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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

terça-feira, setembro 08, 2009

Louçã vs Sócrates: quem tem medo...

A corrupção foi a grande ausente do debate entre Francisco Louçã e José Sócrates. Uma estranha (e oportuna?) omissão da RTP e da parte dos dois intervenientes. Em relação a José Sócrates até se entende. Mas da parte de Francisco Louçã não se compreende, sobretudo depois de tudo o que disse e fez no Parlamento em prol do combate contra a corrupção. Terá sido medo de pronunciar a palavra Freeport? Ora, quem tem medo não ganha. Pode ser suficiente para o líder do Bloco retirar a vitória a José Sócrates, mas esperava-se mais.
P.S. Judite de Sousa esteve mal, sem qualquer timing na condução do frente-a-frente.

O caso Freeport virou tabu

A pré-campanha eleitoral está a decorrer de uma forma estranha. Os debates televisivos estão a passar escandalosamente à margem da corrupção e até do licenciamento do empreendimento de Alcochete. Lembram-se do "Caso Moderna" e do envolvimento do ministro Paulo Portas? Apesar de ter sido apenas arrolado como testemunha, o que dizia, em 2002, na RTP, o então deputado socialista José Sócrates: «Não tem prestígio e credibilidade. Devia demitir-se»

segunda-feira, setembro 07, 2009

Paulo Portas: A revelação da campanha

Paulo Portas está diferente, com uma determinação imparável! É verdade que continua calculista e com tiques eleitoralistas, mas isso não o minimiza em relação aos outros candidatos. Para o eleitor médio, Paulo Portas tem sido uma revelação. Não por causa das últimas sondagens, mas pelo que tem feito e dito, com retorno nas conversas do dia-a-dia. E pela brilhante prestação no debate com Jerónimo de Sousa, que também esteve à altura.

PS. Clara de Sousa esteve impecável!

Em estado patente

«Não sei se a verdade é graça divina ou não, mas que ele não tem a patente... ah... isso... está patente que não tem».
João Carvalho, in Delito de Opinião.

Campanha aquece o caldeirão

José Sócrates diz que a verdade "não é graça divina ou patente registada". Diz bem o candidato a primeiro-ministro. Se assim fosse este mandato teria sido um inferno ou o período em que a contrafacção política mais defraudou as expectativas dos portugueses.

domingo, setembro 06, 2009

TVI: A ladainha do costume

Mais uma vez, depois de um escândalo que afectou o governo, lá começou a ladainha sobre a qualidade do jornalismo. É uma fatalidade! O mais curioso é que os guardiões do templo (o deles, obviamente), sempre os mesmos, nunca se mostraram rogados em repetir, citar e aproveitar as 'cachas' do tal jornalismo da TVI que, agora, consideram selvagem e gratuito. Não há limtes para esta gente. Espero que não sejam perseguidos e afastados por uma nova eventual maioria política. E se assim acontecer, lá estarei na primeira linha em sua defesa. Quanto ao resto, o fundamental é a liberdade de poder escolher entre o bom jornalismo e o mau jornalismo e, sobretudo, rejeitar o pseudo jornalismo dos incompetentes ou dos criados do poder.

Manuela Ferreira Leite surpreende Francisco Louçã

Foi o melhor debate. Uma enorme surpresa, que mereceu toda a atenção. A diferença entre duas forças políticas, entre duas personalidades, ficou esbatida pela concordância de Manuela Ferreira Leite em muitas questões civilizacionais. Francisco Louçã foi apanhado de surpresa. Ainda mais interessante foi a comprovação que caminhos antagónicos, duas alternativas, podem ter o mesmo objectivo.

PS. Constança Cunha e Sá fechou o debate como devia: com o escândalo da TVI.

Freeport vs José Sócrates: E a celeridade?

Um exercício simples sobre a actualidade política:
1) O que teria acontecido se Pedro Silva Pereira, braço direito e esquerdo do primeiro-ministro, tivesse sido ouvido em sede inquérito do Freeport antes das eleições, com Manuela Moura Guedes a apresentar o "Jornal Nacional de Sexta?
A resposta é simples: a sentença de morte política de José Sócrates.
Agora, vejamos o cenário actual:
1) O "Jornal Nacional de Sexta" está suspenso;
2) Na guerra do Freeport entra um amigalhaço que, com toda a legitimidade processual, suspende o processo com um incidente de suspeição sobre os magistrados;
3) Pedro Silva Pereira, ministro da presidência, entre outros, não vai ser ouvido antes das eleições;
4) A tese da cilada entra em força (porventura, ainda está para vir mais!).
Conclusão: Quem salvou os estragos com o escândalo da TVI?
P.S. E a celeridade na prometida avaliação do Conselho Superior do Ministério Público sobre a evolução da investigação do Freeport nos últimos quatro anos e meio? Ficou na gaveta? Também é só para depois das eleições?
Há silêncios que também dizem tudo!!

Um dia para a história

José Sócrates faz 52 anos.

sábado, setembro 05, 2009

Marcelo & Vitorino

O regresso da dupla foi oportuna. Na RTP é preciso ter comentadores com capacidade para falar claro e sem medo. Aliás, é nestes momentos que Marcelo Rebelo de Sousa faz a diferença.

