A máquina de usar pessoas

«Usar os estágios para substituir o emprego, mascarar o desemprego, desincentivar a contratação e baixar o nível salarial é transformar o mundo do trabalho numa grande máquina de usar precários, pessoas».

Escrutínio directo

A turistificação

«Importa perguntar: e agora, fazemos o quê com o estatuto de nação sexy? Abrimos mais restaurantes, mais hotéis de quatro, cinco e seis estrelas, mais hostels porta sim, porta sim, montamos mais esplanadas, abrimos ainda mais lojas de souvenirs decoradas com Nossas Senhoras e galos de Barcelos?».

A lamentável demissão do Estado

«Se pedirmos nesta coluna exemplos onde o Estado esbanja dinheiro, em poucos minutos os leitores citarão uma mão-cheia de casos. E apesar de estarmos perante desperdício do dinheiro dos contribuintes, o Governo (este ou outro) não tem coragem para cortar essa despesa. O problema é que o dinheiro que se gasta (mal) em certas áreas faz falta a outras. Exemplos? Remuneração da poupança».

As outras presidenciais

«Falemos então de presidenciais... americanas. Ao contrário das portuguesas, arriscam-se a ser das eleições mais monótonas do milénio, de forma que podemos despachá-las já».

A lição espanhol

«A gula de poucos sobre os recursos de todos é o denominador comum da crise que criou os Podemos deste mundo. Por cá, temos os mesmos escândalos, mas desconfia-se da justiça. Temos a mesma gula, mas fizemos dela favores entre amigos».

A angústia de Silva Lopes

«Ouvi-o várias vezes expressar essa dificuldade numa frase singela mas sentida: "Tenho o coração à esquerda e a cabeça à direita».

Vanessa já defende a realização de primárias para escolher o próximo namorado

«– Acho que o meu sistema de escolha de namorados tem de mudar radicalmente. Preciso de inovar, de mudar a forma de fazer as coisas. O que até agora resultou já não resulta. Estamos num novo tempo. E eu reconheço que as fórmulas que tenho usado até aqui não galvanizam, não atraem os melhores.

– Mas o que queres então fazer?

– Quero fazer primárias! Primárias para a escolha de candidatos a namorados!

– Primárias? Primárias para escolher namorados?».

A austeridade era inevitável? Era!

«Com o aproximar das eleições aumentam as críticas à austeridade dos últimos quatro anos. A ideia é fazer crer que era possível ultrapassar a falta de financiamento externo sem medidas dolorosas».

Somos todos responsáveis

«Com o sistema de proteção de menores numa situação "preocupante e emergencial", assim a classifica o sempre ponderado juiz Armando Leandro, iremos assistir a mais dramas como os de Oeiras e de Loures?».

Os cidadãos à procura da política

«Estamos a discutir as presidenciais porque isso, pelo menos, parece ser um acto político e parece ter um cheirinho de oposição».

O milagre dos juros

«Quatro anos após a intervenção da troika, os credores que em 2011 levavam couro e cabelo para comprar dívida portuguesa já aceitam pagar para ter obrigações lusas a dois anos».

Presidenciais 2016: do hilariante ao grotesco

Começa a ser hilariante, e até grotesco, assistir ao espectáculo dos candidatos a candidatos às Presidenciais de 2016 a desfiar "análises" nos seus respectivos espaços de opinião sobre os candidatos que já assumiram a intenção de se candidatar.

Guerra Civil

«Lê-se e não dá para acreditar: almoça-se fora, por exemplo, pede-se fatura e recebe-se uma notificação das finanças para pagamento das dívidas desse estabelecimento! Na prática, é uma penhora de créditos, mas o cliente fica a saber que aquele restaurante ou loja tem dívidas. Ou seja, com uma mão, o Fisco cria uma lista VIP, com outra persegue, expõe e vexa».

Já agora, não se pode exterminá-los?

«Esta gentinha, dentro ou nas bordas do maldito Estado, como se viu no fisco e nos vistos gold, protege e alimenta quadrilhas de corruptos que engordam de forma obscena, à vista desarmada dos pobres e desgraçados indígenas».

Até onde queremos saber?

«Ricardo Salgado e José Sócrates não atuaram sozinhos. Chefiaram redes de poder e compromisso com ramificações partidárias e económicas transversais. A sua ação foi acompanhada por dezenas de coautores diretos. A pergunta que devemos fazer não é a de saber se alguma vez estes homens dirão tudo o que sabem. A pergunta correta é a de saber quantas pessoas e forças estão interessadas em garantir que eles permaneçam em silêncio».

A casa da Rússia

«Uma parte da Ucrânia preferiu a Rússia à UE e, por causa disso, entrou numa guerra civil. Agora, até um país da UE, a Grécia, considera a possibilidade de entrar para a esfera de influência da Rússia. Não vale a pena dizer que a culpa é da esquerda radical que por lá governa. A esquerda radical jamais seria eleita não fosse o programa radical que a troika impôs à Grécia. E nunca se lembraria de olhar para a Rússia se a UE tivesse decidido respeitar o resultado das recentes eleições no país: o Syriza não teve 36% dos votos porque 36% dos gregos se tornaram esquerdistas radicais; teve-os porque pareceu a muita gente bem moderada que elegê-lo era a melhor forma de travar o radicalismo da troika».

Crápulas

«O que importa é que não pedi nem recebi nada do antigo primeiro-ministro, muito menos apoio financeiro para qualquer campanha eleitoral – que, aliás, aceitaria de bom grado desde que estivesse dentro da legalidade. E, já agora, devo dizê-lo também, Sócrates também nunca me pediu nada – ou melhor, a única coisa que ele me pediu foi que eu fosse candidato nas listas do PS mas eu recusei».

Varinha mágica

«Ricardo Sá Fernandes, assumindo a sua condição de maçon, defende que os seus irmãos também a devem revelar quando estão em cargos políticos e públicos».

Andaram a assobiar para o lado

«O Governo aprovou, na semana passada, a chamada "reforma da água", procurando transmitir para a opinião pública a ideia de que os fundamentos da mesma são a racionalização económica».