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Rui Costa Pinto - Jornalista/Editor/Publisher

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segunda-feira, março 27, 2023

IPSE DIXIT. BOA SEMANA (13/2023)



«Em Portugal, 
o livro vale menos do que o chouriço».
José Rodrigues dos Santos
25/03/23

«Estes homens ainda não foram 
formalmente acusados de nada 
e, portanto, ainda não tiveram oportunidade 
de produzir a sua defesa, 
e já se está a falar em desagravamento de penas, 
o que demonstra claramente 
que os processos disciplinares da Marinha 
são uma farsa».
Paulo Graça
24/03/23

«O senhor primeiro-ministro
é o [Willy] Coiote da política portuguesa.
Anda sempre atrás dos problemas
que correm muito mais rápido.
E tudo o que acontece
é que os seus planos
falham todos».
Carlos Guimarães Pinto
22/03/23

«Quando Xi vai à Rússia elogiar Putin, 
dizendo que, nos últimos anos, 
a sua liderança reforçou a Rússia. 
Mas como é que é possível dizer isso? 
Reforçou a Rússia? 
Ao fazer a invasão da Ucrânia? 
É porque a China não condena isso».
Germano Almeida
22/03/23

terça-feira, agosto 18, 2020

RTP AO SERVIÇO (DESCARADO) DE COSTA

A RTP, no Telejornal, prestou-se ao inimaginável frete de omitir, contra todas as regras do jornalismo, as reacções e declarações dos partidos da oposição relativamente à polémica que envolve a ministra Ana Mendes Godinho e as mortes que estão a proliferar nos lares de idosos. Sem contraditório, assim vai o jornalismo de reverência rumo à maioria do PS. Obviamente, com José Rodrigues dos Santos a sorrir e a piscar o olho...

P. S. A coisa deve estar grave, pois aparentemente o comício de hoje ainda não foi suficiente.

quinta-feira, maio 05, 2016

José Rodrigues dos Santos e o desespero do PS

José Rodrigues dos Santos agradece. As reacções destemperadas dos socialistas são muito mais do que a infantilidade política de um certo PS. É o tal ódio latente em relação ao papel de mediação dos jornalistas que não está à venda nem se consegue comprar. Em síntese: é o sinal evidente do que está para acontecer, a curto prazo. É o desespero!

terça-feira, abril 08, 2014

RTP: José Manuel Portugal defende contraditório

A defesa  do trabalho desenvolvido por José Rodrigues dos Santos é a melhor forma de contrariar a guerra aberta contra qualquer jornalista que recuse ser apenas uma corrente de transmissão acéfala. Enquanto alguns se agitam com o verdadeiro contraditório, José Manuel Portugal, director de informação da RTP, afirma a linha editorial: «O modelo do programa mantém-se inalterável».

domingo, abril 06, 2014

José Rodrigues dos Santos: a notícia do dia

Confirmado! O jornalista da RTP não foi despedido nos últimos 15 dias! Quanto ao discurso de caserna, não vale um único comentário.

segunda-feira, março 24, 2014

Resposta de José Rodrigues dos Santos - sem intermediário

RESPOSTA DE JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS AOS COMENTÁRIOS PUBLICADOS NESTA PÁGINA À ENTREVISTA FEITA PELO JORNALISTA A JOSÉ SÓCRATES, NO DOMINGO, DIA 23 DE MARÇO DE 2014, NA RTP1:

Devido às minhas funções na RTP, que nada têm a ver com a minha actividade de romancista para a qual esta página foi criada, alguns leitores escreveram mensagens críticas da forma como foi conduzido o espaço com José Sócrates. Repito que isto nada tem a ver com os livros, razão de ser desta página de Facebook, mas não me importo de esclarecer dúvidas e equívocos que me parecem nascer do facto de muitas pessoas, e como é natural, desconhecerem as regras da actividade jornalística.

Uma leitora chega mesmo a perguntar em que escola aprendi jornalismo. A resposta é: na BBC. Sei que se calhar não é suficientemente boa, mas foi o que se pôde arranjar.

