Um respiro de alívio

«É estranho mas é assim: a Europa, à beira do abismo, respira de alívio com o seu provável destino».

A vidinha continua

Não faltam opiniões sobre o caso que liquidou politicamente Miguel Relvas, que destruiu a credibilidade que restava às secretas, que envolveu o jornal e uma jornalista do Público, em síntese, não falta paleio sobre o que já se sabe há muito tempo. O que faz falta é opinar sobre o essencial: o que vai acontecer à jornalista Maria João Oliveira?

É só fazer as contas…

«Ou Passos Coelho se enganou nas contas, ou então iludiu-nos com os números. 4 mil milhões poderiam parecer 30%. Mas são apenas 10% de 40 mil milhões».

Uma pergunta de boa-fé

«O procurador-geral da República, Dr. Fernando Pinto Monteiro, e a coordenadora do DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal), a procuradora-geral adjunta Dra. Maria Cândida Almeida, foram pessoalmente informados, antes da assinatura dos contratos, do caso da renegociação das seis subconcessões rodoviárias, em parcerias público-privadas, do Baixo Tejo, Litoral Oeste, Algarve Litoral, Baixo Alentejo, Douro Interior e AE Transmontanas?».

Notas breves

«Como se esperava a entidade reguladora para a comunicação social concluiu após “porfiadas e diligentes investigações” que Relvas não fez pressões ilícitas sobre o Publico nem sobre a jornalista Maria José Oliveira, a única vítima de toda esta história».

Milhões de emplastros

«E, portantos, prontos!, meias-finais. Vitória. Festa do Solstício no Marquês de Pombal, na Avenida dos Aliados, em Coimbra, menos nas cidades onde não há directos televisivos. Festa sentida, mas muita para as televisões».

Liberdade de pressão

«Ainda tive um bocadinho de esperança de estar enganada. E até gostaria de poder fazer um acto de contrição por causa de tudo o que escrevi sobre o caso ERC/ /Relvas/Público, se não se tivesse passado exactamente a palhaçada que antecipei há umas semanas».

A chama acendeu-se

«A Selecção dobrou esta noite o Cabo da Boa Esperança, e jamais os checos fizeram figura de Adamastor, nem mesmo enrolados nos seus cachecóis tão afamados».

As quatro regras d'ouro dos relatórios da ERC

«Os três membros nomeados pelo PSD acham que Miguel Relvas é inocente, os dois membros nomeados pelo PS acham que é culpado».

Deliberações

«A deliberação da ERC sobre o caso Miguel Relvas está certa ou errada? Peço desculpa, essa não é a questão. A questão está em saber se uma ‘entidade reguladora’ onde o governo meteu o seu dedo pode dar palpites sobre comportamentos de membros desse governo».

No centro da democracia, a cultura

«Não, não é uma questão de contas. É uma questão de princípios, de mais ou de menos democracia, de respeito por todos e pelos seus direitos».

Inutilia truncat

«Nenhum país se mantém inalterado 100 anos. Assim que não faça sentido que se mantenham abertos tribunais que autuam 200 ou menos processos por ano».

Missão extraordinária para um Presidente normal

«François Hollande está assim, como queria, face ao povo francês e às expectativas que lhe prometeu concretizar. Mas terá de o fazer sem esquecer a alquimia constitucional que lhe permite alcançar este resultado com 29,2% dos votos expressos (e 19,6% dos votos dos eleitores inscritos) na primeira volta das eleições legislativas».

A entrevista

«Confesso que não percebi a entrevista dada por Paulo Pereira Cristóvão. Estava a vê-la e não pude deixar de recordar uma outra em tudo idêntica, dada por Gonçalo Amaral durante o caso Maddie».

O local do crime

«A inspecção ao local do crime tem um papel decisivo na investigação criminal dos chamados crimes de "cenário", pois contém uma multiplicidade de vestígios cuja atempada e correcta recolha faz a diferença entre o sucesso e o fracasso da investigação».

ERC lava mais branco + História tristíssima

Comentário Constança Cunha e Sá

Negócio com salto à Vara

A OPA da Camargo Corrêa sobre a Cimpor foi um êxito. Este é um dos negócios mais extraordinários de Portugal. E é mais: é mais uma machadada na credibilidade do governo de Passos Coelho e Miguel Relvas.

Luanda aos tiros e Portas caladinho

Em Angola continua a imperar a lei da bala e a limitação do trabalho dos jornalistas. Nada que mereça, até ao momento, uma posição do ministro dos Negócios Estrangeiros, já que não se espera um milagre da parte da CPLP. Os trocados que os angolanos investem em Portugal continuam a ser suficientes para calar muito boa gente, entre os quais se destaca Paulo Portas. Até a diplomacia parece estar em saldo.

Indigno

«Sem surpresa, Cavaco Silva promulgou ontem as alterações ao código de trabalho. Uma decisão alinhada com a história da economia política e moral do cavaquismo, com as forças sociais que sempre o apoiaram, com a troika e o seu governo, com o tipo de economistas que sempre promoveu e com a habitual hipocrisia à mistura».

Um presidente fraquinho

«A promulgação da revisão do código de trabalho foi mais um acto de fraqueza moral de Cavaco Silva, cuja popularidade é aquela que sabemos».