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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher
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terça-feira, outubro 17, 2006
Não passa
O dirigente socialista Manuel Alegre criticou, através da página da Internet do Movimento de Intervenção e Cidadania, a redução de benefícios fiscais aos deficientes prevista no Orçamento do Estado para 2007.
Muito feio
O socialista e presidente da Câmara de Faro, José Apolinário, um delfim de longa data do primeiro-ministro, atirou-se à lei das Finanças Locais do número dois do governo socialista, António Costa. Um interessante resultado dos Prós e Contras, entre outros, nomeadamente a triste discussão entre autarcas e o ministro sobre quem tem maior legitimidade. É triste, mas é verdade.
Custa ouvir que cinco empresas públicas têm um endividamento maior que todos os municípios. Também custa ouvir os presidentes de Câmara a desculpar-se com a aprovação do poder central para justificar todos os crimes urbanísticos, entre outros, que se têm cometido a nível local.
No final do debate, ficou a sombria sensação que os representantes do Poder Local e da Administração Central repartem as culpas do estado a que chegou este debate, ou melhor, o país. Na verdade, em termos de gerais, os autarcas não são o paradigma da seriedade e da competência. Mas será que, nos mesmos exactos termos, os ministros de Portugal, do actual e dos governos anteriores, têm razões para sorrir?
Fátima Campos Ferreira esteve melhor, muito melhor: competente, firme e sem comentários ridículos. Apesar do ministro não ter gostado da distribuição de tempo, não te preocupes porque o teu trabalho foi honesto. Aproveita Fátima, enquanto não chega a nova Lei da Rolha.
Custa ouvir que cinco empresas públicas têm um endividamento maior que todos os municípios. Também custa ouvir os presidentes de Câmara a desculpar-se com a aprovação do poder central para justificar todos os crimes urbanísticos, entre outros, que se têm cometido a nível local.
No final do debate, ficou a sombria sensação que os representantes do Poder Local e da Administração Central repartem as culpas do estado a que chegou este debate, ou melhor, o país. Na verdade, em termos de gerais, os autarcas não são o paradigma da seriedade e da competência. Mas será que, nos mesmos exactos termos, os ministros de Portugal, do actual e dos governos anteriores, têm razões para sorrir?
Fátima Campos Ferreira esteve melhor, muito melhor: competente, firme e sem comentários ridículos. Apesar do ministro não ter gostado da distribuição de tempo, não te preocupes porque o teu trabalho foi honesto. Aproveita Fátima, enquanto não chega a nova Lei da Rolha.
segunda-feira, outubro 16, 2006
Um texto
O Mestre das Escaramuças,
por Antõnio Barreto
«O primeiro-ministro tem jeito. Talvez mesmo talento e intuição. Decidiu, desde o primeiro dia, surpreender e tomar a iniciativa. Nunca ir atrás do acontecimento, mas provocá-lo. Para tal, escolheu um método: designar o adversário, denunciar um privilégio, tomar uma medida e atacar com a lei. Tudo isto tendo ao seu serviço uma inédita concentração de poderes e uma imbatível organização de informação, mas reservando sempre para ele o início da operação e o anúncio da surpresa. Juízes, farmacêuticos, professores, deputados, médicos, advogados, reformados, idosos, autarcas e funcionários públicos sucederam-se na honrosa lista das corporações que importava apear dos seus poleiros. Apenas foram poupados os grandes grupos econõmicos, com os quais o governo entendeu estabelecer bases para uma aliança sõlida. Escolas de reduzida dimensão, "maternidades" e equiparadas, centros de urgência médica, tribunais e câmaras municipais foram apenas algumas das instituições visadas pela inesgotável energia reformadora do governo. Em muitos casos, o êxito foi imediato. A aspirina no supermercado foi louvada por quase toda a gente. Obrigar os professores a ficar mais tempo na escola foi visto como um gesto de sabedoria e autoridade. Fazer ajoelhar os autarcas de todo o país foi bem visto e mais bem comentado nos salões e cafés. E muitos foram os que acharam "bem feito" ter-se tirado um mês de férias aos magistrados que, supostamente, gozariam dois ou três. O problema é que chegou a vez dos grandes números: mães e pais, idosos, professores, doentes, pensionistas e funcionários públicos, somados, fazem muita gente. José Sõcrates vê-se agora obrigado, não mais a seleccionar alvos de estimação, mas pura e simplesmente a olhar de frente para toda a população.
Até agora, temos estado perante uma estratégia consolidada e deliberada. A autoridade do primeiro-ministro sobre os seus ministros é indiscutível, como talvez não se tenha visto em Portugal há várias décadas. A organização da propaganda e das relações públicas, servida por centenas de profissionais, tem-se revelado impecável. A nomeação de inimigos, privilegiados e culpados, tem seguido um método eficaz. é o género de pessoa que, de manhã, quando se levanta, deve perguntar-se: "Com quem é que me vou meter hoje?". O seu método da acção tem destroçado os adversários políticos: inunda o país de medidas, semeia escaramuças em todas as esquinas e reserva sempre a iniciativa para si. Concede a despenalização do aborto ao Partido Socialista, mas não lhe dará absolutamente mais nada. Vai oferecer o que pode à Igreja Catõlica, na educação, na segurança social e no patrimõnio, para compensar a interrupção voluntária da gravidez. A alguns socialistas mais fiéis vai dar uma regionalização, que prepara sub-repticiamente, com o que espera compensar os mortos e feridos das finanças locais. Procura a empatia e a colaboração do Presidente Cavaco Silva, mas sabe o perigo que corre: este, quando lhe disser "não", terá tanto mais autoridade quanto lhe terá repetidamente dito "sim".
Reconheça-se que, entre tantas medidas e no meio desta pletora de intenções, há muito que se aproveite. O controlo da despesa pública, a poupança no gasto, a austeridade nos serviços públicos, o remendo da Segurança Social e a ordem nas escolas, por exemplo, implicam dispositivos e determinações cuja bondade, geralmente imposta pela necessidade, é indiscutível. Mas, com o tempo, tem-se também percebido que a técnica do primeiro-ministro se tem limitado ao superficial. Nunca ir até ao fim parece ser a sua regra. Ferir um pouco tudo e todos, mas nunca ir ao fundo das coisas, pois é aí que se fazem os inimigos irrecuperáveis. A actual reforma da Segurança Social, feita com vinte anos de atraso, é um exemplo interessante: foi obra das mesmas pessoas que, há meia dúzia de anos, fizeram uma outra, para Guterres e Sõcrates, considerada suficiente para "cem anos"! é um bom exemplo do que é a superficialidade.
