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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

domingo, abril 23, 2006

A alavanca

A cena do countdown da abertura do casino de Lisboa foi hilariante. Este ministro da Economia não existe. Não há assessor que lhe explique que há fotos que não ficam bem na secretária do gabinete?

O disparate com tempo de antena

Daniel Oliveira, no Eixo do Mal, na SIC Notícias, consegue oscilar entre o disparate e o melhor. Este deve ser o objectivo de qualquer membro do programa, mas há afirmações que são demais. O representante do Bloco de Esquerda está indignado pelos jornalistas não estarem presentes no Parlamento durante as sessões de sexta-feira de manhã. Obviamente, Daniel Oliveira não referiu quantos deputados estão presentes naquelas sessões, nomeadamente os do Bloco. Era uma informação que podia fazer toda a diferença. Felizmente, Luís Pedro Nunes, jornalista do Público, na versão do Inimigo, esteve à altura da provocação. Então para que serve o canal Parlamento?

PS. Um tal Júdice (não sei o nome completo) está indignado com a comunicação social porque não conseguiu compreender, durante 24 horas, qual o tipo de arma que esteve envolvida no ataque ao presidente da junta de freguesia da Pena. Palavras para quê?

PPS. Clara Ferreira Alves é um desperdício. Não se pode ficar pelas suas excelentes colunas na Única?

Mudança


Vinte anos após o acidente de Tchernobyl, José Sócrates quer um debate sobre energia nuclear, em Portugal. Para trás fica a declaração do primeiro-ministro, em Fevereiro, em como o nuclear não fazia parte da agenda do governo.
Na verdade, o compromisso solene de José Sócrates, na Assembleia da República, é anterior à vertiginosa subida do preço do crude. Mas no momento em que o fez era mais fácil ocorrer uma escalada dos preços do que a descida das cotações do ouro negro, pelo que não é argumento suficiente para mudar de opinião o facto do barril de petróleo ter ultrapassado os 70 dólares. Aliás, ainda que erradas, as previsões orçamentais são a melhor demonstração de que o governo sempre esperou por uma subida do preço do petróleo nos mercados internacionais.
José Sócrates poderia ter reforçado o seu empenhamento nas energias alternativas e limpas, anunciando mais incentivos fiscais, entre outras medidas, de forma a diminuir a dependência do petróleo.
Face a um poderoso lobbie a favor do nuclear, formado em torno de Patrick Monteiro de Barros, porventura o mais patriota dos empresários portugueses, sempre disponível para fazer investimentos que mais parecem obras de caridade, José Sócrates ainda não deitou a toalha ao chão, mas abriu o caminho para uma discussão que vai ocorrer num momento particularmente sensível e emocional. Afinal, é agora ou nunca. Há oportunidades que podem não se repetir. Sobretudo para fazer o contrário do que se prometeu aos portugueses. Obviamente, fitas à parte.

sábado, abril 22, 2006

Ao nível do absurdo

O FCP é campeão. Está de parabéns. Mas é triste ver os atletas a celebrar o título sob a proibição de falarem à comunicação social. Enquanto o futebol português não se livrar desta gente, o pântano vai continuar a substituir o espírito do desporto-rei.

Uma declaração histórica


Carlo Maria Martini considerou que o uso do preservativo pode constituir nalgumas situações um mal menor. Ao abordar o flagelo da Sida, o arcebispo emérito de Milão afirmou que há que fazer tudo para combater a doença.
A declaração proferida ao semanário italiano L’Espresso, já correu o mundo. Mas não foi a única.
As posições do em relação ao aborto, às células estaminais, à fecundação assistida e as adopções são tão diferentes das ideias de Bento XVI que, agora, se pode ter uma ideia mais precisa de como seria diferente o discurso da Igreja se este cardeal tivesse sucedido a João Paulo II.

sexta-feira, abril 21, 2006

Da inabilidade ao choradinho

Cavaco Silva, na qualidade de Presidente da República e de Comandante Supremo das Forças Armadas, escolheu a Bósnia-Herzegovina como destino da sua primeira visita oficial ao continente europeu.


