Vitória de Passos? Não, vitória de Vítor Gaspar

«Esta é a perspectiva que importa não perder quando, durante os próximos tempos, tudo o que é galo começar a cantar vitória (e Paulo Portas, o homem que fumou o orçamento mas não inalou, foi o primeiro a saltar para o poleiro). É que Vítor Gaspar, enquanto ministro das Finanças, tem uma missão precisa, que tem vindo a desempenhar com grande competência: safar o país».

RTP: Miguel Relvas continua a comprometer

Depois de várias trapalhadas e da TAP, o falhanço da privatização da RTP prova que o Governo está esgotado e continua vergado às mãos dos lóbis que levaram o país ao abismo, entre os quais os dos patrões da comunicação social, que continuam a sobreviver à custa dos contribuintes e de mais ou menos maladas de dinheiro sujo. Subsidio-dependência, protecção política e concorrência é só para os outros sectores.

Miguel Relvas, o apelidado super ministro de Pedro Passos Coelho, mais parece um secretário de Estado de terceira linha, qual principiante que promete o que não pode cumprir e que tenta fazer vingar o que não tem capacidade para levar por diante. Assim, e exílio por exílio, mais vale um dourado, mas quentinho.

Os vermes do costume

Há muito tempo que o país já percebeu que existe Vítor Gaspar e o resto do Governo, ou seja, o ministro das Finanças continua a gozar de uma credibilidade que falta a Pedro Passos Coelho, a Paulo Portas e aos restantes ajudantes. 

No momento do regresso antecipado aos mercados, a turba que andou a zurzir no ministro das Finanças, anunciando o caos, tenta agora disfarçar o rol de disparates que andou a vociferar, sabe Deus a mando de quem. 

Discursos da justiça

«Alguns debates sobre a Justiça no quadro das funções do Estado continuam a produzir notáveis momentos de hipocrisia».

A legitimidade perdida do Governo

«O Governo tem falhado, tanto na capacidade revelada para resolver os problemas, como na fidelidade aos seus compromissos».

O coro dos hipócritas

«O Parlamento indignou-se contra a Justiça por demorar a julgar o BPN. É espantoso como os deputados do PSD, PS e CDS conseguem dizer aquelas coisas todas sem corar».

Os mercados e a vida

«Por entre os trinados da informação docilmente oficiosa, Gaspar vive a sua semana de glória no mundo virtual marcado pelo ritmo do PSI 20 e pela permanente vigília das aplicações overnight».

O dito, o não dito e o reiterado

«No que se refere à crucial necessidade de conquistar credibilidade internacional para promover um regresso de Portugal aos mercados, porém, Gaspar continua com a sua ficha técnica praticamente imaculada».

Falar da crise

«A crise tornou-se, não apenas o abominável pano de fundo da nossa existência, mas ainda uma dimensão perversa e desestruturante da nossa vida individual e colectiva».

Maçonaria: Montenegro versus Zorrinho

O frente-a-frente entre Luís Montenegro e Carlos Zorrinho, na SIC Notícias, é um flagrante exemplo do mais indigente e nojento que existe na opinião política transmitida pelas televisões. Mas é muito mais: num país com uma maçonaria digna desse nome, no sentido lato, os dois líderes das bancadas parlamentares do PSD e do PS já eram. De facto, o centrão rima com Balsemão.

Os cortes e a Corte

«É ao nível dos grandes negócios de favor e da Corte indecente de privilégios que se deve provocar a diminuição da despesa do estado; antes sequer de se discutirem quaisquer novos cortes na saúde ou na educação».

Três dias às escuras

«O temporal do fim de semana fez prova da fraqueza da EDP».

Martin Luther King

«O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem carácter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons».

Fazer como Pilatos

«Se o Governo cometeu erros atrás de erros, o PS também não se comportou à altura, mostrando-se mais preocupado em antecipar o calendário eleitoral do que em apresentar propostas alternativas concretas».

Tesoureiros políticos

«A Justiça espanhola descobriu na Suíça uma conta bancária do tesoureiro do partido que agora está no Governo. Essa conta, que teve 22 milhões de euros, também servia de saco azul para compor os salários dos principais dirigentes».

O partido dos queques

«O PM representa apenas a mentalidade dos queques de Cascais, Restelo e Foz, que, nos anos 60, achavam que o Estado existia para os servir».

Históricos e Judas

«A PJ acabará 2014 com o mesmo efectivo de 1997».

A Educação em perpétua mudança

«O debate anda a ser feito sobre bases empíricas truncadas, distorcidas, ao mesmo tempo que se apresenta como imperativo algo que não se demonstra e se enunciam necessidades absolutas que se fundamentam com base no preconceito».

Consenso, modo de usar

«Votar, romper e fracturar é às vezes necessário e saudável. E um antídoto contra a paz podre».

Passos à beira do crime político

«O país está perante uma estratégia calculada, que tem muito mais de instrumental do que de ideológico. Incapaz de manter a imagem de liderança de uma equipa competente, coesa e limpa, o primeiro-ministro está a apostado no extremar posições que possam conduzir a uma demissão forçada que lhe abra a porta à vitimização».