Houve uma altura, aqui há uns meses, em que se chegou a pensar que o primeiro-ministro estava disposto a ultrapassar o efémero e o remendo. Mas agora as ilusões acabaram. A diminuição significativa da função pública e o congelamento dos vencimentos, por vários anos, não serão as suas políticas. A redução drástica das prestações sociais não será obra sua. A alteração radical da política de pescas e de fomento agrícola e hidráulico não terá a sua autoria. A nova política de fomento florestal não será elaborada nem posta em prática por este governo. A entrega definitiva das escolas às comunidades educativas e às autarquias locais não será feita por ele. A modificação da lei eleitoral e a consagração do princípio da eleição directa e nominal não serão realizações suas. Como sua não será a criação de õrgãos externos de controlo das universidades. Um cõdigo severo de incompatibilidades na acumulação de funções públicas e privadas na educação e na saúde não será aprovado por si. E a proibição de passagem promíscua de cargos políticos para empresas privadas e públicas ou vice-versa não será decretada por ele. Como não será ele que acabará com as nomeações "por confiança política". Nem imporá prazos imperativos aos magistrados judiciais e aos procuradores do ministério público. Não será capaz de acabar com a perpetuidade do emprego público. Nem saberá tornar muito mais flexível o mercado de trabalho, como não desejará dar um pouco mais de garantias aos trabalhadores precários.
Quando monologa, José Sõcrates é um homem doce e de aparência convincente. Se contrariado, revela uma rispidez ácida e uma pulsão vingativa surpreendentes. No Parlamento, atinge facilmente um grau de cõlera pouco adequada a quem tem ainda de correr um longo caminho, a quem sabe que o mais difícil está para vir. O Mestre das Escaramuças especializou-se em raides súbitos. Não parece preparado para as grandes batalhas. Mas esperemos. Dentro de pouco mais de um ano, com novas eleições à vista, veremos se até o efémero e a superficialidade são ou não sacrificados à demagogia. Como já aconteceu antes. Tantas vezes!
por Antõnio Barreto
«O primeiro-ministro tem jeito. Talvez mesmo talento e intuição. Decidiu, desde o primeiro dia, surpreender e tomar a iniciativa. Nunca ir atrás do acontecimento, mas provocá-lo. Para tal, escolheu um método: designar o adversário, denunciar um privilégio, tomar uma medida e atacar com a lei. Tudo isto tendo ao seu serviço uma inédita concentração de poderes e uma imbatível organização de informação, mas reservando sempre para ele o início da operação e o anúncio da surpresa. Juízes, farmacêuticos, professores, deputados, médicos, advogados, reformados, idosos, autarcas e funcionários públicos sucederam-se na honrosa lista das corporações que importava apear dos seus poleiros. Apenas foram poupados os grandes grupos econõmicos, com os quais o governo entendeu estabelecer bases para uma aliança sõlida. Escolas de reduzida dimensão, "maternidades" e equiparadas, centros de urgência médica, tribunais e câmaras municipais foram apenas algumas das instituições visadas pela inesgotável energia reformadora do governo. Em muitos casos, o êxito foi imediato. A aspirina no supermercado foi louvada por quase toda a gente. Obrigar os professores a ficar mais tempo na escola foi visto como um gesto de sabedoria e autoridade. Fazer ajoelhar os autarcas de todo o país foi bem visto e mais bem comentado nos salões e cafés. E muitos foram os que acharam "bem feito" ter-se tirado um mês de férias aos magistrados que, supostamente, gozariam dois ou três. O problema é que chegou a vez dos grandes números: mães e pais, idosos, professores, doentes, pensionistas e funcionários públicos, somados, fazem muita gente. José Sõcrates vê-se agora obrigado, não mais a seleccionar alvos de estimação, mas pura e simplesmente a olhar de frente para toda a população.
Até agora, temos estado perante uma estratégia consolidada e deliberada. A autoridade do primeiro-ministro sobre os seus ministros é indiscutível, como talvez não se tenha visto em Portugal há várias décadas. A organização da propaganda e das relações públicas, servida por centenas de profissionais, tem-se revelado impecável. A nomeação de inimigos, privilegiados e culpados, tem seguido um método eficaz. é o género de pessoa que, de manhã, quando se levanta, deve perguntar-se: "Com quem é que me vou meter hoje?". O seu método da acção tem destroçado os adversários políticos: inunda o país de medidas, semeia escaramuças em todas as esquinas e reserva sempre a iniciativa para si. Concede a despenalização do aborto ao Partido Socialista, mas não lhe dará absolutamente mais nada. Vai oferecer o que pode à Igreja Catõlica, na educação, na segurança social e no patrimõnio, para compensar a interrupção voluntária da gravidez. A alguns socialistas mais fiéis vai dar uma regionalização, que prepara sub-repticiamente, com o que espera compensar os mortos e feridos das finanças locais. Procura a empatia e a colaboração do Presidente Cavaco Silva, mas sabe o perigo que corre: este, quando lhe disser "não", terá tanto mais autoridade quanto lhe terá repetidamente dito "sim".
Reconheça-se que, entre tantas medidas e no meio desta pletora de intenções, há muito que se aproveite. O controlo da despesa pública, a poupança no gasto, a austeridade nos serviços públicos, o remendo da Segurança Social e a ordem nas escolas, por exemplo, implicam dispositivos e determinações cuja bondade, geralmente imposta pela necessidade, é indiscutível. Mas, com o tempo, tem-se também percebido que a técnica do primeiro-ministro se tem limitado ao superficial. Nunca ir até ao fim parece ser a sua regra. Ferir um pouco tudo e todos, mas nunca ir ao fundo das coisas, pois é aí que se fazem os inimigos irrecuperáveis. A actual reforma da Segurança Social, feita com vinte anos de atraso, é um exemplo interessante: foi obra das mesmas pessoas que, há meia dúzia de anos, fizeram uma outra, para Guterres e Sõcrates, considerada suficiente para "cem anos"! é um bom exemplo do que é a superficialidade.
