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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Cartão do eleitor: erro ou chapelada?

Depois da monumental barraca no dia das eleições presidenciais, que o governo arrumou inacreditavelmente com a demissão de um director-geral, surge agora a intenção de
extinguir o número de eleitor, substituindo-o pelo número de identificação civil. Na actual conjuntura, em que parece valer tudo para manter o poder, a intenção agora avançada deve merecer o maior escrutínio.

Face Oculta: o poder e a Justiça

É mais um dos processos mediáticos que vão fazer correr rios de tinta, com 36 arguidos que vão a julgamento, depois da conclusão do debate instrutório. Com José Sócrates de fora, e com as célebres escutas com Armando Vara a bailar de um lado para o outro, ao ritmo de diversos despachos judiciais, a primeira conclusão é simples: Em Aveiro, como noutras comarcas do país, há magistrados que não têm medo do poder, nem tão pouco desta espécie de poder em funções. e que não se vendem em troca de mordomias, nem se amedrontam com escutas, vigilâncias e perseguições. Também na Justiça, o país divide-se em dois: por um lado, os que querem trabalhar com condições e dignidade; por outro, os que fazem de conta, sempre fortes com os fracos e fracos com os fortes.

O aviso de Mário Mendes

"Há risco de favelas à volta de Lisboa".
Mário Mendes, in Correio da Manhã

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Media: estado de alerta

Estamos a entrar na fase política propensa às últimas negociatas. Tal como aconteceu no passado, com a esquerda e a direita no poder, o fim de ciclo que se aproxima, a passos galopantes, exige um escrutínio ainda mais apertado em relação a todas as decisões governamentais.

Tráfico de armas:três décadas para investigar

Ricardo Sá Fernandes continua a insistir na necessidade de uma investigação da maior relevância para compreender a evolução da Democracia portuguesa: «Portugal era referenciado como o paraíso do tráfico de armas no princípio da década de oitenta».

Post do dia

O segredo Socra-Cola.

PS a desfazer-se

Alfredo Barroso, in Jornal i

Desemprego: novo máximo

A escalada alucinante do número de desempregados continua a fazer vítimas em Portugal.
No 4º trimestre de 2010, a taxa atingiu os 11,1%.
Mais um recorde para o que resta deste governo e do primeiro-ministro (ainda em funções).
P.S. Basílio Horta é um pândego. Então não é que o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, que já foi do CDS/PP, tem dúvidas sobre se é bom para o país conhecer as análises do Banco de Portugal. Será que também é prejudicial que o INE revele os desgraçados números do desemprego?

O assalto ao BCP

O consulado da maioria socialista — a absoluta e a relativa —, ficará na história da democracia, seguramente por boas, mas sobretudo pelas más razões. Não é todos os dias que um ex-ministro das Finanças afirma que a «Caixa Geral de Depósitos financiou o assalto ao BCP, com luz verde do Governo e apadrinhada pelo Banco de Portugal, pela CMVM e pelo ministro das Finanças[Teixeira dos Santos». "E la nave va", não é? 

P.S. E a falta que faz, hoje, Vítor Constâncio...

Recessão e comunicação governamental

Mais uma vez, o primeiro-ministro utilizou a táctica habitual para tentar diminuir o impacto das más notícias sobre a economia e as finanças. Um par de dias antes do discurso de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, que confirmou que o país já está em recessão, José Sócrates desatou a fazer uma festa com o crescimento económico, beneficiando de um jornalismo acéfalo que se limita a papaguear os discursos governamentais (modelo da RTP).

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Francsico Louça: jogada de mestre

O líder do Bloco de Esquerda recuperou de uma só penada da derrota nas presidenciais. Ao apresentar a moção de censura, prestou um serviço ao país, clarificando a situação politicamente panatanosa que estava a asfixiar o debate público. E mais: encostou o PCP às cordas e conseguiu meter no mesmo saco o primeiro-ministro (Governo), Pedro Passos Coelho (PSD) e Paulo Portas (CDS/PP).
Agora, não há dúvidas relativamente a quem está a suportar a insuportável (des)governação socialista. E, a partir de agora, a oposição à direita do PS tem de comer e calar. Resta saber por quanto tempo.
P.S. O líder do maior partido da oposição tem de tirar consequências do tacitismo que está a liquidar a normal alternância democrática. Ao não liderar a oposição, como lhe compete, Pedro Passos Coelho foi obrigado a andar a reboque e a engolir (novamente) quem tanto tem criticado.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Crescimento económico: Mais do que copo meio cheio ou meio vazio

