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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

quinta-feira, dezembro 31, 2009

Ponto de partida para 2010

No final de mais um ano, importa perceber por que vivemos tempos tão estranhos em que o adágio do oito ou oitenta insiste em estar permanentemente presente. Basta olhar à nossa volta. Aumenta o desemprego e os sinais exteriores de riqueza também; crescem os marginalizados e o protagonismo de várias causas das minorias; multiplicam-se os casos judiciais e as desconfianças sobre a Justiça; o Estado asfixia e protege os cidadãos; a segurança esmaga os direitos individuais e o terrorismo permanece activo; nunca se falou tanto em paz com tantas guerras activas. Muitos outros exemplos poderiam ser apontados para comprovar este paradoxo que nos faz pensar no que está a acontecer. Porventura, Portugal está a mudar ao ritmo do mundo. É uma novidade. Resta saber se é uma boa novidade.

quarta-feira, dezembro 30, 2009

Estádios à venda

E depois da festa... a factura continua a chegar. O Euro 2004, uma das grande obras balofas do guterrismo, continua a pesar nos bolsos dos contribuintes. Está à vista a política de fazer e depois alguém ter de pagar. José Sócrates terá aprendido alguma coisa desde 2004?

terça-feira, dezembro 29, 2009

Azeredo Lopes e Estrela Serrano ausentes

Os dois principais elementos da ERC não estão presentes nas audições de José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes, dando um sinal claro da importância que a ERC concede ao inquérito ao que se passou na TVI. Alguém está surpreendido?

O regresso do bloco central

Um novo desfile de vozes afinadas vão anunciar o apocalipse no caso de não haver acordo no próximo orçamento. Como se fosse qualquer coisa de dramático e inédito e não apenas uma forma da oposição parlamentar obrigar o governo a apresentar uma nova proposta.

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Pior é bem possível

António Ribeiro Ferreira (sic) in Correio da Manhã.

Código contributivo adiado

O governo vai ter de governar sem aumento de impostos, conforme o PS prometeu na última campanha eleitoral. Ao promulgar o adiamento do código contributivo, o presidente da República cumpriu o seu papel e a oposição obteve a sua primeira grande vitória: obrigar José Sócrates a cumprir as suas promessas. Vai ser difícil, mas tem de ser.

Mistério insustentável


Paulo Pinto Albuquerque (sic) in DN.

domingo, dezembro 27, 2009

A diferença na RTP

O apagão dos últimos dias, na zona Oeste, deu origem a um comunicado da EDP, ontem, garantindo que já tinha restabelecido a energia naquela zona. Hoje, cerca de 250 pessoas continuavam a reclamar pelo fornecimento de electricidade. O tratamento noticioso às 20 horas, dado por João Adelino Faria, foi exemplar. Aliás, não é por acaso que o espaço informativo "À Noite As Notícias", apresentado por João Adelino Faria e Hélder Siva, é o espaço de referência de informação da estação pública.

Derrubar Cavaco

sábado, dezembro 26, 2009

O melhor do espírito da blogosfera

Livre, implacável e com direito a resposta: O post e os comentários.

Natal é todos os dias

O primeiro-ministro dirigiu-se ao país para desejar as Boas Festas a todos, mas a verdade é que apenas falou para alguns, certamente com mais sinceridade política do que quando passou pelo Palácio de Belém. O discurso ensaiado, do ponto de vista do marketing, deve ter entusiasmado a corte do costume, mas será que o povo que passou um ano terrível e se prepara para enfrentar um ainda pior conseguiu alcançar tanto optimismo e confiança?

quinta-feira, dezembro 24, 2009

Notícia de fim de ano

Estou extasiado com a notícia que está a marcar o fim de mais um ano triste e duro para os portugueses. Aparentemente, o PS está dividido por causa dos ataques ao presidente da República... Será que estamos perante uma minoria silenciosa, com candidatura a Belém?

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Boas Festas: São Bento versus Belém

A cerimónia oficial de apresentação de boas festas ao presidente da República foi um hino ao momento institucional e político, pelo que vale a pena medir cada palavra e observar a expressão facial e até as mãos dos dois players.
P.S. Descubra as diferenças entre os videos da RTP e da página oficial da presidência (sobretudo a constatação do facto da legendagem da estação pública de televisão).

