O monstro

«O hollandismo está em desgraça acelerada e suscita um dilema aos socialistas para as presidenciais de 2017: tentar a reeleição improvável, acabando a apoiar o candidato da UMP na segunda volta, ou chamar Valls a entrar no triângulo das matizes da direita, onde entra bem. A França vive consumida pelo seu irreformismo transversal».

Justiça "futebolizada"

«O mérito e a verdade passaram a ser abafados pela barulheira».

Cofre fraco

«É assim com este governo – os cofres podem estar cheios, mas os bolsos dos portugueses, a democracia e o futuro estão vazios. Completamente ocos». 

Herberto Hélder

Bode salgatório

«Ricardo Salgado, que esta semana voltámos a ver ao vivo no Parlamento, tem razão quando diz que o tipo de movimentação financeira que causou a destruição do Grupo Espírito Santo (GES) não era da sua exclusiva responsabilidade. Ele era o principal responsável, evidentemente, mas estava rodeado de pessoas crescidinhas, de resto habituadas a lidar com quantidades obscenas de dinheiro. E no entanto, na comissão de inquérito, praticamente ninguém prescindiu de sacudir o oleado encharcado para cima de Salgado».

Fujam e não voltem

«A discussão em curso sobre a existência de uma lista VIP no fisco é uma forma descarada de desviar a atenção dos indígenas da questão principal».

PTP/Ag!r

É uma das novidades para as eleições legislativas de 2015.

Quem mais se eclipsa?

«O problema da lista VIP do fisco não é o mecanismo de alerta que dispara sempre que é consultado o registo contribuinte de um famoso previamente catalogado. Grave é imaginar o que poderá acontecer a todos os outros dez milhões de portugueses. Inseguros, estão à mercê da devassa e de todo o tipo de patifarias que esta gente discrimina, lista, sabe que está a violar a lei: é capaz de tudo, incluindo perseguir ou ajustar contas. É ilegal. É imoral. Porque desmoraliza a populaça, porque desacredita o Estado e a sua administração tributária».

Todos sabiam do furacão do BES

«O banqueiro Fernando Ulrich levantou a questão para que muitos dos portugueses procuram resposta, pelo menos, desde agosto do ano passado. Como é que a rigorosa troika não se apercebeu do furação no interior do Grupo Espírito Santo? Não deu por nada ou fez de conta?».

Obeso amputado

«O euro fraco e as baixas taxas de juro vão dar um impulso à economia portuguesa».

Uma democracia VIP

«É repugnante e um grave indício de degradação dos valores democráticos a banalização de uma cultura administrativa de profundo desprezo pelos direitos fundamentais e que perante o colapso de um sistema de proteção dos cidadãos contribuintes apenas se lembrem de cuidar do resgate e salvamento dos seus chefes e "eleitos"».

Senhor presidente, antecipe eleições

«O atual Governo em particular, mas também outros que o precederam, encheram o país de esqueletos escondidos em armários, sendo que alguns são efetivamente questões de Estado. Se ele continuar em funções, sem responsabilização política, continuará a chamar-se politiquice a graves problemas políticos, a procura de esqueletos não passará para e por onde deve, ocupará a campanha eleitoral impedindo que se gere o debate e a formulação de compromissos sérios para alternativas».

Afinal Portugal é a Grécia

«A confiança de Portugal nas taxas baixas, graças à liquidez do BCE, é tão ilusória como a de Angola nos preços de petróleo altos. Daqui a meses ou anos virá o segundo resgate: então será bom saber que a culpa não é do euro, troika, Alemanha ou austeridade, mas da espuma mediática».

O burgesso Araújo é a metáfora ambulante de Sócrates

«Araújo está em modo de desesperada defesa, mas também a cumprir um velho mantra da relação de Sócrates com a imprensa: “Tenho uma boa relação com as pessoas desde que se portem bem.” Portar-se bem é ser cego e surdo a factos e provas e não ser mudo apenas para defender o chefe. O país está cheio de advogados, mas Sócrates teve de contratar uma personagem-vómito para o defender. É difícil imaginar que seja estratégia – embora a história mundial da perda de juízo esteja amiúde confundida com estratégias mirabolantes».

José Sócrates: a não ser que...

Depois das últimas decisões judiciais do Tribunal da Relação de Lisboa, que deitaram por terra as falsidades para atacar o juiz Carlos Alexandre e o procurador Rosário Teixeira, já vai por aí um flic-flac arrepiante. Os mesmos que bajularam e beneficiaram criminosamente do poder que José Sócrates acumulou ao longo de uma década de poder não terão qualquer pejo em tentar enterrá-lo ainda antes do julgamento. A não ser que...

Henrique Neto avança com candidatura às presidenciais

«Socialista e grande crítico de José Sócrates, Henrique Neto é o primeiro a apresentar-se à corrida a Belém. O projeto está a ser pensado há cerca de um ano e é oficializado na quarta (25)».

Como é isto possível?!

«Parafraseando Sérgio Godinho, "eu hoje venho aqui falar de uma coisa que me anda a atormentar". Por estarmos perante uma situação de injustiça brutal, que afeta tanta gente socialmente desfavorecida e por a mesma não estar a ter o relevo público que se exige».

Atrair emigrantes ou caçar votos?

«O Governo anunciou uma política de apoios ao regresso de emigrantes. A Irlanda já o fez também. Que sentido faz uma política destas na Zona Euro? Nenhum. Pode dar votos. Pode ser popular. Mas está apenas a criar ainda mais problemas de desenvolvimento equilibrado na união monetária. E promete impossíveis. A Irlanda anunciou no início deste mês de Março uma política para atrair os seus emigrantes. Mas as medidas que se conhecem resumem-se a apoios sob a forma de serviços que ajudem os irlandeses que trabalham no exterior...».

Cumpra-se!

«Quando um primeiro-ministro viola o seu contrato eleitoral, porque prometeu não aumentar impostos mas não hesita em fazê-lo, tem de ser demitido». 

Olha o pedófilo!

«Em crimes deste quilate, vigilância e mesmo restrições judiciais são necessárias (no exercício da parentalidade, no trabalho com menores, etc.). Mas essa vigilância não cabe a vizinhos, curiosos ou turistas».