A revelação dos dados do INE relativos ao crescimento do PIB em 2010 fizeram regressar os truques de ilusionismo político do primeiro-ministro, que exultou com um crescimento de 1,4%. Aliás, não tarda nada, os cidadãos serão bombardeados com a a análise idiota do copo meio cheio ou meio vazio. Mas o que é realmente importante é sublinhar que o país não é viável com uma taxa de crescimento de 1,4%, tanto mais que o dinheiro que andamos a pedinchar por aí fora já ultrapassou os inimagináveis 8%.
Não será tempo de acabar com as meias verdades deste governo moribundo?

P.S. A contracção da economia no último trimestre de 2001 é um indicador preocupante. Para quem ainda tem dúvidas, basta uma rápida consulta das cotações bolsistas para perceber como é dramática a situação do país.

P.P.S. O choradinho oficial que anda por aí, a propósito dos recentes casos de idosos que morrem em casa, sozinhos e abandonados, é ultrajante, simplesmente ultrajante.

domingo, fevereiro 13, 2011

Democracia: ambiente pesado à portuguesa

Um dos maiores estrangulamentos da vida pública é a falta de renovação da classe política. Não faltam exemplos, desde Paulo Portas (CDS/PP), Alberto João Jardim (PSD Madeira), António Almeida Santos (PS), Carvalho da Silva (CGTP) e João Proença (UGT), entre muitos outros. Mas também não faltam ex-líderes que não saiem de cena, nem depois de serem dispensados por imposição constitucional e/ou vontade popular, como são os casos de Mários Soares e Jorge Sampaio (PS), Marques Mendes, Pedro Santana Lopes e Morais Sarmento (PSD), entre muitos outros. Afinal, e à falta de melhor, o espírito de missão e os sacrifícios da exposição pública não são assim tão pesados, pois não?

sábado, fevereiro 12, 2011

Quem tem medo do voto?

Uma estranha aliança surgiu: os fiéis de Sócrates, os inimigos de Pedro Passos Coelho e a corte do costume. Esta santa aliança, que no passado apenas tinham outras moscas com outros nomes, desataram a vociferar contra a moção de censura apresentada pelo Bloco de Esquerda, esquecendo que o país não aguenta mais esta governação de ilusões e mais negociatas de Estado.
Uns não querem perder o poder e as benesses; outros têm medo que o poder caia nas mãos de quem já os conhece de ginjeira; por último, os parasitas do costume querem evitar quaisquer mudanças que os coloquem em risco.
Por tudo isto, a opção política de Francisco Louçã teve três vantagens: não agradou a esta espécie de PS; incomodou o tacitismo da nova liderança do PSD; e agitou o chiqueiro em que a estabilidade está transformada.

Chamem o Figo

Apesar de Rui Pedro Soares, João Carlos Silva e Américo Tomati já não poderem dar uma mãozinha, e da PT e do Taguspark terem sido obrigados a operações mais cuidadosas, a situação complicou-se para o primeiro-ministro. Quase que apetece ironizar: Será que vamos ter, em breve, mais um pequeno almoço entre José Sócrates e Luís Figo?

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Moção de censura: os primeiros efeitos

A conferência de imprensa de Francisco Assis, a seguir ao anúncio da moção de censura ao governo, é um sinal importante do estado de pânico dos socialistas. E, nestas ocasiões, a linguagem política é muito reveladora. O PS que "exige" já lá vai. Agora, o líder da bancada parlamentar do PS "pede" aos outros partidos uma resposta rápida quanto possível à iniciativa do Bloco de Esquerda.

A luz ao fundo do túnel

Censura ao governo

José Sócrates teve a possibilidade de apresentar uma moção de confiança no Parlamento, de forma a renovar a legitimidade política. Perdeu uma oportunidade. E mais do que isso: revelou que o principal objectivo é manter o poder a todo o custo. Felizmente, o jogo democrático falou mais alto. O PCP ameaçou e o Bloco de Esquerda avançou: o governo vai ter uma moção de censura pela frente, no dia 9 de Março.

«Portugal não tem um governo, tem uma agência de publicidade»

É a declaração do dia, no Parlamento, de Paulo Portas. A resposta nervosa de José Sócrates é revelador de que a mudança já está em curso dos bastidores.

PGR tem responsabilidades por acção e omissão

Ana Gomes, in Conselho Superior da Antena 1