incompatibilidades dos magistrados, interesse público e estatuto

«Quem exerceu funções de magistrado deve projetar, mesmo depois de ter deixado de exercê-las, uma imagem que continue a dignificar aquela função, obrigando--se e sendo obrigado, depois e para sempre, a assegurar os valores da confiança e isenção da justiça que tal prática inexoravelmente pressupunha».