Houve uma altura, aqui há uns meses, em que se chegou a pensar que o primeiro-ministro estava disposto a ultrapassar o efémero e o remendo. Mas agora as ilusões acabaram. A diminuição significativa da função pública e o congelamento dos vencimentos, por vários anos, não serão as suas políticas. A redução drástica das prestações sociais não será obra sua. A alteração radical da política de pescas e de fomento agrícola e hidráulico não terá a sua autoria. A nova política de fomento florestal não será elaborada nem posta em prática por este governo. A entrega definitiva das escolas às comunidades educativas e às autarquias locais não será feita por ele. A modificação da lei eleitoral e a consagração do princípio da eleição directa e nominal não serão realizações suas. Como sua não será a criação de õrgãos externos de controlo das universidades. Um cõdigo severo de incompatibilidades na acumulação de funções públicas e privadas na educação e na saúde não será aprovado por si. E a proibição de passagem promíscua de cargos políticos para empresas privadas e públicas ou vice-versa não será decretada por ele. Como não será ele que acabará com as nomeações "por confiança política". Nem imporá prazos imperativos aos magistrados judiciais e aos procuradores do ministério público. Não será capaz de acabar com a perpetuidade do emprego público. Nem saberá tornar muito mais flexível o mercado de trabalho, como não desejará dar um pouco mais de garantias aos trabalhadores precários.
Quando monologa, José Sõcrates é um homem doce e de aparência convincente. Se contrariado, revela uma rispidez ácida e uma pulsão vingativa surpreendentes. No Parlamento, atinge facilmente um grau de cõlera pouco adequada a quem tem ainda de correr um longo caminho, a quem sabe que o mais difícil está para vir. O Mestre das Escaramuças especializou-se em raides súbitos. Não parece preparado para as grandes batalhas. Mas esperemos. Dentro de pouco mais de um ano, com novas eleições à vista, veremos se até o efémero e a superficialidade são ou não sacrificados à demagogia. Como já aconteceu antes. Tantas vezes!
Quem diria ...
Vale a pena ler a biografia de António Champalimaud do concurso «Os Grandes Portugueses»
«Foi considerado o maior industrial português. Comprou o Banco Pinto & Sotto Mayor e ampliou o seu império com a compra da Siderurgia Nacional. Após o 25 de Abril, e com a nacionalização das empresas que dirigia, foi para o Brasil e reergueu o seu património. Voltou a Portugal em 1992 e recuperou, com a ajuda de habilidosas movimentações de bastidores, as empresas que lhe pertenciam.
No seu testamento legou 500 milhões de euros para a criação de uma fundação destinada à investigação biomédica. Foi um grande empresário, diz Filipe de Botton, presidente da Logoplaste».
«Foi considerado o maior industrial português. Comprou o Banco Pinto & Sotto Mayor e ampliou o seu império com a compra da Siderurgia Nacional. Após o 25 de Abril, e com a nacionalização das empresas que dirigia, foi para o Brasil e reergueu o seu património. Voltou a Portugal em 1992 e recuperou, com a ajuda de habilidosas movimentações de bastidores, as empresas que lhe pertenciam.
No seu testamento legou 500 milhões de euros para a criação de uma fundação destinada à investigação biomédica. Foi um grande empresário, diz Filipe de Botton, presidente da Logoplaste».
Actividade partidária sob brasas
Depois da polémica presença de uma delegação das FARC, na Festa do Avante, chegou a vez de se contestar o convite aos chineses para estarem presentes no congresso do PS por causa do massacre dos tibetanos. O Tomar Partido faz uma pergunta a José Sócrates, mas o silêncio continua.
Statement
O MAIS ACTUAL vai passar a integrar as novas regras editoriais impostas pela Proposta de Lei do Estatuto do Jornalista, que considero fascista (apesar de um amigo meu dizer que esta linguagem já não se usa). É uma forma de protesto, como qualquer outra, que vai permitir perceber todo o tipo de manipulações que podem passar a ser levadas a cabo. A partir de agora, as palavras cortadas a azul representam o lápis azul da censura, pois é disso mesmo que se trata. Um risco insuportável em democracia.
sexta-feira, outubro 13, 2006
Histórico
A atribuição do Nobel da Paz a Muhammad Yunus e ao seu banco Grameen tem um simbolismo importantíssimo, pois estabelece uma relação entre progresso económico e a paz. Mas mais importante é a fronteira que estabelece entre os banqueiros, que apostam no desenvolvimento para ganhar dinheiro, e os bancários, que só conseguem favorecer o lucro especulativo e financeiro.
Quem se atrasou?
António Carlos Monteiro, ex-presidente da EMEL, foi o protagonista de uma gaffe impensável no tempo Paulo Portas. Os discursos chegavam sempre a horas...
quinta-feira, outubro 12, 2006
Impressionante
Não é todos os dias que 80 a 100 mil pessoas chamam mentiroso ao primeiro-ministro de Portugal. Há muito tempo que não se assistia a uma mega manifestação, que se concentrou em frente da Assembleia da República. A dimensão da indignação contrasta com os estudos de opinião favoráveis ao chefe do governo. José Sócrates bem pode afirmar que não vai mudar a agulha da política governamental, mas devia reflectir seriamente sobre a actual contestação popular.
O Presidente e o Ucraniano
Cavaco Silva parece que descobriu a imigração depois de esbarrar num ucraniano a trabalhar nas obras da sua residência de férias. As declarações que passaram ontem na televisão são esclarecedoras: quando Cavaco Silva abandona o guião e adopta um discurso informal dá sempre matéria para a gaffe da semana.
Cuidado
A manter a guerra em curso com Alberto João Jardim, José Sócrates ainda se arrisca a ficar na liderança do governo por muitos e bons anos a ver passar sucessivos líderes do PSD.
quarta-feira, outubro 11, 2006
A vontade é tanta...
Francisco José Viegas faz a pergunta certa no momento certo ,quando se discute quem vai castigar os jornalistas. Eu acrescento: não podem ser as duas entidades ao mesmo tempo e talvez coadjuvadas por uma terceira, em regime de rotatividade, a instalar em São Bento, Belém ou Lapa?
terça-feira, outubro 10, 2006
Uma lição
A vitória da equipa de sub-21 de Portugal sobre a Rússia foi espectacular. A transmissão em directo deve ter batido todos as expectativas. Quando a vontade é maior...
A (a)normalidade
As demissões nos meios de informaço controlados pelo governo começam a surgir. Depois de Carlos Daniel, na RTP, chegou a vez de Nuno Simas, na Lusa. Bagatelas sem importância, certamente, para quem quer instaurar um controlo ainda mais apertado à liberdade de imprensa.