Escutas e Pai Natal

Há mais de 30 dias que o país vive à espera da posição do procurador-geral da República, Fernando Pinto Monteiro, sobre a divulgação dos despachos que arquivaram o caso das escutas das conversas de Armando Vara com José Sócrates. E a ilusão magistralmente criada até chegou a gerar expectativas. Deve ser do espírito natalício.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Truques políticos já não pegam

Já todos perceberam que o governo vai ter de continuar a ser governo nos próximos tempos. E as sondagens, o que vai ser das sondagens?

Gripe A: Instituições sem credibilidade

Depois do falhanço da sensibilização para a vacina da gripe A, as autoridades da saúde anteciparam a fase de vacinação das crianças, deixando os portugueses ainda mais estupefactos. O problema é bem mais grave do que aparentemente se pode julgar. Os portugueses já nem acreditam, nem confiam nas autoridades. Eis uma questão que deveria fazer pensar os governantes e decisores públicos.

sábado, dezembro 19, 2009

Governo minoritário... é bom

A reacção do PS às palavras do Presidente da República, através de Sérgio Sousa Pinto (momentaneamente ressuscitado), já não causam qualquer surpresa. E o estilo mais intempestivo não compromete a tese que que um governo minoritário pode ser a melhor forma de defender as minorias e as causas fracturantes, como o casamento gay, entre outras. Muito pelo contrário, como se está a comprovar. A seguir, venha a eutanásia. Agora, só falta começar a governar e a resolver os graves problemas do quotidiano dos portugueses: desemprego, cuidados de saúde, acesso à justiça, etc. É difícil, pois é. Mas vão mesmo ter de governar enquanto Aníbal Cavaco Silva estiver em Belém. E com muito juizinho para não sacrificar ainda mais os portugueses.

sexta-feira, dezembro 18, 2009

A defesa e Lopes da Mota

«Em tudo o que é Comunicação Social, a partir de Janeiro, foi sendo reiteradamente dito que havia pressões da hierarquia do Ministério Público sobre os magistrados do processo "Freeport". Se eu conheço bem – e conheço! – a hierarquia do Ministério Público, só podiam estar a referir-se ao senhor procurador-geral da República e à senhora directora do DCIAP e, portanto, não vale a pena nós andarmos a fazer de conta que não percebemos. Aquilo que foi dito, meses a fio, até 31 de Março, é que o senhor procurador-geral da República e a senhora Drª. Cândida Almeida estavam a exercer pressões sobre os procuradores do processo "Freeport" para o arquivarem, fazendo um favor ao engenheiro Sócrates. Ponto final.
Não é uma acusação muito grave. Foi o que aconteceu continuadamente em toda a imprensa. Não estou a fazer uma acusação. Estou a fazer de porta-voz de tudo o que apareceu na imprensa ao longo de vários meses. Não estou a dizer nada de novo. A partir do dia 31 de março, deixou de haver qualquer referência a pressões por parte da hierarquia do Ministério Público sobre os procuradores do caso "Freeport", e essa hierarquia foi substituída por outro rosto e por outro nome: Dr. José Luís Lopes da Mota. A partir daí, já não havia pressões da hierarquia sobre os procuradores do caso "Freeport". A partir daí, o que havia era o Dr. Lopes da Mota. Parágrafo».

Magalhães e Silva (sic), advogado de procurador-geral adjunto Lopes da Mota, no dia 17 de Dezembro de 2009, após ter sido divulgada a sanção disciplinar do Conselho Superior do Ministério Público.

Paulo Rangel é a solução para tirar o maior partido da oposição da letargia política. É uma espécie de sintese entre Marcelo Rebelo de Sousa e Manuela Ferreira Leite, tem discurso e projecto e (aparentemente) ainda não passou pelos jantares de Ricardo Salgado. Tem ainda um factor simbólico a seu favor para o partido: é do Porto.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Bad feeling

Ao sentir a terra a tremer, ontem, ainda julguei que era o princípio de mais uma crise institucional por causa da decisão escandalosa do Conselho Superior do Ministério Público de suspender Lopes da Mota por apenas três meses. As pressões sobre magistrados não abalam as consciências deste país minoritariamente socialista.
P.S. Afinal, era a terra a tremer.