O que ensina a BBC? Quais as regras da nossa profissão? É obrigado um jornalista a ser sempre isento? Há ocasiões em que não deve ser isento? São perguntas interessantes e todas elas têm resposta, embora o público em geral, e como me parece normal, não as conheça.

1. A isenção de um jornalista não é obrigatória. Depende da linha editorial do jornal. Não faz sentido esperar que um jornalista do «Avante!», por exemplo, seja isento. A linha editorial do «Avante!» é claramente comunista e um jornalista que não a queira respeitar tem a opção de se ir embora. Há muitos casos que se podem encontrar de linhas editoriais que implicam alinhamentos (partidários, desportivos, ideológicos, etc).

2. No caso da RTP, a linha editorial é de isenção. Isto acontece porque se trata de um meio público, pago por todos os contribuintes, pelo que deve reflectir as diferentes correntes de opinião. Os jornalistas esforçam-se por escrever as notícias com neutralidade e, nos debates, os moderadores esforçam-se por permanecer neutrais.

3. Nas entrevistas, no entanto, as regras podem mudar. Há dois tipos de entrevista: a confrontacional (normalmente a entrevista política) e a não confrontacional. Em ambos os casos a isenção pode perder-se, não porque o entrevistador seja pouco profissional, mas justamente porque é profissional. Por exemplo, numa entrevista não confrontacional com a vítima de uma violação é normal que o entrevistador se choque com o que aconteceu à sua entrevistada. Estranho seria que ele permanecesse indiferente ao sofrimento. Não se trata um violador e uma mulher violada da mesma maneira, não se trata um genocida e uma pessoa que perdeu a família inteira da mesma maneira - a regra da isenção não se aplica necessariamente.

4. As entrevistas políticas são, por natureza, confrontacionais (estranho seria que não fossem e que jornalista e político tivessem uma relação de cumplicidade). Uma vez que o agente político que está a falar não tem ninguém de outra força política que lhe faça o contraditório (como aconteceria num debate), essa função é assumida pelo entrevistador. O entrevistador faz o contraditório, assume o papel de advogado do diabo. Portanto, o jornalista suspende por momentos a sua isenção para questionar o entrevistado. Isto é uma prática absolutamente normal. O entrevistador não o faz para "atacar" o entrevistado, mas simplesmente para fazer o contraditório. Acontece até frequentemente fazer perguntas com as quais não concorda, mas sabe que o seu papel é fazer de "oposição" ao entrevistado.

5. Dizem os manuais de formação da BBC, e é assim que entendo o meu trabalho, que o entrevistador não é nem pode ser uma figura passiva que está ali para oferecer um tempo de antena ao político. O entrevistador não é o "ponto" do teatro cuja função é dar deixas ao actor. Ele tem de fazer perguntas variadas, incluindo perguntas incómodas para o entrevistado. Não deve combinar perguntas com os políticos, mas deve informá-lo dos temas. No acto da entrevista o entrevistado "puxa" pela sua faceta positiva e o entrevistador confronta-o com a sua faceta potencialmente negativa. Espera-se assim que o espectador veja as duas facetas.

6. Uma vez apresentado o princípio geral, vejamos o caso de José Sócrates. É falso que José Sócrates desconhecesse esta minha linha de pensamento. Almoçámos e expliquei-lhe o meu raciocínio. Avisei-o de que, se encontrasse contradições ou aparentes contradições entre o que diz agora e o que disse e fez no passado, as colocaria frente a frente e olhos nos olhos, sem tergiversações nem subterfúgios, como mandam as regras da minha profissão. Far-me-ão a justiça de reconhecer que fiz o que disse que ia fazer.