Acrobacias parlamentares
segunda-feira, outubro 09, 2006
Fantástico
O último debate entre Lula da Silva e Geraldo Alckmin pode ser visto na Blogspot. Uma maravilha da Net à disposição de todos
Cerimónia na Justiça
Estou sentado a assistir ao discurso de Cavaco Silva na tomada de posse do novo Procurador-Geral da República. Fernando Pinto Monteiro começou a falar e continuo sentado. As primeiras palavras são à defesa, para elencar os primeiros postos profissionais, garantir a separação de poderes e reafirmar o princípio da legalidade. A palavra corrupção surge logo a seguir. As citações também: Aristóteles e Fernão Lopes (Toma!). Primeira promesa: o combate à corrupção. Aliás, garante que todos estão interessados em promover esse combate. Ah!, uma referência à comunicação social: os jornalistas não devem julgar. A seguir, um comentário sobre a mediatização dos processos e, aparentemente, mais um apelo à lei da rolha, retomam o tom das palavras presidenciais.
A primeira intervenção formal de Fernando Pinto Monteiro como PGR foi de uma pobreza confrangedora. Pode ser que a falta de jeito para os discursos seja compensada pelo trabalho e pelos actos concretos. Continuo sentado!
A primeira intervenção formal de Fernando Pinto Monteiro como PGR foi de uma pobreza confrangedora. Pode ser que a falta de jeito para os discursos seja compensada pelo trabalho e pelos actos concretos. Continuo sentado!
segunda-feira, outubro 02, 2006
Força Brasil
Lula da Silva tem que disputar a segunda volta nas presidenciais brasileiras. Depois dos escândalos que atravessaram o seu mandato, uma das maiores estrelas da esquerda mundial (cada vez menos brilhante) é forçada a fazer um verdadeiro balanço da sua passagem pelo Palácio do Planalto. Até do outro lado do Atlântico ainda há esperança no funcionamento da democracia.
quarta-feira, setembro 20, 2006
Crónicas do Sistema (XI)
A propaganda sobre as qualidades e o curriculum do PGR indigitado não devem diminuir o grau de exigência dos cidadãos e da comunicação social
CARTA ABERTA
Ex.mo Senhor Juiz Conselheiro
Dr. Pinto Monteiro,
Depois do anúncio da sua indigitação para liderar o Ministério Público (MP), dirijo-me directamentamente a V.Ex.ª para lhe lançar três desafios, sob a forma de opinião pessoal:
1º - A declaração formal e solene de que não se vai constituir como uma espécie de Big Brother relativamente ao trabalho de cada um dos magistrados do MP, sem prejuízo de exercer a sua competência de responsabilizar cada um deles por eventuais violações da lei ou flagrante abuso de poder;
2º - A abertura imediata de um procedimento criminal para averiguar a responsabilidade de todas as entidades políticas, administrativas e policiais na ocultação e/ou omissão a propósito da passagam dos voos secretos da CIA pelos aeroportos portugueses;
3º - A abertura imediata de um procedimento criminal para averiguação das motivações políticas e outras do ministro Santos Silva, por flagrante violação da Constituição da República de Portugal, que presidem à apresentação da proposta de lei fascista sobre o estatuto dos jornalistas, em discussão no Parlamento.
Mais informo V. Exª, senhor (futuro) PGR, que um qualquer pacto de regime, ou de qualquer outra natureza, não impedirá que permaneça sentado durante a sua tomada de posse, como compete a qualquer jornalista, o que deverá ser entendido como um sinal de respeito por quem ainda não provou nada, nem está condenado à partida por ser amigo de quem é e/ou por pertencer a qualquer organização secreta, ou melhor, mais ou menos discreta, seja ela qual for.
Com cordiais cumprimentos e saudações jornalísticas,
Rui Costa Pinto
Carteira Profissional Nº 1707
quinta-feira, setembro 14, 2006
terça-feira, setembro 12, 2006
domingo, setembro 10, 2006
Sem dúvidas
A forma como Petit, do Benfica, e Cardoso, do Nacional, reagiram a faltas assinaladas por um árbitro têm que ser sancionadas pela justiça desportiva... ou o que resta dela.
sábado, setembro 09, 2006
Recolha de opiniões
A título individual, e sem pactos de regime com amigos de ocasião, convidam-se todos os bloggers a manifestar a sua opinião sobre a passagem dos voos cada vez menos secretos da CIA por Portugal, em solidariedade para com os sequestrados e torturados sem culpa formada.
P.S. Esta iniciativa não se destina a aumentar as visitas deste ou de qualquer outro blog.
P.P.S. São pertinentes comentários sobre as FARC e outros actos terroristas, incluindo os de Estado.
P.P.P.S. Declaraçõs fundamentalistas, do tipo avental ou autoflagelação purificadora, são dispensáveis, mas aceites em nome da liberdade de opinião.
P.S. Esta iniciativa não se destina a aumentar as visitas deste ou de qualquer outro blog.
P.P.S. São pertinentes comentários sobre as FARC e outros actos terroristas, incluindo os de Estado.
P.P.P.S. Declaraçõs fundamentalistas, do tipo avental ou autoflagelação purificadora, são dispensáveis, mas aceites em nome da liberdade de opinião.
Crónicas do Sistema (X)
José Sócrates admitiu o falhanço na reforma da Justiça, depois de alimentar uma fantástica máquina de propaganda para apregoar as reformas para o sector.
EM BLOCO
Com receio de um balanço, nomeadamente sobre a redução das férias judiciais, o primeiro-ministro, dando o dito por não dito, mais uma vez, avançou pela calada para um pacto de regime.
O apoio de Marques Mendes parece de um aprendiz da política, mas não é. O líder do PSD é capaz de engolir tudo para chegar a primeiro-ministro. Até Cavaco Silva, que aposta num socialista para liderar o governo durante a crise económica e das finanças públicas. Aparentemente, o Presidente da República considera essencial que a esquerda governe em tempo de vacas magras, de forma a amortecer a contestação popular. Até ao momento em que o seu delfim esteja em condições para surgir numa bela manhã aquecida por um sol forte e radioso.
Marques Mendes não tem escolha. Ou joga o jogo do faz-de-conta, para manter uma hipótese ainda que remota, ou fica condenado a ter que enfrentar uma oposição interna insuflada, discretamente, pelo Chefe de Estado.
José Sócrates ganha com a assinatura do pacto para a Justiça. Mas o país também pode ganhar, ainda que tenha de sofrer na pela as consequências. O calculismo político do líder do PS pode resultar numa clarificação benéfica, pois torna mais evidente a responsabilidade do Bloco Central na crise do pais e da justiça.