TVI: Terá sido Manuela Ferreira Leite?

O governo está a acabar o mandato como começou: com cinismo e hipocrisia políticas sem paralelo, sempre entre a máxima arrogância e a descarada vitimização. Agora, com a insultuosa tese da cilada, só falta mesmo responsasabilizar a líder do PSD pela suspensão do "Jornal Nacional de Sexta". O desnorte é tal que ainda estamos a tempo de assistir a outras 'novas fronteiras' dos que, repentinamente, acordaram para a defesa da liberdade de imprensa, expressão e opinão.

sexta-feira, setembro 04, 2009

Obviamente, Miguel Paes do Amaral

As declarações de Miguel Paes do Amaral sobre o escândalo TVI fazem parte do nonsense que faz recordar o melhor stand-up comedy, apenas mais um episódio do insignificante roteiro oportunístico.

quinta-feira, setembro 03, 2009

A contra-campanha

Uma lição de análise e gestão de crise seria suficiente para calar quem duvida da intervenção governamental no afastamento de José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes pela simples razão de José Sócrates e o PS serem aparentemente os mais prejudicados. De igual modo, é de desconfiar quem só considerou grave a situação por se estar em período pré-eleitoral. Por último, o fantasma da ordem ter vindo de Espanha só é para dar uma boa gargalhada.
P.S. A declaração do secretário-geral do PS um minuto antes do início do debate à esquerda está ao nível da sua falta de cultura democrática e do desnorte socialista.

É esta a esquerda?

Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa conseguiram a proeza de fazer um debate de 45 minutos sem referir um dos maiores ataques à liberdade de imprensa desde o 25 de Abril.
P.S. Faltou uns óculos escuros a Clara de Sousa.

TVI: Sócrates perdeu as eleições

«Jornal de Moura Guedes suspenso e direcção de informação demite-se».

Reacções (em actualização)

«PCP atribui suspensão do Jornal da TVI ao incómodo do Governo e Sócrates», in Público.

«Presidente da ERC considera cancelamento de Jornal de Sexta totalmente inaceitável», in TSF

«Moniz considera escândalo suspensão de Jornal Nacional», in TSF

«Comentários Simplex (1)», in Rua Direita.

«TVI: Paulo Portas diz que cancelamento do Jornal de Sexta é "ordem socialista" e "acto de censura", in Expresso.

«Crónica de uma derrota anunciada», in O Mundo Está Perigoso.

«Vasco Pulido Valente sai da TVI», in Expresso.

«Manuela Moura Guedes: "Temos pronta uma peça sobre o Freeport"», in Público.

«Morte por asfixia?», in Elevador da Bica.

«Morreu o contra-poder», in Civilização do Espectáculo

«Asfixia democrática?», in ABC do PPM

«Há asfixia democrática em Portugal, como acusa Manuela Ferreira Leite?», in Delito de Opinião.

«Tufão 'Manuela' na TVI», in Delito de Opinião

«Respeitinho», in Tomar Partido

Nervos a estalar

O dia informativo está a ser marcado pela alegação de que os assessores de José Sócrates pressionaram o empresário Alexandre Relvas, líder da Logoplaste, para ter cuidado com o que diz, de forma a não hipotecar as suas pretensões na posição que detém na REN, uma empresa de capitais públicos.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Sócrates versus Portas: ganharam os ausentes

Manuela Ferreira Leite, Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa são os principais vencedores do primeiro debate que colocou José Sócrates e Paulo Portas frente-a-frente. O Bloco e o PCP devem ter rejubilado com a euforia forçada e, sobretudo, com a delicadeza do primeiro-ministro em relação ao líder do CDS/PP. Por sua vez, os social democratas devem ter explodido de alegria com a visível tentação de Paulo Portas em não beliscar a remota possibilidade de um entendimento com o líder do PS, o que deixou o campo aberto ao voto útil à direita.
P.S. Custou ver Constança Cunha e Sá reduzida a um robot.

Delicadeza garantida em frente-a-frente

A expectativa em relação ao frente-a-frente entre José Sócrates e Paulo Portas está a aumentar. Além do esclarecimento das grandes questões, existe a curiosidade adicional de saber quem serão os eleitos do primeiro-ministro para mais um mea culpa em relação às dificuldades de comunicação dos últimos quatros anos e meio.
P.S. O debate vai ser na TVI, mas não nos estúdios da TVI.

Vantagem ou desvantagem?

Manuela Ferreira Leite não se pode dar ao luxo de mentir para ascender ao poder, de prometer o que não poderá fazer. A repetição do que se passou em 2005, com José Sócrates, seria um desastre para Portugal.

terça-feira, setembro 01, 2009

Arranjadinho e alinhadinho

A entrevista de José Sócrates a Judite Sousa serviu para o primeiro-ministro falar de Manuela Ferreira Leite. Foi um passeio, sem tensão, com espaço para tudo, até para tentar parecer o que nunca foi. A última parte foi brilhante, com sorrisos, e profissão de fé na justiça, que ignorou olimpicamente, nos últimos quatro anos, a busca da verdade no caso Freeport. Um primeiro-ministro assim, tão arranjadinho, só merece um Ministério Público eventualmente alinhadinho no topo.