As considerações de apoio às missões internacionais das Forças Armadas portuguesas, num tempo de grande crise e aperto nas contas públicas, não podiam ser mais contraproducentes. O Chefe de Estado subestima a crise sentida no dia-a-dia dos portugueses. Quem está no desemprego, não tem dinheiro para pagar uma operação a um familiar ou sobrevive no limiar da pobreza não compreende de todo o discurso presidencial.
Vinte e quatro horas depois destas afirmações, Cavaco Silva lembrou-se que ainda existe outra questão que não considerou devidamente no momento das primeiras declarações: a crise nas Forças Armadas, que já deu origem a manifestações inéditas.
Cavaco Silva teve de recuar um pouco para afirmar que a resolução dos problemas financeiros de Portugal tem de envolver todos os sectores, mas acabou por salientar que existe compreensão das chefias militares para colaborar nessa tarefa. Ora, mais uma vez, Cavaco Silva revelou uma total inabilidade política, pois os movimentos de contestação têm sido levados a cabo pelas patentes mais baixas e intermédias. E para estes, nem uma palavra.
A desorientação do Presidente foi evidente. Talvez seja falta de traquejo. O que não foi lapso, certamente, é o aproveitamento da viagem para fazer demagogia e populismo. Ao confesasar ter sentido emoção por ter ouvido elogios aos militares portugueses, o Presidente não se equivocou. É o Cavaco Silva de sempre. Não mudou um milímetro. Infelizmente.

Assim (não) vai o caso

Maria Margarida Bacelar (relatora), Agostinho Soares Torres e José do Nascimento Adriano são os juízes desembargadores da 5ª secção do Tribunal da Relação de Lisboa que decidiram não tomar conhecimento do incidente suscitado pelos jornalistas do 24 Horas destinado a impedir a abertura dos computadores apreendidos no caso Envelope 9. Os jornalistas vão recorrer desta (não) decisão para o Supremo Tribunal de Justiça.

World Press Cartoon

464 trabalhos de 213 cartoonistas de 48 países, sob a batuta de António, no Centro Olga Cadaval, em Sintra, até 20 de Maio. Um cheirinho dado pelo Blog da Sabedoria.

Sem comentários

Alberto Costa não comenta chumbo da audição de Santos Cabral.

Voilà

Uma boa síntese

Até tu, Vital?

A criticar o PS por ter impedido a audição de Santos Cabral

A não perder

Democracia à Parque Mayer

Elibateth II

Oitenta anos de história do Reino Unido.

A notícia do dia

Lá estamos outra vez na questão dos métodos.

O despertar do sonho rosa

Acabou o estado de graça de José Sócrates. É uma espécie de clique. E já está! De um momento para o outro, começa tudo a correr mal. A falta de quórum no parlamento, a crise internacional do Irão, o aumento do preço do petróleo, o devastador comunicado do Banco de Portugal, os relatórios do FMI e da OCDE, os números do desemprego em já que ninguém acredita e a balbúrdia da aprovação parlamentar da lei da paridade são alguns dos exemplos de como tudo pode começar a ruir num ápice. E o que ainda está para vir...
A partir de agora, acabou a eficácia do período de propaganda. E de encantamento, por exclusão de partes, de que o líder do governo tem usado e abusado.
Os portugueses têm de entrar na real quanto mais cedo melhor. E não vai ser fácil, pois não?

quinta-feira, abril 20, 2006

01:02:03 04-05-06

Uma atenção demais.

Assim vai o estado das democracias

É a mais surrealista polémica na Europa.
Uma coisa à africana, comentou um amigo meu.
À americana, queres tu dizer, retorquiu uma amiga comum.
Uma coisa à alfacinha, digo eu.

Pragmatismo

Serguei Kisliak, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, afirmou que a posição da Rússia sobre o programa nuclear iraniano depende do conteúdo do relatório que será apresentado pelo director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Mohamed El Baradei, de acordo com uma notícia da Agência Lusa. Tal como aconteceu no Iraque, depois de muita retórica, os russos vão afinar pelo tom do clube dos países nucleares.


Uma coisa é assumir um papel de charneira na actual crise internacional, outra é permitir a existência de vizinho a sul com capacidade para enfraquecer a sua posição estratégica numa das zonas mais sensíveis do planeta. Ainda que o Irão possa ser, agora, o principal inimigo dos Estados Unidos da América.

Exemplar



A imagem de alguns jovens a serem agredidos por um agente da PSP é chocante. Até pode não ser novidade, em Portugal. Mas uma declaração, para a SIC Notícias, de um oficial da corporação a admitir o erro e a prometer um inquérito exemplar revela que alguma coisa está a mudar sob a liderança de Orlando Romano.

última hora

O presidente Bush mandou publicar a lista dos presos em Guantánamo, como refere o Público.