Alguém acredita que este acordo, negociado na sombra dos corredores do poder, à revelia da Assembleia da República, entre os dois principais partidos responsávis pela actual crise, é para levar a sério?
quinta-feira, setembro 07, 2006
Semelhanças
José Sócrates há mais de um ano venceu as eleições com a promessa de que não faria pactos. Entre outras, hoje constata-se que não cumpriu. O primeiro-ministro deixou escapar um pacto de regime, seja lá o que isso for, com o PSD para a Justiça, ou melhor, para a escolha do próximo PGR.
Ontem, George W. Bush reconheceu a existência de voos e de prisões secretas da CIA fora dos EUA. Há cerca de um ano desmentiu exactamente o mesmo, depois da notícia do Washington Post.
São dois exemplos do funcionamento da democracia, perante uma comunicação social que anda tão entretida (será?) com a voragem noticiosa, salvos raras excepções, que já nem consegue reflectir e espelhar a realidade.
Ontem, George W. Bush reconheceu a existência de voos e de prisões secretas da CIA fora dos EUA. Há cerca de um ano desmentiu exactamente o mesmo, depois da notícia do Washington Post.
São dois exemplos do funcionamento da democracia, perante uma comunicação social que anda tão entretida (será?) com a voragem noticiosa, salvos raras excepções, que já nem consegue reflectir e espelhar a realidade.
quarta-feira, setembro 06, 2006
Crónicas do Sistema (IX)
George W. Bush fez uma declaração política em que reconheceu os voos e as prisões secretas da CIA fora dos EUA
EM ÓRBITA
Está ao nível de um qualquer criminoso e ditador. O presidente, confortado pela força do dólar e da sua fabulosa indústria de armamento, que, aliás, armou alguns dos terroristas que agora persegue, decretou uma nova doutrina: os norte-americanos podem sequestrar, transferir, prender e torturar em nome da segurança.
É uma argumentação que não fica um milímetro aquém da dos criminosos de esquerda e de direita que ainda subsistem no poder por esse mundo fora. E que passaram a ter uma nova cobertura política para continuar a manter-se no poder à custa da violação dos Direitos Humanos.
É mais simples falar de Fidel Castro, Kim Il Sung e da visita de colombianos das FARC à festa do Avante, entre outros, do que questionar o comportamento ilegal da CIA ou de qualquer outro serviço secreto no espaço europeu. Mas é uma desonestidade intelectual. A questão não reside na nacionalidade de quem usa e abusa da força, mas sim na capacidade de rejeitar quem se comporta como um gangster para liquidar outros gangsters. A simples defesa da soberania e dos valores da civilização ocidental deviam ser suficientes para ultrapassar as fronteiras das polémicas partidárias.
Hoje, já não estão em causa os trânsitos dos aviões da CIA em Portugal, como reconheceu Vera Jardim. O que importa saber é se António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes e José Sócrates sabiam da passagem destes voos por Portugal. E mais: Houve suspeitos de actos terroristas detidos ilegalmente que permaneceram e foram interrogados em território ou águas territoriais portuguesas?
Um hino à LEI DA ROLHA
Luís Amado foi ao Parlamento para não dizer nada sobre os voos secretos da CIA, mas garante que continua a colaborar com os Parlamentos português e europeu.
Ainda mais secreto
A audição parlamentar de Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, sobre os voos secretos da CIA, está a decorrer neste preciso momento à porta fechada, a pedido do próprio. É a concepção da LEI DA ROLHA na vida política em todo o seu esplendor, que se pretende confundir com responsabilidade, muita responsabilidade, certamente, mas que não passa de mais um triste e perigoso episódio da democracia portuguesa.
terça-feira, setembro 05, 2006
O verdadeiro serviço público
O espectáculo de ontem na RTP, com os artistas convidados do futebol, Laurentino Dias, José Luís Arnaut, Gilberto Madaíl e Valentim Loureiro, liderado pela cada vez mais inefável Fátima Campos Ferreira, já justificou a indemnização compensatória que o Estado atribuiu à estação pública. Quem viu e ouviu os líderes políticos e desportivos, sobre o caso Mateus, ficou a perceber o estado a que chegaram o futebol e o país. Infelizmente, não consegui resistir a ver o programa até ao fim. Era conversa fiada a mais. E um triste retrato de como funcionam as instituições desportivas, com a cobertura e a passividade dos sucessivos governos de direita e de esquerda.
segunda-feira, setembro 04, 2006
Uma voz independente
Rui Santos, no programa Hora Extra da Sic Notícias, começa ser um exemplo para muitos comentadores e analistas. Fala do que sabe e revela uma independência e uma autonomia exemplares. No último comentário sobre o caso Mateus, Rui Santos coloca o dedo na ferida: o problema original do contrato de trabalho do jogador angolano que foi validado pela Federação liderada pelo inefável ex-deputado do PSD, Gilberto Madaíl.
domingo, setembro 03, 2006
Crónicas do Sistema (VIII)
Face a uma maioria cada vez mais autista, em que o chefe do governo acumula a liderança do partido, as manifestaçóes de rua ainda são o espaço possível para fazer oposição
O regresso da militância
O chefe do governo já não consegue apanhar um único português desprevenido. O perfil, o estilo e a acção de José Sócrates são cada vez mais evidentes.
Tal como nas ditaduras, disfarçadas de regimes democráticos, de Cuba a África, sem esquecer a Rússia, José Sócrates entende que a liderança do aparelho do maior partido deve ser acumulada com a chefia do governo.
Não é uma surpresa, mas é a confirmação de mais um sinal preocupante.
Depois de ter obtido a maioria absoluta e de ter remodelado os principais organismos de controlo, numa das mais descaradas acções governamentais, a escandalosa saga dos números do desemprego, em que duas instituições públicas se afundam no descrédito, é apenas mais num exemplo da saúde da democracia portuguesa.
Não é de espantar o regresso das marchas de protesto organizadas pelo Bloco de Esquerda ou, na versão mais conservadora, a divulgação de manifestos, como o que apresentou Manuel Monteiro para a direita.
