E agora, Senhor Presidente?

«De facto - e de direito! - a larga margem de apreciação dos resultados eleitorais de que o Presidente gozava anteriormente - sobretudo, neste quadro parlamentar em que nenhuma força política obteve a maioria absoluta - fica agora condicionada pela interpretação feita pelos próprios representantes eleitos, do sentido do mandato que receberam».

Governo de esquerdas: solução comum na Europa e totalmente legítima!

«Não resta outra opção ao PR senão indigitar o Dr. António Costa como primeiro-ministro de um governo do PS apoiado no Parlamento pelo BE e pelo PCP/PEV».

Quadratura de Costa

«Desta tensão entre as expectativas e a realidade das contas vai depender o futuro do novo executivo». 

O Governo foice

«Este entendimento à Esquerda só será verdadeiramente histórico se, no fim da linha (um orçamento ou uma legislatura, logo veremos), Costa, Catarina e Jerónimo provarem que é possível devolver dinheiro e esperança aos cidadãos mantendo as contas em ordem e honrando os compromissos externos».

A luta continua...

E a vidinha também.

Cuidado com o que desejas

«O PR não deve bloquear o caminho de António Costa, para não acentuar a instabilidade e o alarme que diz querer evitar no país. Mas o futuro PM vai para São Bento apoiado em dois compromissos à sua esquerda que mais parecem listas de compras, em que não aparece uma única vez o nome da coisa que interessa e faz doer: "política europeia"».

A responsabilidade de Centeno

«Claro que não é saudável que os mercados se sobreponham à política, tirando sentido à democracia. Esse é um problema que exige o enquadramento político internacional da globalização, algo que – a concretizar-se – levará o seu tempo. Para já, na situação portuguesa não ligar aos mercados pode trazer um segundo resgate, ou seja, uma nova e mais dura austeridade para as pessoas».

As esquerdas e os mercados

É preciso muita ingenuidade: ainda há quem acredita que há uma relação directa entre os acontecimentos políticos e funcionamento dos mercados financeiros. Ora, o sucesso dos mercados financeiros está na capacidade de antecipação em relação aos factos. Há quem lhe chame desconto...

A crise política e a verdade dos media

«Durante muitos anos, os media criticaram – e muito justamente – o pendor formalista de muitas decisões da justiça portuguesa. A justiça ouviu, aprendeu e procurou emendar-se. Talvez fosse tempo de os media – especialmente a televisão – se auto -analisarem e, para não dizer mais, corrigirem os vícios formalistas de uma retórica que já muito se assemelha a pura e simples propaganda».

Golpistas da esquerda: e que tal irem juntinhos a novas eleições?

«E aí, assim, juntinhos de facto, sem mentiras e golpes, podem ganhar legitimidade para levarem o país à quarta bancarrota em 41 anos de democracia. Se Cavaco os deixar governar e o próximo Presidente assobiar para o lado e não convocar eleições, não se admirem do que vos poderá acontecer quando vier um novo resgate e o povo voltar a sofrer o que sofreu nestes últimos anos. Estes crimes raramente ficam sem castigo».

Felizmente há luar

«É a esperança que renasce. Respeitá-la, fazê-la crescer e alimentar uma sociedade capaz de se mobilizar, de exigir e confrontar, é o maior dos desafios».

Não, isto não é a revolução de Outubro. Tenham calma

«Se isto vai ser fácil? Não vai. Nada é fácil numa Europa capturada pelo “there is no alternative”, um refrão comungado por socialistas e liberais europeus. Mas a perestroika de Jerónimo de Sousa, a mudança de paradigma no Bloco e a ousadia de António Costa vão permitir mudar qualquer coisa em Portugal. E esse qualquer coisa é, só por si, histórico».

Abaixo o sistema, viva o regime!

«O problema deste Governo à esquerda em Portugal não está naquilo que não vai ser - porque sabemos que não vai ser nada contrário àquilo que a Europa e os credores permitirão que sejamos. Temos, portanto, um Governo deste regime. A questão é outra: sem vitória, sem glória, sem autoridade, sem verdadeiramente ter um Conselho de Ministros, o problema é não haver ideia alguma sobre o próximo Governo irá ser».

António Costa: silêncio penoso

Não me recordo, em nenhuma circunstância, do líder do maior partido da oposição da oposição parlamentar entrar calado e continuar mudo no debate do programa do governo.

Juro que não

«O dr. Cavaco irá dar posse a uma balbúrdia, por definição instável e incoerente, e ainda por cima bastante mais curta do que ele pensa. No meio desta catástrofe só me espanta o dr. António Costa: não o achava estúpido, juro que não».

Um plano

«Eis, portanto, o plano de Costa: salvar-se agora com o apoio do BE e do PCP a ver se o dispensa no futuro. Pelo menos o do PCP, pois isto está com ar de que muita coisa bonita ainda vai acontecer adiante entre o PS e o BE. Se o plano funciona ou não, isso é outra história».

O próximo governo do Mississipi

«O acordo das esquerdas, liderado por António Costa, concentra-se no imediato, em vez de exigir aos aliados ocasionais uma lealdade inabalável no mais importante: uma estratégia nacional de renovação europeia que mobilize o país e suscite apoios nos nossos parceiros, sem desafiar inimigos que não estamos ainda em condições de combater. Um governo forjado num compromisso que cala o essencial para a sua perenidade nas lutas que se avizinham arrisca-se a uma existência efémera».

Assim se vê a força de António Costa

O PCP falou. E Jerónimo de Sousa não podia ser mais claro: estabilidade, sim, mas logo se vê o que vai acontecer em relação a cada decisão, medida e orçamento. António Costa, derrotado em 4 de Outubro, não tem força para mais. E, para salvar a pele, já começou a engolir em seco. 

Palavra de Jerónimo

«O PCP não dá o cheque em branco que Costa queria e vai ficar com um pé de cada lado. Um dentro da solução a capitalizar tudo o que seja para dar ao povo, outro de fora para levantar o sobrolho de cada vez que o PS tenha um desvio social-democrata».

António Costa: quando os truques correm mal

«Assis antecipa para sexta-feira o encontro da corrente alternativa a Costa»