7. Como todas as figuras polémicas, José Sócrates é amado por uns e odiado por outros. É normal com as figuras públicas, passa-se com ele e passa-se comigo e com toda a gente que aparece em público. Mas o que se está a passar com ele é que muita gente fala mal nas costas e ninguém pelos vistos se atreve a colocar-lhe as questões frontalmente. Fui educado fora de Portugal e há coisas que me escapam sobre o país, mas dizem-me que é um traço normal da cultura portuguesa: falar mal pelas costas e calar quando se está diante da pessoa. Acho isso, devo dizer, lamentável. Quando alguém é muito atacado, devemos colocar-lhe frontalmente as questões para que ele tenha o direito de as esclarecer e assim defender-se. Foi o que foi feito na conversa com José Sócrates. As questões que muita gente coloca pelas costas foram-lhe apresentadas directamente e ele defendeu-se e esclareceu-as. Se o fez bem ou mal, cabe ao juízo dos espectadores.

8. O caso de José Sócrates tem alguns contornos especiais e raros. Ele foi Primeiro-Ministro durante seis anos e acabou o mandato com o país sob a tutela da troika. Quando era chefe do Governo, começou a aplicar medidas de austeridade. No PEC I foram muito suaves (cortes em deduções fiscais e outras coisas), mas foram-se agravando no PEC II (aumento de impostos) e no chamado PEC III, que na verdade era o Orçamento de 2011 (corte de salários no sector público, introdução da Contribuição Especial de Solidariedade aos pensionistas, aumento de impostos, cortes nas deduções, etc). Defendendo estas medidas, afirmou em público que "a austeridade é o único caminho". Agora, nas suas declarações públicas, ele mostra-se contra a austeridade. Estamos aqui, pois, perante uma contradição - ou aparente contradição. Não tem um jornalista o dever de o colocar perante essa (aparente ou não) contradição, dando-lhe assim oportunidade para esclarecer as coisas?

9. Na entrevista não é para mim necessariamente relevante se ele tinha razão quando aplicou a austeridade ou se tem razão agora que critica a austeridade. O que é relevante é que há uma aparente contradição e cabe ao jornalista confrontá-lo com ela. Foi o que foi feito e ele prestou os seus esclarecimentos. Se foi convincente ou não, cabe a cada espectador ajuizar, não a mim. Limitei-me a apresentar-lhe directamente os problemas e a dar-lhe a oportunidade de os esclarecer. O meu trabalho ficou completo.

10. Como disse no ponto 8, o caso de José Sócrates é raro. Não é muito normal termos entrevistados com as circunstâncias dele. O tipo de conversa que era necessário para esclarecer as coisas não nasce do facto de ele ser do PS, mas das suas circunstâncias únicas. Se o entrevistado fosse, por exemplo, Ferro Rodrigues ou Maria de Belém ou Francisco Assis ou qualquer outra figura do partido, o perfil da conversa teria de ser diferente porque nenhum deles teve funções de Primeiro-Ministro durante tanto tempo e imediatamente antes da chegada da troika nem entrou num discurso tão aparentemente contraditório como José Sócrates. São as suas circunstâncias específicas que exigem uma abordagem específica. Se o Primeiro-Ministro que governou nos seis anos antes da chegada da troika fosse do PSD, CDS, PCP, BE, MRPP ou o que quer que seja, e fizesse declarações tão aparentemente contraditórias com o que disse e fez quando governava, não tenham dúvidas de que as minhas perguntas seriam exactamente as mesmas.

11. No final, temos de nos perguntar: José Sócrates esclareceu bem a sua posição? Essa resposta cabe a cada um e aí não meto eu o dedo. Limitei-me a dar-lhe a oportunidade de tudo esclarecer.

12. E aquele espaço?, perguntarão alguns. É entrevista? É comentário? Boa pergunta. A minha resposta está no ponto 5.

Um abraço a todos.

José Rodrigues dos Santos
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Fantástico: a espantosa crispação por causa do jornalismo

Anda para aí um corrupio de críticas à prestação televisiva de José Rodrigues dos Santos. Em Portugal, quase 40 anos depois do 25 de Abril, o jornalista que escrutina é maldito, mas o jornalista acéfalo continua a ter uma claque incondicional. Haverá melhor indicador da democracia que temos?

Media: até nos momentos mais negros

O jornalismo é e sempre foi assim: até nos momentos mais negros há sempre uma réstia de esperança no trabalho e dignidade profissional dos jornalistas. Não vou perder, daqui a 14 dias, o espaço de opinião da RTP ao Domingo.