Esmagada pela maioria absoluta, a verdadeira oposição apenas pode contar com a militância política para fazer ouvir a sua voz.
sexta-feira, setembro 01, 2006
Suspense
Laurentino Dias, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, está reunido com Gilberto Madaíl e Valentim Loureiro. Pobre Gil Vicente. Vai ser feito em picadinho.
quarta-feira, agosto 30, 2006
Esclarecedor
A agitação em torno da mudança do Procurador-Geral da República diz tudo em relação aos governantes e à Justiça que temos. Uma simples nomeação, que deveria ser pacífica e inequívoca se o mérito fosse o critério mais relevante, transformou-se numa feira de vaidades e de interesses opacos, em que as partes mais ou menos (des)interessadas se atropelam para entrar na fila dos auscultados pelo poder governamental e presidencial.
terça-feira, agosto 29, 2006
domingo, agosto 27, 2006
Crónicas do Sistema (VII)
O caso Mateus é uma conquista dos clubes pequenos do futebol português e pode ser uma vitória do Estado de Direito
VIA ESTREITA
Algo está a mudar no mundo opaco, lamacento e rasca do futebol português. O caso Mateus, não o do totonegócio mas o do jogador que chegou a ser porteiro para jogar à bola, com a chancela das autoridades desportivas, ainda que provisória, revelou até que ponto chegou a podridão do futebol português.
Hoje, um pequeno clube como o Gil Vicente pode bater o pé ao sistema cada vez mais pestilento do desporto-rei. Apoiado por uma gabinete de juristas sem nomes sonantes, o clube de Barcelos tem o mérito, para já, de não se calar e de se bater por aquilo a que julga ter direito.
O caso Mateus é muito mais do que um caso complexo do futebol português. É mais um alerta para acabar com uma espéçie de ditadura inaceitável da Liga e da Federação de Futebol Português, sob a batuta da FIFA, uma associação internacional que se rege essencialmente pela cor do dinheiro. Tal como aconteceu com a FIA, a poderosa federação do desporto automóvel, nomeadamente da Fórmula Um, chegou a vez da União Europeia tentar travar mais uma organização que também se julga a cima do Estado de Direito.
O futebol é uma indústria milionária e poderosa, mas não pode permanecer à margem da Lei.
Um cidadão, uma empresa ou um clube de futebol quando se sentem injustiçados têm o direito inalienável de poder recorrer ao único órgão de soberania que as democracias reconhecem para dirimir conflitos: os tribunais.
Ao desporto o que é do desporto, à Justiça o que é da Justiça.
sexta-feira, agosto 25, 2006
Decisão histórica
quinta-feira, agosto 24, 2006
Pergunta
Qual é a diferença entre a aposentação compulsiva na administração pública e a reforma compulsiva na polícia?
Um caso estranho
O afastamento de Carlos de Sousa da Câmara de Setúbal não pode ser visto unicamente à luz das tácticas mais ou menos incompreensíveis do Partido Comunista Português. Nem tão pouco em função do relatório-que existe-mas-ainda-não-existe do IGAT, que mais ou menos desastradamente alguém ao mais alto nível deu a conhecer à comunicação social. A saída de Carlos de Sousa tem de ter uma explicação política e racional: o que fez, estava a preparar ou deixou de fazer o eleito para a Câmara de Setúbal para justificar uma santa aliança entre comunistas e o governo?
terça-feira, agosto 22, 2006
Grande noite
Relevante ou irrelevante?
João Figueiredo, secretário de Estado da Administração Pública, dois dias depois de ter sido conhecido que o governo pretende liquidar a transparência na Administração Central, que tanto apregoa, com mais ou menos Simplex, vem agora a público prometer para 2007 publicar todas as contratações do Estado. Não fora a maioria absoluta de José Sócrates, João Figueiredo já estaria fora do governo há mais de 24 horas. E com toda a razão.
segunda-feira, agosto 21, 2006
Oportunidade
As declarações do ministro da Segurança Interna israelita, Avi Dichter, são uma janela para a paz.
domingo, agosto 20, 2006
Crónicas do Sistema (VI)
O governo de José Sócrates deu mais um passo no sentido de um ataque sem precedentes à transparência na Administração Central
O rolha
“Os eleitores vão deixar de saber quem é que o Governo contrata para a Administração Pública. O Executivo decidiu não voltar a divulgar estes dados em Diário da República”
Foi assim que Fernanda de Oliveira Ribeiro deu a notícia no Jornal da Noite, da SIC.
Depois de ter tornado gratuito o acesso electrónico ao Diário da República, e muito bem, o governo de José Sócrates aproveita um despacho de um anterior o governo para reforçar a Lei da Rolha.
A confirmar-se esta intenção governamental, os portugueses deixam de poder saber quais são as contratações na Administração Central, em alguns casos levadas a cabo a coberto de insondáveis interesses partidários e outros.
O mais curioso, para não dizer sinistro, é que a ofensiva parte do gabinete de um dos secretários de Estado do ministro das Finanças, Texeira dos Santos, um dos próximos de António Costa, ministro da Administração Interna, que substitui actualmente o primeiro-ministro em gozo de férias.
A gravidade do gesto governamental não pode escapar ao Presidente da República, Cavaco Silva.
Sem reacção?
Jorge Ferreira chama a atenção para um artigo de Eduardo Cintra Torres sobre a interferência do governo na RTP.
sábado, agosto 19, 2006
Cada vez mais claro
sexta-feira, agosto 18, 2006
A vitória de Israel
Ao acordar um cessar-fogo imediato, negociado através da ONU, Israel ganhou. Em primeiro lugar porque baixou as armas e parou com o assassinato de inocentes. Sempre que Israel optou pelo caminho das armas, - após a Cimeira Árabe de 2002, a Intifada e o rapto de soldados pelo Hezbollah -, perdeu. Perdeu credibilidade, simpatia em termos de opinião pública mundial e o controlo dos grupos fundamentalistas islâmicos. Sempre que se limitou a defender o seu território – Guerra dos Seis Dias, em 1967, e Yom Kippur, 1973, - ganhou. Ganhou compreensão e aliados.
As democracias têm de se distinguir da barbárie, dos falcões e dos intelectuais que estão sempre disponíveis para justificar o poder, mesmo quando o criticam. Hoje, quem faz a guerra pela guerra já não vence.
As democracias têm de se distinguir da barbárie, dos falcões e dos intelectuais que estão sempre disponíveis para justificar o poder, mesmo quando o criticam. Hoje, quem faz a guerra pela guerra já não vence.
Outra vez
Enquanto os portugueses apertam o cinto, as contas públicas não dão sinais de melhorias. A declaração oficial é que está tudo bem: ”Está na margem de segurança“. Até parece mais um comentário do tipo ”Material bélico não ofensivo“, que entrou para a história do anedotário diplomático. Fica a dúvida: é mais um brincadeira de mau gosto?
quarta-feira, agosto 16, 2006
A falência da democracia
O sequestro de Guilherme Portanova e de Alexandre Coelho Calado, da Rede Globo, ou até o assassinato de um jovem português na praia de Copacabana, são apenas mais dois sinais de que o Brasil está gravemente doente.
O surgimento de uma espécie de movimento justicialista, que denuncia as condições infra-humanas em que vivem os presos, é a cereja em cima do bolo de uma democracia cada vez mais formal, liderada por Lula da Silva. Curiosamente, as vozes de indignação, cá e lá, que se levantam contra os métodos terroristas do PCC (Primeiro Comando da Capital) são as mesmas que convivem tranquilamente com a desigualdade obscena que se vive no Brasil. Não é por acaso que o presidente da nova esquerda, que não conseguiu mudar nada no essencial, continua à frente nas sondagens para a reeleição. O Brasil é assim, mas podia ser outra coisa. Mais desenvolvido, seguro, equitativo e justo, não fora a enorme teia de corrupção que envolve o Estado e a sociedade.
O surgimento de uma espécie de movimento justicialista, que denuncia as condições infra-humanas em que vivem os presos, é a cereja em cima do bolo de uma democracia cada vez mais formal, liderada por Lula da Silva. Curiosamente, as vozes de indignação, cá e lá, que se levantam contra os métodos terroristas do PCC (Primeiro Comando da Capital) são as mesmas que convivem tranquilamente com a desigualdade obscena que se vive no Brasil. Não é por acaso que o presidente da nova esquerda, que não conseguiu mudar nada no essencial, continua à frente nas sondagens para a reeleição. O Brasil é assim, mas podia ser outra coisa. Mais desenvolvido, seguro, equitativo e justo, não fora a enorme teia de corrupção que envolve o Estado e a sociedade.
segunda-feira, agosto 14, 2006
domingo, agosto 13, 2006
Crónicas do Sistema (V)
Israel e o Hezbollah comprometeram-se a um cessar-fogo a partir das seis horas da manhã, mas aproveitam cada minuto que resta para continuar os bombardeamentos
ATÉ AO ÚLTIMO MINUTO
Os falcões devem estar tristes. De um lado e do outro. Os fundamentalistas islâmicos, que querem arrasar Israel do mapa, vão ter que parar com os ataques. Os fundamentalistas judeus, que sonham com o Grande Israel, têm de se conformar com a evidência: ainda não foi desta vez que conseguiram exterminar os seus inimigos.
Mais uma vez, a lógica da guerra acabou por se impor, custando a vida a centenas de vidas de ambos os lados do conflito. Trinta dias depois, a paz prometida voltou a ser mais forte, apesar de uma comunidade internacional cada vez mais refém dos lobbies da defesa e do armamento.
O cessar-fogo está acordado. Faltam poucas horas para verificar se ambas as partes são capazes de cumprir a sua palavra. Entretanto, as notícias sobre mais ataques do exército israelita continuam. Como se tratasse de uma última fúria irracional e obscena.
A partir das seis horas da próxima madrugada, as armas devem calar-se para dar mais uma oportunidade à paz. Quase seis décadas depois, o Médio Oriente ainda continua a ter direito a sonhar com a paz, sejam quais forem os falcões de um lado e de outro. Por muitas vidas que ainda possam tirar, eles estão condenados a ser os criminosos e os derrotados da História.
Os velhos tiques
Os fogos começam a apertar e o bloqueio informativo também. É uma velha táctica conhecida dos jornalistas. A censura tem muitas caras. Mas as florestas ardidas, a perda de bens e as vítimas não desaparecem por decreto. Estão aí. E o governo terá de responder democraticamente mais tarde ou mais cedo por mais um verão marcado pela tragédia.
Memorável
Cerca de cinquenta mil pessoas cantaram e dançaram com Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ronnie Wood. Um concerto fantástico dos Rolling Stones que teve tudo ou melhor quase tudo. Só faltou Angie.
sábado, agosto 12, 2006
sexta-feira, agosto 11, 2006
Faltam 24 horas
O maior palco alguma vez montado em Portugal vai receber os Rolling Stones. Vão ser 60 metros de largura e 25 de altura para instalar os reis do rock no Estádio do Dragão, no Porto. A Bigger Bang, iniciada o ano passado nos EUA, chega a Portugal para mais um expectáculo de duas horas.
quinta-feira, agosto 10, 2006
“Nous, Juifs contre les frappes d'Israel”
Um texto publicado no Libération. Para pensar e fazer pensar.
Ver para crer
Interpol pede ao Reino Unido que partilhe informações sobre planos terroristas. É preciso saber, logo que possível, quem são os detidos e os planos desmantelados do eventual ataque terrorista. Guantánamo e os voos secretos e as prisões ilegais da CIA não são soluções democraticamente aceitáveis. Nem se podem repetir.
Um passo
Carmona Rodrigues embargou o condomínio da avenida Infante Santo. É um gesto no sentido certo ou uma forma de tentar remediar o irremediável?
Um mundo feio
Chama(va)-se Operação Furacão
Helena Garrido, no DN, assina um editorial em que afirma: “Sem a colaboração da banca os Estados serão incapazes de combater o terrorismo.” É uma afirmação interessante, sobretudo para aqueles que julgam que a força das armas pode e esmaga tudo, que remete para a problemática da lavagem de dinheiro. É uma afirmação ainda mais interessante porque ainda há poucos meses se tomou conhecimento de uma grande investigação à banca portuguesa (BCP,BES, BPN e Finibanco) por suspeita de branqueamento de capitais. O que resta da Operação Furacão? Será que se vai saber em tempo útil qual foi o seu resultado?
quarta-feira, agosto 09, 2006
Fim
A polémica a propósito das negociações entre o Estado e o empresário José Berardo está terminada. Os estatutos estão à disposição de todos. Agora só falta abrir as portas da exposição que vai ficar no CCB. E aguardar pela inauguração, que deverá contar, certamente, com a presença de Sua Excelência o Presidente da República, Cavaco Silva, que promulgou o diploma, mas manifestou dúvidas acerca do seu conteúdo.
À espera do
Israel solicitou a aterragem de um avião nos Açores com ”material bélico não ofensivo“. Além da divertida expressão para caracterizar o material de guerra transportado, ficam duas perguntas por responder:
1. Se Freitas do Amaral fosse Ministro dos Negócios Estrangeiros, Portugal teria autorizado a aterragem do avião, colocando-se ao lado de um dos beligerantes do conflito do Médio Oriente?
2. Um carregamento de caixotes com aviões F16, que vão custar mais uma fortuna a actualizar, será a recompensa esperada pelo gesto tão friendly?
terça-feira, agosto 08, 2006
Um certo olhar
O PS de Lisboa quer conhecer as razões que levaram a Câmara de Lisboa a dispensar de concurso público a construção de cinco piscinas e apresentou um requerimento nesse sentido à presidente da Assembleia Municipal. E sobre o Vale de Santo António, o PS não tem mais questões?
segunda-feira, agosto 07, 2006
O milagre em curso
A onda de calor já começou a fazer estragos. Quem viajou na A1, ontem, sentiu os efeitos da onda de calor. Resta saber se há menos fogos devido à prevenção e ao combate mais célere ou se a área queimada nos anos anteriores foi tão grande que já não resta muito mais para arder. Para já, a única certeza é o desaparecimento dos fogos da agenda mediática a meio da época mais quente do ano.
domingo, agosto 06, 2006
Crónicas do Sistema (IV)
A opinião pública ganhou expressão e importância nos últimos cinquenta anos, mas o poder político continua a ignorá-la nas questões da guerra
VERGONHA
A opinião pública mundial manifesta-se pelos mais diversos meios contra mais uma guerra no Médio Oriente. Em Portugal, acontece o mesmo e as sondagens são claras: a maioria quer um cessar-fogo imediato.
Vinte e quatro dias depois do início das hostilidades, o concerto das Nações começou a discutir um cessar-fogo. Ao mesmo tempo, em Gaza, no Líbano e em Israel, os bombardeamentos intensificavam-se. Os especialistas dizem que ritmo das negociações diplomáticas tem de ser mais lento do que as estratégias de guerra.
Não é a primeira vez que os Estados contrariam a vontade dos seus cidadãos, em nome de uma série de clichés mais ou menos gastos. Basta recordar o Vietnam e as gigantescas manifestações contra os presidentes Nixon e Ford para compreender que a expressão da opinião pública esbarrou nas nomenclaturas militares, mas acabou por determinar o fim daquela guerra.
No século XXI, o desfasamento temporal entre as manifestações pacifistas em todo o mundo e o termo das guerras ainda continua a ser insuportavelmente longo. Felizmente, o dia-a-dia dos conflitos, explorados mediaticamente até à exaustão, liquidam qualquer liderança. O poder político pode não revelar vergonha do espectáculo da morte provocado pelos conflitos militares, mas tende gradualmente a ser cada vez mais sensível à opinião pública e aos votos no dia das eleições.
sexta-feira, agosto 04, 2006
As novas práticas
O governo dispensou a cimenteira do Outão da avaliação de impacte ambiental para a queima de resíduos perigosos, através de um despacho assinado pelo ministro do Ambiente. Nunes Correia é assim, aproveita o mês de Agosto para os casos mais sensíveis. Curiosamente, Sua Excelência esqueceu-se de avisar a comissão local de acompanhamento do processo em curso na Secil. Felizmente, há quem não se distraia com o sol e a praia. O DN deu notícia e a Quercus já reagiu. Não se admirem se o governo vier a terreiro acusar os ambientalistas de fundamentalismo, falta de flexibilidade e mau feitio. Então, criticar o governo logo no pico do Verão? Não se faz! Aliás, daqui a uma semana já ninguém se lembra do assunto, não é?
quinta-feira, agosto 03, 2006
Opiniões implacáveis
A guerra infindável de Israel
Augusto M. Seabra
Processo Penal afinal não há reforma?
Maria de Fátima Mata Mouros
Merecida espiação...
Ruben de Carvalho
Augusto M. Seabra
Processo Penal afinal não há reforma?
Maria de Fátima Mata Mouros
Merecida espiação...
Ruben de Carvalho
quarta-feira, agosto 02, 2006
Excelência
Mário Crespo, na SIC Notícias, voltou a mostrar como se faz jornalismo. E como se rompem paredes de silêncio inexplicáveis. Ao convidar José Sá Fernandes, vereador da Câmara Municipal de Lisboa, para o Jornal das Nove, o Jornalista recordou o problema do empreendimento da avenida Infante Santo, em Lisboa. Depois de tudo o que se passou e disse, a obra continua a decorrer tranquilamente. E por mais espanto que possa gerar a atitude incompreensível de Carmona Rodrigues (para já é o mínimo que se pode dizer), Mário Crespo pergunta: viu, hoje, nos jornais alguma referência ao problema?
Até quando é possível ignorar o relatório e a recomendação do Provedor de Justiça, que continua a fazer o que compete ao Ministério Público? E, já agora, o que é feito das participaçöes que o vereador, entre outros, enviou para o MP e para o tribunal administrativo? E o que resta da tentativa de suborno do vereador? E o que anda a fazer o IGAT? Será que viu a SIC Notícias? Quanto maior for o silêncio, mais vezes se têm de fazer as mesmas perguntas. Pelos meios e formas possíveis.
Até quando é possível ignorar o relatório e a recomendação do Provedor de Justiça, que continua a fazer o que compete ao Ministério Público? E, já agora, o que é feito das participaçöes que o vereador, entre outros, enviou para o MP e para o tribunal administrativo? E o que resta da tentativa de suborno do vereador? E o que anda a fazer o IGAT? Será que viu a SIC Notícias? Quanto maior for o silêncio, mais vezes se têm de fazer as mesmas perguntas. Pelos meios e formas possíveis.
A diferença
“Para aqueles que pedem uma mudança democrática, esta notícia [doença de Fidel Castro] oferece-nos alguma esperança. Sou católica e não desejo a morte de ninguém, muito menos a deste ancião que deve estar debilitado, mas é uma esperança política que se abre, uma perspectiva de mudança“
Marta Roque, líder da Associação para Promover a Sociedade Civil e do ilegal Instituto Cubano de Economistas Independentes
Marta Roque, líder da Associação para Promover a Sociedade Civil e do ilegal Instituto Cubano de Economistas Independentes
O mesmo ódio
O internamento de Fidel Castro por razões de saúde gerou uma onda de euforia em Miami. As televisões chegaram a passar imagens de um cubano exilado nos Estados Unidos da América que manifestava o desejo do assassínio do líder cubano com uma bala na cabeça.
A mensagem que chega de um país rico e civilizado remete para outras imagens que chegam do outro lado do planeta, pobre e fundamentalista, em que elementos de movimentos terroristas rejubilam após um ataque ou um atentado suicida que provoca a morte de civis e inocentes.
terça-feira, agosto 01, 2006
Evidências e dúvidas
Luís Nobre Guedes safou-se dos sobreiros. Vamos lá ver se os sobreiros também se safam.
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